Gato de Cheshire escrita por Aleksa
Naquela noite, estava muito escuro, não havia lua no céu, e Cheshire estava sentado no muro do jardim com uma expressão pensativa e atormentada, seus olhos brilhavam verdes escuros.
- Abel... – ele disse pra si mesmo.
- Falando sozinho? – Charlotte diz, se aproximando.
As pupilas de Cheshire se estreitam e formam uma fina linha em seus olhos, olhos os quais adquiriram uma cor avermelhada por um minuto ou dois, e ele voltou esse olhar na direção de Charlotte, que surpreendeu-se com a expressão hostil.
- Ah... Charlie... Não te vi chegando. – ele disse, seus olhos voltando a esverdear.
- Não queria te assustar...
- Estava pensando. – ele suspira, olhando na direção da floresta.
- Algo errado? – ela pergunta, se sentando ao lado dele.
- Só um pouco preocupado... Só isso.
- Por quê? Algo aconteceu?
- Só uns problemas no reino. Assassinaram o irmão da raina...
Charlie não sabia o que dizer, por isso simplesmente assentiu com a cabeça.
- Abel, ele é um caçador... Ele... Mata fiores...
- Fiores...?
- É o nome da minha espécie...
De repente Chalotte sentiu vontade de se estapear por perguntar.
- E... O que esse tal de Abel está vindo fazer?
Charlotte ouviu os trigêmeos discutindo o assunto pouco depois da partida do mensageiro.
- Ele além de caçador, é excelente com detalhes, o alto concelho espera que ele encontre o assassino do rei o mais rápido possível, estão todos muito nervosos com a possibilidade de outro assassinato.
- Isso por que o pescoço de todos está na linha de fogo. - Arkadi diz, sentado no galho de uma árvore.
- Arkadi. - Cheshire diz, forçando um sorriso em meio à toda a sua tormenta.
- Não precisa se forçar a sorrir ministro Aleksander, sabemos que a situação entre os reinos está bastante crítica. - Arkadi declara, virando de ponta cabeça no galho onde estava.
Chalotte simplesmente assiste a cena, os dois eram pessoas muito interessantes... Se você considerar que um tinha orelhas e cauda de gato, e o outro tinha cabelos prateados.
- Me diga senhorita Charlie, como está encarando tudo isso?
- Estou... Bem, eu acho. - Charlotte diz, não muito certa do que sentia de fato quanto a tudo isso.
- Isso é bom. - ele sorri, inclinando a cabeça levemente para a direita.
Era impressionante com Arkadi podia ser sorridente a qualquer momento.
- Aki. - Érin chama.
- Boa noite Érin. - Cheshire diz.
- Para o senhor também ministro Aleksander. - Érin sorri educadamente.
- O que foi Éri? - Arkadi pergunta, ainda de ponta cabeça e balançando.
- Aquele que chamam de Abel está as portas de Tsary. - ele declara.
- Tenha uma boa noite ministro Aleksander, íllis. - Arkadi se despede, virando de costas e sumindo por entre as árvores.
- Por eles foram embora tão rápido? - Chalotte pergunta.
- Abel não vai muito com a cara dos gêmeos Alcoran...
- Ah... - ela se limita a usar a imaginação para especificar o que "não vai muito com a cara" queria dizer.
Os sinos da torre de Tsary começam a tocar, Abel estava lá dentro, e chamavam aos representantes a ir até lá.
Pesadamente os passos de Cheshire se dirigiram para o interior do castelo, indo de encontro a um dos assassinos de sua espécie. Sem saber o que fazer, Charlotte simplesmente o seguiu.
Lá dentro Mary, Antoni e William, já estavam parados de pijamas observando a figura na porta.
Com duas armas na cintura, roupas pretas, um sobretudo levemente queimado na barra, olhos em um vermelho-acastanhado, e cabelos pretos e ondulados nas pontas, presos em um rabo-de cavalo frouxo, Abel observava o interior do castelo com uma expressão séria e fria.
A rainha desce as escadas com um olhar tão sério e firme quanto o dele, os dois cruzam olhares e ele abre um sorriso sarcástico.
- É bom saber que a rainha ainda vive.
Os olhos de Hímia se estreitam mas ela não diz nada, para ao lado de Cheshire e cruza os braços, dizendo algo a ele.
Cheshire vira-se na direção de Abel e diz:
- A rainha diz que fica feliz em saber da sua preocupação, e gostaria de chamar uma reunião do alto concelho, com a presença do senhor, obviamente. - Cheshire declara, servindo de intermédio entre a rainha e o assassino sarcástico.
Outro sorriso se abre no rosto de Abel.
- Um fiore?
As pupilas de Cheshire se estreitam e seus olhos adquirem um tom avermelhado, ele continua calmo, mas se isso perdurasse por muito mais tempo, alguem acabaria ferido.
Hímia pousa uma das mãos no ombro de Cheshire e acena negativamente com a cabeça, dizendo baixo o bastante pra que só ele ouvisse.
- Não vale a pena...
Respirando fundo e com uma reverência educada, Cheshire sai do aposento e volta ao jardim. O sorriso sarcástico no rosto de Abel ainda não se desfez, e novamente os sinos começam a tocar... O concelho foi convocado.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Uhu /o/
Tio Abel que mete medo na galera /o/