Kings And Queens escrita por Nina Black


Capítulo 28
Chapter 26 - A Viagem


Notas iniciais do capítulo

Olá! Espero que gostem! Boa leitura!



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 Lucy saiu de seu sonho com seu pai pela voz doce de Virgo a chamando. Já estava na hora. Era hoje que iriam encontrar Gajeel Redfox. Ou pelo menos era o que ela mais esperava acontecer.

 Tomou um banho rápido, e quando passou pela janela de seu banheiro, viu que o Sol mal havia apontado no céu, deixando-o com uma coloração roxa bem bonita. Suas roupas já estavam preparadas, coisa que Erza fez na noite anterior. Segundo a ruiva, roupas adequadas para o tipo de viagem que iriam fazer tinha que ser o mais leve e protegido possível.

 Colocou um vestido bem leve vermelho, e por baixo dele colocara uma calça bem justa preta e suas botas de caça, que Mira comprara para ela. Na parte de cima, como a vestimenta também era um pouco transparente, ela usou uma espécie do corpete, porém deixara mais solto. Prendera tudo com um cinto de fivela dourada e preferiu deixar seus cabelos soltos.

 Saiu de seu quarto já preparada para viajar, quando sua barriga roncou de fome.

 Correu até a cozinha e pediu para que o cozinheiro lhe preparasse um sanduíche, já que fora avisada por um dos guardas que o café da manhã iria ser um pouco mais tarde que o costume, por isso não daria tempo de ela comer junto com os outros.

 Deu sua primeira mordida do lanche, mas não sentou gosto de nada. Sua ficha ainda não tinha caído de que ela, pela primeira vez, iria sair do castelo sozinha, sem seu pai, para um lugar que ela mal conhece. Mas ela não iria desistir. Deu mais uma mordida, e dessa vez tentou mastigar com mais vagareza. Ela sentia como se tivesse comendo chumbo, pois tudo batia em seu estomago como se tivesse cinco quilos cada pedaço do pão.

 Por fim desistiu de comer e largou metade do sanduíche. Um dos guarda viera lhe avisar que Natsu estava a sua espera.

 Caminhou apressadamente até o pátio da frente do castelo, onde vários cavalos estavam selados, e tinha uma pequena carruagem ali. Vários guardas corriam de um lado para o outro pegando armas, ou simplesmente suprimentos. Prestes a entrar na multidão, sentiu uma mão se fechando em seu punho.

 - Bom dia, Lucy. – Ela ouviu a voz de Natsu e se virou. Lá estava ele. Naquele dia não usava coroa, mas ostentava um grande medalhão com o símbolo da Casa Dragneel. Estava com um casaco bege, onde nas mangas tinha pelugem de algum anima que a loira supôs ser de cervo. Trajava calças marrons e botas de caça pretas. Seu casaco era um pouco mais comprido que o normal, o fazendo ficar bem aquecido. Ele soltou da mão de loira. – Está muito bonita. – Ele a cumprimentou formalmente.

 - Já pegaram minha mala? – Ela perguntou assim que viu um dos guardas carregando uma grande bolsa cor de rosa estranhamente familiar.

 - Sim. Não podemos perder mais tempo. Temos que partir antes que o Sol se venha por completo. – Ele falou colocando suas mãos pra trás. Ela estranhou um pouco sua atitude, quem conhecera Natsu antes de qualquer missão diria que ele era brincalhão e quase sempre bastante irresponsável. Mas ali, com ela, ele parecia mais sério, apesar de sorrindo e mais concentrado. – Quero lhe oferecer uma coisa. – Ele falou indo em direção a carruagem que ali estava preparada. A Loira julgou ser de suprimentos a todos. Dali ele tirou uma pequena caixa, e a abrindo, ele tirou de lá uma adaga.

 Seu cabo era bem simples, apenas coberto com um couro bege, a lâmina era prateada e bem fina, com detalhes talhados da lâmina.

 - Essa daqui será sua arma. Fique com ela, por favor. – Ele falou entregando a arma e uma bainha de couro preto, com uma fita do mesmo material preso atrás. - Amarre essa bainha em alguma parte de seu corpo. Um lugar onde possa ser fácil de retirar a arma em qualquer situação. – Ele disse sério.

 Lucy pegou a adaga e a guardou na bainha.

 - Eu irei. – Ela falou, mas assim que suas mãos leves tocaram o aço gelado da arma, elas começaram a tremer. Natsu percebeu.

 - Só lhe peço uma coisa. – Ele falou a encarando com seriedade. – Não use-a em vão. Fique tranquila, está comigo e com Gray. E, claro, Erza não vai nos deixar na mão. Não vai acontecer nada. – Ele disse pegando um dos cavalos já selados que estava ali por perto. – Sabe montar?

 Ela concordou levemente com a cabeça. Seu pai lhe ensinara quando era pequena.

 Seu pai.

 Havia ido se despedir dele na noite passada, depois do jantar. Ele não parecia muito bem. Grandine disse que alguns remédios não estavam surtindo o efeito esperado e tiveram que aumentar um pouco mais a dose dos analgésicos, deixando efeitos colaterais em seu corpo. Estava preocupada, mas não podia abandoná-los daquela forma. Seu pai ficaria bem.

 - Meredy nos mandou o local onde ele possivelmente está hoje de madrugada, quando chegou. Ela estava bem... Machucada. – Natsu falou preocupado.

 - Como assim? Ela está bem? – Lucy perguntou amarrando a bainha em sua cintura, de modo que os tecidos de seu vestido a tapou.

 - Está. Apenas está com cortes leves. Segundo ela, foi pega por um grupo de mercenários, mas saiu viva de lá, sabe-se lá como. – Ele falou pegando um pedaço de pergaminho rasgado dos bolsos, exibindo a loira. – Está no Norte da periferia de Crocus. Devemos ir até lá. Daqui até a cidade, devemos demorar pelo menos meio dia. Não vai demorar muito.

 - Certo. Agora que temos certeza de onde ele está, as coisas ficaram mais fáceis. – Lucy disse se animando pelas coisas darem certo.

 - Aqui seu cavalo. – Ele disse entregando as rédeas para ela. – É uma égua, bem mansa. Não se preocupe, se você por acaso se perder com ela pela floresta, ela sabe o caminho de volta, não que isso vai ser muito necessário. Suba e vá até o portão, Erza está lá. Eu e Gray iremos atrás da carruagem de mantimentos. – Ele disse ajudando Lucy a subir em sua montaria.

 - Obrigada. – Ela disse baixinho. – Muito obrigada.

 Dizendo isso, Natsu foi até Gray Fullbuster, que estava parado embaixo de uma baia, se arrumando e colocando suas armas no lugar. Havia várias empregadas em sua volta o ajudando, mas ela não vira Juvia Lockser ali.

 “Será que eles se despediram?”— Essa pergunta veio a sua mente. Lucy fez sua égua cavalgar até perto dos portões, onde Erza Scarlet já estava montada em um corcel prateado com manchas negras, e parecia muito séria, olhando para as ruas da cidade.

 - Erza? – Lucy a chamou. – Tudo bem?

 - Ah, olá, Lucy. – Ela disse saindo de seus devaneios. – Apenas com a tensão dessa missão nos meus ombros. – Ela disse sorrindo delicadamente para a loira. – Sempre fico preocupada quando estamos para partir do castelo. Qualquer coisa pode acontecer nessa viagem.

 - Fique tranquila. Você é uma das melhores guerreiras do palácio, e Gray e Natsu também são fortes. – Ela disse sorrindo para a ruiva. – Eu que deveria me preocupar, mal sei me defender. – Lucy falou dando de ombros. – Às vezes acho que sou um fardo para vocês.

 - Nem pense nisso, Lucy. Está nos ajudando mais do que imagina. – Erza falou sorrindo e ordenou que um dos guardas abrissem o portão. Lucy olhou para trás e viu que Gray e Natsu já estavam prontos, devidamente em cima de seus cavalos, Natsu em seu cavalo branco e Gray em seu corcel preto preferido.

 Um frio na barriga atingiu Lucy em cheio quando seu cavalo, percebendo que os outros começaram a andar, começou a acompanha-los. Olho para trás, e bem na entrada do castelo estava Mirajane Strauss, Levy McGarden e Lisanna Strauss acenando para a loira.

 - Tomem cuidado! – Ela ouviu a voz fina e doce de Levy ecoando pelo pátio.

 - Boa sorte! – Dessa vez foi Lisanna.

 - Tentem não morrer cedo demais! – Mirajane tentou... Tentou ser positiva.

 “Não posso desapontar ninguém aqui”.  – Ela pensou e acelerou seu cavalo.

 Ela não olhou mais para trás.

~~~~~~~~~~

 - Pronto. – Juvia falara assim que acabara de refazer o curativo que estava na barriga de Meredy. – Por pouco que não perfurou seus órgãos.

 Estavam as duas na enfermaria, na ala mais afastada. Ultear fez questão que, depois que Meredy voltasse, que ficasse aqui por dois dias para se recuperar.

 - Por que está fazendo isso? – Ela perguntou ríspida. Meredy aparentava ser mais nova que Juvia, com dezesseis anos, mais ou menos. Seus cabelos eram longos e rosas, assim como seus olhos, que eram da mesma cor. Sua pele era bem clara e tinha a aparência de ser bem frágil, ainda mais com os vários curativos que estava em seus braços, e com um corte mais grave na barriga.

 - Bem... Como Grandine saiu para negócios, algumas enfermeiras fizeram um curativo muito mal feito em você. Poderia ter pegado uma infecção. – A azulada disse friamente. Na verdade, ela vira o estado que Meredy chegara no castelo, e ficara preocupada com a garota.

 Nisso, Ultear entrou na enfermaria e deu de cara com Juvia.

 - Ah. – Ela disse a olhando. – Juvia Lockser.

 - Ultear Milkovich, certo? – Ela perguntou se levantando de uma cadeira que estava posta do lado da cama de onde Meredy estava deitada, imóvel pelas ataduras e com uma cara não muito boa.

 - Quando vou poder sair daqui, Ul? – Ela perguntou para a mulher, que se aproximara rapidamente.

 - Quando estiver boa o suficiente. – Ela disse séria. – Obrigada por cuidar de Meredy. Essa missão foi arriscada demais, não devia ter te mandado. Podia ter morrido. – Ela disse séria, e Juvia perguntou baixinho.

 - Mas não morreu... Quero dizer... Eram vários mercenários, e ela estava sozinha. Estava sozinha, não estava? – Ela perguntou olhando a garota, e um rubor em suas bochechas apareceu com o olhar frio de Juvia sobre ela.

 - Eu... Não sei como saí de lá com vida. Alguns guardas pareceram e espantaram eles, me dando tempo de fugir e vim aqui para o castelo. – Ela disse tentando disfarçar, mas Juvia sabia que essa não era a verdadeira história.

 - Ouvi dizer que você conhece Gajeel Redfox. – Ultear disse do lado da jovem de cabelos azuis. – Por que não nos disse nada?

 - Não pensei que seria ele o procurado nesse castelo. Claro que ouvi que o príncipe estava indo atrás de certo rapaz que sumira há doze anos, mas não pensava que fosse ele. – Juvia disse encarando Ultear, nenhuma das duas esboçou nenhum tipo de emoção.

 - O que te fez ficar próxima dele?

 - Éramos parte de uma mesma sociedade, conhecida como Phantom Lord. Acho que ele ainda continua lá. Na verdade, meus pais eram, eu apenas os acompanhava. Mas agora faz um bom tempo que não vou visita-los.

 - Mas como o conheceu? – Meredy perguntou baixinho.

 - Ele salvou minha vida uma vez. Fiquei em débito com ele. Por isso quero muito que Natsu o ache. – Ela disse apertando as mãos em seu coração, mostrando pela primeira vez um tipo de emoção vinda da parte da jovem. – E não o mate. – Ela completou baixinho.

 - Salvou sua vida? – Ultear perguntou.

 - A vida de todos pode aqui pode ser perigosa. Estive uma vez no lugar errado e na hora errada, mas tive a sorte de isso ter acontecido com Gajeel também. Desde então passei algum tempo com ele. Conversamos bastante sobre tudo. Ele não é uma má pessoa. Só é cercado por gente que quer que ele seja uma pessoa que ele não é. – Ela disse se afastando da cama de Meredy.

 - Por isso que quer que Natsu o ache? – Meredy perguntou curiosa.

 - Sim. Quero retribuir o favor que ele me devia.

 - E que favor seria esse? – Ultear perguntou.

 - Quero salvar a vida dele também. – A azulada disse, e depois saiu sem olhar para trás. – Natsu e Gray vão conseguir fazer isso. – Juvia disse baixinho. – Eles têm que conseguir achar Gajeel.

~~~~~~~~~~~

 Igneel estava sentado em seu trono, pensativo sobre tudo o que estava acontecendo no reino e a viagem de seu filho que era, no mínimo, arriscadas, quando Silver Fullbuster, o General das tropas reais entrara sem nenhuma cerimônia no Sala do Trono.

 - Majestade. – Ele parou em frente a Igneel. – Já fiz o que me pedira. Mandei mais uma tropa cercar a área do Litoral. Tem certeza que quer fazer isso sem contar para Lady Juvia? – O homem moreno perguntou sério.

 - Sim. Isso só traria mais preocupações para ela, e é só mais uma pequena guarda para proteger sua área, não é nada demais. – Ele falou se levantando. – Gray já aceitou se casar com ela?

 - Bem... De um jeito ou de outro esse casamento vai acontecer. Só espero que ele não fuja dela. – O pai do rapaz disse suspirando pesadamente. – Gray é teimoso, ele não vai parar de tentar fugir disso até que amarremos ele no pé do altar. Isso tem que acontecer... Se não for ele, não temos mais ninguém aqui.

 - Sabe por que eu o escolhi? – Igneel perguntou colocando suas mãos para trás, em suas costas. – Dentre os jovens que agora moram aqui, estava entre ele e Laxus, já que são os únicos que realmente moram no castelo e podem oferecer tudo o que Juvia está querendo. Mas Laxus é ainda mais imprevisível do que Gray, o que acaba o tornando um risco para Juvia. Não quero isso a ela. Gray... Por mais carrancudo e mal-humorado que seja, é mais... Confiável.

 Silver engoliu em seco. Não esperava esse assunto aparecer assim, tão repentinamente.

 - Gray é imprevisível demais... – Silver resmungou.

 - Não se preocupe, Silver. – Igneel falou descendo as escadas, e colocou uma de suas mãos no ombro direito do amigo. – Gray vai saber o que ele deve fazer. Agora, precisamos ir falar com Ur. Ela quer nos encontrar na Sala de Treinamento.

 - O que ela quer conosco? – Silver perguntou enquanto saia da Sala do Trono com Igneel.

 - Ur não nos quer ver “enferrujados”. Como se fossemos desse jeito... – O homem de cabelos vermelhos suspirou e Silver riu.

 - Tenho péssimas memória do últimos treino de nós três. Mas vamos lá... Talvez ela não nos mate hoje. – Fullbuster disse tomando a frente e indo em direção a Sala de treinamento, sendo guiado pelos risos de Igneel com o comentário do amigo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Até o próximo!



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