Gato de Cheshire escrita por Aleksa
Capítulo 14 – Muito Mais Que
Charlotte caminhava observando o estranho bosque de árvores brilhantes, até que sentiu algo em suas costas.
- Surpresa.
- Ah! – Charlotte gritou.
- Olá íllis.
- Ar...kadi?
Arkadi estava parado, com os braços nas costas, sorrindo simpaticamente.
- Fico feliz que se lembre do meu nome íllis. Porém eu não sei o seu.
- Charlotte, mas todos me chamam de Charlie.
- Muito interessante. – ele disse, enquanto andava ao redor de Charlotte. – Me diga íllis, o que faz nos bosques? Seu povo aprecia passeios noturnos?
Arkadi finalmente paroum, e se sentou num galho logo atrás de onde estavam.
- Não. Acabei dormindo, nem deveria estar aqui. – ela respondeu.
- Quanto a esse ponto eu concordo. Um íllis pode ser muito facilmente morto em meio aos bosques.
- Eu não me lembro do caminho até o castelo. – ela respondeu, dando de ombros.
- Hum, isso é simples. Siga as árvores azuis. – ele respondeu.
- Ah, obrigada Arkadi. – ela agradeceu.
- Não me agradeça, você me recompensará de outra forma. – ele sorriu.
- Que seria...? - ela perguntou, um tanto desconfiada.
- Quero saber mais sobre você. – ele respondeu. – Sua cultura é intrigante, quero saber mais sobre Doria.
- É isso? – ela perguntou.
- Pura e simplesmente. – ele respondeu.
- Ah... – ela respirou, mais aliviada. – Bem, lá em... er, Doria, nós temos uma coisa chamada pôr-do-sol.
- O que seria “pôr-do-sol”? – ele perguntou, com a aparência mais interessada que se pode pensar.
- Nosso “sol” não se acende e apaga como aqui, o planeta gira, e assim ele vai para o outro lado do planeta.
- Muito curioso. Então o Sol de vocês é comunitário?
- Pode se dizer isso.
- Muito estranho, cada um dos sete reinos tem seu próprio sol. – ele respondeu, dando de ombros.
- Quer dizer que são sete sois diferentes?
- Isso mesmo. – ele respondeu, sorrindo novamente, com olhos de uma criança animada. – e todos iluminam a floresta da zona neutra.
- Posso lhe perguntar uma coisa? – Charlotte perguntou.
- Você deverá outra pergunta também. – Arkadi disse, inclinando a cabeça para a esquerda.
- Tudo bem.
- Então sim, pergunte.
- Seu cabelo é naturalmente prateado assim?
Ela pensou em como sua pergunta, era idiota, se Cheshire tinha orelhas e cauda de gato, obviamente Arkadi podia ter seu cabelo da cor que fosse.
- É sim. – ele respondeu, virando de ponta-cabeça no galho onde estava.
Arkadi soltou suas pernas, caindo com as mãos pra baixo, virando-se novamente para cima.
- Diga-me íllis, por que eu sinto o perfume de Cheshire em você? – Arkadi perguntou, inclinando-se na direção de Charlotte.
Charlotte corou, era uma pergunta inocente e polida, que soava extremamente difícil de explicar a Arkadi.
- Erm...
- Entendo, imagino que isso tem a ver com o fato de você ser concubina dele.
O ar faltou, ela não queria que Arkadi tivesse essa impressão.
- Não! – ela respondeu de imediato.
- Então o que? – ele perguntou, esperando uma resposta com olhos curiosos e inocentes.
- É uma longa historia Arkadi, posso lhe contar outro dia?
- Claro íllis, isso quer dizer que vira me visitar?
- Claro.
- Então está bem, me contará da próxima vez que vier aos bosques.
- Tá bem.
- Ótimo! – ele disse. – Melhor que você se vá agora íllis, lembre-se que os bosques são perigosos.
- Até logo Arkadi.
- Nos vemos algum dia íllis.
Charlotte seguiu as instruções de Arkadi, caminhou pelas árvores até acabar novamente no ponto de partida: o jardim de Tsary.
Ao entrar no salão do castelo pode ouvir:
- Charlotte!
Cheshire correu até ela parecendo irado.
- Che-cheshire. O que foi?
- Por que foi até o bosque?! Eu pensei o pior! Você está bem?! – ele perguntou, andando de um lado para o outro.
Seus olhos estavam verdes brilhantes, ele parecia profundamente preocupado.
- Calma... Eu sai... N-não se preocupe tanto... – ela disse, se sentindo levemente culpada.
- Onde esteve? Por que demorou tanto? E porque eu sinto o cheiro de Arkadi em você? – todas as perguntas eram aflitas, soavam preocupadas.
- Eu fui até o bosque, acabei dormindo. Arkadi me ajudou a encontrar o caminho de volta pra cá.
Cheshire a abraçou, era como se ela tivesse sumido por semanas, e agora voltasse.
- Não faça isso comigo! Eu pensei que... Que talvez. – seus braços se estreitaram ao redor do pescoço de Charlotte.
- Ca-calma Cheshire, desse jeito você me estrangula.
- Pois é o que eu devia fazer! Você prometeu que não iria mais até lá durante a noite!
- Já disse, acabei dormindo e...
- Não importa! E se acontecesse o pior?!
- Mas não aconteceu! Pare de me atormentar! Isso não é da sua conta!
Os olhos de Cheshire tornaram-se de preocupados a tristes, ele soltou os braços de Charlotte, se afastou e disse:
- Tem razão... Perdão, eu não deveria me intrometer...
Charlotte percebeu que suas palavras tinham sido muito duras. Ela ia dizer algo, mas a imagem de Cheshire se foi, e ele sumiu janela a fora.
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