Gato de Cheshire escrita por Aleksa


Capítulo 29
Capítulo 29




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Depois de resolvida a questão da assinatura real, Cheshire rumou à floresta da zona neutra, pregou a carta no tronco de Âmbar e voltou ao castelo.

Quando cruzou a porta, se deparou com as figuras de Érin e Arkadi, que nunca estiveram tão sérios.

- Gêmeos Alcoran? - Cheshire disse.

O olhar dos gêmeos se dirigiu a Cheshire, eles já pareciam saber do sequestro de Mary.

- Acha que ele pretende nos chantagear usando Mary? - Érin pergunta.

- Creio que não, ele quer jogar, está confiante de que vamos perder. - Cheshire declara, encostando-se na parede.

- Eu vi a srta. Mary ontem, ela havia caído em um buraco. - Arkadi diz, sendo-se na mesa e cruzando as pernas sobre a mesma.

- Típico. - Cheshire suspira. - Pretendem ajudar na procura?

- Claro, prometemos ajudar nesse caso. - Érin determina.

- É verdade. - ArkadI completa.

- Obrigado.

- De nada. - os dois dizem em únissono.

Naquela mesma noite, enquanto Chalotte, depois de algumas hora se recuperando, saiu de seu quarto, ela desceu as escadas, pretendia ir ao jardim, mas ao chegar na porta, parou e pensou se essa seria uma ideia sensata, afinal... Mary...

- Preciso parar de pensar nisso. - ela suspirou e deu dois passos pra trás, recostando-se na mesa.

Mesmo que não tivesse notado, Cheshire estava sentado no sofá, com um olhar cansado e claramente preocupado, os sete reinos estavam desmoronando pelas mãos de um único ser, um ser que estava saindo impune de todos os assassinatos.

- Eu tembém. - ele suspira.

Charlotte da um pequeno pulo, assustando-se com a vinda repentina da voz de Cheshire.

- Cheshire...

- Charlotte...

Um momento de silêncio se instalou no ambiente, nenhum dos dois sabia o que falar. Foi Drácon que quebrou o clima da sala entrando no salão com um papel nas mãos.

- A resposta. - ele disse.

Levantando, Cheshire atravessou a sala e pegou o papel das mãos de Drácon.

"Caros senhorios de Tsary,

Fico feliz em saber que vocês aceitam a minha proposta.

Minha primeira tarefa pra me encontrarem é:

Estou em um reino ao que é conhecido por suas flores, durante o iverno

saímos ao rio Hierte, agora me diga: que dia é amanhã?"

Cheshire encarou a carta por alguns segundos, pensando o que ele poderia querer dizer com "que dia é amanhã"

- O que acha que ele quis dizer?

- Não sei...

Sólon e Clístenes chegaram e se aproximaram dos dois, Clístenes pareceu ter um enorme lampejo de genialidade.

- Amanhã é feriado de yuriakiria em Asiliza.

Charlotte, William e Antonie não faziam ideia do por que agora os olhos de Cheshire, dos Alcoran e dos trigêmeos de repente pareciam tão esclarecidos.

- O que é o feriado de yuria-qualquer coisa? - William perguntou, franzindo o cenho.

- É  a festa das flores lacústres de Asiliza, mas esse ano eles não podem comemorar, devido a morte do rei.

William se perguntava o que a morte do rei tinha a ver com o festival, além do óbvio.

- A flores lacústres só desabrocham com a presença de vossa majestade. - Arkadi disse, fazendo nós nas pontas do próprio cabelo.

- Ahhh... - os três disseram em uníssono.

- Então nós vamos pra Asiliza. - Cheshire pega o papel e dobra duas vezes na metade, guardando-o no bolso.

Todos vão arrumar as malas, menos os gêmeos Alcoran, e marcam de se encontrar em frente a Âmbar. Horas mais tarde assim é feito, e todos param na frente de Âmbar, o conceito de "mala" em Âmbar é uma coisa muito curiosa, "mala" se resumi a um pequeno colar com um pingente pouco maior que uma moeda de 25 centavos, que contem um micro portal que carrega toda a bagagem necessária... Muito prático.

Partindo para Asiliza, Charlotte, William e Antoni parecem especialmente preocupados com o futuro que os aguarda depois dos portões de Asiliza, tirando eles, os outros são diplomatas que tem livre acesso a qualquer coisa no reinado, além de respeitados e de conhecer o espaço, já eles...

- Tenho a sensação de que isso será uma coisa muito... Muito... Muito complexa. - Antonie sofre pra articular.

- Eu duvido. O povo de Asiliza é bastante... simpático com seus visitantes. - Sólon argumenta.

E novamente o silêncio se instala, Arkadi e Érin dialogam numa conversa muda de olhares, Cheshire, em sua forma felina, caminha pouco atrás deles, saltando por sobre as raízes, os trigêmeos tem suas mãos sobre as armas, e apesar do olhar plácido, estão prontos a qualquer ameaça repentina que surgir; Charlotte está divagando, distate e alheia a toda a conversa, Antonie reflete interiormente se deixar Abel sozinho cuidando da rainha foi uma ideia sensata, e William se pergunta como a situação foi chegar naquilo.

Os nove se aproximam do enorme portão prateado de Asiliza, um portão de ferro torcido, onde um vitral fantástico com uma enorme rosa estampada jazia refletindo a luz solar e imprimindo os pequenos pontos de luz coloridos no chão.

Os Alcoran tomam impulso no chão e pulam por cima do portão, Cheshire volta a forma humana e posta uma das mãos por sobre o portam, que range, chia, e vagarosamente vai se abrindo.

Cada um dos trigêmeos se coloca ao lado de um dos três, e assim todos entram, se deparando com Érin e Arkadi do outro lado, cada um encostado em um pilar, olhando o céu absurdamente escuro, os raios que cortavam o ar e cravavam-se violêntamente no chão, numa explosão de luz e barulho.

O sol fosco atrás das nuvens, não era o bastante pra aquecer o ar úmido e frio, deixando um ambiente cinzento e escuro dentro da cidade, as pessoas todas de preto, passavam lentamente em luto pelas ruas; os jardins, antes cheios de flores, agora jaziam desbotados e mortos sobre os canteiros.

- Nossa... - Antonie deixou escapar.

Os Alcoran se desencostaram dos pilares e foram se juntar a eles.

- Nós vamos para o castelo falar com o ministro. - os dois disseram em uníssono.

Cheshire assentiu com a cabeça e virou-se na direção dos outros.

- Nós vamos nos ocupar em achar mais bilhetes.

Os trigêmeos acataram a ordem, e assim todos saíram pela cidade atrás de algo que indicasse o próximo passo que teriam que seguir.


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Notas finais do capítulo

Vou terminar de postar tudo hoje /o/



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