Letters escrita por Joselaine Silva


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oi, voltei com um pouco de drama, sei que não é muito meu gênero, mas a história se escreveu praticamente sozinha.
Beta: Maíra.



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"Kate!" o grito de Castle me assustou. "Kate, fique comigo."

Por que ele dizia essa frase repetidas vezes? Por que ele estava quase em cima de mim? De onde vinha essa dor? O que aconteceu?

"Kate, eu te amo! Eu te amo, Kate!" Castle me disse antes de tudo escurecer.

De repente, eu estava com minha mãe. Não sei como nem porque estava ali, mas adorei poder vê-la novamente.

"Mamãe." a abracei chorando copiosamente.

"Katie." ela retribuía o abraço.

"O que aconteceu, mamãe?" perguntei depois de conseguir soltá-la para olhar em seus olhos.

"Você se arriscou demais por mim, Katie. Não deve fazer isso, não quero que você faça mais isso."

"Eu só quero fazer justiça. Por você, mamãe."

"E vai fazer, quando for a hora. Agora você deve cuidar de você, do seu coração."

"Eu estava tão perto."

"Esqueça, Katie." ficamos em silêncio, não sabia o que dizer para minha mãe. "Se de fato fosse o último adeus, onde há de estar seu amor?"* ela disse por fim.

"Não entendo, mamãe." realmente não sei o que ela quis dizer.

"Você não pode mais ficar aqui, Katie. Vá e faça o que seu coração pede."

"Quero ficar com você."

"Tudo a seu tempo, Katie. Eu te amo, filha!"

Não consegui dizer que também a amava.

Acordei assustada. Fora apenas um sonho, um sonho muito real.

Não foi a primeira vez que sonhei com o funeral de Montgomery e o tiro que levei, mas sempre acabava depois da declaração de Castle.

Hoje minha mãe apareceu. No dia em que tudo aconteceu, enquanto eu lutava entre a vida e a morte, eu a vi. Ela dizia para eu não me entregar, que eu ainda tinha muito o que viver.

E hoje, o que queria? Me dar um conselho? O que ela disse sobre o último adeus, onde estaria meu amor? No sonho eu não entendi, mas agora percebo que ela devia estar falando de Castle.

Havia se passado pouco mais de um mês desde que eu disse que precisava de tempo e que ligaria. E ainda não tive coragem.

Não sei se conseguiria olhá-lo nos olhos e manter a mentira de que eu não lembro de nada depois do tiro. Porém agora, depois do sonho, das palavras da minha mãe, não poderia deixá-lo sem notícias por mais tempo.

Não conseguiria ligar, não sei se minha voz sairia.

Percebi que ainda estava sentada na cama, não havia me mexido, fiquei apenas pensando no sonho e em Castle.

Ainda era cedo, mas sabia que não voltaria a dormir. Resolvi levantar, tomar banho e comer. Enquanto isso pensava em uma maneira de entrar em contato com o escritor.

Depois de tomar café da manhã, decidi escrever um pouco no diário que meu pai havia me dado. Ele disse que, como eu não queria falar com ninguém, seria bom para mim escrever o que penso.

Peguei o diário e uma caneta, fui para a varanda da casa e me acomodei em uma confortável poltrona que havia lá.

Comecei a descrever o sonho que tive mais cedo, conforme escrevia lembrava detalhadamente o que aconteceu e as palavras da minha mãe. Anotei como me senti e o que pensei quando acordei.

Foi então que descobri como faria para me comunicar com Castle.

Voltei para dentro da casa, peguei o necessário para o que planejava fazer, sentei-me à mesa da cozinha e comecei.

Iria escrever cartas para Castle, não lembro qual foi a última vez que fiz isso, mas parecia o certo a se fazer agora.

Não sabia exatamente como começar, porém depois de um tempo discutindo comigo mesma se deveria começar com um simples 'Oi' ou algo mais elaborado, as palavras fluíram e foi fácil escrever o que eu queria dizer a ele nesse momento.

Escrevi tudo o que eu queria, ou achava que sim. Percebi que precisava comer e estava quase na hora de tomar meus remédios. Fiquei horas escrevendo, nem vi o tempo passar.

Guardei minhas coisas no quarto, se precisasse acrescentar algo nas cartas escreveria lá mesmo.

Comi, tomei os remédios e passei o resto do dia lendo e vendo TV.

No dia seguinte escrevi mais uma carta, agora tinha certeza que havia escrito tudo que queria. Pensei se deveria mandar todas de uma vez ou uma a cada dia, eram cinco ao todo. Coloquei todas em um envelope.

Meu pai chegaria no final da tarde para passar o fim de semana comigo. Eu pediria para ele enviar o envelope pelo correio na segunda.

É muito bom passar um tempo com meu pai, ele me distrai. Passo a semana muito sozinha. O único problema era quando ele começava a perguntar se eu ligaria para os meus amigos ou os convidaria para vir me visitar. Desde que cheguei, liguei apenas duas vezes para Lanie. E claro, sempre me perguntava sobre Castle, eu fugia do assunto todas as vezes.

No domingo não pude fugir, precisava pedir para ele enviar as cartas para Castle. Expliquei que não conseguiria ligar ou mandar uma mensagem no celular e as cartas foram a maneira que encontrei de me comunicar com o escritor.

Meu pai me abraçou e disse que já era um começo, eu estava me esforçando para não deixá-lo totalmente sem notícias, seria bom para mim. Nos despedimos e novamente estava sozinha com meus pensamentos.

Antes de dormir fiquei imaginando o que Castle acharia das minhas cartas. Será que as leria? Ou as ignoraria? Me responderia da mesma maneira, ligaria ou viria até aqui?

Não sei se estava com medo de ele vim me confrontar pessoalmente ou se fingiria que eu não existia mais.

Desde o dia em que sonhei com minha mãe não tive mais pesadelos com o dia que levei o tiro. Hoje ele voltou e continuou depois da declaração, mas não com minha mãe.

Sonhei que não havia sobrevivido, que não tive a chance de dizer a Castle que também o amava. Eu podia ver meu funeral, todos choravam, mas vi que Rick era o que mais sofria.

Isso não poderia acontecer, eu precisava de uma chance para mudar tudo e para contar a Castle como eu me sentia.

Acordei aos prantos, eu não poderia partir e deixar todos que amo, não agora.

Se Castle não me respondesse de alguma forma, eu iria procurá-lo, insistiria como ele sempre fez.

Levantei-me, precisava me ocupar para não pensar nisso. Ainda não havia dado tempo de Rick receber as cartas, esperaria até amanhã e se não obtivesse resposta, ligaria para ele.

A manhã parecia não passar, sempre me pegava pensando nos sonhos que me assombravam e na possibilidade de nunca mais ver Castle, por mais que tentasse me distrair.


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Notas finais do capítulo

*Frase da música Cartas ao remetente- Rosa de Saron.
Inicialmente seria uma oneshot, mas dividi em três partes. Comentários?



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