Letters escrita por Joselaine Silva


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, eu editei o capítulo 1 pois as primeiras frases não apareceram, não sei porque, e eu só percebi hoje. Me desculpem pelo erro.
E agora vamos ver o que Castle achou das cartas?



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Castle

Passei um mês ajudando os rapazes na investigação do tiro de Beckett, mas, assim que a nova capitã chegou, me expulsou dizendo que não queria civis em sua delegacia.

Agora que não posso mais fazer nada, e ainda sem notícias dela, tenho pesadelos todas as noites, acordo atordoado e não consigo mais dormir.

Todos os dias pego o telefone decidido a ligar para Beckett e sempre desisto. Ela disse que ligaria, então esperarei o tempo que ela precisar.

Montei um quadro com tudo que descobri sobre o caso da mãe da Kate e do caso dela e, quando não consigo dormir, fico o analisando para ver se descubro algo que deixei passar. Hoje é um desses dias.

Ainda é cedo, Alexis e minha mãe estão dormindo. Estou encarando as pistas como se elas fossem revelar algo novo, quando escuto batidas na porta. Quem seria? Ninguém que eu conheço viria tão cedo e sem ligar antes.

Fui atender mesmo assim, fiquei surpreso ao descobrir que era.

"Senhor Beckett." falei sem entender o que ele fazia aqui.

"Bom dia, Rick. Desculpe-me por vim sem avisar."

"Não tem problema. Entre." falei educadamente.

"Não será preciso, obrigado. Apenas vim lhe entregar uma encomenda." ele percebeu a confusão em meu rosto e rapidamente continuou. "Katie está se recuperando em minha cabana, diz que não quer falar e nem ver ninguém, mas precisa que você saiba de algumas coisas, então resolveu lhe escrever essas cartas."

Jim Beckett falou e me entregou um grande envelope, eu ainda estava confuso e não sabia o que dizer.

"Ela pediu que eu as enviasse pelo correio, porém preferi eu mesmo entregar. Não sei o que ela escreveu, mas espero que a entenda, Rick. Ela é teimosa, está sozinha e diz que não precisa de ajuda, sei que melhoraria mais rápido se você estivesse por perto."

Antes que eu pudesse dizer algo, Jim se despediu. "Tchau, Rick. Espero vê-lo novamente em breve."

Fiquei parado na porta por alguns minutos alternando meu olhar entre o envelope em minha mão e o corredor vazio.

Finalmente fechei a porta e voltei para o meu escritório. Não sabia se abria logo o envelope ou deixava para depois. Minha curiosidade falou mais alto.

Lentamente abri a primeira carta.

"Querido Rick

Sei que disse que ligaria, me desculpe, não consegui.

Você sabe que o que sei fazer de melhor é fugir, me esconder e não falar como estou me sentindo..."

Li carta por carta surpreso, confuso, triste, emocionado, não podia me descrever com apenas um sentimento. Cada carta era uma descoberta, mais uma camada de Kate Beckett que era retirada.

Quando terminei de ler todas, fiquei um tempo absorvendo tudo que havia descoberto.

Precisava vê-la, conversar pessoalmente, uma carta ou telefonema não adiantariam.

Falei para minha mãe e para Alexis que iria procurar Beckett, elas imediatamente discordaram, viam o quanto eu estava triste por ela ter me excluído. Porém, falei sobre Jim, as cartas e que realmente precisava vê-la. Ainda que relutantes, elas concordaram que eu fosse.

Tomei banho, me arrumei e depois do almoço saí rumo a cabana do Sr. Beckett. No caminho, pedaços das cartas invadiam meus pensamentos.

"Descobrir o envolvimento do capitão no caso da minha mãe, perdê-lo foi muito confuso e triste para mim. Tudo que aconteceu naquele dia ainda me assombra. Os pesadelos são constantes. Não sei como fazê-los desaparecer.

Apenas uma vez tive um sonho bom, sonhei com minha mãe. Foi por causa do que ela falou que percebi que não posso deixar o que mais quero fazer para amanhã.

Foi por causa desse sonho que resolvi escrever essas cartas."

Ela também tinha pesadelos e para ela era pior. Eu não podia imaginar a dor que ela estava sentindo, quão frágil ela devia estar.

"Depois que minha mãe morreu e meu pai se entregou à bebida comecei a me virar sozinha e, se alguém oferecesse ajuda, eu recusava. Achava que não precisava de ninguém e que era melhor assim.

Achei que me recuperaria melhor, da cirurgia e do trauma que aquele dia causou, se estivesse sozinha e isolada de tudo. Agora percebo que isso é uma grande besteira.

Preciso dos meus amigos. Preciso de você."

"Preciso confessar: eu lembro o que você disse depois que levei o tiro. Menti pois não sabia se a declaração fora apenas no calor do momento. Não sabia o que pensar, ainda estava com Josh, mas sabia que no fundo não era com ele que queria ou deveria estar.

Eu só sabia que precisava me manter viva para ter certeza do que ouvira e entender se eu também sentia o mesmo."

Sei que não foi o melhor momento para me declarar, mas o que sinto é verdadeiro.

"Não quero dizer por carta o quanto significa para mim."

"Eu lembro."

"Preciso de você."

Essas frases foram as que mais me impressionaram, as que me fizeram ter certeza que eu deveria vim. Kate Beckett não admitia nem para si mesma que precisava de algo e admitiu que precisava de mim.

Foi com essas frases fortes presentes em minha mente que eu avistei a cabana.

Estacionei, fiquei no carro por alguns minutos, respirei fundo algumas vezes antes de encará-la.

Quando Kate abriu a porta e me viu, sorriu. No seu olhar havia um misto de alegria, surpresa, alívio e acho que medo também. No fundo eu também estava receoso, como acabaria nossa conversa?


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. O próximo será o último.



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