Os Segredos da Rua Baker escrita por Lany Rose


Capítulo 16
Rito de Iniciação




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Uma noite fria e úmida em Londres; muitos dos seus moradores estavam em casa tentando se esquentar, mas a mais alta classe da sociedade europeia estava no velho mosteiro para assistir o rito de iniciação de Irene Holmes. Um pouco antes de começar Mycroft Holmes decidiu dá uma passada na sala em que sua sobrinha estava sendo preparada para a cerimônia.

—Saiam.

As moças saíram sem dizer uma palavra.

—Tio, essa roupa lhe engorda, ainda mais. Andou parando com o regime?!

—Você realmente pensou no passo que está dando?

—Aqui não é o lugar certo para falar sobre isso. – Ela foi até a mesa e comeu uma uva. – As paredes tem ouvido.

—Irene Holmes é melhor desistir disso...

—Ou o que? Você não pode mais me ameaçar como fazia antigamente, Mycroft.

—Oh você realmente acha isso.

—Eu tenho certeza.

Os dois se olharam por um tempo com um misto de desafio e confiança até que vieram chama-los para a cerimonia. No salão estavam os Minervos, os Tyros e o Mestre. Irene entra pouco depois, o Mestre diz algumas palavras em latim e lhe entrega um cálice com alguma bebida estranha. Mycroft não gostou daquilo, pois não era comum acontecer, mas tinha de obedecer ao Morse e não comentar sobre isso. Horas depois a iniciação havia sido concluída e Irene foi pra casa, sentia-se cansada como se tivesse corrido uma maratona com um búfalo nas costas. Ela entrou no quarto e se jogou na cama, dormiu imediatamente. No dia seguinte, ela acorda com batidas na porta e não era na porta da entrada e sim a do quarto. Ao levantar e abri-la vê a Mary muito nervosa.

—O que está acontecendo? – Irene falou enquanto se dirigia até a sala com Mary a seguindo.

—Eles estão mortos!

—O que? Quem?

—Todos eles. John, Sherlock, Lilian, eu escapei por pouco, mas logo chegarão a mim.

—Quem fez isso?

—Quem você pensa?! É tudo sua culpa, por ser essa menina mimada e arrogante, pensando que podia lidar sozinha com o Morse.

—Acalme-se!

—Quer mesmo que eu me acalme?! Está bem.

Mary apontou uma arma para Irene.

—Sério?! Você acha que me matar vai ser o melhor?

—Quem sabe entregando sua cabeça para o Morse, ele poupe minha vida.

—Você é mais esperta que isso.

Enquanto falava Irene se aproximava.

—É melhor ficar onde está. Não pense que seria incapaz de te matar.

—Oh eu sei que seria capaz. Sempre soube, tia Mary.

Ela joga algo em um canto e isso faz Mary olhar para o lado por um segundo, tempo suficiente para Irene desarmá-la e deixa-la inconsciente. Depois disso fez uma pesquisa no celular, era mesmo verdade, todos estavam mortos, então correu para a casa do Mycroft. Entra na sala da lareira e o vê sentando na poltrona virado para o fogo, tudo que conseguia vê era o braço do tio segurando um copo de uísque pela metade.

—Eu detesto ter de admitir isso, mas você estava certo. Eu subestimei o Morse. Não ter afastado ninguém. Eu sinto muito... Preciso de sua ajuda. Ele matou Sherlock, Lilian e o tio Watson.

Nenhuma resposta, tudo permanecia em total silencio. Irene se aproximou devagar e tocou no ombro do tio virando-o. Mycroft estava morto. Sua cabeça pendia para o lado, ela pegou o copo e o cheirou. Aparentemente havia sido envenenado. Ela o olha por um tempo e coloca sua mão no rosto tio.

—Por que eu não te dei ouvidos? Por que eu nunca te dou ouvidos? Não era pra terminar assim. No final você devia sentir... Diana!

Irene sai correndo da mansão, vai direto para o laboratório da irmã. Quando entra vê tudo revirado, muito material quebra e Diana caída no chão.

—Não, não, não, não, não. – Irene vai até a irmã. –Você não!

Ela tenta fazer os primeiros socorros, mas nada funciona. Sem ter mais o que pudesse fazer, Irene Holmes apenas abraça a irmã e chora. Nesse mesmo instante ela escuta um barulho no corredor, quando olha na direção ela vê alguém passando a certa velocidade, mas dá uma olhada para ela e pisca o olho.

—Bernard?!

Ela coloca a irmã com cuidado no chão, vai até o corredor, não tem ninguém ali. Ela logo pensa em matar o Morse, assim que finaliza o pensamento se vê no alto do mesmo prédio que o Sherlock fingiu ter cometido suicídio. Morse estava ali na sua frente se vangloriando sobre como matou todos, como destruiu sua vida e sobre como irá mata-la. Apesar de ter estranhado ir para ali tão rapidamente, sem nem sequer saber como chegou lá, Irene apenas pega sua arma.

—Sabe qual a diferente entre nós e os nossos pais?

—Me diga!

—Moriarty fazia o Sherlock se divertir enquanto você só me deixa ainda mais entediada que o normal. E eu não tenho a mesma paciência que o meu pai.

Ela atira na cabeça de James Morse, findando com sua vida e com a vingança/justiça que tanto planejou fazer. Joga a arma no chão; se pergunta “e agora?”

Irene vai até a ponta do prédio, sobe no parapeito. Lá embaixo um grupo de pessoas já começa a se juntar, no meio delas, ela pensa ver o Bernard e escuta uma voz vinda do alto.

—Irene!

—John?! – Ela fala olhando pra cima.

Um ruído atrás dela lhe chama atenção, ao se virar Irene vê Lilian, Sherlock, John Watson, Mycroft e Diana. Todos pálidos.

—Você deveria ter protegido sua irmã. – Começou Sherlock. - Esse foi o único trabalho que lhe dei, tempos atrás, nem mesmo isso você conseguiu.

—Eu sei... Eu devia...

—Você se superestimou, menina estúpida. Sempre soube que iria falhar, pois sempre foi um grande desapontamento. – Disse Mycroft.

—Não... Mycroft...

—Passei anos em um cativeiro, tudo que queria era minha família de volta e olha o que você fez! – Lilian falou.

—Mãe... Eu... – Irene já tinha lágrimas caindo pelo rosto.

—Você não é nada como seu pai. Ele nunca cometeria um erro desse tamanho. – Disse John Watson.

—Eu sei. – Ela baixou a cabeça.

—Você me deixou morrer, Irene. Você deveria me proteger...

—Diana, eu tentei... – Fala olhando para a irmã.

—Você deixou o Morse me matar enquanto eu gritava por sua ajuda! Enquanto eu pensava que nunca se importou comigo!

—Desculpa! Não era pra ser assim. Eu juro que tentei. Nunca quis isso. Eu sinto muito.

Ela pôs as mãos no rosto, quando as retirou eles haviam sumido, apenas o corpo do Morse jazia ali. Irene volta-se para o precipício, respira fundo, abre os braços e se joga.Ela se vê nos braços do inspetor John Smith, ela começa a se debater tentando afastá-lo.

—Calma, Irene! Sou eu, John, lembra? - Ela vai se acalmando até seu olhar mudar de desespero e dor para alívio. – Está tudo bem. Não se preocupe. Estou aqui com você.


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