Os Segredos da Rua Baker escrita por Lany Rose


Capítulo 18
Brother in law




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Diana tem aumentado sua estada no laboratório dia após dia desde que se mudou da 221B. Passava dias, noites, horas e mais horas trabalhando. Ela estava triste, desapontada com Irene, por mais que a irmã fosse fria, arrogante e distante. Diana sempre teve a certeza do amor de uma pela outra, porém nesse momento ela já pensava que era apenas o que queria acreditar e não a verdade.

Sean a observava afundar no trabalho, em pesquisas, sempre dando como desculpa um trabalho extra que estava fazendo para o MI6, no entanto ele sabia que não era bem assim. Diana ama o que faz e se jogar de cabeça nisso era uma forma de não pensar no fim da relação com a irmã. Ele já estava cansando de vê o sofrimento da mulher que ama, precisava fazer algo a respeito, foi aí que ele decidiu ir até a Rua Baker para falar com Irene.

Horas antes de esse encontro acontecer, Irene estava em casa conversando o John sobre seu plano para destruir o Morse. O inspetor estava sentado na poltrona de Diana e Irene permanecia em pé olhando um quadro cheio de fotos, papéis e tudo que tinha para incriminar o Morse.

—Eu ainda não entendi... – Começou John.

—Bem, isso não é novidade.

—Por que ele fez isso?

—Ele queria saber se estou fingindo, tente acompanhar John.

—Quero saber o motivo de ter deixado você viva. Se te drogou para saber se estava contra ele, planejando uma vingança...

—Justiça.

—Justiça. Ele deve saber de tudo agora.

—Não. – Ela se virou e sentou em sua poltrona. – Eu tenho um palácio de memória e já me treinei várias vezes para caso algo assim acontecesse. Apenas tive de me prender dentro dele em uma espécie de limbo onde vivo um dia normal ou incomum, algo que já tenha acontecido, possa acontecer ou tema que aconteça. Da minha boca sai apenas baboseiras ou qualquer coisa que a pessoa que me drogou deva ouvir.

—Já passou por isso antes?

—Sim, certa vez dei uma receita de bolo de abóbora para um agente da CIA.

Os dois sorriram.

—Mas, quando te encontrei você falou sobre sua família de um modo...

—Acontece, John, que você é confiável. Inconsciente ou não, eu sei disso.

—O que você viu?

—Hum?

—Quando você estava no limbo. O que você viu?

—Nada de importante. – Ela levantou e voltou para o quadro.

—Irene. – Ele foi perto dela. – Você falou no Mycroft, pediu desculpas.

—Eu os vi morrer, John. – Ela o olhava. - Cada um deles. Depois eles retornaram dos mortos para dizer quão culpada eu era.

Irene retornou sua atenção ao quadro, John colocou a mão em seu ombro, isso a fez franzir o cenho e fita-lo novamente.

—Eu sinto muito. – Disse John.

—Por quê?  Não foi sua culpa.

—Ainda assim.

—Não o trouxe aqui para se sentir culpado pelo o ocorrido e sim para me ajudar a capturar o Morse. Pare de me aborrecer e fale algo realmente útil.

—Tudo bem. Desculpe. – Ele voltou para a poltrona.

Nesse instante a campainha toca, Irene vai atender. Era o Sean pedindo para conversarem, ele já foi entrando antes dela dizer que estava ocupada.

—Inspetor Smith, não é?

—Sim, você é o namorado da Diana.

—Ele mesmo. – Disse Irene ao entrar. – Eu não vou falar sobre minha irmã com você, sinto muito, mas perdeu sua viagem. Agora saia.

—Não vou sair daqui.

—Ah! Claro. Quantas horas no laboratório?

—Muitas.

—Como sabe...?

—Ora John! Sempre que Diana fica chateada com algo, ela se afunda no trabalho.

—Escuta aqui. Você pode ser uma ótima consultora investigativa ou seja lá como se denomina, mas Diana está sofrendo por sua culpa e não vou deixar que isso continue.

—O que pretende fazer, soldado? – Irene chega perto dele.

—Vocês duas precisam conversar.

—Isso não vai acontecer.

—Gente! Melhor se acalmarem. – Disse John.

—Eu estou extremamente calma. – Irene foi até a mesa, pegou um papel e entregou ao John. – Meus ajudantes estão de olho nessa pessoa, preciso que me traga tudo que encontrar sobre ela.

—Está bem, logo estarei de volta.

O inspetor pega o casaco, se despede do Sean e sai.

—Vejo que está trabalhando em um caso.

—Eu estou sempre trabalhando em algum caso, mas isso foi apenas para ele ir embora. Agora, não tenho tempo a perder, diga logo o que quer.

—Quero saber o motivo de afastar sua irmã.

—Pra mantê-la a salvo.

—Do que?

—Escuta, Sean, você só precisa saber disso: tenho de mantê-la longe. Eu só quero protege-la.

—Não, você só quer proteger a si mesma! Diana mal recuperou os pais e você os mandou pra longe, ela nem pôde matar o pouco da saudade que sente.

—Eles são meus pais também.

—É, mas você é quase um monstro...

Irene pega a garrafa de uísque perto dela e joga na parede.

—Você não consegue vê o que está acontecendo?! Não sou eu o monstro aqui. Diana ainda tem alguém, eu estou completamente sozinha e é isso que os deixa em segurança.

Sean chega bem perto.

—Você merece...

Ela pega o soldado, joga-o no chão. Ele está de barriga pra baixo, Irene está em cima dele com o joelho em suas costas e torcendo seu braço direito.

—Escute aqui, cunhado querido, não é sábio me irritar quando estou dopada. Ou esqueço o quanto minha irmã te ama e mato você. Estamos entendidos?

—Sim. – Falou com dificuldade.

—Eu não ouvi você.

—Eu disse: sim!

—Pois muito bem. - Ela o solta e o ajuda a levantar. – Agora, senta aí e vamos conversar.

Ele a obedece; Irene faz um resumo de tudo que aconteceu e conta por alto sobre o Morse. Também fala que talvez não tenha sido tão ruim ele ter aparecido, pois pode ajudá-la a tirar Diana do país se assim for necessário. Depois de toda a conversa Sean estava mais calmo, porém igualmente preocupado. Diana estava em casa mexendo no notebook quando ele chegou.

—Como foram as aulas?

—Boas. – Ele disse ao sentar.

—Você está bem? Parece cansado. Comprei café pra gente.

—Estou precisando mesmo. Como foi seu dia?

—Agradável. Fizemos grandes progressos hoje. Sean, eu sei que tenho sido ausente, mas logo poderei ter uma folga.

Ele a olha com carinho.

—Não se preocupe meu amor. Contanto que fique bem e seja feliz.

Diana sorri.


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