Gato de Cheshire escrita por Aleksa


Capítulo 6
Quarto




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Capítulo 6 – Quarto

 

Assim que a sala se esvaziou os quatro se levantaram, precisavam saber o que fariam agora.

- E agora? – Will perguntou, já conformado com aquela alucinação progressiva.

- Vocês ficaram aqui até a poeira por um tempo, depois vejo como resolveremos

- Certo... – Antonie concluiu, concordando com os fatos.

- Ah é, que historia é essa de concubina Cheshire?! – Charlotte brigou.

- Hump, é só uma desculpa Charlotte. – ele sorriu maldosamente. – Não farei nada, tranqüilize-se... Ou não.

- Como assim “ou não”?! – ela berrou.

- Parece bastante empolgada com a ideia. – ele sorriu irônico, ainda brincando com a própria cauda.

- Ah! Você... – ela começou.

  Charlotte estava furiosa, mas, antes que pudesse fazer algo, ouviu-se um “clic” na porta, eram algumas das empregadas da casa, o que distraiu a fúria descontrolada de Charlotte.

- Me-mestre Aleksander... – uma delas começou, com um rosto levemente corado.

- Me chame de Cheshire, sabe que acho Aleksander muito formal Nora.

- Ah, desculpe mestre... – ela já havia começado a ficar sem-graça, trançando e re-trançando os dedos. – Nós só gostaríamos de lhe desejar as boas vindas...

- Obrigado Nora. – ele respondeu olhando nos olhos da jovem garota atordoada com a voz naturalmente doce de Cheshire.

Depois disso, com uma mesura, as empregadas se despediram, e saíram do aposento. Com toda essa cena, Charlotte esqueceu de seu desejo assassino de enforcar Cheshire, que permaneceu em silêncio.

- Sólon. – Cheshire chamou. – Leve-os para os seus respectivos quartos.

- Sim mestre.

Sólon pediu a Drácon que levasse a William e Antonie, enquanto ele guiava Mary e Charlotte, Drácon concordou, e assim foi.

- Então vocês duas são concubinas do mestre? – ele perguntou inocentemente, sorrindo.

As duas não responderam, ele continuou a comentar:

- Todas as mulheres de Âmbar matariam pra estar no lugar de vocês.

O olhar de Mary e Charlotte se dirigiu a Sólon, discretamente, mesmo assim, dirigiu-se a Sólon.

- O mestre é muito reservado. – ele continuou. – Até onde sabemos, o mestre nunca nem sequer beijou mulher alguma em Âmbar.

- Jura? – Mary perguntou, não conseguindo conter a curiosidade.

- Verdade. – ele reentrou. – O mestre nem sequer demonstra interesse por nenhuma das pessoas de Âmbar, ele raramente inicia uma conversa, prefere caminhar a noite, e vive numa casa separada do castelo.

- Nossa.

Agora até mesmo Charlotte havia se interessado.

- Eu sei, por isso me surpreende que ele tenha DUAS concubinas. Mas, como eu já disse, o mestre é muito discreto, nunca imaginamos que ele pudesse se interessar por duas íllis.

- Posso perguntar uma coisa? – Mary pediu.

- Hum? – Sólon sorriu amigavelmente.

- O que é íllis?

- É o termo que usamos pra determinar os habitantes de Doria.

- E o que é Doria? – ela perguntou também.

- É o nome que demos a sua dimensão.

- Nome...?

- Isso. Todas as dimensões que existem surgiram de Âmbar.

Eles caminharam um pouco mais, até que Sólon parou na porta de um dos quartos de hóspedes.

- Vocês ficaram aqui, é um lindo lugar, tem uma bela vista do jardim. – ele completou, sorrindo novamente.

Sólon se despediu e deixou Charlotte e Mary paradas em frente a enorme porta de madeira. As duas ainda esperavam acordar assustadas em seus quartos, acordando de um sonho coletivo bizarro.

Entrando elas se depararam duas camas de lençóis brancos esvoaçantes, cortinas brancas translúcidas, uma grande porta que levava a uma varanda com vista para o jardim de trás do castelo, e um lindo piso, que possuía o emblema de lótus da porta da frente.

- Que lindo! – Mary disse, caminhando em direção a pequena mesa de centro decorada com flores azuladas.

- Concordo. – Charlotte concordou.

Elas se acomodaram, o que se resumia basicamente se resumia em decidir quem ficava com qual cama, pouco depois de decidido isso, elas ouviram alguém bater na porta.

- Entre. – Charlotte respondeu.

Uma garota que parecia ser pouco mais nova que as duas entrou, e disse, num tom quase inaudível:

- Eu vim pra medir os números de vocês.

- Você quer dizer, para as roupas? – Mary perguntou.

- Isso.

A menina mediu as duas, anotando todas as informações num bloquinho, e saiu tão silenciosamente quanto entrou.

- Quase me esqueci que não trouxemos nossas coisas... – Mary acrescentou.

- É verdade, tudo isso ainda parece tão surreal... – Charlotte concordou, olhando pela janela.

- Eu gostei bastante daqui. – Mary disse, quase alegremente. – Estaria perfeito se não tivéssemos sido seqüestrados.

- Ai Mary, você tem uns gostos muito estranhos...

- Mas são verdade. – ela completou cruzando os braços.

Bateram na porta novamente, quem poderia ser agora?

- Entre. – Charlotte respondeu novamente.

- Olá! – um rapaz que deveria ter a mesma idade que ela sorriu. – Eu sou Elliot, vim chamá-las pra jantar.

- Jantar...? – Charlotte perguntou.

Mas como jantar, a algumas horas ainda era dia claro. Quanto tempo elas tinham passado lá?

- Não se assustem. – o rapaz disse, parecendo que tentava não rir. – Em Âmbar não existe o que vocês íllis chamam de... Como é mesmo? Ah! Pôr do sol.

- Não existe pôr do sol? – Mary perguntou.

- Não, nosso... Erm, “sol” se acende e apaga todos os dias. – ele disse sorrindo novamente.

- Nossa... – Charlotte disse, um pouco desconfortável.

- Que coisa fantástica! – Mary disse, com seus olhos brilhando de empolgação.

Mary estava se divertindo com tudo isso, como se viajasse para um hotel, e ela era a única a se sentir assim... Pelo menos até então...

 


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