Kings And Queens escrita por Nina Black


Capítulo 18
Chapter 17 - O Norte


Notas iniciais do capítulo

Olá!!!!
Gente, sinto muitíssimo por não ter postado antes. Eu queria muito, mas eu não consegui!
Primeiramente veio as minhas férias, onde eu tirei uma semana pra eu descansar um pouco, só que logo depois veio aluns problemas pessoais, e eu tive que ir para um lugar onde a internet é péssima, e não consegui postar nada.
Mas agora eu voltei, e esse daqui é o mais novo capítulo!
Espero que gostem!
Beijos!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/689084/chapter/18

As Terras do Norte era a região mais fria de toda Fiore, juntamente com parte do Litoral. Assim que chegaram, Ur e Ultear Milkovich, Gray Fullbuster e Lyon Vastia sentiram o frio que fazia ali.

 Flocos de neve não paravam de cair sobre seus mantos pretos, que os protegiam do vento frio. Os pobres cavalos custavam andar sobre a neve, mas como forma de amenizar o frio que eles estavam sentindo também, Lyon deu a ideia de colocar mantos quentes embaixo das selas, como forma de aquecê-los, e funcionou.

 Assim que chegaram a uma bifurcação na estrada, Ur e Ultear se separaram de Gray e de Lyon. As duas iriam diretamente para a mansão dos Lockser, onde Juvia Lockser as esperava, e Gray e Lyon iriam investigar um pouco mais sobre a morte dos pais da garota nas Montanhas de Gelo, que ficavam bem próximas da Praia Glacial, que consistia na praia mais fria de Fiore. Ao invés de ter areia na praia, tem neve, e as ondas tinham pedaços de gelo misturados com a agua, devido ao frio gélido do local.

 - Tentem fazer isso rápido. Os assassinos ainda devem estar por aqui. – Ultear disse preocupada.

 - Não se preocupe. – Gray disse sério. – Vamos fazer isso rapidamente.

 - Sejam cautelosos e não hesitem em atacar se precisar. – Ur disse séria, se aninhando ainda mais em seu manto. – Tenham cuidado.

 E assim mãe e filha saíram trotando rumo á casa de Juvia, enquanto Gray e Lyon colocavam seus cavalos para correr o mais rápido que podiam, já que o caminho era longo e eles não tinham a intenção de demorar.

 Gray Fullbuster não estava conversando muito com Lyon. Ele ainda estava meio chateado com o amigo por tentar se casar com Juvia Lockser, causando a fragilização das terras do Litoral. Ele não queria tocar nesse assunto com ele, mas alguma coisa o impedia de conversar naturalmente com o rapaz.

 As Terras do Norte eram basicamente, montanhas de neve espalhadas pelo fundo da paisagem, com estradas brancas e largas, e em volta vários pinheiros e outras árvores de altas copas. De vez em quando se podiam ver algumas lebres brancas correndo por entre as folhagens e alguns cervos comentos as folhas secas presas nos troncos das velhas árvores que não estavam completamente congeladas.

 Pararam assim que viram uma ponte no final da estrada.

 - A entrada para as Terras do Litoral é por ali, as Montanhas de Gelo ficam pra lá. – O albino apontou para o leste. - Vamos começar a investigar daqui, se não encontrarmos nada iremos indo para lá. – Lyon disse colocando seu cavalo para andar novamente, e assim Gray também fez. Atravessaram a ponte assim que os guardas viram que pertenciam à Casa Vastia e a Casa Fullbuster pelos seus medalhões.

 Quando vão viajar, todos de todas as Casas têm que carregar consigo um medalhão ou um anel com o símbolo de sua casa, como forma de reconhecimento. Isso é um costume que se perpetua por gerações. É estritamente proibido qualquer um que use o medalhão de qualquer Casa sem a autorização do chefe da mesma, podendo ter até pena de morte. Por isso muitas pessoas não se arriscam a sequer roubar o medalhão de quem quer que fosse.

 Lyon tinha seu medalhão de aço escuro de forma circular, onde na parte de dentro havia o nome Vastia escrito em prata com letras rebuscadas. O de Gray era um floco de neve feito em prata pura, com a letra F no centro, cravejada de pedras azuis escuras.

 - Agora estamos no Litoral. – O moreno disse forçando ainda mais seu cavalo a correr, ultrapassando Lyon.

 Um tempo depois, os dois resolveram parar em uma taverna para almoçar, e assim começar a procurar pistas.

 Era um lugar escuro, porém havia muita gente ali. Todos sabiam, de algum modo, que os dois eram forasteiros. Assim que entraram, se sentaram em um balcão e foram atendidos por um rapaz.

 - Em que posso ajudar os visitantes? – Ele perguntou sorrindo sinistramente para os dois.

 Ignorando a tensão no ar, Lyon pôs-se logo a pedir o almoço dos dois. Gray, aproveitando que o rapaz voltou sua atenção para o albino, começou a observar o local. Era um grande estabelecimento, bem parecido com Fairy Tail, porém as paredes eram todas negras e todos ali os olhavam desconfiados.

 Gray colocou sua mão levemente sobre sua espada de prata, tendo certeza que estava ali, e com um pressentimento, sentiu que iria usá-la hoje.

 Assim que o almoço dos dois chegaram, o moreno almoçou silenciosamente uma coxa de frango assada com uma porção de batatas cozidas. Assim que terminaram (o que fizeram questão de terminar rapidamente), pagaram e foram embora.

 Não demorou muito desde que saíram da taverna, quando foram cercados por dois rapazes.

 Um era bem gordo e baixinho. Tinha os cabelos loiros e... Gray achou que estivesse pensando errado, mas sua pele tinha um leve tom de roxo, dando uma aparência doentia nele. Vestia roupas grossas para se proteger do frio, porém bem simples. O outro rapaz tinha os cabelos, os olhos e a boca pretas. Aliás, a única cor que Lyon e Gray viram que não era preto no corpo do rapaz era seu tom de pele, que ela um bege bem claro e pálido. Ao contrário do outro, usava roupas mais leves, o que mostrava o quanto ele era magro.

 - Quem são vocês? – Lyon perguntou com tédio na voz. – Eu já deveria saber que nossa viagem não iria ser tão calma assim...

 - O que meros visitantes estão fazendo aqui? – O homem baixinho perguntou rindo de alguma coisa. – Bem... Acho que eu, Nullpudding e Kurohebi recebemos ordens para não deixar vocês passarem. Forasteiros são proibidos por essas terras...

 Falando isso, Nullpuding sacou duas adagas negras de seu casaco, e Kurohebi retirou uma maça presa em seu cinto e a girou no ar, fazendo a bola de espinhos pendurada na ponta estalar no chão.

 Gray sorriu sarcasticamente para os dois.

 - Seja lá quem for deveria mandar pessoas mais... Qualificadas para o serviço. – O moreno falou desembainhando sua espada, e assim foi seguido por Lyon.

 A espada de Lyon era de um bronze escuro, com detalhes em prata na lâmina e tinha o cabo coberto de couro. Poderia parecer bem escandalosa, e ostentada, mas ele adorava lutar com ela, pois fora Ur que lhe dera.

 E com apenas um salto, as duas duplas se colidiram, iniciando uma batalha onde apenas dois sairiam vitoriosos.

~~~~~~~~~~

 - Bom dia, Srta. Heartfilia. Desculpe a intromissão. – Uma moça de cabelos cacheados rosa entra no quarto de Lucy. Era sua criada e amiga Aries. Por um pedido da loira e de seu pai, Jude Heartfilia, ela veio morar no castelo e atender á loira quando ela quisesse, juntamente com Virgo.

 Lucy estava deitada ainda, porém estava acordada. Acordara muito antes de sua amiga entrar, com o barulho dos cavalos quando Gray Fullbuster, Ur e Ultear Milkovich e Lyon Vastia saíram para o Litoral Norte. Depois disso, não conseguiu mais dormir.

 - Bom dia, Aries. – A moça disse sorrindo. – Acho que acordei tarde demais para o café... – Ela disse olhando para o céu, onde o Sol já estava quase a pino.

 - Não parece achar ruim disso. – Aries comentou abrindo ainda mais as janelas, deixando a luz entrar.

 - Bem... Está certa, não acho. Depois de tudo o que aconteceu ontem eu prefiro não encarar todos do palácio tão cedo. – A moça falou calmamente se levantando de sua enorme cama e indo em direção ao seu guarda roupa. – O que vestirei hoje...? – Ela começou a cantarolar sozinha, mas foi interrompida por Aries.

 - Bem... Vossa Alteza Natsu Dragneel me pediu para que te falasse que ele convoca uma reunião com a senhorita urgentemente. – Ela disse como se fosse a coisa mais comum.

 Lucy parou exatamente tudo o que estava fazendo e olhou para Aries.

 - O que? – Ela se virou lentamente. – Quando foi isso?

 - Bem... Uns quinze minutos atrás, quando estava vindo para cá, ele pediu para que te avisasse. Me desculpe não ter te falado antes. – Ela disse ficando triste.

 - N-Não Aries... Não é com isso que estou preocupada, e sim com o que ele quer me falar... Ele parecia ter me dito tudo o que queria noite passada... – Ela falou pegando um vestido cor de rosa simples de seu guarda roupa. – Aonde irá ser essa reunião? Na Sala do Trono ou no escritório de Igneel?

 - Não, no quarto dele, senhorita. – Aries disse baixinho e depois se assustou com o grito de Lucy.

 - O que?! Eu não vou ao quarto dele! – Ela falou tirando sua camisola rapidamente e colocando seu vestido, sendo ajudada no final pela criada. – Quem ele pensa que é? – Ela perguntou torcendo para que sua criada não visse o quão envergonhada estava com essa notícia súbita.

 - O príncipe de Fiore? – Aries propôs e Lucy revirou os olhos.

 - Mas mesmo assim não é de feitio uma moça como eu visitar quartos de estranhos, seja eles quem for, e melhor, de homens solteiros que não sabem o que quer! – Ela disse se olhando no espelho do lado de seu gigante armário para ver como o vestido rosa lhe coubera perfeitamente. Logo depois do choque, ela se recompôs em um suspiro pesado. – Mas eu suponho que apenas ir até a porta não vai me fazer mal nenhum, afinal, eu posso gritar se acontecer alguma coisa que eu não queira.

 E dizendo isso, saiu de seu quarto, dando espaço suficiente para Aries terminar de arrumá-lo sem a importuná-la.

 Achar o quarto de Natsu não foi muito difícil, já que a maioria das criadas sabia (“inocentemente” segundo elas) aonde o príncipe dormia. Era uma das primeiras portas do corredor, e se não soubesse que era ali que ele estava a esperando, o local passaria despercebido por ela se estivesse com as portas fechadas, já que todas ali tinham o mesmo estilo e material.

 Com três leves batidos na porta Lucy ficou esperando Natsu do lado de fora.

 “Ele enlouqueceu se acha que eu vou entrar aí sozinha.” – Ela pensou revirando os olhos em seguida. Ninguém a atendeu. Bateu novamente.

 Depois de alguns longos segundos a porta foi aberta, e o que ela menos esperava saiu de lá de dentro: Um gato azul saiu preguiçosamente do quarto de Natsu e passou ronronando por entre Lucy e sumiu no corredor.

 - Mas o q...? – A loira perguntou, mas foi parada pelo barulho da porta sendo escancarada.

 - Lucy! – Era a voz alegre de Natsu. Assim que o viu, a moça logo enrubesceu ao ver como ele estava: Apenas usando uma calça preta e botas de caça, com os cabelos emaranhados, mais do que já eram naturalmente. Ela simplesmente não conseguiu desviar seu olhar por bons cinco segundos do corpo bronzeado do rosado, mas ele pareceu não ligar muito para isso. – Ainda bem que aquela moça te avisou que eu queria te ver, estava com medo de ela ter se esquecido no caminho. Entra! – Ele deu espaço para a moça entrar, e ela não teve como negar. Ele parecia ser bem insistente.

 - Bem... O que queria falar comigo? – Ela perguntou tentando voltar ao normal.

 “O que é isso, Lucy!? Não é como se ele estivesse pelado na sua frente!” – A moça se repreendeu mentalmente enquanto se sentava em uma poltrona perto da cama do rapaz. Natsu, ao invés de se sentar em uma cadeira ou em uma poltrona, se sentou no chão, na frente dela, perto da lareira do quarto dele, onde estava ligada, mesmo de dia, o que fez a loira achar isso estranho.

 O quarto do príncipe poderia, facilmente, ser cinco vezes maior do que o quarto em que estava hospedada.

 - Bem... Eu e Erza vamos ir para uma viagem procurar por pistas sobre Gajeel Redfox, e achamos que, se você fosse, isso facilitaria para nós, afinal, você viu tudo o que nos contou, e mais do que ninguém sabe como é. Aliás, que você viu foi ele mesmo, não foi? – Ele disse olhando para a loira com diversão nos olhos.

 - Ah... Sim. Bem, eu não vi o nome dele escrito em lugar nenhum, nem ninguém tinha o chamado, mas eu sinto que era ele, de alguma forma... – A loira disse pensativa. - Ah... Bem... Aonde vocês vão começar a procurar? – Ela perguntou tentando desviar seu olhar para a lareira, e percebeu que o tom dos olhos de Natsu eram idêntico ao tom de grafite das cinzas espalhadas por entre o fogo. Achou isso curioso nele.

 - Bem... Estávamos pensando em começar pelo Leste... – Ele disse coçando o maxilar. – Mas ainda não temos certeza. Ele praticamente sumiu do mapa nos últimos anos. É como se ele estivesse virado vapor.

 Lucy se remexeu na cadeira, desconfortável. Como poderia ela ter visto ele em um sonho, e o rei, justo o rei não se lembrar de como ele era, nem sabia se estava vivo ou não?

 - Não sei se é uma boa ideia eu poder ir... – Ela disse tirando uma mecha de cabelo do rosto e colocando atrás da orelha. – Eu não sei lutar, e parece que ultimamente todo lugar que eu vou tem pessoas que querem minha cabeça. Só irei dar mais trabalho pra vocês e serei um peso desnecessário.

 Assim que Lucy se levantou, Natsu fez a mesma coisa.

 - Não precisa se preocupar com isso! – Ele disse caminhando em passos decididos até a moça, e a pegou pelo pulso, forçando Lucy a olhar para ele. – Podemos te ajudar a, pelo menos, se defender, se achar que precisa.

 E foi aí que Lucy notou a grande proximidade dos dois. Natsu estava sem camisa, e, por um relance, ela conseguiu sentir o calor que emanava de seu corpo. Achou que estava imaginando coisas, ninguém poderia ser tão quente quanto ele. Logo, notou que a porta de seu banheiro estava um pouco aberta, e viu que o chão estava molhado.

 “Está quente porque tomou banho.” – Ela pensou encarando aquele orbes cinza grafite o encarando. – “E o calor da lareira em suas costas também o ajudou a ficar com essa temperatura.”

 - Se conseguirem me ensinar, eu vou. – Ela falou se soltando de sua mão, toda encabulada e confusa. – Caso contrário, se eu me sentir desconfortável, não contem comigo. – Ela disse saindo do quarto do rapaz tentando não tropeçar em nada. – Até mais tarde, Alteza.

 E sumiu no corredor. Deixando um Natsu atordoado em seu quarto.

 - Ela nem deu tempo de eu responder... – Ele disse dando uma risada sem graça logo em seguida. – Alteza, é? De onde ela tirou isso...? Lucy não costuma me chamar assim...

 Mas depois tirou esses pensamentos da cabeça ao ver que Happy, seu gatinho de estimação, havia voltado e estava se esfregando entre suas pernas querendo um carinho, coisa que o rosado não conseguiu negar.

~~~~~~~~

  Ultear Milkovich nunca vira tamanha mansão em sua vida. Era muito mais parecido com um castelo.

 Assim que ela e sua mãe chegaram ao litoral, estava nevando e fazia muito frio, assim como o Norte, porém não demoraram em encontrar a mansão Lockser.

 Era uma enorme construção de pedras bem polidas e claras, com os portões de madeira negra, assim como algumas janelas que ela conseguia ver. Na frente havia um maravilhoso jardim, que mesmo coberto com neve e com a sua fonte congelada ainda tinha certo charme.

 Cavalgaram até o portão, onde dois guardas já a esperavam.

 - Viemos ver Juvia Lockser. – Ur disse séria, mostrando seu medalhão dos Milkovich. Um delicado medalhão feito com uma pedra azul quase transparente, em forma de um cristal, onde na base dele tinha o nome dos Milkovich entalhado em prata. O de Ur, como era a Lady e dona das terras, o cristal era de um azul mais intenso do que o de Ultear. – Sou Ur Milkovich e essa é minha filha, Ultear.

 - Srta. Lockser está à espera de vocês duas. – O guarda falou dando sinal para que abrissem os portões para as duas.

 Assim que entraram entregaram seus cavalos para o cocheiro da mansão, que rapidamente os levou para os estábulos para lhe dar comida e água.

 Ur vestia um vestido simples vinho, com as mangas caídas, revelando seu farto busto, a saia era completamente leve e rodada, escondendo algumas armas secretas nela, de modo que ninguém percebera isso. Tudo era coberto por um manto.

 Ultear vestia um vestido justo verde musgo, acompanhando por joias verdes água nas orelhas e nos braços. Quem olhasse pensava que estava desarmada, como uma inofensiva moça, porém suas botas escondiam uma pequena adaga cada uma. Também vestia um manto preto por cima.

 Assim que adentraram a sala, o clima ficou mais quente e as duas se sentiram forçadas a entregarem seus mantos para o mordomo dali e esperar Juvia no escritório da casa, que as moças julgaram ser do finado pai dela, devido á decoração séria e sem muitas cores chamativas.

 A sala era toda baseada em tons escuros de azul, com o teto de vidro. Tinha uma gigante mesa no centro, com várias cadeiras em volta e pergaminhos rodeando tudo. As paredes eram quase todas cobertas por estantes e mais estantes de livros, que pareciam ser bem antigo na visão de Ultear.

 As duas se sentaram nas cadeiras, e só levantaram quando a porta foi aberta, revelando uma moça de cabelos azuis as encarando com indiferença.

 - Srta. Lockser. – Ultear a cumprimentou se curvando e assim também fez Ur. Juvia Lockser apenas acenou a cabeça para as duas, que logo se sentaram novamente, dessa vez com Juvia á sua frente. – Meus grandes pêsames pelos seus pais... – Ela tentou soar o mais convincente possível, e acha que conseguiu, já que a moça não esboçou nenhuma emoção de surpresa ou desapontamento.

 - Obrigada. – Ela disse baixinho. Sua voz era suave como as gotas de uma garoa escorrendo no vidro da janela. – Está sendo muito difícil... O rei Igneel me mandara uma carta com suas condolências... Não que alguma coisa irá trazê-los de volta. Mas entendo sua posição como rei. – Ela comentou olhando para as próprias mãos. Ultear jurava ter visto uma lágrima se acumular no canto de seus olhos azuis escuros, mas depois que ela voltou a encarar as duas, pensou ter sido apenas uma ilusão. – Nem o corpo deles eu vi... Eles levaram.

 - Realmente é impossível que eles voltem... E fizeram isso de uma maneira muito cruel. Nunca esperávamos que os Lockser fossem os próximos, sequer os próximos que os corpos sumiram. – Ur comentou tristemente. – Bem... Não viemos aqui apenas para pesar sobre a trágica morte de seus pais. Viemos lhe fazer um convite.

 A moça encarou as duas com certa curiosidade nos olhos.

 - Um convite? – Ela perguntou. – Bem... Parece que muitas pessoas estão me oferecendo muitas coisas ultimamente. – Juvia comentou tristemente.

 “Ela parece uma boneca de porcelana.” – Ultear pensou olhando sua pele alva contrastando com seus olhos azuis e seu cabelo igualmente azul, que estava preso em um coque muito bem arrumado. Os traços de seu rosto eram suaves, a deixando com um ar um tanto quanto angelical. Porém nada tirava a frieza de seu olhar ao encará-las. Mesmo assim, Juvia poderia ser considerada uma jovem exuberante.

 - Bem... Você é a legítima herdeira da Casa Lockser. O rei quer vê-la, Juvia. Ele quer que você se case com um de nós. Com alguém que viva no castelo. – Ur disse séria, como se qualquer desvio que cometesse poderia ser como uma sentença de morte.

 - Casamento? Já me ofereceram isso também. – Ela comentou olhando pela janela, onde uma fina chuva caía, e Ultear foi perceber apenas naquele momento que as gotas caindo do céu estavam ali desde que pisaram no Litoral, e não cessou em momento algum. – A Casa Vastia me proporcionou grandes investimentos e segurança, que é o que eu preciso. O que tem a me oferecer?

 Ultear sentiu pena da moça. A forma triste e sem vida de como falava parecia que ela já não se importava mais em ser vendida em troca de poder de desconhecidos. Era como se ela já esperasse por isso.

 - O que nós temos a oferecer? – Ur perguntou novamente para a moça, que concordou levemente com a cabeça, como se duvidasse se haveria alguma coisa a mais que ela poderia dizer.

 Mas ela ainda não conhece Ur Milkovich.

 - Bem... – Ur começou. – Vamos te dar tudo isso, já que irá passar um tempo conosco no castelo. E mais uma coisa...

 - O que seria? – Juvia perguntou curiosa, observando cada movimento da mãe de Ultear.

 - Podemos te dar a chance de fazer justiça. Podemos te dar a chance de ver os assassinos do seu pai sofrerem. – Ur disse com um tom sombrio na voz.

 Juvia não abriu a boca, apenas ficou encarando a mulher com uma seriedade inigualável a medida que a chuva lá fora se tornava mais forte. Ali, naquele momento, as duas estavam discutindo silenciosamente um jogo de interesses, onde ninguém iria sair perdendo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bem, espero que tenham gostado.
PS: Quem não leu as notas iniciais e quer saber porque eu sumi, é só voltar lá de dar uma lida ;)
Obrigada por me acompanharem! Vejo vocês no próximo!
PS: Alguém de vocês ai gosta de K-pop? Se sim, dê seu sinal de vida e vamos conversar sobre BTS haha
Beijos!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Kings And Queens" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.