Kings And Queens escrita por Nina Black


Capítulo 29
Chapter 27 - O Filho Perdido De Metallicana


Notas iniciais do capítulo

Olá!!!! Gente, me desculpe pela demora.
Esse mês eu fui viajar, e fui crente de que onde eu fui teria uma internet decente, mas estava completamente enganada. Custava pegar sinal lá. Depois veio o Natal e fiquei toda atarefada.
Enfim, Feliz Natal atrasado, espero que vocês tenham tido um bom dia, e um Feliz Ano Novo!!!
Agora, espero que gostem! Boa leitura!



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 - Ah! Fala sério! – Gray resmungou assim que sua frota, composta pelo príncipe Natsu Dragneel, Erza Scarlet, Lucy Heartfilia e mais alguns guardas, parou de supetão com seus cavalos.

 Havia várias pessoas paradas na estrada, olhando para alguma coisa que possivelmente estava atrapalhando o caminho.

 - O que aconteceu? – Lucy perguntou para Erza, enquanto se cobria mais com seu manto. Em sua viagem que demoraria menos de um dia, todos acabaram tendo o imprevisto de passar por uma estrada movimenta, o que gastou várias horas deles, e agora mais esse imprevisto...

 - Parece que tem uma carruagem derrubada na estrada, bloqueando o caminho. – A ruiva disse séria.

 - Esperem aqui. – Natsu disse. – Vou na frente ver o que está acontecendo. – E dizendo isso, saiu com mais dois guardas em sua cola para o rumo de onde várias pessoas estavam ali paradas.

 Lucy ficou preocupada. Não queria, de jeito nenhum, viajar a noite. Com esse monte de assassinatos de nobres, ela era só mais um peão no jogo deles, e ela nem sabia quem estava jogando.

 - Nesse passo, vamos chegar a Crocus no outro dia... Não estamos nem na metade do caminho e ainda temos que encarar isso... – Gray resmungou para as duas mulheres ao seu lado montadas em seus cavalos. – A coisa é séria, se não deixaram nem o príncipe passar... – Ele disse quando cabelos rosas despontaram no meio da multidão de pessoas e cavalos e foi a caminho deles.

 Com o tempo que passavam juntos, Lucy Heartfilia percebeu o quanto Gray resmungava sobre poucas coisas, mas no final não ficava realmente desapontado. Era até que um pouco divertido ficar a sua volta, com ele fazendo piadas sujas com Natsu e discutindo com o mesmo, e quando Erza Scarlet gritava com os dois e eles ficavam quietos no mesmo segundo.

 - O que será que aconteceu...? – Erza perguntava baixinho para si mesma, mas como Lucy estava ao seu lado, a loira acabou ouvindo.

 Natsu chegou e ela logo percebeu que não vinham boas notícias com isso.

 - Tem uma carruagem gigante caída no meio da estrada. Ela carregava algum tipo de óleo, então o caminho está todo ensopado... Não vamos conseguir passar com os cavalos ali. – Natsu falou preocupado.

 - O que vamos fazer? – Lucy perguntou.

 - Bem... Podemos dar a volta... – Gray sugeriu.

 - Os cavalos poderiam aguentar, mas a carruagem com o baú que Erza pegara mais cedo não vai conseguir passar por onde não há trilhas. Precisamos pegar outro caminho. – O príncipe disse olhando para o amigo.

 - Outro? – Lucy perguntou. Não vira nenhum outro caminho desde que começaram a pegar essa estrada.

 - Teríamos que voltar... E então pegar um caminho para outra cidade e cortá-lo. – Ele disse olhando para a moça, que o olhou preocupado. – Não se preocupe, vamos pegar a que vai para o Leste, e depois voltamos. É a mais segura de todas de Fiore.

 - Vamos! – Erza gritou para os guardas e os mandou dar meia volta na estrada, indo para o outro caminho. Erza foi na frente.

 - Vou pedir para um dos guardas escrever uma carta para o meu pai, dizendo que iremos demorar mais um pouco. – Natsu disse para Gray, que logo depois o acompanhou.

 Lucy ficou para trás, e assim que pôs sua montaria para andar novamente, sentiu um aperto no peito, e um flash veio em sua cabeça. Vários homens encapuzados, andando em sua direção. Depois disso ela voltou a si.

 Estava meio zonza, mas conseguiu alcança-los rapidamente, se apoiando em sua cela mais do que deveria.

 Natsu percebeu que ela estava estranha.

 - Lucy? – Ele a chamou e ela o encarou, no mesmo instante em que piscara e seus olhos voltaram a normal cor castanha, que antes estava com um leve brilho dourado. O rapaz não percebeu, e Lucy agradeceu por isso. Não queria que Natsu se preocupasse mais ainda com ela, que já estava se sentindo um estorvo ali. – Está tudo bem?

 - Está! – Ela respondeu rapidamente, e logo depois se pôs a andar do lado do rosado, de forma que ele começou a olhar desconfiadamente para ela, que escondeu o rubor em sua face com seus cabelos loiros. Não sabia a razão, mas se sentia incomodada com Natsu a encarando daquela forma.

 A viagem durou mais que o esperado, e assim que conseguiram cortar o caminho por uma estrada de terra que tinha ali, resolveram parar para descansar. Já estava anoitecendo, então Lucy julgou que sairiam pela manhã, já que andar á noite nessas estradas era muito mais perigoso que dormir ali.

 Assim que desceu de seu cavalo, uma dor súbita veio entre suas pernas. Cavalgara demais, e não estava acostumada com isso. Ficara o dia inteiro montada e agora parte de sua coxa e sua virilha estavam latejando. Não conseguiu conter uma careta de dor assim que deu o primeiro passo. Gray, que estava perto da loira, se aproximou dela.

 - Lucy? Está tudo bem? – Ele perguntou pegando levemente no braço dela.

 - Está sim. – Ela disse sorrindo minimamente para ele. Era mais fácil falar para ele que estava tudo bem do que explicar o que estava sentindo, e onde. – Apenas estou muito cansada.

 - Ah. – Ele soltou seu braço. – Bem... Acho que os guardas estão começando a montar as tendas naquele bosque. - Ele apontou para a floresta que tinha do lado da estrada. – É mais seguro do que ficar aqui na beira do caminho. Assim que terminarem, pode ir descansar. – Ele disse sério, mas Lucy percebeu que sua voz fria já não estava tão fria como antes.

 - Obrigada, Gray. Viu Natsu e Erza? – Ela perguntou olhando para os lados e não encontrando os dois.

 - Natsu está ajudando a montar o acampamento, e Erza está atrás da carruagem, conferindo se o baú não quebrou nem nada do tipo. Precisamos dele intacto. É parte do plano.

 - O plano... – Lucy se lembrou dele. – Precisamos achar Gajeel primeiro.

 - Sim. Mas de acordo com Ultear, não vai ser muito difícil, já que ele não faz tanta questão de sair fugindo dos lugares. – O moreno disse colocando a mão nos bolsos e começou a encarar o chão. – Lucy... Posso lhe perguntar uma coisa?

 A moça tentou fingir que não ficara espantada com isso.

 - Claro. – Ela disse calmamente. Gray se demorou um pouco encarando seus próprios sapatos, mas depois encarou Lucy com uma frieza descomunal.

 - Juvia Lockser... Ela... Quer se casar comigo? – Ele perguntou confuso, e Lucy notou um pouco de hesitação ao fazer essa pergunta.

 - Bem... – Ela começou a dizer. – Ela não me fala muito sobre seus sentimentos. Na verdade não conversamos muito bem ainda. Mas... Ela sofreu muito nesses últimos dias, e ainda está sofrendo. Ela viu um porto seguro nesse contrato com você. Ela precisa se proteger porque... – Ela parou estupefata. Não achava que deveria contar o que Juvia lhe dissera, sobre a morte de seus pais.

 - Porque...? – Gray a incentivou.

 - Não sei se ela queria que contasse isso á você agora. – Lucy disse respirando fundo. Quase que ela falara mais do que deveria.

 Gray a olhou desconfiado, e depois respirou fundo.

 - Então isso quer dizer que ela quer se casar mesmo... – Ele passou a mão por sua testa, demonstrando certo cansaço. Lucy ficou na dúvida se em sua cabeça se passava a missão que estava fazendo ou se era o seu relacionamento forçado com Juvia.

 - Ela precisa se casar com alguém. – Ela disse baixinho. – Gray... Eu sei que você não quer se casar, mas, pense nela não como uma moça indefesa que precisa de você. Mas pense nela como uma mulher que quer tomar o que é seu por direito. É isso que ela quer. – E dizendo isso, Lucy foi em direção ao bosque, procurando o acampamento, deixando Gray ali, quieto e encarando o chão.

 Acharam uma pequena clareira no meio da floresta, onde montaram duas tendas, não tão grandes assim, e uma pequena fogueira no meio, para aquecer a todos na noite fria que era ali. Como estava quase de noite, Lucy entrou na tenda mais próxima e ficou ali, sentada em um dos mantos colocados confortavelmente no chão (o máximo que poderia, mas mesmo assim ficara duro e desconfortável.). Havia dois, então provavelmente mais alguém iria dormir ali.

 Pensara muito enquanto terminavam de carregar alguns suprimentos pesados para a carruagem, como por exemplo, seu pai. Estava preocupada com ele, queria que ele melhorasse logo. Um pergunta veio em sua cabeça: Quando Jude ficar melhor, Igneel vai expulsá-los do castelo? E Natsu, o que ele iria falar?

 Ainda não se sentia muito em casa naquele lugar, mas adquirira certo carinho pelas pessoas dali. Especialmente por Natsu. Ele não se importava se ela era nobre ou não... E ela não se importava se ele era príncipe, na realidade. Ela nunca pensara nele como o jovem mais poderoso do reino, mas sim como uma pessoa com um grande coração, capaz de fazer tudo por seus amigos. Era assim que ela o via.

 Tinha Levy também, que mesmo não sendo nobre, nem morando no castelo, adquirira certo contato com a jovem baixinha de cabelos azuis. Mesmo não conseguindo se falar todos os dias, ela sabe que Levy se preocupa com ela. Tanto que mesmo antes de sair do castelo, na noite anterior antes de dormir, pediu para um dos guardas enviar uma carta á Levy, explicando o porquê dessa viagem repentina.

 E ainda havia Juvia agora... Lucy não sabe bem exatamente o porquê, talvez acha que deva ser por causa das duas terem passado quase as mesmas situações difíceis, ela tem um carinho por ela, prezando pelo seu bem estar.

 E ainda havia Loke... Ele deveria ter chegado... Ou melhor, ele já deveria estar em Magnolia e a contatado... Mas porque ele não fez isso? Talvez ele ainda estaria trabalhando com os negócios de sua família.

 Poderia ter ficado um bom tempo ali, refletindo sobre tudo o que estava acontecendo, mas seus pensamentos foram interrompidos por alguém entrando de supetão na tenda.

 - Ah, olá, Lucy. – Natsu disse sorridente, o que fez a loira corar um pouco devido ao susto que tomara. – Venha, vamos comer aqui fora e depois vamos dormir.

 - Ah... Claro. – Ela disse sorrindo. O rapaz saiu do lugar, e ela o seguiu. Em volta da fogueira que montaram entre as duas tendas, Lucy viu que Gray Fullbuster e Erza Scarlet estavam sentados na grama, conversando algum assunto banal e descontraído.

 A loira viu mais ao longe algumas outras tendas armadas, que ela pensou ser dos poucos guardas que estavam os escoltando.

 Natsu a fez se sentar entre ele e Gray, e lhe deu uma tigela contendo um pouco de arroz e um pedaço de alguma carne vermelha, que mais tarde ela percebeu que se tratava de carne de cordeiro. Todos jantaram conversando sobre os treinos que Silver passava todos os dias, e como ele era muito rígido com todos. Lucy ficou bem quieta, já que não tinha tanta experiência assim com treinos e espadas.

 Aprendera alguma coisa com Natsu, mas ela nunca poderia se comparar a Erza, por exemplo.

 - Gray, cá entre nós, ele sempre te deixou terminar primeiro os exercícios. – Erza dizia monotamente para o moreno, que questionou o porquê que a ruiva e Natsu estavam desconfiando dele não treinar a mesma quantidade de tempo que os demais.

 - Isso porque vocês dois não treinavam até de madrugada no dia seguinte. – Ele disse enfiando uma colher generosa de arroz na boca sem rodeios.

 - Certo, não iremos mais discutir. – A moça que estava sentada na frente de Lucy disse com um sorriso sarcástico.

 - Mas eu ainda acho que ele te deixa descansar bastante. – Natsu provocou e Lucy percebeu que ele adorava uma boa briga. Gray o encarou com frieza, e mesmo antes de engolir o que estava mastigando, disse para Natsu:

 - Quer mesmo medir minha força com a sua agora, cabeça de fogo? – Ele disse e Natsu respirou fundo, depois encarou o rapaz com fogo no olhar.

 - Pode mandar ver, cueca gelada. – Ele disse exibindo um sorriso sarcástico e desafiador para o amigo. Lucy se arrepiou com tudo isso, eles iriam mesmo brigar ali?

 - Esperem... – Ela tentou acalmar os nervos, mas eles pareciam ignorá-la.

 - Venha aqui, eu vou te mostrar o q... – Gray resmungou e se levantou, sendo seguido por Natsu.

 - Gray! Natsu! Sentem, agora! – Erza disse ainda comendo seu jantar, nem olhando para os dois. Eles se entreolharam, e recuaram um pouco, mas ainda não se sentaram de novo.

 - E eu aqui no meio? – Lucy sussurrou para si mesma, vendo onde ela estava: Entre os dois, que estavam em pé ao seu lado, já em posições de ataque, porém sem armas.

 - Cai dentro, Gray! – Natsu disse sorrindo para o rapaz, que continuou sério.

 - Eu disse para se sentarem. – Erza disse encarando os dois, e até mesmo Lucy ficou com medo do que ela poderia fazer. Seu olhar era mais frio que o de Gray, e ao mesmo tempo tão maldoso e corajoso quanto o de Natsu. Gray foi o primeiro a se sentar, e ficou a fitar o chão. Natsu, depois de alguns resmungos sobre “não poder se divertir”, voltou a se sentar e pegou mais um pouco da comida.

 Um silêncio pairou sobre os quatro, até que Natsu fez alguma graça com a comida, que fez Gray rir dele, voltando todos ao normal.

 Lucy achou isso impressionante. A forma que os dois se interagiam. Era como se a relação deles fosse de amizade e ódio ao mesmo tempo. No mesmo momento que os dois estavam quase se matando ali, com apenas um aviso de Erza eles voltaram a ser bons e velhos amigos, fazendo graça um para o outro e contando piadas que faziam todos rirem, inclusive os guardas que uma vez ou outra passavam para rondar o local.

 Assim que acabara de comer, ficou um tempo conversando com os meninos, quanto Erza se levantou rapidamente.

 - Bem, e como vamos fazer com as tendas? – Ela perguntou.

 - Vamos ter que nos dividir para dormir. – Gray disse terminando seu jantar também. Demorara mais porque tanto ele quanto Natsu repetiram várias vezes.

 - Eu durmo com Lucy. – A ruiva disse olhando para a loira. – Não aguento mais dormir com vocês dois. Natsu tem o sono leve demais, então não posso sequer fazer um único movimento que já acordo a princesa, e Gray tem a sua mania.

 - Que mania? – Lucy perguntou curiosa.

 - Ele tira as roupas dormindo. – Natsu comentou calmamente, e Lucy teve de se segurar para não rir.

 - Certo. Vamos fazer isso então. – Natsu disse com o semblante fechado. – Já vou dormir. Boa noite. – O rapaz de cabelos rosas disse se levantando e ouvindo de todos um “boa noite” em uníssono.

 - Acho que irei dormir também... – Lucy disse se levantando, sendo acompanhada por Erza.

 - Também vou indo. Bem, boa noite, Gray. – A ruiva disse entrando na tenda. Lucy foi atrás dela, mas por uma fração de segundos, ela sentiu uma coisa estranha. Olhou para trás, tendo a sensação de que estava sendo observada, mas não havia nada ali a não ser o fraco brilho da fogueira e o breu da noite ao fundo.

 - Boa noite. – O moreno, que ainda estava sentado em frente a fogueira disse sem nem olhar para as duas.

 Lucy entrou e fechou a barraca, Erza já estava deitada na sua parte da cabana e ela fez o mesmo que a moça e se deitou de frente para ela. As duas ficaram se encarando por um tempo, até que Erza quebra o silêncio.

 - Esse dom seu... Ele é... Perigoso? – Ela perguntou baixinho, com medo de acordar Natsu que, como ela mesma disse momentos atrás, tem o sono muito leve. – Desculpe perguntar assim, é só que... Bem... Cada um fala uma coisa.

 - Cada um? – Lucy perguntou.

 - É. Cada um que perguntamos tem uma versão diferente sobre como seu dom e parece. – Ela disse séria. – Queria saber diretamente de você. O que ele é?

 Lucy se sentiu feliz por Erza estar sendo tão sincera assim com ela, mas ela mesmo não sabia o que responder perante essa pergunta. Ainda tinha muitas dúvidas em relação a tudo...

 - Bem... Não sei se é perigoso. Acho que se eu tiver uma visão muito forte, isso vai provocar mais... Como digo... Efeitos colaterais...? – Ela disse tentando formular uma boa resposta. – Fico muito cansada.

 - Entendi. – A mulher à sua frente disse abaixando o olhar. – E você só vê o futuro?

 - Bem... Ultimamente eu não sei mais o que é passado, futuro, ou apenas um sonho. Mas eu tenho certeza que sonhei com Gray quando era criança alguns dias atrás. – Lucy falou. Achou que era seguro dizer tal coisa assim para Erza.

 - Sério? E o que sonhou? – Ela perguntou com um misto de curiosidade e preocupação no seu olhar.

 “Ela deve saber que o passado de Gray é triste.”— Lucy concluiu.

 - Só ele criança... Correndo pelo castelo. – Lucy mentiu. Não achou certo dizer uma coisa tão íntima quanto a morte de Mika Fullbuster para Erza. Nem sabia se ela conhecia o real motivo de Gray e seu pai morarem no castelo. A moça ficou encarando Lucy, e ela conseguiu ver por meio de uma pequena claridade que entrava no lugar que, mesmo o local estando quase completamente escuro, ela ainda conseguia ver os cabelos vermelhos brilhantes de Erza, e seus olhos castanhos acinzentados a encarando com muita curiosidade.

 - Certo... – Erza falou. – Bem, Lucy, posso te pedir um favor?

 - Pode.

 - Sei que você ainda não confia em mim ou em Gray. Mas te peço que confie em Natsu. Ele... Ele é uma boa pessoa. Sei que ele quer te ajudar, senão não estaria fazendo todo esse esforço de te treinar e te trazer conosco, mesmo essa viagem tendo riscos. – Erza cochichou, e Lucy ficou feliz pela tenda estar escura, o que ficou fácil de esconder o forte rubor em sua face.

 - Eu sei disso, Erza. Não se preocupe. – Lucy falou sorrindo para a moça, que sorriu delicadamente e depois se virou, ficando de costas para Lucy.

 A loira, por sua vez, fechou os olhos, e em menos de dois minutos caiu num sono profundo, só tendo noção naquele momento do quão cansada e dolorida estava. Havia sido uma viagem árdua e cansativa. Precisava daquele sono.

 Naquele momento, o breu tomava conta de sua mente. Até que ela ouviu um barulho perto de si e acordou de supetão, se sentando rapidamente.

 Sem nem ver quem estava ali, a pessoa tapou sua boca com a mão. Ela tentou gritar e se debater, mas ele não a deixava. Tentou gritar por Erza, mas ela não estava mais ali. Começou a entrar em desespero.

 Seu coração parecia que parara de bater, mas ao mesmo tempo sentia batidas fortes em seu peito, que chegava até a doer. Ainda estava meio grogue devido ao sono pesado, mas conseguia ouvir mais atentamente o barulho que estava lá fora. Espadas, gritos e barulho de cascos de cavalos. Como não ouviu tudo isso antes?

 Se lembrou da noite que fora atacada na casa de seu pai. Não conseguiu conter as lágrimas que saíram de seus olhos, afinal, estava muito assustada. Até que se lembrou.

“- Essa daqui será sua arma. Fique com ela, por favor.”— A voz de Natsu ecoou em sua mente, e suas trêmulas mãos foram para sua cintura. Ficou aliviada ao sentir o material de couro atado aos tecidos de seu vestido. Com certa dificuldade, mas com rapidez, tirou a adaga que o príncipe lhe dera e a cravou no braço que a figura estranha estava tapando a boca de Lucy, rasgando sua pele e espirrando sangue por todo lado.

 Com um praguejo alto, o homem encapuzado se soltou de Lucy e ela deu alguns passos para trás, percebendo que ele estava bem na porta da tenda. Pôde examiná-lo com mais detalhes por um milésimo de fração que teve antes de começar a gritar.

 A figura era grande, alta, e estava toda encapuzada, de modo que ela não soube quem era. Olhou suas roupas. Mesmo estando escuro, dava pra ver que partes de suas calças e sua capa estavam um pouco rasgadas.

 - Eu quero essa adaga... Ela deve valer muito... – Ele disse com voz rouca para a loira. – Você também deve valer muito, belezinha.

 Um arrepio subiu pela espinha de Lucy. Ela não poderia deixar que ele tocasse nela. Mas estava em uma tenda pequena e ele estava a um metro e meio de distancia dela no máximo. Olhou para suas mãos e viu o brilho da adaga nela. Por uma fração de segundos se sentiu um pouco segura ao e lembrar das lições que Natsu dera, mas isso não era o suficiente para ela lutar com um cara como aquele.

 Mas antes que algum dos dois pudesse raciocinar, a tenda se abriu em um segundo e alguém atacou o homem por trás, em suas costas. O encapuzado gritou e depois caiu duro no chão, revelando a pessoa que o assassinara. Era Natsu.

 Ela conseguia ver ele do lado de fora claramente, graças ao brilho pálido da Lua: suas roupas estavam ensanguentadas e sua camisa um pouco rasgada. Estava suando muito e em seu olhar tinha preocupação e... Ela viu desespero em seu olhar?

 - Lucy... – Ele grunhiu o nome dela. – Você está bem?

 - N-Natsu! – Ela disse não pensando duas vezes e saltou em direção ao rosado. Suas mãos tremiam muito, estava soluçando e seu coração estava muito acelerado. O que estava acontecendo? – O-O q...

 - Uma emboscada... Mercenários... – Ele disse com raiva na voz. Lucy encostou sua cabeça no ombro do rapaz e deixou que seu coração se acalmasse. Para ela em sã consciência, estaria cometendo um erro ao se aproximar de Natsu dessa forma, mas ela quase havia morrido, e se não fosse por Natsu estaria sendo, no mínimo, levada por mercenários agora. – Fique aqui, certo? – Ele disse se afastando dela, e parecia estar com o olhar mais assustado do que antes. – Não saia daqui por nada!

 Ao mesmo tempo que ele se virou, outros dois homens encapuzados apareceram e atacaram o príncipe simultaneamente. E foi nesse momento que Lucy viu o quão bem Natsu lutava. Era impossível que aqueles dois juntos superassem o que ele conseguia fazer com aquela espada.

 Naquele momento Lucy percebeu o porquê que tanto ele quanto Igneel mereciam ser Dragneel. Os dois tinham a fúria de um dragão. À medida que Natsu golpeava-os com a espada, sua feição se tornava mais dura e nervosa que antes. Era como se ele ficasse com raiva a cada segundo que passava que ele não conseguia derrota-los.

 Lucy olhou para suas mãos trêmulas. A direita, que segurava a adaga apertadamente, estava com sangue, assim como a lâmina da arma. O sangue do homem que ela golpeara. A segunda também estava ensanguentada, mas era com o seu sangue.

 Provavelmente ao se levantar da tenda rapidamente, deveria ter esfolado a mão em algum lugar. Por conta da adrenalina, não estava sentindo nenhuma dor.

 Olhou para os lados e viu Gray e Erza lutando contra, pelo menos, cinco mercenários. Ela queria ajuda-los, mas não sabia como lutar... Iria ser mais um estorvo para os dois tomarem conta. Se bem que eles não precisavam de muita ajuda. Erza lutava espetacularmente bem, e Gray parecia ser páreo com as habilidades de Natsu. Não era de se surpreender, os dois vivem treinando juntos.

 O que ela não percebeu era que, bem atrás dela, tinha um espadachim se esgueirando entre as moitas. A pessoa que nem Natsu nem ninguém conseguiu ver. Ele se aproximava como um gato nas sombras em direção a Lucy, com a espada em mãos.

 A loira sentiu uma movimentação atrás de si e se virou com a adaga a frene do seu rosto, mas era tarde demais. Ele já pulara em cima dela. Ela conseguiu golpeá-lo um pouco no ombro, mas ele era forte demais.

 - Você já er... – Ele não conseguiu terminar a frase, pois foi empurrado por um outro sujeito. Sua visão estava meio turva, mas conseguiu enxergar quem era.

 - Você?! – Ela disse surpresa.

 Olhou para os lados, e mais homens chegavam. Mas dessa vez, eles estavam do lado de Natsu ao que se parecia, já que estava liquidando com todos os mercenários. Não vira o que aconteceu com o homem que a atacou, mas só sabia que sua espada estava ao lado dela, intocada.

 Se voltou para o rapaz parado a sua frente.

 - Surpresa, Srta. Heartfilia? – Ele disse sorrindo sarcástico para ela. – Vocês têm uma coisa que eu quero, e se vocês morrerem, não tenho como encontrar o baú de dinheiro eu vocês tem por aqui, não é? – A figura masculina a sua frente disse desdenhosa.

 Com Lucy no chão, ele parecia ser muito maior do que era. Mas não se importava com isso. Estava frente a frente com Gajeel Redfox, o filho até então perdido de Metallicana.

 Ele não estava mais perdido.

 Redfox os encontrara.


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Notas finais do capítulo

Como eu acho que esse é o último capítulo do ano que irei postar, um feliz Ano Novo novamente, que o próximo ano de vocês seja cheio de alegria e dinheiro (por sim, isso é importante no final das contas haha), e muita inspiração para que muitas fanfics lindas apareçam nesses sites que nós vemos por aí, que nos cativam cada vez mais :)



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