Os Segredos da Rua Baker escrita por Lany Rose


Capítulo 22
The Game Is Never Over




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Sean tentou ir com Diana na ambulância, porém os paramédicos não deixaram. Ele se viu parado na Rua Baker sem saber para que hospital a levaram; sem saber o que fazer. Decidiu ficar na 221B até Irene voltar, porém isso não ocorreu naquele dia e nem no dia seguinte.

Sean foi para casa, teve de voltar ao trabalho, mas todos os dias batia o ponto na casa das irmãs Holmes em busca de respostas sobre Diana. Ele chegou a tentar falar com o Mycroft, no entanto nem conseguiu ser atendido.

Enquanto isso ocorria, Mycroft solicitou a presença do inspetor John Smith na sua sala do Clube Diógenes.

—No que posso ajudar Sr. Holmes?

—Requisitei a sua presença, inspetor, para lhe fazer um pedido pessoal.

—E o que seria?

—Você precisa ir até a 221B e ficar lá com a Irene.

—Eu acho que não posso fazer isso. Ela não me quer lá.

—Minha sobrinha diz muitas coisas, mas nem todas é verdade. Entre o que ela quer e o que deve fazer, sempre irá optar pelo último.  

—Por que está me dizendo isso?

Mycroft se ajeitou na cadeira.

—Você deve saber do atropelamento da Diana.

—O que? Como ela está?

—O fato é que Irene tem certo problema. E em uma situação como essa...

—Está com medo de ela acabar tendo uma overdose?

—Eu sei que tem algum sentimento pela minha sobrinha. Você poderia cuidar dela por mim, John?

—Por que...

—Ela não me deixaria chegar perto. Prometa que irá cuidar dela, John. Por favor!

Ele parecia tão verdadeiramente preocupado que deixou John aflito.

—Eu prometo.

O inspetor Smith se dirigiu imediatamente para a Rua Baker. Queria ter notícias de Diana, mas, principalmente, queria rever Irene.

Ela chegava na 221B após passar dias fazendo trabalho de campo para a Cúpula dos Nobres, esse tipo de serviço se tornava cada vez mais necessário a essa altura. O poder de se tornar membro do conselho era enorme, lhe dava direito de movimentar-se não só pela Europa, mas por vários outros continentes com uma facilidade inacreditável. Ela fazia não só um trabalho de agente duplo, mas triplo ou mais. Precisava cobrir um grande campo para ter todos ao seu lado quando fosse necessário. A garota que meses atrás apenas se importava com os poucos casos conseguidos, agora era uma das mulheres mais poderosas da Europa.  

Sean a esperava como todos os dias desde que Diana sofreu o acidente.

—O que está fazendo aqui? – Irene perguntou ao entrar.

—Onde ela está?

—Diana? Você deveria saber!

Ele levantou e foi perto dela.

—Eu deveria saber? Como? Se você mandou aquela mensagem com um código e... E eles não me deixaram ir junto. Nem me falaram o nome do hospital. – A expressão de Irene mudou, ela parecia apavorada.  – O que foi?

—Eu não te enviei mensagem alguma.

—Então... Quem mandou?

—Eles a levaram!- Irene começava a parecer desesperada. -Ele conseguiu e foi sua culpa. Você deveria protegê-la!

Irene partiu pra cima de Sean que se defendeu como pôde. Ela realmente iria matar o cunhado se não fosse por John. Ele chegou bem na hora, tentou separá-los, sem muito sucesso, então deu um tiro pra cima. Foi como congelar uma cena de luta. Irene dando uma chave de pescoço no cunhado que já estava quase desmaiado. John a fez levantar dali.

—O que diabos está acontecendo aqui?! – Falou ajudando Sean a levantar. –Melhor você ir embora.

—Não... – Irene ia dizendo.

—Não se mexa! – John apontava a arma em sua direção.

—Você não vai atirar em mim.

—Não pra matar. – Eles ficaram assim até ter certeza de que Sean estava longe. – Agora, o que houve?

—Ele... Eu... – Ela começa a chorar. – Morse pegou a Diana!

—O que? Como?

—O idiota do soldado não conseguiu guardar o segredo. Diana veio até aqui, nós discutimos, eu estava de saída, ela foi atrás de mim e sofreu um acidente. Ainda assim fui burra de confiar...

—Calma Irene! – Ele foi até ela que chorava copiosamente perto da lareira, sem conseguir dizer mais nada. – Ei... Ei, você vai salvar sua irmã.

—Não... Eu... Eu não sei o que fazer John. Ele está com minha irmã!

Ela abaixou a cabeça e John colocou as mãos em seu rosto fazendo-a olhar para ele.

—Não se preocupe. Eu vou te ajudar a ter sua irmã de volta.

—O jogo acabou John. E o Morse ganhou.

—Você apenas precisa se acalmar. – Ele enxuga as lágrimas dela com carinho. – Essa não é a Irene que eu conheço. Você é melhor que ele e sabe disso.

—Você é um bom homem, John. Por que está aqui? Eu te mandei embora.

—Pode me mandar pra longe o quanto quiser, mas sempre estarei aqui quando precisar.

Irene franziu o cenho e colocou a mão no pulso de John que continuava tocando seu rosto.

“Ele me ama!” ela pensou completamente surpresa.

—Por quê?

—Meu irmão e eu temos o mesmo gosto, eu acho.

—O que quer dizer?

—Você e meu irmão... O que havia entre vocês?

—Trabalhamos juntos e dividimos o apartamento.

—Apenas isso?

—O que mais poderia ser?

—Nada. – John sorriu. – Irene, pode ser um terrível momento, mas...

—O que?

—Eu cansei de esperar pelo momento certo.

John Smith beija Irene Holmes com todo o amor e o desejo que sentiu desde a primeira vez que a viu; desde o primeiro insulto que ouviu dela; desde a primeira vez que notou o quão brilhante ela é. Para sua surpresa, Irene não o rejeitou, ela retribuiu o beijo. No fim, ele estava sorrindo como nunca na vida. Ele aproximou mais o corpo para beijá-la novamente, porém ela se afastou.

—Eu não posso John.

—Por que não?

—Com a vida que tenho não posso me dá o luxo de me apegar a alguém. Já tenho pessoas demais para me preocupar.

—Irene, eu sou um policial, você não precisa se preocupar comigo.

—Eu preciso. Sempre teria alguém para usá-lo contra mim. Pra sua sorte, o Morse pensa que você é a pessoa com quem menos me importo. – Ela vai até a porta. – Ele nem imagina o quanto está errado.

—Irene! – Ele a chama como um último suspiro de esperança em mantê-la ali; ela apenas para. -Eu te amo!

Ela o fita nos olhos.

—Eu sei.

Irene desce as escadas, fica um instante na porta terminando de enxugar as lágrimas, depois entra em um carro.

—O plano está correndo exatamente como a senhora ordenou. – Disse o motorista.

Ele a observa pelo espelho retrovisor. Irene apenas olha pela janela e sorri.


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