— Ela parece incrível mesmo.

— Sim, eu sinto falta dela. Ela era a pessoa mais legal que eu conheci, eu podia contar qualquer coisa para ela. Ela nunca julgava, ela só balançava a cabeça e me dizia. Bom, como é que você quer lidar com isso?

— Deve ser bom ser aceito.

— Diga me, o que Lia tem contra você? – eu rio. Mas eu acho que até ele percebe que é uma risada forçada.

— Bem, ela engravidou de mim muito cedo. Com 16. Meu pai, estava entrando para a divisão sub 20 de um clube de futebol importante e obvio que não queria filhos, ele disse para ela abortar, e ela faria isso se a mãe dela não tivesse descoberto e a obrigasse a me ter, por que sua mãe era muito religiosa e considerava o aborto como um crime. Então ela ficou meio que presa comigo. – eu digo. Quando olho para ele sua boca está meio aberta. – Mova sua bunda e venha me ajudar a fazer eu molho de tomate especial. – Eu tento quebrar o clima e ele pega a dica e se aproxima. – Você sabe cortar tomates?

— Uh, você pensa que eu sou débil?

— Nunca. – eu digo rindo.

— Seu pai se deu bem na carreira? – ele pergunta. Engulo seco.

— Ele está em algum clube da Europa.

— Como é o nome dele?

— Erick Banson. – Digo sem emoção. Por que meu pai é o Erick Porra Banson. O jogador que mais fez gols na liga dos campeões, que está no ranking dos mais bem pagos do mundo e foi eleito o homem mais sexy do ano. Que me rendeu um rombo de cem reais no ano passado já que Lia precisou de alguma bebida para afogar as magoas e eu fiquei uma maldita semana comendo barras de cereais. Aléxis está me olhando com os olhos muito arregalados agora.

— Você está brincando comigo? – ele pergunta.

— Por que eu faria isso?

— Seu pai é Erik Banson? Você é Sofia Banson?

— Você é um fã. Sim eu sou Sofia Banson. – eu afirmo.

— Bem, eu sou. Ele mantem contato?

— Eu sou filha de um dos jogadores mais bem pagos do mundo e eu trabalho em uma loja de cupcakes por que se eu não fizesse isso eu morreria de fome, você acha que ele mantem contato?

— Bom ponto, pequena. Que filho da puta. – ele diz, o tomate que ele está cortando está destruído.

— Hey amigo, tenha calma com meu tomate.

— O quer dizer que se não trabalhasse ia morrer de fome?

— Nós estamos jogando aquele jogo outra vez? Das perguntas?

— Não estou jogando nenhum jogo.

— Ok, bem, Lia não é muito trabalhadora. Sempre estava sendo sustentada por seus namorados. Eu tive que trabalhar para ganhar o meu. Não é como se ela se preocupasse em me alimentar.

— Droga.

— Eu sei.

— Vamos esquecer isso. – começo o molho enquanto ele em silencio corta uma grande quantidade de tomates. Em silencio eu termino a lasanha e coloco no forno.

— Por que pequena?

— Não estou procurando a piedade de ninguém.

— Eu sinto raiva, não piedade. Algumas pessoas não foram feitas para serem pais.

Meu celular toca em seguida.

— Hey, Sofi. – a voz hesitante de Adrian soa.

— Oi Adrian.

— Como você tá?

— Bem, você?

— Bem. Hum, sobre sexta...

— Você não tem que me explicar. – digo. Alexis está olhando carrancudo para mim.

— Tenho sim, quero dizer, você é minha melhor amiga. E essas coisas não são para você ver.

— Uh, claro, eu admito que fiquei um pouco traumatizada. – eu digo rindo.

— Eu sinto muito.

— Você não tem que se preocupar comigo.

— Você é a única que eu me preocupo querida. – Oh Deus! E quando eu penso que tudo está bem ele me vem com uma dessas! – Então, eu estou te devendo aquele cinema.

— Sim, você está. – Já estou sorrindo por que é impossível ficar brava com ele.

— Vamos pegar a sessão das sete?

— Sim, você vem me pegar?

— Aléxis está ai?

— Sim, por que?

— Passa para ele. – eu estico o telefone confusa. Ele sorri. Troca algumas palavras com Adrian e logo desliga e olha pra mim.

— Parece que vamos ao cinema.

Estou vestindo um jeans preto e uma blusa e uma jaqueta de couro e sandálias de salto. Meu cabelo cai em ondas nas costas. Me sinto bem, Confiante. De um jeito legal. Eu adoro ir ao cinema com Adrian. Nós somos compatíveis quando se trata desse tipo de coisa. Estou animada. Mesmo que Aléxis vá. Não é que eu não quero que ele vá, bem eu não quero, ele me deixa nervosa e eu meu estômago tem estado indomável desde que ele disse que estava vindo com a gente.

Respiro fundo.

Eu só vou sentar lá e comer guloseimas. Nada de mais.

— Está pronta? – ele entra. Vejo quando ele me olha de cima a baixo. Eu olho ele de cima abaixo.  Aléxis está sexy. Eu só tenho essa palavra para descrever ele, a única palavra que eu achei que eu nunca ia aplicar a Aléxis, não que antes ele não fosse sexy, mas apenas por que eu me recusava.

— Sim! Deus! Eu quero ver Henry Cavill! É totalmente um encontro. – eu digo. A animação passando totalmente o nervosismo. – Mas se bem que o Ben Afflec não está mal, quero dizer é o Ben Affleck, mas o Cavill é um sonho, olha para ele!

— Acho que você se perdeu de novo. Achei que acontecesse só quando chocolate estava envolvido.

— Sim, mas é o Henry Cavill.

— Vamos embora tagarela.  Vou dirigir.

— Você nunca veio no cinema com a gente. – Aléxis é amigo de Adrian a anos.

— Ele nunca me convidou.

— Por quê?

— Por que eu provoco você.

— Bem, me lembre de agradecer Adrian depois. – eu digo rindo.

— Ele não sabe que você é uma pequena provocadora também não é?

— Adrian sabe tudo de mim. – Vejo como seu sorriso se apaga quando eu falo isso. Mas eu não comento por que ele estaciona e eu pulo do carro para abraçar Adrian. Ele está bonito. Sua beleza loura é meio angelical e fofa. Ele me abraça e volta quando eu pulo em seu pescoço.