Gato de Cheshire escrita por Aleksa


Capítulo 25
Capítulo 25




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Naquela noite, estava muito escuro, não havia lua no céu, e Cheshire estava sentado no muro do jardim com uma expressão pensativa e atormentada, seus olhos brilhavam verdes escuros.

- Abel... – ele disse pra si mesmo.

- Falando sozinho? – Charlotte diz, se aproximando.

As pupilas de Cheshire se estreitam e formam uma fina linha em seus olhos, olhos os quais adquiriram uma cor avermelhada por um minuto ou dois, e ele voltou esse olhar na direção de Charlotte, que surpreendeu-se com a expressão hostil.

- Ah... Charlie... Não te vi chegando. – ele disse, seus olhos voltando a esverdear.

- Não queria te assustar...

- Estava pensando. – ele suspira, olhando na direção da floresta.

- Algo errado? – ela pergunta, se sentando ao lado dele.

- Só um pouco preocupado... Só isso.

- Por quê? Algo aconteceu?

- Só uns problemas no reino. Assassinaram o irmão da raina...

Charlie não sabia o que dizer, por isso simplesmente assentiu com a cabeça.

- Abel, ele é um caçador... Ele... Mata fiores...

- Fiores...?

- É o nome da minha espécie...

De repente Chalotte sentiu vontade de se estapear por perguntar.

- E... O que esse tal de Abel está vindo fazer?

Charlotte ouviu os trigêmeos discutindo o assunto pouco depois da partida do mensageiro.

- Ele além de caçador, é excelente com detalhes, o alto concelho espera que ele encontre o assassino do rei o mais rápido possível, estão todos muito nervosos com a possibilidade de outro assassinato.

- Isso por que o pescoço de todos está na linha de fogo. - Arkadi diz, sentado no galho de uma árvore.

- Arkadi. - Cheshire diz, forçando um sorriso em meio à toda a sua tormenta.

- Não precisa se forçar a sorrir ministro Aleksander, sabemos que a situação entre os reinos está bastante crítica. - Arkadi declara, virando de ponta cabeça no galho onde estava.

Chalotte simplesmente assiste a cena, os dois eram pessoas muito interessantes... Se você considerar que um tinha orelhas e cauda de gato, e o outro tinha cabelos prateados.

- Me diga senhorita Charlie, como está encarando tudo isso?

- Estou... Bem, eu acho.  - Charlotte diz, não muito certa do que sentia de fato quanto a tudo isso.

- Isso é bom. - ele sorri, inclinando a cabeça levemente para a direita.

Era impressionante com Arkadi podia ser sorridente a qualquer momento.

- Aki. - Érin chama.

- Boa noite Érin. - Cheshire diz.

- Para o senhor também ministro Aleksander. - Érin sorri educadamente.

- O que foi Éri? - Arkadi pergunta, ainda de ponta cabeça e balançando.

- Aquele que chamam de Abel está as portas de Tsary. - ele declara.

- Tenha uma boa noite ministro Aleksander, íllis. - Arkadi se despede, virando de costas e sumindo por entre as árvores.

- Por eles foram embora tão rápido? - Chalotte pergunta.

- Abel não vai muito com a cara dos gêmeos Alcoran... 

- Ah... - ela se limita a usar a imaginação para especificar o que "não vai muito com a cara"  queria dizer.

Os sinos da torre de Tsary começam a tocar, Abel estava lá dentro, e chamavam aos representantes a ir até lá.

Pesadamente os passos de Cheshire se dirigiram para o interior do castelo, indo de encontro a um dos assassinos de sua espécie. Sem saber o que fazer, Charlotte simplesmente o seguiu.

Lá dentro Mary, Antoni e William, já estavam parados de pijamas observando a figura na porta.

Com duas armas na cintura, roupas pretas, um sobretudo levemente queimado na barra, olhos em um vermelho-acastanhado, e cabelos pretos e ondulados nas pontas, presos em um rabo-de cavalo frouxo, Abel observava  o interior do castelo com uma expressão séria e fria.

A rainha desce as escadas com um olhar tão sério e firme quanto o dele, os dois cruzam olhares e ele abre um sorriso sarcástico.

- É bom saber que a rainha ainda vive.

Os olhos de Hímia se estreitam mas ela não diz nada, para  ao lado de Cheshire e cruza os braços, dizendo algo a ele.

Cheshire vira-se na direção de Abel e diz:

- A rainha diz que fica feliz em saber da sua preocupação, e gostaria de chamar uma reunião do alto concelho, com a presença do senhor, obviamente. - Cheshire declara, servindo de intermédio entre a rainha e o assassino sarcástico.

Outro sorriso se abre no rosto de Abel.

- Um fiore?

As pupilas de Cheshire se estreitam e seus olhos adquirem um tom avermelhado, ele continua calmo, mas se isso perdurasse por muito mais tempo, alguem acabaria ferido.

Hímia pousa uma das mãos no ombro de Cheshire e acena negativamente com a cabeça, dizendo baixo o bastante pra que só ele ouvisse.

- Não vale a pena...

Respirando fundo e com uma reverência educada, Cheshire sai do aposento e volta ao jardim. O sorriso sarcástico no rosto de Abel ainda não se desfez, e novamente os sinos começam a tocar... O concelho foi convocado.


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Notas finais do capítulo

Uhu /o/
Tio Abel que mete medo na galera /o/



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