Kings And Queens escrita por Nina Black


Capítulo 6
Chapter 5 - Numa Noite Escura


Notas iniciais do capítulo

Olá gente! Mil perdões por ter atrasado no capitulo. Queria agradecer a todos os comentários do capitulo passado, estou adorando todos eles!
Bem, agora, boa leitura!



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 - Você não pode esquecer-se de sorrir, Natsu. – Lisanna falava arrumando a gola do casaco do príncipe pela décima vez, mostrando o quão estava nervosa. Natsu já conhecia a moça por muito tempo, e já até se acostumara com esses ataques de ansiedade que ela tinha quando um grande evento como os Festivais estava acontecendo.

 - Pode deixar... Se ele não sorrir, é só colocar uma garota com um decote gigante no vestido do lado dele que ele se alegra. – Gray disse malicioso enquanto arrumava a manga de seu casaco.

 - Gray... Se não calar a boca, eu te jogo da carruagem que você só vai se dar conta disso quando estiver com a cara pregada no chão. – Natsu resmungou se afastando um pouco de Lisanna.

 Estava ele, Gray, Lisanna, Erza, Igneel, Ultear e Ur dentro de um cômodo do castelo, esperando pela carruagem que os levaria para dar uma volta na cidade ao anoitecer no último dia do Festival de Verão.

 - Meninos, estão prontos? – Ur perguntou se aproximando dos três, acompanhado de Ultear. – Igneel me pediu para vê-los.

 - Não se preocupe, Sra. Milkovich. – Lisanna disse sorrindo para a mulher. – Ambos já estão prontos. – Ela disse saindo o cômodo. – Vou ver onde meu irmão está, vamos pegar bons lugares para vê-los. – Ela disse sorrindo para Natsu, que retribuiu com um sorriso. – Boa sorte.

 - Obrigado. – Natsu disse animado, e Gray nem tanto.

 - Meninos...? – Ultear os chamou. Agora com vinte anos, ela já era uma mulher, e isso era bem visível para os homens dali, graças a seu belo corpo. – Já estão prontos? Acabei de chegar de viagem com Meredy e estou mais pronta do que ninguém mais aqui. – Ela os viu e deu um sorrisinho. – Depois são as mulheres que demoram em se arrumar...

 Natsu usava uma calça preta, com detalhes em dourado dos lados, com uma camisa branca e um casaco vinho por cima, com vários detalhes e desenhos de dragões em dourado e prata. Usava botas de couro marrom e sua coroa de ouro vermelho.

 Gray usava uma camisa preta e calças de mesma cor, e por cima um casaco azul marinho com azul claro, preso por um cinto preto de fivela dourada. Suas botas eram de um roxo bem escuro.

 Ultear estava usando um vestido vinho, com uma fenda no local onde fica sua perna direita, e um colar verde brilhante, acompanhada por uma tiara de mesma cor na cabeça.

 Nisso, Erza chega e se põe do lado da amiga. Usava um vestido comprido preto, com detalhes em dourado e transparência na área das pernas. Prendia seu cabelo em um rabo de cavalo por uma fita, também dourada.

 - Estão demorando... – Ela reclamou cruzando os braços. – A carruagem chegou.

 - Estamos indo. – Gray falou saindo do cômodo, acompanhado por Ur e Ultear, enquanto Natsu foi ao lado de Erza.

 - Acha que meu pai melhorou? – Ele perguntou para a ruiva.

 - Não sei. Ele parecia bem sério quando me encontrei com ele no corredor. – Ela falou olhando para o garoto. – Ele está meio estranho nesses últimos dias, por isso te aconselho a não provoca-lo. – Ela falou e o menino olhou sério para o outro lado. Não que ele gostasse de provocar o pai, ele o amava, mas simplesmente existem coisas em que os dois pensam completamente diferentes.

 A carruagem que os esperava era grande, e não tinha teto. Era toda formada nas cores vermelho e vinho, a cor da Casa Dragneel.

 Antes mesmo de subir no veículo, ele conseguiu ver a brilhante coroa de ouro reluzindo em meio aos fios vermelhos do cabelo de seu pai. Ele olhava tudo com uma atenção especial, como se estivesse sendo observado, mas não sabia por quem. Ele vestia uma roupa bem parecida com a de Natsu, porém a única diferença era que seu casaco era um vermelho bem vivo, e tinha mais detalhes dourados do que o dele.

 - Natsu. – Silver disse o seu nome, anunciando ao seu pai que ele já estava ali. Igneel se virou para o filho, e o rosado percebeu claramente a cara de cansado dele.

 - Pai. – Ele disse caminhando até o rei. – Estamos prontos.

 - Que bom, filho. – Igneel disse passando a mão na cabeça do rapaz. – Está elegante.

 “Isso quer dizer: Não está sujo de terra, ou andando com roupas normais como anda no castelo. O que é uma coisa boa vinda dele.”— Natsu pensou enquanto sorria para o pai.

 Por estar suficientemente perto dele, ele conseguiu ver algumas olheiras, que, apesar de tentar se esconder com maquiagem, ainda permaneciam ali. Natsu achou isso muito estranho, normalmente seu pai não usava maquiagem para esconder nada, até porque ele não tinha problemas de insônia, que é o que parecia estar acontecendo.

 - Não dormiu direito, pai? – Natsu perguntou curioso. Igneel olhou para ele e suspirou.

 - Sabia que esse negócio de maquiagem para um rei não daria certo. – Ele resmungou, e nisso Ultear se aproximou.

 - Vossa Majestade, com todo respeito, mas apesar da leve maquiagem que o incomoda, seu rosto está bem melhor do que antes. – Ela disse sorrindo para o rei, que sorriu de volta.

 - Obrigado, Ultear.

 - Pai... – Natsu o chamou baixinho, e Ultear viu uma deixa para voltar a falar com sua mãe e Silver. – O que está acontecendo? Você parece mais preocupado que o normal nesses dias. Não me parece que o trabalho de ser rei seja tão desgastante quanto vejo.

 Ele sorriu tristemente para o filho, que não entendeu muita coisa com isso.

 - Não se preocupe, Natsu. – Ele disse calmamente. – São apenas alguns fantasmas do passado que não estão me deixando dormir. Mas acho que esperei muito ao achar que eles iriam desaparecer definitivamente.

 - Como assim? – O rapaz perguntou. Quando Igneel iria começar a falar, a carruagem começou a andar, dando início ao desfile.

 - Vá para seu lugar, Natsu. Depois conversamos com mais calma. – Igneel falou de colocando na frente da carruagem, que estava sendo puxada por dois corcéis brancos, e Natsu se colocou atrás dele.

 - Sorria. – Ele ouviu uma voz atrás dele. Era Gray. – Não pense que quero que Magnolia veja essa sua cara feia, mas...

 - Gray. – Natsu o chamou baixinho. – Acha que meu pai está me escondendo alguma coisa?

 - Como assim? – O Fullbuster saiu de sua aura de piadista (não que era das melhores) e passou a ficar mais sério.

 - Ele parece estar muito misterioso pro meu gosto. – Natsu falou analisando seu pai, que sorria para o público nas calçadas, que vieram exclusivamente para vê-los desfilar.

 - Quem sabe?  - Gray deu de ombros. – Conversem depois com calma. Não se preocupe tanto, não é como se alguém fosse morrer ou coisa do tipo, certo?

 Natsu olhou para o céu avermelhado do pôr-do-sol.

 - Tem razão, cueca gelada. – Ele disse olhando para a população que os aplaudia. – Bem... Vamos pensar nisso mais tarde. – Ele falou retomando sua pose anterior, enquanto Gray se punha entre Silver Fullbuster e Ultear Milkovich.

~~~~~~~~~~~~~~

 - Lucy? – A loira ouviu a voz do pai na porta de seu novo quarto. Estava anoitecendo e ela já tinha terminado de tomar seu banho. – Está aí, meu bem?

 - Sim, pai. Pode entrar. – A moça disse se arrumando na cama e disfarçando a leve dor de cabeça que estava sentindo.

 Jude apareceu na porta sorrindo docilmente para ela, mas ela percebeu que alguma coisa estava errada.

 - Lucy... – Ele se sentou do seu lado. – Precisamos conversar.

 A menina encarou o pai. Ele não estava brincando.

 - Seja lá o que for, desde que voltei do desfile ontem fiquei apenas por conta de arrumar meu quarto novo. – Ela disse fazendo um muxoxo. Seu pai não a deixara ir ver o desfile da nobreza que iria ter hoje.

 - Sei que queria ver o rei desfilar hoje... Mas temos muitas coisas pra fazer aqui ainda, filha. – Jude disse analisando sua filha. Como ela era igual a Layla... Desde as cores do cabelo, até as mínimas covinhas que apareciam quando ela sorria. – Tenho uma coisa pra te entregar.

 O homem tirou um envelope do casaco, e entregou para a menina.

 - Sei que isso pode parecer meio estranho, mas você precisa ler isso... E acreditar. – Ele falou nervoso olhando para a moça, que não entendia muita coisa do que estava acontecendo ali.

 - O que... Como assim? – Lucy perguntou pegando a carta e a virando. Tinha uma escrita ali.

 Para minha amada filha, Lucy.

De Layla Heartfilia.

 - O que...? – A loira olhou. – É a minha mãe? Ela escreveu uma carta para mim?

 - Apenas leia quando estiver pronta e veja o que ela tem para te falar. – Jude disse se levantando e saindo de seu quarto. – E faça isso quando sentir que deve.

 - Pai? Porque está me dando isso só agora? – Ela perguntou se levantando, fazendo a saia de seu vestido lilás se esvoaçar. – O que você sabe mais? Conte-me! – Ela disse preocupada, mas quando foi em direção a porta, uma fisgada de dor tomou conta da sua cabeça. – Ai... – Ela gemeu se apoiando na maçaneta.

 Ela olhou para a carta, mas assim que viu o símbolo de sua família, um dourado e brilhante Sol, ela não aguentou seu próprio peso e caiu no chão.

 Nisso, Jude havia ouvido o barulho e chamou Capricorn para ajuda-lo a reanimar sua filha.

 - Lucy! – Ele a chamava. – Lucy, acorde! – Ele disse a pegando no colo e colocando em sua cama. Ele havia percebido que mesmo não estando tão consciente assim, ela não largara a carta, pelo contrário, a segurava forte, tão forte que o papel até chegara a amassar.

 A última coisa que Lucy viu foi seu pai e Capricorn olhando para ela.

 - Será que Layla... – Mas ela não conseguiu saber o que Jude falou de sua mãe, pois caiu em um sono profundo, sendo tomada por um cansaço súbito, e por sua dor de cabeça.

 Automaticamente, uma imagem se projetou em sua cabeça, ela sabia que era um sonho. Mas as pessoas quando desmaiam são capazes de sonhar?

 — Lucy!— Ela ouvira uma voz. Era a voz de um garoto, e era bem familiar. Ela só não sabia de quem era. – Lucy!

 O jeito que ele pronunciava seu nome era estranho, como se ele colocasse um som de x no lugar do c.

 — Não consigo te ver, Lucy!— A voz do garotinho parecia mais próxima. E foi aí que ela percebeu, estava em um campo de margaridas, e estava anoitecendo, dando á suas pétalas brancas um tom de laranja bem claro.

 Um tiro de canhão foi ouvido, e o menino parou de falar. Parecia estar atrás dela. Ela se virou, e viu o campo de margaridas desaparecendo, dando lugar a um solo arenoso e sem vida. O som de espadas ao longe dava a sensação de que uma guerra estava perto dela, mas ela não sabia onde isso estava acontecendo.

 Uma sensação de angústia a tomou quando viu alguns soldados reais correndo em direção á floresta. Ela correu atrás deles, e eles pareciam não notar que ela estava ali. Enquanto corria, ela voltou a ouvir a voz do menino. Era como se ele estivesse do seu lado, mas ela olhava para todas as direções e não via ninguém a não ser alguns animais assustados correndo na direção oposta.

 Depois de um tempo correndo, Lucy se deparou com uma clareira, onde uma verdadeira batalha acontecia. Havia sangue manchando a grama verde, que tomara lugar do campo arenoso.

 — O que está acontecendo?— Ela perguntou para si mesma, mas sua voz não saía.

 - Lucy! — Era a voz do garotinho. Estava atrás dela. Ela se virou rapidamente, mas não viu nada. O céu estava vermelho, igual ao sangue que agora molhava seu vestido branco. Ela olhou para o chão, onde vários cadáveres se encontravam deitados, mas uma coisa a atraiu. Um cachecol branco.

 O chão estava empoçado de sangue, mas o cachecol não parecia se sujar de forma alguma. Ela involuntariamente pegou o pedaço de tecido e o apertou contra si.

 O choque apertou sua cabeça e ela foi parar em outro lugar.

 Era um cômodo escuro, iluminado pela pouca luz da lareira, e tinha uma poltrona de frente para ela. Lucy percebeu que tinha alguém sentado ali, mas ela não conseguiu ver quem era. O corpo dele parecia uma sombra, e sua cabeça estava abaixada.

 Em um movimento rápido, ele encarou Lucy, e nesse momento ela desejou estar invisível nessa parte do sonho também. Os olhos dele eram de um dourado, e brilhava como águas cristalinas, e todo o restante de seu corpo era escondido por uma sombra, mas de alguma forma ela sabia que ele estava sorrindo para ela.

 - Eu te esperava há muito tempo.— A voz do homem era suave e calma, como se estivesse sem pressa alguma de chegar a nenhum lugar. – Agora sim as coisas vão ficar muito mais interessantes, não é mesmo... Lucy?

 O choque percorreu por sua cabeça novamente, e ela acordou com um grito preso na garganta.

 Ela estava em sua cama, sozinha em seu quarto. Assim que se levantou, percebeu que estava suando frio, e que seus olhos estavam um pouco molhados. Ainda estava com seu mesmo vestido lilás de antes, mas seus cabelos estavam soltos e úmidos, devido ao suor.

 Levantou-se devagar se sua cama. Seu pai não estava com ela quando ela desmaiou? E a carta?

Ela olhou para o lado, e a carta jazia em uma mesa perto de sua cama, estava intocada. A pegou e escondeu no meio dos tecidos de seu vestido.

 Saiu de seu quarto, e viu que o corredor estava escuro, assim como todos os quartos.

 Caminhando devagar, Lucy desceu as escadas, e se deparou com um breu, que deveria ser sua sala. Como ainda não sabia direito onde ficava cada móvel, ela trombou em algumas caixas de madeira, o que a fez gemer de dor. Por algum motivo, ela achava melhor não sair acendendo todas as velas da casa.

 Ela queria contar de seu sonho para seu pai. Ele adorava saber o que ela sonhava. Mas ela sentia que ele não estava tão perto quanto imaginava...

 Indo para o hall de entrada, ela viu que a porta estava aberta, dando visão para o jardim. E foi aí que ela percebeu que deveria passar das dez da noite. O hall era totalmente iluminado pela luz da lua, mas mesmo assim era bem difícil de ver certas coisas.

 Sentindo um frio na nuca, ela se virou rapidamente e viu que uma sombra estava atrás dela. Gritando, ela tentou sair de casa, mas a sombra agarrara seus pulsos e a puxava para dentro.

 - Me solte! – Ela gritava de pavor. Não conseguia ver quem era, mas tinha certeza de que não queria ficar ali para saber. – Socorro! – Ela disse ao mesmo tempo que duas mãos fortes agarraram seu pescoço, e ela se engasgou. – Socorro... – Ela gemeu. Será que ninguém iria ouvi-la?

 Estava quase perdendo o ar que restava, quando ela ouviu alguém correndo pela sala.

 - Soc... – Ela não conseguiu terminar. Mas não era necessário. A pessoa apunhalou o homem que a segurava, que caiu na hora.

 Lucy caiu junto. Com a escuridão, ela não sabia quem estava ali, aliás, ela não sabia de mais nada.

 - Senhorita Lucy? – Ela ouvira a voz de Capricorn.

 - Capricorn! – Lucy disse quase chorando. – Onde está meu pai? O que está acontecendo?! – Ela entrou em pânico enquanto o empregado mais leal dos Heartfilia e pegava delicadamente pela mão e a guiava para algum lugar.

 - Fomos invadidos enquanto a Srta. Estava desacordada. Seu pai está na carruagem. Vamos logo! – Ele falou apressando o passo.

 - Vamos para onde?! – Ela perguntou afinando a voz.

 - Para o castelo.

 Sem entender uma única coisa, Lucy estava dolorida e cansada demais para perguntar qualquer coisa mais. Assim que chegaram na carruagem, seu pai e uma mulher encapuzada estavam a esperando.

 - Vamos, Lucy! – Jude a puxou para dentro da carruagem, e ao mesmo tempo Capricorn entrou e o cocheiro acelerou os cavalos.

 Lucy automaticamente abraçou o pai, mas não chorou. Era muita coisa para se pensar e ela estava confusa demais para deixar as lágrimas caírem. Aquele sonho... Será que ele tinha alguma coisa a ver com tudo o que estava acontecendo com ela e com seu pai? E o que exatamente estava acontecendo?

 Ela percebia pela janela o movimento da carruagem, o cocheiro não parava por nada, e de vez em quando passava as rodas em um buraco, a fazendo pular do assento.

 Ainda abraçada com seu pai, ela olhou para a mulher em sua frente, onde não se conseguia enxergar nenhum pouco do rosto dela devido ao capuz cobrindo sua cabeça, exceto seus longos cabelos azuis, que desciam em uma longa cascata pelo seu busto.

 - Pai... Para onde estamos indo? – Lucy perguntou olhando o semblante do pai, que parecia cansado. Havia olheiras onde antes sua pele era impecável, e ele estava com os olhos inchados, parecia que tinha chorado. – O que está acontecendo? – Ela perguntou abraçando o pai novamente, encostando sua cabeça em seu peito, e pôde ouvir os batimentos de seu coração. Estava acelerado, assim como o dela.

 Lucy jurava que se tivesse comido alguma coisa, ela já teria colocado tudo pra fora. Sua cabeça rodava em meio aos montes de perguntas e a adrenalina que estava tomando conta de seu corpo.

 - Lucy... Eu te amo... – Ele acariciou a cabeça da filha. – Chegou a hora... Você vai entender tudo o qu... – O pai parou de falar quando empurrou Lucy bem a tempo de uma flecha não acertar seu rosto. Ela só viu a ponta de aço atravessar a parte direita do peito de Jude Heartfilia.

 - Pai! – Ela gritou enquanto Capricorn a puxava para baixo, para se deitar no chão da carruagem. – Pai! – Seus gritos eram engasgados pelo choro.

 - Lucy... – O pai olhou para a garota, ele estava sorrindo para ela. – Vai... Ficar... Tudo... Bem. – Ele se encostou no, já ensanguentado, encosto e começou a suspirar pesadamente.

 - Para onde estamos indo?! Quem atirou no meu pai?! – Lucy perguntou tentando se levantar, mas Capricorn não deixou.

 - Lucy, se acalme! – Capricorn disse em vão. – Já estamos chegando ao castelo.

 - O que o castelo tem a ver com isso?! – Ela perguntou brava. – Nos leve pro hospital!

 - Quieta, menina. – A mulher falou pela primeira vez. Ela tinha a voz firme, e nem sequer olhou para Lucy. – O palácio real tem a melhor curandeira de Fiore. Se chegarmos a tempo seu pai vai ficar bem.

 Lucy a encarou por alguns minutos, e depois se deixou vencer pelo cansaço. Continuou agachada no chão da carruagem, mas dessa vez pegara na mão de seu pai, enquanto via seu peito subir e descer pesadamente. Capricorn retirou com cuidado a flecha em seu peito, que fez Lucy ver o buraco que abrira em seu corpo e quanto sangue saía dali.

 Depois de poucos minutos, ela avistou o palácio. Mesmo com os cavalos correndo, ela conseguia ver a imensa construção a sua frente, iluminado por velas decoradas.

 O cocheiro parou os cavalos na frente de um portão simples de madeira, um pouco afastado da entrada principal, e depois conseguiu ouvir os trotes dos cavalos passando por uma rua de pedras, e entrando em um galpão.

 Assim que o cocheiro saiu, Capricorn se levantou e carregou Jude para fora da carruagem, Lucy saiu logo atrás, e a mulher desconhecida que os acompanhavam saiu uns segundos depois, e parecia não ter um pingo de pressa, o que irritava Lucy.

 Seu vestido não estava sujo de sangue, mas ela conseguiu ver no reflexo de um sujo espelho em um dos cantos daquele lugar o quanto seus cabelos estavam emaranhados, e ela tinha marcas vermelhas em torno do pescoço e nos braços. Mas ela não tinha tempo para esconder tudo isso, afinal de contas, ela mal saiu da carruagem e foi correndo para a primeira porta que vira.

 O lugar onde a carruagem parara parecia ser uma espécie de estábulo, pois tinha feno e celas espalhadas para todo lugar, e assim que viu a entrada para um grande corredor iluminado por velas, ela saiu correndo para o final dele.

 - Lucy! – Capricorn gritou, e ela percebeu que ele vinha atrás dela. Mas ela não pararia, não agora. Seu coração estava a mil, e ela não sabia como ainda tinha forças para subir a grande escadaria de pedra que encontrara no final do corredor.

 A parte de cima parecia totalmente diferente do andar de baixo. O piso era de mármore, e muito bem polido, e os corredores eram mais largos e melhor iluminados. Suas sandálias faziam um estrondoso barulho quando batiam no chão, mas era isso que ela queria, atrair pessoas.

 Ela viu uma porta aberta no final do salão, e caminhou apressadamente até lá, mas antes que ela chegasse, algumas pessoas saíram dali.

 - Ei... – Ela gemeu, esperando atrair a atenção das pessoas. – Por favor...

 Todos se viraram.

 - Quem é você? – Uma moça ruiva perguntou, sacando uma adaga de sabe-se lá aonde e apontando para ela.

 - Meu pai... –Ela disse suspirando pesadamente, e percebeu que estava muito cansada. – O ajude.

 - Mas quem é você? – Um garoto moreno perguntou caminhando até ela. E nisso mais algumas pessoas saíram da sala, entre eles um homem alto de cabelos negros, que tinha uma cicatriz no rosto, uma mulher de cabelos curtos e pretos, e... O rei. Ela sabia que era ele devido a sua brilhante coroa na cabeça.

 Os três pararam e a encararam. Nisso Capricorn chegou e se pôs ao lado da moça, evitando que qualquer guarda aparecesse. Ela já havia causado confusão demais.

 - Majestade. – Capricorn disse com certo desespero na voz, ele sabia que se Igneel quisesse, ele poderia estalar os dedos e os dois iriam ser decapitados na hora.

 - Você... – O homem de cabelos vermelhos apontou para Lucy, com certa surpresa, mas Lucy não tinha tempo para formalidades. – Você se parece com...

 - Meu pai está morrendo ali embaixo! – Ela disse quase gritando, interrompendo o rei, mas não de raiva, e sim de puro pavor. – Por favor, me ajude! O ajude! – Ela disse perdendo as forças. Igneel olhou para Capricorn e reconheceu o homem.

 - Essa menina é... – Ela não conseguiu ouvir o resto, pois caíra nos braços de Capricorn, totalmente exausta. Ela ainda estava acordada, mas não ouvia mais nada. Era muita coisa acontecendo, e ela simplesmente não aguentou tudo.

 Capricorn a pegou no colo enquanto ela tentava se manter sã. Tudo rodava em sua cabeça. Todos ali olhavam assustados para ela, enquanto o rei ouvia Capricorn, mas ela não ouvia nada do que eles falavam. Ela ouviu apenas a voz de Igneel gritando com um dos guardas.

 - Guarda! A leve para um quarto de hóspedes, o melhor que tiver! E chame Grandine! – Ele gritou. Capricorn entregou Lucy para um guarda e ele a levou para o final do corredor de onde estavam. Nisso outros dois abriram a porta de um dos quartos.

 Enquanto ela entrava no quarto, a última coisa que viu naquele corredor foi um rapaz de cabelos rosas saindo da sala, sem entender muita coisa.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!! Será que Natsu viu Lucy? Eis a questão! Bem, deixe seus comentários, estou curiosa para saber o que acharam desse capitulo! Beijos, e até o próximo!



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