Kings And Queens escrita por Nina Black


Capítulo 42
Chapter 40 - O Destino Que Não Pode Ser Evitado


Notas iniciais do capítulo

Olá!!! Pessoal, desculpe a demora!!!
Em compensação, postarei o outro bem mais rápido que esse haha
Boa leitura!!
PS: Responderei os comentários dos capitulos anteriores aos poucos, mas juro que responderei todos! Adoro falar com vocês!!!
PS: O que me deu mais motivação ainda para terminar esse capítulo foi quando eu vi que essa fanfic estava em um post da página do Facebook Nalu Brasil (aliás, que e muito amorzinho), não comentei nem nada, mas fiquei rindo á toa ao ver o quão bem vocês falam dela, e depois ainda vi mais comentários e lá estava Kings And Queens novamente!!! Tudo o que tenho que fazer é agradecer á vocês ( e tentar postar com mais frequencia, mas ainda estou trabalhando duro nessa parte). Muito obrigada.



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 Natsu não se lembra de ter ficado tanto tempo em cima de um cavalo quanto naquele dia. Estava literalmente o dia todo em cavalgando em seu corcel juntamente com seu pai e o resto da tropa.

 De início estava ansioso com que iria encarar, mas naquele momento, pensou que chegar até a Floresta Leste poderia trazer um alívio para si que ele nunca imaginou que iria. Seu corpo estava dolorido, e já estava começando a ficar com pena do animal embaixo de si. Não que o príncipe seja tão pesado assim, mas estava com dó do coitado ficar correndo durante um dia todo debaixo do Sol quente. Por sorte, os cavalos reais eram os mais fortes que havia em toda Fiore.

 Olhava em volta. Estavam em uma estrada larga de terra, e ao redor havia poucas árvores e muito mato rasteiro seco. Via uma cobra de vez em quando, mas achava que por conta do calor, até esses animais estavam cansados.

 O jovem já tinha tirado seu casaco há muito tempo, e sua camisa estava toda molhada de suor e tinha se queimado um pouco por conta do Sol forte. Ao seu lado, Gray Fullbuster estava quase na mesma situação. Sua testa estava escorrendo suor e suas costas estavam encharcadas.

 - Parece que esse lugar nunca chega... – O moreno resmungou já cansado. – Não paramos nem para comer. Estou faminto.

 - Pois é... – Natsu disse em um suspiro.

 Olhou para frente. Erza estava entre os Lordes Skiadrum e Weisslogia. Os três também não pareciam muito melhores do que o príncipe. Aliás, ninguém ali parecia. Ur já tinha tirado seu casaco, mostrando um vestido com certo decote, mas ninguém ali se atrevia a dizer alguma coisa para ela. Não era pelo fato que Silver Fullbuster estava ao seu lado, mas sim porque Ur tinha não uma, mas duas espadas embainhadas m sua cintura, e não tinha medo de usa-las.

 Igneel estava mais a frente. Estava com o semblante sério, porém mais cansado do que o normal. Á tirara sua coroa, já que estava atrapalhando um pouco.

 Lyon estava atrás de Gray, mais quieto que o normal, e mais sério também. Ele não falara nada desde que partiram. Apenas se despediu de seu pai e trocou pequenas palavras com Silver Fullbuster. Natsu sabia de como a relação dele com Gray mudara depois que o moreno se casara com Juvia, mas não pensara que ele estaria tão bravo assim.

 Nunca desejou tanto sua cama aconchegante que estava de manhã naquele momento. Queria a água gelada que tinha em abundância no castelo, e frutas frescas, muitas frutas. Sua boca salivou ao pensar no banquete que seria servido á ele naquela hora.

 Olhou para o céu. Havia poucas nuvens no horizonte, porém o Sol estalava no chão, o deixando extremamente quente.

 Grandine estava um pouco mais atrás. A mulher cobria seu rosto e seus cabelos com um pano branco, a fim de evitar o Sol. Sem muito sucesso, mas pelo menos não estava tão queimada quanto o restante do pessoal. Natsu agradeceu a genética dos Dragneel. Ele não ficaria vermelho ao se expor tanto assim no Sol, mas sim ganharia um bronzeado que cairia muito bem nele.

 Conforme o dia fora correndo, o tempo ficava mais fresco, com direito até a uma brisa gostosa para eles.

 O ambiente também mudara um pouco. As plantas de onde estavam eram mais verdes, e havia mais árvores que o normal, e pássaros de diferentes espécies rodopiavam e cantavam no céu acima deles. O príncipe sentiu que já estavam chegando, pois começara a ver um novo cenário, no qual não estava acostumado.

 A vegetação e o clima nos arredores de Magnolia eram diferentes de onde estavam. O clima de lá era fresco e um pouco frio, com plantas e árvores bem verdes e se via muitas flores independente da estação do ano que se encontrava. Naquele lugar que estavam era um pouco diferente. A vegetação começara a ficar um pouco mais densa, as árvores eram altas e de variados tons de verde, o jovem ouvia sons de animais que ele nunca ouvira antes, e, apesar de uma brisa fresca percorrer seus corpos conforme corriam com os cavalos, nunca paravam de suar.

 Depois de algumas horas desde que houve essa mudança de ambiente, Igneel parou e ordenou que os guardas montassem um acampamento em uma clareira que encontraram, um pouco mais distante da estrada.

 - Iremos passar a noite aqui. A Floresta Leste fica há uma hora de onde estamos. Ficaremos um pouco distantes por segurança, assim ninguém virá nos incomodar. – O rei disse em alto e bom som para todos ouvirem. Os guardas obedeceram prontamente e começaram a retirar tudo o que precisavam para construir as cabanas de uma pequena carruagem que trouxeram consigo, enquanto Ur e Silver foram avaliar o local. Grandine fora colher plantas medicinais para recompor seu arsenal médico, e Lyon a acompanhou.

 Natsu descera de seu cavalo com certa dificuldade por conta de um leve incômodo entre as pernas, por conta das horas a fio em cima de sua montaria. Retirou a cela do corcel e deixou que ele descansasse e pastasse um pouco. Assim os outros fizeram com o restante dos animais.

 Andou até Gray, que estava sentado á sombra de uma árvore juntamente com Erza. A garota já havia tirado toda a sua armadura e estava apenas com um leve vestido preto, e havia prendido seus cabelos em um coque desarrumado, a fim de se aliviar do calor. O moreno já tinha tirado sua camisa, revelando seu machucado, que era visível que estava muito bem tratado e se recuperando rapidamente.

 Natsu fez o mesmo, tirou sua camisa e a jogou em um canto, sentindo apenas o frio do medalhão da casa Dragneel bater contra seu peito.

 - Como eu queria um pouco de água gelada agora... – O Fullbuster reclamou.

 - Eu também... – Natsu disse se sentando do lado de Erza. Os três ficaram ali, sentados, por um bom tempo. Estavam cansados demais para falar alguma coisa.

 Depois de um tempo, Silver e Ur voltaram com sorrisos em seus rostos.

 - Crianças, não vão acreditar no que encontramos. – Ur disse animada. – Há um lago aqui perto, podemos ir tomar banho ali e nos refrescar.

 Sem nem ao menos terminar de falar, a mulher foi interrompida com os três se levantando de supetão e saindo correndo por onde os dois voltaram.

 Natsu fora na frente, sendo acompanhado por Gray em seguida, e depois Erza.

 Encontraram a fonte de água que a Milkovich havia mencionado, e seus olhos brilharam. Os três apenas tiraram seus sapatos e mergulharam de roupa e tudo. O lago não era muito fundo, sendo que mais peto da margem, a água ficava na cintura, e conforme caminhando para o meio, ia ficando mais fundo até os pés não alcançarem mais o chão.

 - Isso é muito bom... – Erza disse aliviada, assim que emergiu da água, tirando seus cabelos vermelhos do rosto.

 Gray ficara boiando na água, olhando para as árvores, que forneciam uma boa sombra por toda a extensão do lago. Natsu decidiu que iria nadar de uma ponta a outra, a fim de refrescar mais.

 Um tempo depois, ouviram alguns barulhos, e Silver e Ur se aproximavam, a mulher com um vestido igual o de Erza, e Silver apenas com sua calça, por conta do calor ele também tirara seu casaco e sua camisa.

 Silver era muito mais forte e mais alto que Natsu ou Gray. Seu corpo musculoso era bronzeado e com cicatrizes em suas costas, que ele as apelidara carinhosamente de “marcas de guerra”. Os dois entraram na água. Ur começou a conversar animadamente com Erza, e Silver ficou um tempo mergulhado, tentando se livrar do calor absurdo.

 - Ei, Lady Ur. – Natsu chamou a mulher, que se virou para ele. – Onde meu pai está?

 - Acabamos de terminar de arrumar tudo e montar a segurança do local. Ele disse que estava cansado e foi dormir um pouco até a hora do jantar. – A mulher disse sorrindo para o rapaz, que concordou em silêncio. – Skiadrum e Weisslogia estão terminando de arrumar suas coisas e escrevendo cartas para os filhos, e Grandine e Lyon ainda não voltaram.

 No fundo, Natsu queria que Igneel também estivesse ali com eles, rindo e se divertindo. Isso nunca aconteceu realmente, mas sempre pensou que seria legal se Igneel ficasse mais com ele. Principalmente naquele momento, que ninguém ali tinha certeza se voltariam vivos ou não.

 Ficou mais alguns minutos ali, se refrescando, até o céu começar a ganhar tonalidades alaranjadas, indicando que o pôr do Sol começara. Quando isso aconteceu, saiu do lago e foi direto para o acampamento, sem muitas palavras com os que ainda estavam ali.

 Cumprimentou alguns guardas no caminho, e logo achou sua tenda, a que dividiria com Gray. Entrou e mudou sua roupa. Por conta do calor, seu corpo se secou rápido. Colocou uma camisa vinho e calças pretas largas e confortáveis, acompanhado da bota que estava usando mais cedo. Quando saiu, viu que todos que estavam no lago estavam voltando também. Sentiu um cheiro de carne sendo assada e seu estômago roncou. Não comia desde bem cedo, quando tomou seu café no palácio.

 Sentou-se em volta de uma das fogueiras que foram acendidas, e ficou encarando as chamas estalarem no ar conforme foram subindo. Uma sensação ruim percorreu seu corpo. Estava ali. Estava perto de descobrir o que realmente estava acontecendo. Iria saber quem matou todos aqueles nobres e porquê.

 Por algum motivo, não estava ansioso, nem animado para isso. Sempre gostava de uma boa luta, mas aquela seria diferente. Ele não sabia a razão, mas sentia que aquilo não estava normal. Que alguma coisa não estava certa.

 Decidiu ficar calado, talvez fosse apenas coisa da sua cabeça, não iria amolar ninguém com seus problemas. Pouco tempo depois, Skiadrum e Weisslogia apareceram ali também, já com outras roupas mais frescas. O rapaz de cabelos rosas ouviu um barulho atrás de si e viu que era seu pai saindo de sua tenda, que dividia com Silver.

 - Ah, olá, filho. – O homem disse ao perceber que Natsu o encarava.

 - Não te vi hoje no lago, pai. – Natsu comentou vendo Igneel se sentar do seu lado.

 - Estava cansado demais. Já não sou mais um jovem... – Ele comentou sorrindo para o filho, e Natsu limitou-se a sorrir minimamente. – Aconteceu alguma coisa?

 Natsu não iria falar o que estava sentindo para seu pai. Ele já tinha problemas demais.

 - Nada. Apenas estou nervoso com tudo o que está acontecendo. Essa missão está me deixando ansioso. – O rosado contornou a situação. Igneel acariciou seus cabelos rosas.

 - O que você me disse quando ainda estávamos no castelo? – Igneel perguntou, e Natsu não entendeu onde ele queria chegar. – Desde que estejamos todos juntos, estaremos seguros.

 O jovem sorriso. Seu coração se acalmou um pouco.

 - Sim, pai.

 Logo depois, todos já estavam sentados em volta da fogueira, com tigelas de comida a sua frente. Se deliciaram o máximo que conseguiram de um porco selvagem assado e vegetais cozidos. Para quem não tinha comido nada desde manhã, todos ali adoraram.

 Depois que todos já estavam estufados de comida, ficaram conversando um pouco para distrair, com Weisslogia contando histórias de Skiadrum, Igneel e Metallicana quando eram jovens, fazendo todos rirem de como eram adolescentes “imprudentes” e rebeldes. Natsu nunca imaginou que pudesse ser tão parecido com seu pai nesse ponto. Quem olha Igneel agora, nunca pensaria que ele já foi um jovem príncipe adorado por todos e que adorava fazer coisas estúpidas com seus amigos.

 - Bom... Acho que já tivemos uma longa noite. – Ur disse com carinho para todos. Esse era um dos raros momentos que ela mostrava esse seu lado afetivo. – Vamos dormir. Amanhã... Bem... Amanhã é outro dia. – Ela disse se levantando enquanto se apoiava no ombro de Silver, que estava ao seu lado.

 Rapidamente todos foram para suas respectivas tendas, e algumas luzes foram apagadas. O silêncio agora pairava naquela clareira.

 Natsu não conseguia dormir. Toda vez que fechava seus olhos, se lembrava de todos que estavam no castelo esperando por ele. Se lembrava de Elfman, Laxus, Mirajane, Lisanna, Levy... E Lucy. E era principalmente essa garota que não estava o deixando dormir. Toda vez que fechava seus olhos, se lembrava da promessa que fizera a ela, e se perguntava como ela estaria naquele momento. Se estava dormindo, ou lendo mais um daqueles livros de romance que tanto gostava, ou ainda estaria treinando com Mirajane, como fazia alguns dias. Mesmo quando não queria, Lucy vinha á tona em sua mente, o preocupando. Depois daquele ataque, não queria deixa-la sozinha. Mas era melhor do que traze-la com ele para esse lugar tão distante de Magnolia.

 Suspirou pesadamente e se remexeu na grossa manta que estava deitado em cima, como uma cama improvisada.

 - Se vai ficar acordado a noite toda, pelo menos converse comigo. – Ele ouviu a voz resmungona de Gray ao seu lado.

 - Não sabia que estava acordado. – Natsu disse se virando para o rapaz. Ele estava deitado de barriga para cima, encarando o teto, enquanto girava sua aliança em seu dedo. – O que não está te fazendo dormir?

 Gray suspirou.

 - Muitas coisas. – Ele apenas disse isso. – E você?

 - Muitas coisas também. – Natsu o provocou. Gray não gostava de se abrir pra ninguém, mas anos de convivência com o moreno fez Natsu perceber como fazê-lo descarregar seus problemas. – Não que você esteja interessado em saber... Também não estou curioso para saber de você também. – E virou de costas para Gray.

 Depois de alguns segundos, ouviu a voz do moreno, e sabia que seu plano tinha dado certo.

 - Estou preocupado.

 Natsu se virou novamente para ele. Agora, dava para ver pela pouca luz de uma pequena vela acesa entra as mantas dos dois, que Gray tinha retirado a aliança de seu dedo e a analisava atentamente, mas parecia que seu olhar estava distante.

 - Com Juvia? – O rosado arriscou.

 - Com tudo. Agora tenho um casamento para me preocupar. Tenho ela para me preocupar. Ah, e também tenho o Litoral inteiro para me preocupar também. – Ele falou.

 Natsu entendeu um pouco a situação do amigo. Ele não poderia ser um Lorde ainda, mas já tinha que se acostumar com o poder que ganhara.

 - Ei... Eu não sei sobre as outras coisas, mas não se preocupe com Juvia. Algo me diz que ela sabe se virar sozinha melhor do que pensamos.

 Gray encarou o amigo.

 - Eu sei. É só que mesmo assim... Não sei se eu deveria me arriscar tanto nessa missão... Ela mesmo me disse que seria muito para ela aguentar sozinha.

 - Está achando que vai morrer, Gray? – Natsu caçoou do amigo. – Quem é você e o que fez com o cabeça-dura do meu melhor amigo?

 O rosado conseguiu o que queria, arrancar uma risada do moreno.

 - Vamos dar um jeito de dormir, cabeça de fogo. Sonhe com a Lucy e tente não falar a noite. – Gray disse colocando a aliança novamente no dedo e virando para o lado.

 - Claro, boa noite, Lorde Fullbuster.

 Natsu deu uma risada rouca e se virou para o outro lado. Minutos depois, adormeceu.

~~~~~~~~~~

 O príncipe acordara com o barulho dos pássaros silvestres. E não, não era apenas um belo cantar de canários, mas sim barulhos ensurdecedores de pássaros grandes como galinhas, que voavam em torno da clareira, como um despertador irritante.

 - Como eu queria ter um arco e uma flecha agora... – Ele acordou resmungando. Se levantou ainda meio tonto pelo sono e saiu de sua tenda. Colocou a mesma camisa que estava no dia anterior e seguiu para o lago ali por perto. Como o dia estava amanhecendo, não estava com tanto calor quanto ontem, e a água do local estava gelada.

 Lavou seu rosto e molhou um pouco seus cabelos, tentando se livrar do sono. Se arrepiou ao sentir o frio súbito em seu rosto. Em seguida, quando estava sentado na margem do lago, ouviu um barulho a seu lado. Olhou rapidamente e vira Lyon. Ele parecia que também tinha acabado de acordar.

 - Calma, Alteza. – Ele disse se sentando do lado do jovem. – Apenas vim lavar meu rosto.

 E acabando de dizer isso, jogou água gelada em seu rosto. Ao contrário de Natsu, não parecia se incomodar com o incômodo que a agua gelada causava no rosto logo de manhã cedo.

 - Vi que não estava conversando muito com Gray. Pensei que já tinha se acostumado com o fato que ele se casou com Juvia. – Natsu começou uma conversa. Lyon não expressara nenhuma emoção quanto ao comentário.

 - Eu já me conformei, mas não quer dizer que eu aceite completamente isso. Gray não irá conseguir fazer Juvia feliz com o gênio difícil dele. Mas estou aqui por causa de Juvia.

 - Como assim? – O jovem príncipe perguntou curioso.

 - Eu vi o jeito que ela olha pra ele. E acho que Juvia tem sentimentos por Gray. Não quero vê-la triste, então não vou deixar que aquele desgraçado metido a besta se machuque ou morra. – Ele comentou suspirando.

 Natsu sorriu. Ele viu na feição de Lyon que, mesmo ele falando daquela forma, ainda se importava com Gray. Achou a relação deles engraçada. Gray não sabia disso, e Lyon não fazia questão que ele soubesse. Mas Natsu sabia que um iria proteger o outro, assim como ele protegeria Gray ou Erza, se fosse necessário.

 Ficou mais aliviado. Gray ainda estava um pouco limitado devido ao seu machucado, então era bom saber que Lyon iria olhá-lo.

 - Certo... – Natsu comentou se levantando. – Vamos esperar todos acordarem, assim retomaremos a posição de cada um e iniciaremos a missão, finalmente.

 E dizendo isso, se afastou do lago, deixando um Vastia absorto em pensamentos.

 Voltou ao acampamento e viu que Erza e Grandine já estavam acordadas, e a ruiva estava ajudando a senhora a fazer o café da manhã. A ruiva carregava uma cesta cheia de frutas locais, enquanto a velha de cabelos rosas fazia algum tipo de chá.

 E esse foi o café da manhã de todos ali. Frutas frescas e chá. Grandine fez questão que o chá ficasse o mais forte possível. Para deixar todos bem alertas.

 Logo depois, Igneel e Silver convocaram todos para detalhar mais sobre como irá ser a missão ao redor da lareira já apagada.

 - Prestem atenção. – Silver começou. – Iremos emboscá-los em seu próprio local. É muito arriscado, mas é nossa única chance, e temos que ser perfeitos agora. Natsu, Erza e Weisslogia irão com mais guardas em uma primeira emboscada. Eu, Ur e Igneel vamos liderando uma segunda leva de guardas, para pegá-los de surpresa. Skiadrum, Gray e Lyon vão ficar ao redor do local, impedindo que qualquer um entre ou saia daquele local. Entendidos?

 - Sim. – Todos responderam em uníssono, incluindo todos os guardas que estavam ali, prontos para qualquer ordem.

 - Vamos começar nossa missão ao anoitecer. Penso que será mais fácil pegá-los numa emboscada a noite. Agora, iremos avaliar o território. Dispensados. – Igneel disse com sua imponência.

 Todos se dispersaram depois de uma breve reverência á sua Majestade.

 Natsu e Gray se concentraram em treinar, enquanto Erza e Lyon foram com Skiadrum verificar os arredores de onde estavam. Silver e Ur foram treinar também e Igneel estava terminando de resolver assuntos reais antes da batalha começar.

 Todos ali estavam tensos. Querendo que essa missão começasse e acabasse logo.

 Gray queria sua cama confortável de volta. Igneel queria voltar para seu trono. Erza estava com saudades de sua banheira de água quente, e Natsu da comida do castelo.

 Mas agora tinham que se concentrar, precisavam ser precisos e rápidos. Nada podia escapar de seus olhos.

 E assim, quase que rapidamente, o Sol começou a se pôr.

 Todos rapidamente se banharam no lago e vestiram as roupas mais resistentes que tinham, que consistiam basicamente em casaco de couro e armaduras muito bem construídas.

 Natsu estava concentrado. Segurava firmemente sua espada de aço vermelho com as duas mãos. Estava na hora.

 Saiu da sua tenda, e já encontrou todos prontos, inclusive os cavalos que iriam andar.

 - Todos prontos? – Igneel perguntou já montando em seu cavalo branco, com sua armadura vermelha. Ouve um grito geral dos soldados, que concordaram animadamente. – Quero que deem suas vidas para o reino. Esse é um pedido meu de rei, mas, como homem, quero que lutem com todo o amor e raiva que tem dentro de seus corações. – Ele dizia caminhando entre todos, enquanto montavam nos cavalos e o seguiam. – O inimigo é perigoso, e apenas sabemos disso. Também sabemos que, com nossa vontade, somos invencíveis! – Houve uma outra horda de gritos. – Vamos trazer orgulho para nosso reino! – E nisso colocou seu cavalo para correr.

 Natsu pôs-se a correr ao lado de rei, e atrás vinha Silver com Gray e Erza, e o restante atrás, junto com os guardas.

 Com os cavalos correndo rapidamente, pareceu que chegaram mais rápido á área demarcada por Igneel. Em pouquíssimo tempo estavam de frente para a tão esperada e famosa Floresta Leste.

 Natsu já se pegou imaginando como seria ela, mas nem em seus próprios pensamentos pensara que fosse tão grande assim. O lugar era extremamente extenso. As árvores eram perto uma das outras, dificultando um pouco a locomoção, e o caule das plantas subiam até mais ou menos uns dez metros de altura, o rosado supôs.

 - Nunca vi nenhuma floresta assim perto de Magnolia... – Erza comentou com o mesmo olhar preocupado do príncipe.

 - Eu também não. – Lyon disse mais ao fundo.

 - Não vamos deixar isso nos abalar. É um território desconhecido, mas já tínhamos a ideia de que seria assim. Vamos nos organizar, já está ficando de noite. – Natsu falou decidido. E assim foi feito.

 O jovem, Erza e Weisslogia, mais alguns guardas ficaram mais á frente, na porta da Floresta, se preparando. Igneel, Silver e Ur ficaram com o restante dos guardas, e Lyon, Skiadrum e Gray partiram para as laterais do local com mais uns dez soldados. Todos estavam em suas posições.

 - Natsu. Lembre-se. Não chame atenção se não precisar. Vamos ser práticos. – Igneel disse para seu filho, que concordou prontamente.

 - Não preocupe, pai. Vai dar tudo certo. – Ele disse sorrindo.

 Assim que o Sol sumira por entre as montanhas no horizonte, Igneel deu o sinal, e a equipe onde Natsu estava entrou na floresta, a pé, já que o espaço era muito pequeno para os cavalos andarem. Alguns guardas carregavam pequenas tochas, sendo possível enxergar o que estava em sua frente. Não que tenha feito um trabalho completo, já que Natsu se embaraçou uma ou duas vezes em algumas teias de aranha e tropeçara em cipós caídos e raízes de árvores.

 Achara aquele local muito estranho e difícil de se localizar. Mas pensou que, se fosse um bandido, iria adorar ficar ali. Era praticamente impossível chegar com um exército inteiro pro meio daquela floresta.

 Depois de uns vinte minutos andando, no que parecia ser em círculos, Natsu Ur encontraram uma clareira que não parecia ser comum.

 - Aqui é onde Igneel tinha indicado no mapa para nós, não é? – Weisslogia perguntou, limpando o suor de sua testa, e jogando seus cabelos loiros para trás.

 - Acho que sim... – Erza disse pensativa. – Mas isso daqui, parece que não é uma coisa natural. Parece que as árvores desse local foram destruídas de propósito. Isso significa que estamos chegando perto do alvo, sejam cautelosos.

 Natsu olhou para o céu. As estrelas brilhavam em seus olhos. Pensou em Lucy. No que ela estaria fazendo agora. Queria vê-la.

 - Vamos voltar a andar. – Weisslogia falou, tirando o rosado de seus devaneios. Precisava se concentrar. Atravessaram a clareira rapidamente. – Cuidado.

 Agora, cada passo era extremamente calculado. Natsu andava soturnamente ao lado de Erza, que parecia flutuar por entre a vegetação com seu vestido comprido. Pararam abruptamente depois de uns dez minutos de caminhada, quando ouviram vozes desconhecidas.

 Natsu pediu para que os guardas ficassem um pouco mais distantes, e apenas atacassem quando percebessem que algo ali não estava normal, e também ordenou que liquidasse com cada inimigo que se distanciasse do local de onde estavam. E assim foi feito. Nisso, apenas Erza , Natsu e Weisslogia prosseguiram para o desconhecido.

 Pararam atrás de uma grossa árvore, onde tiveram uma visão completa do que eles estavam lidando.

 Era como um pequeno castelo, e parecia muito velha. Era todo de pedras, e tinha musgo as cobrindo quase que por inteiro. E cipós entravam pelas frestas. Era possível uma melhor visão, pois nas paredes estavam acopladas tochas, que iluminavam o local, mostrando o quão imundo ele era. Havia guardas inimigos rodando o castelo, o protegendo. Eram pessoas vestindo roupas totalmente pretas, da cabeça aos pés, armados com espadas e lanças, e usavam capacetes, com apenas uma abertura nos olhos.

 - Temos que entrar ali dentro, não temos? – Natsu perguntou para Erza, que assentiu.

 - Claro. Ele tem alguma coisa guardada ali. Ou uma pessoa, não sei, apenas sei que é importante o que tem ali dentro. – A mulher falou analisando o lugar minuciosamente. – Senão, por que razão eles colocariam tantos guardas assim?

 - Faz sentido. – Weisslogia disse mais atrás. – Bem, e agora, o que faremos?

 Erza colocou sua mão em um das dobras de sua saia, retirando de lá três facas.

 - Vamos acabar com os soldados deslocados. – Ela sussurrou, já mirando em algum lugar a primeira faca.

 - Deslocados? – Natsu perguntou.

 - Sim. Tipo aquele. – E atirou a arma, ate atingir a cabeça de um dos inimigos, que caiu duro no chão. Ele estava mais afastado dos demais, o que fez com que ninguém percebesse que ele havia acabado de ser assassinado.

 Erza atirou mais uma, que acertou outro de outro ponto, e mais um, que estava perto de uma das torres do lugar.

 - Perfeito. – Ela disse se parabenizando. – Agora vamos. Weisslogia, fique com os do lado esquerdo. Eu fico com os da frente, que estão guardando o portão, e Natsu fica com os da lateral. Tentem encontrar uma entrada e matem o máximo que puderem. Não sabemos quantos são, mas eu duvido que passe de cem homens.

 - Certo. – O homem concordou e, se esgueirando por entre as plantas, eliminou dois soldados de uma vez, com duas adagas que estavam escondidas em suas mangas. Iria fazer um bom trabalho.

 Natsu se pôs a andar para o lado esquerdo fazendo o menos de barulho possível. Optou por andar por entre as sombras, assim, não deixando que ninguém o visse chegando. Seu coração estava acelerado, a adrenalina começando a subir para sua cabeça. Tinha que pensar rápido.

 Se escondeu atrás de uma parede, e viu que tinha outro guarda atrás dela. Com um fino e baixo assobio, chamou a atenção do guarda, que veio caminhando desconfiado, e nem percebeu o que o atingiu quando se virou para ver o que era. Natsu deu um jeito de esconder o corpo em algum lugar e, quando estava o puxando, notou que em seu uniforme tinha um símbolo estranho, nunca vira aquilo na vida. Decidiu rapidamente rasgar a manga do soldado e guarda-la em suas vestes. Iria tentar achar o que era esse símbolo quando voltasse. O guardou em um bolso perto de seu peito.

 Depois disso, em poucos minutos, liquidou todos os soldados que estava na lateral da construção, caminhou para o ponto onde se encontrara pela ultima vez com Erza e viu a ruiva acabar com o ultimo guarda que restava ali, era o único que tinha notado que alguma coisa realmente tinha acontecido. Mas notara tarde demais.

 Rezando para que ninguém tenha visto nada, deu um sinal silencioso, erguendo um braço com a mão fechada no rumo da floresta fechada, onde os outros guardas viram e vieram caminhando cautelosamente onde estavam. Natsu agradeceu mentalmente seu pai por ter lhe ensinado códigos em batalha para quando ele precisasse. Apontou para uma porção do soldados, e depois apontou para o lado Leste do castelo, mandando que cobrissem aquela área. Fez o mesmo para os que tinha sobrado, só que dessa vez para o Oeste. Assim, o castelo estava cercado. Olhou para Erza e Weisslogia, tentando decifrar a reação deles.

 Erza estava séria, porém encarava Natsu profundamente, esperando qualquer ordem. Weisslogia já olhava com uma feição mais preocupada. E o rosado sabia a razão disso. Teriam que esperar seu pai e o restante agora. Seria arriscado demais entrarem no castelo sozinhos.

 E assim fizeram. Se esconderam em um canto, e ficaram esperando Igneel aparecer no meio da mata. Depois de alguns minutos, quando o inimigo já estava quase percebendo a falta do barulho dos soldados do lado de fora, o príncipe notou uma movimentação na floresta, e depois viu Ur sando de lá, acompanhada por Igneel e Silver, e mais guardas. Com os mesmo comandos que Natsu deu anteriormente para os soldados, Igneel os repetiu para metade dos guerreiros que tinha consigo, sendo que se dispersaram em dois grupos e um foi para a direita e o outro, para a esquerda.

 Ainda ficara metade dos guardas com o rei, esperando novas ordens.

 - Pai. – Natsu disse se aproximando de Igneel, que soltou um suspiro aliviado quando viu seu filho intacto, exceto pelas roupas já sujas de suor e terra.

 - Que bom que estão aqui. – Ele disse mais aliviado.

 - Vamos entrar. – Silver disse decidido. Igneel concordou com um aceno de cabeça.

 Logo depois de terminarem de se organizar, Weisslogia, Igneel, Natsu e metade dos guardas que estavam ali entraram pela entrada lateral, enquanto isso Ur, Erza e Silver entraram com o restante dos soldados pela outra entrada lateral.

 Até naquele momento, tudo estava saindo como planejado. Na cabeça de Igneel, era uma etapa concluída de sua missão. Nada poderia falhar. Ao menos era isso que ele pensava.

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 Silver poderia ser alto e forte, mas conseguia se mover por entre as sombras com uma leveza incomum. Ur invejava um pouco isso, já que, mesmo sendo uma Lady, e fora criada como uma, nunca conseguia passar em um lugar despercebida, e isso incluía até nas missões que fazia. Sempre fazia algum barulho, seja esbarrando em alguma coisa, ou tropeçando em algum degrau que, por milagre, não tinha visto.

 E fora justamente isso que aconteceu quando caminhava por entre os corredores do pequeno castelo desconhecido. Não sabia em que havia esbarrado, mas fizera um barulho pequeno, o que despertou a atenção de dois soldados inimigos que estavam cruzando o outro corredor.

 - Quem está aí? – Um deles perguntou com a voz rouca. Ur olhou rapidamente para Igneel e Erza, e os dois entenderam o recado. Iriam ir à frente, dando cobertura a ela. A morena se virou para os guardas e ordenou que eles se dividissem, e cada um seguiu para um corredor, deixando-a sozinha.

 Tirou suas duas espadas da bainha em apenas um movimento, e não se preocupou em fazer nenhum barulho. Os inimigos perceberam que se tratava de uma mulher, e também se armaram.

 O pior erro deles foi pensar que Ur fosse uma simples mulher.

 Outro guarda apareceu atrás dos dois. Ela sorriu de canto.

 - Três contra uma? Isso é desleal... – Ela comentou sarcasticamente. – Mas já que não temos o que fazer... – Ela se preparou para a luta. – Mandem ver.

 E assim os três atacaram de uma vez, porém sucessivamente, já que o corredor onde estavam era estreito demais, não dando nem para Ur ficar com os dois braços abertos do lado do corpo.

 O primeiro atacou, e com apenas um chute rápido, ela o fez cair em cima do outro guarda que estava atrás. O terceiro, conseguiu pular os dois caídos, que estavam se recuperando, e atacou Ur, que bloqueou com as duas espadas rapidamente, não prevendo aquele ataque.

 Com a outra mão livre, o inimigo deu um soco na barriga da mulher, que gemeu de dor e se desequilibrou, caindo três passos atrás de onde estava, e deixou uma espada cair. O soldado então viu que ela estava mais indefesa que antes e desferiu um ataque, que acertaria em cheio sua cabeça se ela não tivesse desviado no último segundo.

 Se levantou rapidamente, e viu que o homem não conseguiu acompanhar seu passo, e ficou meio atordoado. Deu uma coronhada em sua nuca com a base da espada que pegara do chão, e ele caiu desacordado no chão. Ur pegou sua outra espada e se preparou para os outros dois, que já tinham se levantado. A levantou para o pescoço de um, que hesitou de instante, mas depois desviou-se e correu para seu encontro. Com dois movimentos, Ur o eliminou. Primeiro ela boqueou seu ataque, só que dessa vez com uma espada, e com a outro cravou em sua barriga.

 O que ela não percebeu era que o último tinha passado pelo outro lado, a atacando por trás. Apenas percebeu isso quando sentiu seus braços agarrarem seu pescoço, tentando sufocada.

 - Argh! – Ela gemeu de dor ao sentir o peso em sua traqueia, a impedindo de respirar. Em um pensamento rápido, se lembrou de um movimento que Silver a ensinara alguns meses atrás.

 “Você é leve, conseguirá fazê-lo.”— Ouviu a voz do moreno em sua cabeça.

 Se lembrou de como o fazia. Era um lugar apertado onde estava, então era mais chances de dar certo. Apoiou seu pé direito em uma das paredes do corredor e deu um impulso com ele. Forçou seu corpo a ir para cima, e então, com o pé esquerdo, jogou-o para o outro lado, passando por cima do inimigo e parando atrás dele, o fazendo cair, sem entender o que havia acontecido.

 Ur respirou fortemente, e percebendo que nada estava muito prejudicado, pegou sua espada, que havia caído no chão e acertou o homem no peito, antes mesmo de ele se levantar.

 - Já demorei tempo demais aqui. – Ela disse pegando sua outra espada e guardando as duas, enquanto respirava ofegante. Iria voltar para onde Silver e Erza estavam, mas alguma coisa a parou. Havia uma porta ali, e ela era diferente das demais que já havia visto. Todas as outras do castelo eram grandes, de pelo menos duas portas e num tom de marrom claro, mas aquela era toda preta, e ficava trancada por dois grandes cadeados de metal.

 - Se estão trancando isso desta forma, com certeza tem algo precioso ali... – Ela comentou para si mesma. Olhou para os guardas caídos ao seu lado. – Eles estavam protegendo esse corredor, então com certeza sabem como entrar aí. Se não, não estariam aqui.

 Correu até um deles e revirou seus bolsos, não encontrou nada. Procurou no outro corpo, e também não encontrou nada. Foi então procurar no terceiro, no homem que havia dado aquela coronhada.

 Virou seu corpo e começou a vasculhar em suas vestimentas, mas foi parada quando sentiu seus cabelos sendo puxados com tanta força que seu pescoço foi para trás.

 - Você não vai pegar... – O homem sussurrou. Ur olhou em seus olhos. Com a pancada que levou, seu capacete havia saído, revelando seu rosto. Tinha cabelos pretos, não muito atraente, nem nunca tinha visto antes, parecia ter uns quarenta anos.

 - Vai te catar... – Ela resmungou e desferiu um soco no nariz do homem, que caiu de novo desacordado no chão, só que desta vez, com o nariz deslocado. Votou a sua busca e encontrou o que procurava. Havia um chaveiro com o homem, contendo duas chaves pretas, de um aço muito resistente.

 As pegou e tentou destrancar os cadeados. Por sorte, deu certo. Jogou os dois no chão e entrou rapidamente, não queria ser vista. Assim que entrou no local, viu que era uma pequena e mal iluminada sala, com apenas uma vela em cima de uma mesa de madeira no centro dela. Caminhou lentamente até o local e o analisou. Tudo ali parecia empoeirado, menos a cadeira, ou seja, alguém esteve ali e não fazia muito tempo.

 - Quem quer que esteja aqui antes pode voltar a qualquer momento, preciso ser rápida. – Ela sussurrou procurando por alguma pista. Viu que embaixo da mesa tinha uma pequena gaveta, bem no fundo, trancada por um pequeno e frágil cadeado.

 - Ah, me poupe. Não vou atrás de outra chave. – Ela disse retirando uma adaga de sua saia e golpeando o cadeado, que depois de duas pancadas, caiu estilhaçado no chão. – Não sei porque colocaram isso aí... – Ela falou sarcasticamente, retirando a gaveta lá debaixo e colocando na mesa.

 Viu um monte de papéis e envelopes.

 - Parecem correspondências... Mas de quem para quem? – Ela se perguntou olhando os envelopes, que não tinham nada, nem remetente nem destinatário, apenas um símbolo estranho carimbado com uma tinta dourada. Pegou um dos cartões e os abriu, revelando a carta. Depois de alguns segundos processando tudo o que leu, arfou. Olhou assustada.

 - Igneel precisa saber disso!

~~~~~~~~~~

Natsu estava achando tudo aquilo muito estranho. Estava tudo muito quieto. Caminhava ao lado de seu pai rapidamente, eliminando um ou outro soldado que aparecia.

 - Nessa hora todos já devem ter ciência que entramos. Se isso ainda não aconteceu, eles são muito burros. – Weisslogia disse, também percebendo uma coisa diferente.

 - Tenha certeza disso. – Igneel comentou. – Vamos continuar andando, e vermos se encontramos o que viemos procurar. Precisamos achar alguma coisa sobre os nobres. Tenho certeza que tem alguma coisa aqui. Layla não nos traria aqui em vão.

 - Vamos continuar a procurar. Tenho certeza que acharemos alguma coisa. – Natsu disse sorrindo para o homem, que concordou com a cabeça.

 Seria um bom momento entre pai e filho, se não fossem surpreendidos por uma mudança repentina de cenário. Assim que atravessaram uma porta gigante e de ouro, deram de cara com um salão muito grande de madeira, e com tochas presas nas paredes. Os soldados se organizaram atrás de Weisslogia, Natsu e Igneel. Todos ficaram em posição de combate. Todo aquilo estava muito estranho.

 - Igneel. – Weisslogia chamou o rei. – Ali, em cima.

 Todos olharam para frente, e viram uma forma humana, que estava sentada em uma espécie de pedestal. Natsu caminhou um pouco mais a frente, e ficou o que era. Era a forma de um homem alto e magro, que estava sentado relaxadamente em uma espécie de trono dourado. Ele vestia roupas pretas, e tinha um capacete dourado cobrindo seu rosto. Natsu achou a situação cômica. Ele nunca vira nada do tipo.

 - Quem é você? – O rosado perguntou alto o suficiente para ele ouvir.

Com isso, do nada, vários soldados apareceram pelas portas, cercando o grupo de Igneel, que se assustaram.

 - Uma emboscada? – Weisslogia perguntou surpreso.

 - Sou eu que faço as perguntas aqui! – O homem disse com uma voz de trovão. – O que vieram fazer aqui?! E... Majestade... A que devo o prazer de sua graça? – Ele perguntou, visivelmente com escárnio na voz.

 - Você é o chefe daqui? –Igneel perguntou se pondo na frente de Natsu. Qualquer coisa que acontecesse, iria proteger seu filho. – Por que assassina nobres? Eu ordeno que diga!

 - Como meu lorde já disse anteriormente, é ele que faz as perguntas. – Outra voz atingiu as orelhas de todos ali. Desta vez era uma mais jovem, porém masculina. A pessoa apareceu ao lado do homem, ficando de pé ao seu lado. Tinha vestes pretas, assim como todos, porém usava um capacete prateado. Tinha o corpo musculoso e magro, e parecia ser um pouco mais alto que Natsu. – Então se não quiserem cooperar, iremos ter que agir. Ah, e antes que perguntem, sou o conselheiro de meu lorde, não sou qualquer pião de seus joguinhos.

 - Cooperar? – Natsu perguntou com raiva na voz. – Vocês assassinaram famílias. – As faces de Lucy, Juvia e Gajeel apareceram em suas mentes. – Não me digam que nós é que temos que cooperar, seus bastardos inúteis!

 - Tsc. Tsc. – O homem disse cruzando os braços, falando na maior calma e no maior tédio possível. – Você não deveria ter dito isso, seus imbecis.

 - Ataquem! – O homem de capacete dourado gritou para os guardas, que atacaram os soldados reais.

 - Ataquem! – Igneel gritou, já atingindo um dos soldados. Natsu começara a lutar também.

 Nisso, Erza e Silver apareceram, se juntando na luta. Os soldados eram bons lutadores, e eram resistentes. Mas todos ali eram preparados para lutar desde que nasceram. Não se renderiam fácil. Natsu ficara um pouco mais longe de Igneel, e não estava gostando disso, tinha muita gente ali, e tudo estava acontecendo muito rápido.

 Olhou de volta para onde o chefe daquele lugar estava, e nem ele nem seu conselheiro estavam.

 - Eles sumiram! – O rosado gritou para todos ali perto dele.

 - Deixem eles comigo!  - Weisslogia disse já subindo uma escada lateral e correndo em direção á porta que ele julgou que eles teriam escapado.

 - É seguro ele ir sozinho?! – Natsu perguntou preocupado para Silver.

 - Sim. Lorde Weisslogia sabe muito bem se virar sozinho. – O moreno disse eliminando dois soldados de uma vez com apenas um golpe com sua espada. – Nessas horas fico muito feliz por Gray não estar aqui!

 - Ele vai ficar muito bravo por perder toda essa fest... – Natsu iria continuar, se não fosse por um soco de levou de um dos inimigos. Ele apareceu do nada, surpreendendo o rosado. – Filho da puta! – Ele grunhiu de dor ao sentir sua boca sangrando.

 Quando voltou a si, viu que o soldado já não estava mais a sua frente, e sim ao seu lado, caído no chão. Erza se aproximou.

 - Natsu! Fique firme! – Ela disse para o rapaz, bloqueando mais um ataque. O príncipe olhou ao redor. Havia pancadaria para todo lado que olhava, literalmente. Até mesmo alguns quadros, que estavam pendurados no gigante salão, retratavam cenas de guerra e assassinatos. Natsu achou aquilo perturbador. Seria mais ainda se tivesse tempo para realmente analisa-las, e se não tivesse cinco homens querendo arrancar sua cabeça.

Rapidamente liquidou-os, os jogando para todo lado, já sem vida.

 - Idiotas... – Ele resmungou. Olhou para o lado, e no meio da confusão viu seu pai ali, lutando. Era fácil identifica-lo pela coroa. E isso era uma coisa boa e ruim ao mesmo tempo. Todos ali sabiam que ele era o rei. Era como se Igneel fosse o prêmio máximo daquele jogo deles.

 E o rosado viu o que quase ninguém tinha visto. Nem mesmo Igneel.

 Bem acima do rei, perto do pedestal, havia um outro homem, ele parecia diferente dos outros soldados. Estava pendurado, e tinha uma espada em uma das mãos. Estava olhando para a multidão na maior calma possível. Mas olhava exatamente para uma pessoa. Olhava para seu pai.

 Natsu sabia o que ele iria fazer, e ninguém iria ver isso acontecer. Era isso que eles queriam? Queriam causar um furdunço e matar o rei?!

 O príncipe correu em direção ao seu pai, empurrando todos que se puseram em seu caminho. Precisava chegar lá antes. Precisava bloquear o ataque e salvar seu pai. Seu coração começou a apertar, estava com um sentimento horrível. Em todas as missões que já fez, nunca pensou em perder seu pai. E não seria agora que isso iria acontecer.

 Viu o homem tomar impulso, e sua visão começara a ficar turva. Ele começou a se desesperar. Correu o máximo que podia, mas parecia que nunca chegava.

 - Pai! – Ele gritou, e viu Erza e Silver olharem para ele, assustados.

 - Natsu! – Silver gritou, tentando impedir o rapaz. O moreno sabia que ele iria fazer uma burrada, e que ninguém conseguiria impedir. – Natsu! Não! – Ele dizia. Não entendia de o porquê o príncipe estar agindo daquela forma, mas queria que ele parasse. Um arrepio frio percorreu sua espinha.

 Mas já era tarde demais. O homem já havia pulado, e ia à direção de Igneel, que estava distraído eliminando os inimigos que tentavam pegá-lo. Em um pulo, Natsu correu para bloquear o ataque, empurrando seu pai.

 - Pai! – Ele gritou ao se jogar na frente do homem. Estava com sua espada, mas o inimigo fora mais rápido. Ele tentou bloquear, mas não houve o choque entre as espadas.

 Ela atingiu o peito de Natsu em cheio.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Não me matem!
Beijos!!



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