Gato de Cheshire escrita por Aleksa


Capítulo 28
Capítulo 28




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É de manhã, e no castelo todos despertam, Chalotte, em seu quarto, se espreguiça e olha ao redor, Mary não estava  lá, e a cama estava arrumada.

Descendo as escadas para o café da manhã, Chalotte vai falar com Antonie, que já está sentado, e William como sempre está atrasado.

- Antonie, você viu a Mary por ai?

- Não. - ele diz. - Não a vejo desde ontem quando ela saiu.

- Que estranho. Será que ela está no jardim?

- Não custa nada tentar. Depois do café vamos todos atrás dela.

Chegando um tempo depois, Wiliam se senta e vai tomar café também. Depois, todos saem ao jardim e vão caçar Mary por ai.

Varrendo o jardim de uma ponta a outra, nada de Mary. Nenhum dos empregados a tinha visto também... Certo, agora é hora de oficialmente começar a se desesperar.

Charlotte entra e vai procurar por Cheshire ou algum dos trigêmeos, encontrando Clístenes no corredor.

- Clístenes! Clístenes! - ela chama, correndo até ele.

- Sim srta. Chalie? - ele responde, parando sua caminhada e virando-se na direção de Chalotte.

- Clístenes, a Mary sumiu! - ela diz.

Clístenes compreende perfeitamente o pânico, perder Mary é como perder um fosforo numa sala cheia de pólvora.

- Vou chamar os outros, espere um minuto.  - Clístenes sai pelo corredor e dispara atrás de seus dois irmãos.

- Drácon! Sólon! - ele chama.

- Sim? - os dois, que estavam parados assinando papéis na sala de reuniões, dizem, parando e olhando na direção dele.

- A srta. Mary sumiu. - ele declara.

- Desde quando? - Sólon pergunta, alarmado.

- Acredito que desde ontem à noite.

- Isso é horrível. - ele comenta.

- Considerando quem é, vamos torcer pra que nada tenha arrancado a cara dela. - Drácon diz, largando a caneta e cruzando os braços.

- Drácon! - Sólon repreende, indignado.

- O que? É verdade. - Drácon dá de ombros, ele também está preocupado, mas também é muito ruim em medir as palavras.

- Chega vocês dois. - Clístenes interfere. - Vamos atrás dela.

Péssimo momento pra Mary desaparecer, Tsary estava em estado de alerta, os reinos iam se preparar pra caçar, os gêmeos Alcoran estavam chegando pra ajudar, a zona neutra ia ficar desprotegida, e pra piorar, Cheshire não tinha como ajudar, por que estava ocupado com todas essas outras coisas.

Saindo, os três e mais os trigêmeos saem pela floresta da zona neutra pra procurar por Mary.

Terrível, um dia inteiro procurando e nada de Mary, em lugar algum.

De volta ao castelo um  bilhete em papel passado jazia parado sobre a mesa de centro, um bilhete de caligrafia rebuscada em manuscrito e caneta de pena.

Sólon caminha até o bilhete olhando a quem era endereçado, e lá, em preto estava:

"Aos mestres de Tsary..."

Estranhando o bilhete, Sólon abre o papel e começa a ler:

"Caros senhorios de Tsary,

Creio que já devem ter ouvido falar de mim,

Sou o famoso e procurado assassino dos dois reis de Âmbar..."

Sólon para a leitura e olha ao redor, chamando Clístenes e dizendo-lhe pra ir ao quarto da rainha, JÁ!

Clístenes dispara escada acima e Sólon continua a ler...

"Sua rainha ainda vive, não tenho a intenção de matá-la tão já,

Estou apenas comunicando que ontem, enquanto passeava pela zona neutra

Me deparei com uma figura muito curiosa, uma ílis..."

O sangue de Sólon gelou na hora e ele engoliu a seco.

"Também não a matei, não faria sentido.

Mas, como um grande apreciador de jogos, proponho um a vocês:

Será que vocês conseguem me encontrar? O prêmio, caso consigam, será a devolução da íllis que levei.

Deixem a minha resposta em papel passado pregado no tronco de Âmbar,

quero o selo real na resposta, preciso saber que a rainha concorda com isso.

                                                                                                              Estarei observando..."

Os dedos de Sólon foram se fechando no papel da carta conforme a raiva aumenta em proporção direta com as palavras, até que por fim, a carta encontrava-se amassada em suas mãos, e a raiva crescia em seus olhos.

- Drácon! - ele gritou.

Prontamente, Drácon se postou ao seu lado, num consentimento preparado e mudo.

- Chame o mestre Aleksander, ele precisa saber disso.

Sem dizer nada, Drácon saiu pelas escadas atrás de Cheshire. Sendo Sólon aquele que mais se apegara aos estrangeiros, o sequestro de Mary lhe foi atingido como uma facada no meio do peito. Mas não era só, o perigo e o desrespeito que essa pessoas, fosse quem fosse, representava, havia sido gritado a eles com essa carta, afinal, se ele tinha o poder de adentrar os portões sem disparar um único tiro com um reino todo em estado de alerta, ele poderia matar a rainha quando bem entendesse.

- Maldito serifarim... - Sólon sibilou por entre os dentes, baixo o suficiente pra que sua raiva só fosse ouvida por ele mesmo.

- Sólon? - Charlotte chamou, esperando que ele desse a ela o resumo do quão perdidos estariam daqui pra frente.

Sólon virou na direção de Charlotte, os olhos obscurecidos pela raiva foram limpando diante deles, não queremos causar alarde, certo?

- Sim srta.Charlie?

- O quão ruim está tudo?

- A senhorita Mary foi levada... - ele declarou, num tom de pura lástima e pesar.

- Levada? Levada por quem? - Charlotte pergunta, sua voz ficando involuntariamente cada vez mais alta.

Um momento de silêncio cortou a conversa em duas partes.

- Pelo assassino de Âmbar... - ele respondeu finalmente.

O sangue de Chalotte gelou por dentro e parou nas veias, seus rosto foi ficando branco e ela foi ficando trêmula, Antonie e William foram pelo mesmo caminho, num desespero silencioso, até que um tiro de indignação cortou a garganta de Charlotte, sendo lançado no ar.

- O que?! - ela gritou.

Sólon simplesmente assentiu, pesaroso, dirigindo seu olhar ao chão.

- M-Mas o que faremos agora? - William perguntou, apoiando o peso de Charlotte que parecia estar sendo puxado para o chão.

- Vamos atrás dele. - Sólon declarou determinado.

Drácon vinha voltado com Cheshire em seu encalço com o mesmo olhar de desespero que eles, seus olhos agora se misturavam em azul e preto.

- Sólon, mas que história é essa? - Cheshire disse, já em profundo estado de estresse, a soma de fatores estava multiplicando a pressão.

- A srta. Mary foi levada, o assassino deixou isso sobre a mesa. - Sólon disse, entregando a carta a Cheshire, que a pegou quase de imediato.

- Quando? Aqui? Agora? - ele disse, procurando um único meio que fosse de se entrar em Tsary sem ser notado naquele momento.

- Acredito que sim, quando voltamos da zona neutra isso estava sobre a mesa.

Clístenes voltava pelas escadas, ao que parecia a rainha estava bem. Muito bem, um problema a menos.

- E agora mestre? - Drácon pergunta, sabendo a que a situação como estava precisava ser resolvida.

- Vou pedir o selo da rainha... Se bem que... Isso tudo pode ser uma forma de nos tirar do castelo.

- Cheshire, ele entrou aqui com você aqui dentro ou não. Ele não tem medo de nenhum de vocês. - Antonie declarou.

Cheshire precisava admitir, ele não parecia representar perigo algum diante dos olhos do assassino de Âmbar.

- Tem razão Antonie, hora de tomar providências. - Cheshire declara, subindo e indo atrás do selo real.

E começa o jogo, agora resta saber: Quem ganha?


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