Gato de Cheshire escrita por Aleksa


Capítulo 32
Capítulo 32




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Dentro da fria torre de paredes de pedra cravada à marcas de unhas possivelmente dos moradores internos, aquilo era escuro e úmido como uma caverna, e o extenso corredor rodeado de escadas que subiam invariavelmente ao andar de cima, e ao seguinte, e ao seguinte, e assim sucessivamente, criava a horrível e claustrofóbica sensação da visão do corredor da morte... Assim reforçada pelo pequeno ponto de luz ao final do grande e afunilado corredor.

- Que lugar horrível... – Drácon declara, um arrepio gelado lhe descendo a espinha.

Caminhando até o final do mesmo, os três se deparam com o enorme jardim dos fundos dos Sonatha, um extenso jardim de flores variadas, onde seus moradores, que não passavam de seis ou sete, sentavam-se em bancos de madeira bancos em seus pijamas brancos e folgados, cada um com uma pequena marca que permitia ser identificado entre os demais.

Colado a parede, um pequeno quadro continha os nomes, as marcas e as condições clínicas dos “pacientes” ali “internados”, sete listados, e sete espalhados pelo pátio do jardim, se fosse algum deles, estava lá.

- Vamos. – Cheshire determina.

Espalhando-se pelo pátio os três simplesmente observam o comportamento dos internados ao verem sua passagem, e checando as marcas em seu braço.

- Eliza Sonatha... – Cheshire observa na lista. – Trancada por comportamento psicótico e apresentar múltiplas personalidades.

- Sampti ternus... testare... – ela cantarolava repetidamente.

- Drácon, Clístenes... Venham ver uma coisa... – ele disse, observando a garota de olhos vidrados a sua frente.

Os dois se aproximam, os olhos da garota travam-se neles, ainda cantarolando o pequeno versinho, seus olhos verdes brilhantes encaram friamente os três.

- Múltipla personalidade, é? – Drácon diz, arqueando uma das sobrancelhas.

- Algum problema com isso?  Seu clone filho de Felícia. – ela diz, por entre os dentes, seus cabelos castanhos bagunçados caindo sobre os olhos, ainda se abraçando e movimentando-se repetidamente... pra frente... pra trás... pra frente... pra trás.

Felícia é a representação antagônica de Âmbar, fria, cruel, calculista, de uma maldade infinita, que alimenta o ódio, a raiva e a vingança.

- O que você disse?! – ele diz, praticamente ao berros, quase se jogando na garota, mas sendo segurado por Clístenes antes.

- Drácon, não! Ela só quer atingir você! – ele diz, tendo certa dificuldade em segurar o irmão.

Ser chamado de filho de Felícia, é uma das piores ofensas que se pode dar a alguém, é tão ruim que não se diz a ninguém, nem mesmo alguém que você despreza tanto que mataria, é como ofender toda a sua linhagem, o nome da sua família e jogar tudo isso na lama rindo histericamente ao fundo.

Ela ria e ria e ria uma risada cruel e gelada, seus olhos insanos e doentes encarando a raiva cega de Drácon.

- Deixe que venha!  - ela ria.

- Acho que encontrei a nossa assassina... – Cheshire diz, deixando um pequeno arrepio gelado correr sua espinha.


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