Gato de Cheshire escrita por Aleksa


Capítulo 27
Capítulo 27




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- Por que estamos aqui? - Érin pergunta.

- Os sete reinos entraram em estado de guerra. - Cheshire comunica.

- Contra quem? - Arkadi pergunta, sentando-se na mesa.

- Contra o assassino dos reis de Kivarov e Asiliza.

- E os governantes estão convocando a ajuda dos Alcoran? - Arkadi pergunta.

- Isso, o concelho decidiu que será melhor para todos se vocês se envolverem.

- Nós não temos objeções quanto a isso.

Mais algumas horas de conversa se passam e os gêmeos Alcoran, após falarem com os governantes de Âmbar, fecham o acordo que da livre acesso a ambos às propriedades dos sete reinos, não só a zona neutra.

Abel desce lentamente as escadas, e seu olhar é automaticamente travado nos gêmeos Alcoran e em Cheshire que conversa com eles.

- É a reunião da escória... - ele pensa.

Passando por eles e saindo pela porta da frente, ele se senta em uma pedra próxima ao lago. Os olhos dos gêmeos se dirigem a ele e se estreitam revoltadamente, as centelhas de raiva que voavam só seriam mais visíveis se fossem brilhantes e incandecentes.

Abel  continua a andar, desviando seu olhar do dos gêmeos que ainda o seguiram com os olhos até que ele sumisse de vista.

- Muito bem então, vocês virão amanhã? - Cheshire pergunta

- Ah... Sim, claro ministro. - os dois dizem ao mesmo tempo, tendo perdido um pedaço da conversa ao olharem na direção de Abel.

Enquanto isso, dentro do castelo, Mary, Chalotte, Wiiliam e Antonie olham as pessoas passando apressadamente pelo salão, todas muito ocupadas, e parecendo estressadas de alguma forma.

- O que será que está acontecendo? - Mary diz, praticamente pensando alto.

- Não sei, mas parece grave. - William diz.

E as horas passam, e o sol apaga, e o clíma frenético dentro do castelo não para, ao que parece o castelo não dormiria hoje. Nesse momento são três da manhã, nossos quatro íllis favoritos se esqueceram de ir dormir e estão ainda na sala, olhando o movimento interminável de pessoas.

- Vou dar uma volta. - Mary diz, levantando e espreguiçando.

Chalotte ia dizer alguma coisa, mas quando tomou fôlego, Hímia surgiu nas escadas ainda com suas roupas formais, devia estar procurando por Cheshire. Destraída, ela acabou deixando que Mary saisse despercebida, e fosse ao jardim, e em seguida para a floresta.

Enquanto caminhava pela noite, Mary observava atentamente a paisagem ao redor, olhando pra frente, não para o chão, e foi por essa razão que ela tropeçou numa raiz saliente e caiu em um enorme buraco.

- Ah~! - ela disse, caindo, até se chocar com um amontoado fofo de folhas e capim no fundo do buraco. - Ai... Meu orgulho... - ela reclamou, sentado-se no fundo do buraco e avaliando se havia ferido alguma outra coisa além de seu orgulho frequentemente quebrado.

Ao chegar a conclusão que seu orgulho era a única coisa ferida, ela se levantou e bateu as folhas das roupas.

O buraco onde estava era fundo e escuro, apenas pouca luz externa adentrava as paredes do mesmo, agora ela devia se ocupar em se remover de lá de dentro antes que mais alguma coisa se progetasse do chão e tentasse engolir o seu rosto.

Abel, que por sorte ou azar passava por ali, sentiu cheiro de íllis e decidiu averiguar se algum dos mesmos havia sido comido por alguma fera selvagem.

- Quem seria estúpido o bastante pra andar por essa floresta no meio da noite? E pra piorar ele parece estar sozinho... - ele pensou.

Aproximando-se da borda do buraco, os olhos metódicos de Abel vasculavam algo que não se encaixasse na paisagem do fundo escuro. A primeira coisa que seus olhos contemplaram foi a explosão de cores estravagantes que compunha o cabelo de Mary, uma coisa formada pela combinação de mechas rosas, roxas, ruivas-vermelhas, castanhas e loiras, contrastando com um azul royal que dava suficiente destaque ao resto todo.

- Aquilo com certeza não é uma planta... - ele suspira frustrado.

Mary olha a borda do buraco, onde o olhar frio e desisnteressado de Abel a observa.

- Oi. - ela sorri.

- Pelo visto ainda está viva... - ele cruza os braços, levemente decepcionado.

- Você é o cara que chamaram pra botar ordem na casa, né? - ela diz, com sua típica expressão abobada.

Abel simplesmente arqueia uma das sobrancelhas. Ele, que seguia seu percurso de volta pra Tsary, agora encontra com o estorvo de tirar aquele estorvo de dentro daquele buraco... Ou ele podia simplesmente continuar andando e fingir que não viu nada... E ele estava bastante interessado na segunda opção.

E foi o que ele fez, continuou a caminhar na direção de Tsary com um olhar desinteressado, abandonando Mary dentro do buraco onde estava. E ela, alienada como era, nem percebeu, e simplesmente se ocupava em tirar folhas do cabelo e observar os formatos das mesmas.

De volta a Tsary, Abel passou pela porta com uma expressão vazia, e uma clara indiferença.

Enquanto isso, ainda na floresta, agora foi Arkadi quem encontrou Mary no buraco onde estava.

- Ah, olá íllis do cabelo colorido. - Arkadi diz, pulando dentro do buraco e pousando no seu interior como uma lufada de ar. - Aprecia o fundo de buracos? - ele pergunta inocentemente.

- Depende muito do buraco. - ela filosofa, pensando nas enorme quatidade de buracos variados com os quais já tinha se deparado.

Arkadi a observava pensar com um sorriso simpático e infantíl.

- Mas enfim sr... Como disse que era o seu nome mesmo? - Mary pergunta.

- Arkadi, Arkadi Alcoran. - ele sorri.

- Ah é, isso ai mesmo. - ela diz, com um olhar que dizia: "ah é, agora eu lembrei". - Pois é, será que você me ajudar a sair daqui, Arkadi?

- Claro íllis. - ele sorri.

- Meu nome é Mary, M - A - R - Y , Mary.

- Eu sei disso íllis.

Ele pega a mão de Mary, e com um impulso no chão, ambos saem do buraco.

Mary agradece e Arkadi vai embora. Agora, já fora do buraco, ela podia voltar a Tsary.


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