Gato de Cheshire escrita por Aleksa


Capítulo 5
Âmbar




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         Capítulo 5 - Âmbar

 

 

Quando atravessaram, de olhos bem fechados, claro, foi a voz de Sólon que os fez abrir os olhos.

- Podem abrir os olhos agora.

- O-onde estamos...? – Mary perguntou, pensando estar em um delírio.

- Estamos em Âmbar, mais especificamente no castelo do Norte, Tsary.

- T...sary? – Charlotte gaguejou ao ver o lugar.

Os quatro se deparam com um imenso castelo, entalhado na lateral de uma montanha azul turquesa, que tinha um brilho fosco, perfeito, sobre qualquer ponto de vista.

Na porta havia um entalhe em preto de uma flor de lótus, com detalhes em prateado, e diga-se de passagem, uma magnífica porta, de um marrom avermelhado que se assemelhava a madeira tirada de uma cerejeira, porém era muito grande para uma cerejeira apenas, uma peça única, maciça, que parecia ser entalhada a mão.

- Nossa... – todos sussurraram pra eles mesmos.

 Era uma visão similar a de uma porta que levava ao céu, porém, nenhum deles sabia o que haveria por detrás daquela magnífica porta, poderia ser, ou não, algo que eles jamais esqueceriam...

- Sigam-me, por favor. – Sólon pediu educadamente.

Sólon tirou de seu bolso um pequeno símbolo, e o encaixou, como a uma chave, na imensa lótus preta e prata, que com um som de rangido, se abriu destrancando centenas de travas, abrindo-se.

No salão principal, eles se depararam com uma decoração muito curiosa. Havia um piso quadriculado preto e branco, móveis vermelhos de um veludo de aparência fina, cortinas leves e translúcidas de um tecido similar a seda, uma enorme escadaria preta, completamente fosca, com corrimões pretos de ferro torcido, uma bifurcação ao fim da escada, que levava a dois corredores cheios de portas, com uma enorme porta central, que possuía o mesmo entalhe da porta externa, realmente uma decoração espantosa, elegante e muito distinta.

- Vocês são os seqüestradores do Ministro? – um homem vestido inteiramente de branco disse, se aproximando dos cinco, Mary, Antonie, Charlotte, William e Sólon.

- Tecnicamente são seqüestradores. – Sólon defendeu. – Ainda devemos julga-los...

- Por mim eles seriam mortos agora mesmo. – o homem disse, convicto de suas palavras.

- Então fico feliz, pois não depende de você. – Sólon rebateu, com um olhar gélido.

O homem se silenciou, e se afastou respeitosamente de Sólon. Sólon parecia exercer algum cargo importante, e, enquanto os quatro esperavam até que o frio em suas espinhas passasse, tanto pelo motivo de seu seqüestro, quanto pelas palavras do homem de branco, Drácon se aproximou e postou sua mão esquerda no ombro de Sólon.

- Sólon, devemos ir a uma reunião com estes quatro, o mestre Aleksander também está lá.

- Certo, vamos. – novamente Sólon se dirigiu aos quatro. – Por favor, me acompanhem.

A falta de opções era clara para todos, eles tinham que ir, afinal, o que mais poderia ser feito?

Eles caminharam através dos muitos corredores do castelo, até parar na frente de uma porta branca, com uma escrita ilegível aos quatro. Sólon se colocou em frente à porta, esta, se abriu sozinha, e então, os todos entraram.

- Sólon, estes são os íllis que seqüestraram o Ministro? – um homem, já com alguma idade disse, sentado ao lado de mais outros oito homens, que pareciam ter idade similar a dele.

- Eu creio que sejam eles. – ele disse, ainda relutando na culpa dos quatro.

- Sólon. – Cheshire disse, sentado em uma cadeira listrada, magenta e preta. – Diga a Clístenes que se qualquer um de vocês se aproximar do meu quarto novamente... – ele pausou, como se regulasse seu tom de voz para não gritar. – Eu mato todos vocês. – seu olhar se estreitou, ele não poderia ser mais sério.

- Sim mestre Aleksander... – Sólon disse, sentindo a espinha gelar.

- Mande os íllis se sentarem. – outro dos homens, este mais a esquerda, disse, acenando para Sólon.

- Sim senhor. Por favor... – ele indicou aos quatro, que imediatamente se sentaram.

- Vocês são acusados de seqüestrarem o Ministro Aleksander Pérsia Notiê Versalhes, o que tem a dizer? – o homem sentado no centro disse vagarosamente.

- Odeio quando falam o meu nome inteiro... – Cheshire resmungou. – E eles não têm nada a dizer, pois são todos meus criados. – ele concluiu.

Os quatro viraram um olhar indignado a Cheshire, que devolveu o olhar com uma expressão que gritava “calados! Estou tentando salvar a pele dos quatro!”, assim, os quatro se calaram, abaixaram as cabeças, tentado abstrair o assunto.

- Criados? – o homem questionou.

- Isso. – ele assentiu, agora já sentado de cabeça pra baixo na poltrona listrada. – Estes dois são: Antonie e William são meus criados.

- Uhum, e estas duas moças? – o homem apontou a Charlotte e Mary.

- São minhas concubinas: Mary e Charlotte. – ele concluiu distraidamente, enquanto brincava com a própria cauda.

Mary e Charlotte engasgaram com a própria saliva, criadas elas até poderiam suportar, mas CONCUBINAS?! Ai já é pedir demais...

- Ah... Sendo assim, acho que o julgamento está encerrado. – o homem concluiu brevemente.

- Que seja... – Cheshire disse, rolando os olhos de forma entediada.

Os nove homens desceram de suas cadeiras, Charlotte se controlava o máximo que podia pra não se levantar e ir enforcar Cheshire, que permanecia sentado na poltrona listrada.

- Você não é mais necessário Sólon... – Cheshire disse, ainda sem olhar na direção de Sólon.

- Sim mestre... – Sólon concordou se curvando e saindo da sala.


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Notas finais do capítulo

bem, acho que é só isso por enquanto
espero q tenham gostado ;p



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