Sweet Home escrita por FD Oliveira, Ciara


Capítulo 2
A LastEscape Party


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal.
Desculpa, mas há tempos eu não posto um capítulo devido a problemas técnicos.
Espero que aproveitem esse.
Boa leitura.



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                “... Quando um homem caiu do topo de uma das torres gêmeas do World Trade Center, deixando a população um tanto em dúvida: Como e por que ele foi parar ali? A resposta veio em seguida: Um morador local gravou o momento em que ele subia a torre e cravava um cartaz sobre ela: ‘O Grande Irmão Está te Vendo!’ e embaixo um símbolo dos antigos templários. Por alguma razão perícia não conseguiu identificar o sujeito. Terri?

            - Obrigada, Malik!”

            Eram 6 da manhã. Chris ainda não se deitara. Àquela altura já não conseguiria. Jazia na sala, esperando o tempo passar, a TV ligada mostrando as notícias da madrugada e entretenimento. Não que ele tivesse realmente assistindo. Só queria algo para tirar sua atenção da noite anterior. Sua conversa com o pai não durara mais que 10 minutos, mas fora o suficiente para afetar-lhe emocionalmente.

            Seu pai havia partido anos depois que a mulher, Eva, mãe de Chris e Claire, morreu em um acidente. Ele se sentia culpado, mas nunca dizia um motivo real. Sempre dizia que deveria estar lá com ela, mas seu comportamento demonstrava um motivo maior. Durante a conversa, Chris resolvera questionar o fato de ele ter se afastado daqueles que o amavam, e que isso poria em um risco maior por não estar por perto. Foi então que ele respondeu:

            “Eu deixei minha princesa nas mãos de uma das pessoas que eu mais confio: Alguém que sempre a protegeria do perigo quando eu não estivesse por perto. Alguém que ela admira bastante pela personalidade. Esse é você, Chris!”

            E partira logo em seguida. Desde então ele estava ali no sofá. Estava tão fissurado em tais palavras que lhe passou despercebido sua irmã descendo as escadas.

            - Chris? Eu pensei que já estivesse dormindo! – ainda estava de pijama, os olhos lacrimejando.

            - Eu não vi você entrando!

            - O que aconteceu?

            - Hm, nada... – não queria contar à Claire que seu pai viera na noite passada. Ela já havia se livrado de um trauma, e já estava a caminho de largar o outro. - ... Eu só... Eu não tava com sono, então resolvi assistir alguma coisa.

            - Você deve tar com muita insônia! Ficou acordado a noite toda!

            - Pois é! Acho que foi o café! A cafeína me estimulou a alimentar meu cérebro com a porcaria da TV. Eu preciso caminhar...

            - Ok... Mas eu acho que você deve estar com sono agora, não?

            - Ah... Eu acho que sim... Mas acho que acabei dormindo no meio da madrugada, então...

            - Ok... Então... Ah, tem uma festa hoje na casa do Matt, e eu queria saber se você podia se juntar a mim.

            - O Matt? Hm... É mesmo, ele faz festas aos domingos pra ganhar uns trocados. Legal, eu vou. – ele se lembrou do que seu pai havia dito a respeito da irmã. Levantou-se e continuou: – E você vai ficar em casa estudando como uma boa menina. Regras da casa!

            - O quê? Você não pode fazer isso!

            - Ah, é? – e jesticulou as mãos em sinal de autoridade. – E por que não?

            Ela não respondeu. Ficou sentada no sofá emburrada, enquanto Chris esboçava um ar de graça e ia até a cozinha. Tirou uma garrafa d’água da geladeira e pegou o telefone. O primeiro gole gelado pela garganta lhe deu uma sensação de restauração corporal.

            - “Matthew falando!”

            - Opa!  E aí Matt!

            - “Hey, Chris! Vai nos acompanhar hoje à noite?

            - É por isso mesmo que eu to ligando! Eu tô afim de esfriar a cabeça! Então, de que horas?

            Com a chegada da primavera, o ambiente tornara-se mais agradável. Nunca antes fora vista uma flora tão bonita quanto àquela, pelo menos não aos olhos de Jill, que jazia sentada em um banco no Raccoon Park. Gostaria de ter um livro naquele momento, mas só de observar aquele ambiente já a deixava satisfeita. Havia muitos turistas por perto, provavelmente interessados em aproveitar a diversidade naquela região da cidade.

            Sentia saudades de uma atmosfera assim. Sentia algo parecido quando viajava com seu pai para o Central Park. Embora as intensões dele fossem outras, ela se sentia bem naquele lugar, inspirar o ar do gramado e ficar deitado por lá o dia todo, pensando que seria melhor se sua mãe estivesse por perto.

            Seu telefone começou a tocar. Era Cindy, provavelmente para falar sobre a rave dela.

            - Oi!

            - “Alô, Jill! Onde você está?”— gritou a amiga com grande humor.

            - Eu to no parque... E você? Ainda enchendo o freezer?

            - “Na verdade já está tudo quase pronto! Vem cá, eu gostaria que me ajudasse numa coisa!”

            - Claro... Me dá um minutinho que eu já to aí. Bye!

            Logo após ela se levantar apareceram dois homens e pediram para ela tirar uma foto deles em frente a um monumento. Se lembrou então da vez que seu pai tirou uma foto dela em frente ao Cristo no Rio, e que naquela época não fazia ideia de onde ele tirava tanto dinheiro para viagens. É sempre bom tirar foto com os amigos. Logo após tirar a foto e partir, ela percebeu que não se tratavam de amigos.

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            Já era noite quando a festa começou. Chris pegou sua moto, já renovada graças às suas engenhocas e com o auxilio da oficina. Ao chegar no endereço em questão, pôde ver de longe o letreiro em neon: “LastEscape Party: Divirta-se como se fosse a última!”. Ao estacionar a moto na frente, viu que outra pessoa estava estacionando outra ao lado dele. Era um moto vermelha e branca, cromada de modo que conseguia refletir a Lua. Uma moça loura com um macacão de couro vermelho a estacionava. Decidiu olhar seu rosto: Ele já havia a visto antes.

            - Elza? – ela virou-se ao ouvir seu nome do rapaz. – Elza Walker?

            - Oi? – se mostrou espantava, mas logo em seguida sorriu.

— Eu vi você na TV! Você é do time de Motocross da cidade!

            - Sim! – ela sorriu novamente e corou. - E você é...?

            - Chris Redfield! Ex-aero!

            - Prazer em conhecê-lo, Chris! Vamos entrar?

            - Ah, claro! Primeiro as damas!

            E então ele a segue até a entrada do casarão.

            - Gostei da sua moto! – ela exclamou.

            - Ah, obrigado! Ela é uma 200cc! Eu comprei pelo jornal! – Chris não sabia como reagir em frente a pessoas famosas.

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            Jill não esperava por um evento de tanto porte. Ao menos metade da cidade deveria estar presente ali, figurativamente falando. O som a atordoava de tão alto, mas causava um efeito no corpo das pessoas. Ela então concluiu que deveria visitar mais festas.

            Ela resolveu ir ao bar pedir alguma coisa sem álcool, e encontrou tomando conta das bebidas ninguém menos que...

            - O senhor é oMr. J?

            - Olá, moça! Ah... Você é a nova funcionário do Bar!

            - Oi, eu sou a Jill! Eu não sabia que o senhor estaria aqui! Au! – exclamou depois de alguém lhe esbarrar com força.

            - Ah, na verdade sou eu que financio os eventos. – essa parte da história não haviam lhe contado – E por favor: Meu nome é Thomas! “Mr. J” era o meu pai!

            - Ah, ok! Olá, Sr. Thomas! É uma honra trabalhar com o senhor!

            - O que vai querer hoje?

            - Eu... Quero alguma coisa que não tenha muito álcool! Eu quero estar sóbria até o fim da noite.

            - A caminho!

            - O senhor sabe onde eu posso encontrar a Cindy?

            - A casa é dela! Ela pode estar em qualquer lugar! – ele dá uma breve risada, enquanto Jill, apreensiva, esperava uma resposta. – Ela deve estar lá em cima, no quarto.

            - Obrigada! – ela pega a bebida. – E obrigada também!

            Ela segue até o andar de cima para conversar com a loura. Não se sentia bem naquele ambiente, e a bebida com menos álcool continuava a arder sua garganta. Ao chegar no quarto, percebeu que a porta estava entreaberta, logo deduziu que ela poderia estar lá dentro. Sem bater, abriu a porta, e em questão de segundos se arrependeu: Matt e Cindy jaziam na cama, se amassando enquanto se despiam, pronto para fazer algo que merecia a porta trancada.

            - Opa! Desculpa! – ela fecha a porta e vai correndo até as escadas, mas Cindy a segue, agora vestida.

            - Ei, Jill! – a amiga corre até ela. – Ai,  desculpa... Não era pra você ter... Visto aquilo!

            - Acho melhor trancar o quarto da próxima vez! Qualquer um podia ter pego vocês... Merda Cindy, você acha ele tão bom assim?

            Matt sai do quarto em seguida, mas segue pelo outro lado do corredor.

            - Ele está mal porque acha que a gente não tá passando mais tempo juntos!

            - Você quer dizer “trepando”! Qual é, vocês nem dormem na mesma cama! A não ser que ele...

            - Não, ele não faz isso! Credo, Jill! É por isso que ele age assim! Ele acha que a gente não vai durar muito.

            - Há quanto tempo vocês se conhecem?

            - Uns 3 meses!

            - 3 meses? – ela dá uma risada sarcástica. – Eu não acredito...

            - O quê? Ele é um cara legal! E eu confio nele!

            - Ótimo! Mais um na sua lista de “Em Quem Eu Devo Confiar”! Olha, desculpa Cindy, por ter estragado sua noite de inauguração vaginal! – a amiga passa a olhá-la com surpresa após ouvir tais palavras. – Agora dá licença, porque eu vou lá pra fora respirar um ar que não seja 90% maconha. – Ela segue pelo outro lado, passando a tossir.

            - Peraí... Ninguém fuma maconha aqui

            - Acho melhor você olhar direito!

            Ela segue até o quintal, onde havia menos pessoas do que lá dentro. Sentou em um dos bancos, de cabeça para cima, a fim de observar o luar, inspirando a fragrância do gramado no ambiente, e tornando a lembrar de seus dias no Central Park.

—______________________________________________________________________

            Chris construiu uma ótima conversa com a sua nova colega, a Elza Walker, apesar de muitas pessoas ali presentes tentarem conversar com ela. Ambos entendiam severamente de automotivos, o que fez a conversa prolongar ainda mais.

            - Olha, eu não sei o que dá na cabeça das pessoas de que o barulho do carro define o nível social ou algo assim! Pra mim definiria maus tratos ao coitado!

            Ela solta uma pequena risada em resposta.

            - Então... – ele procura mudar a conversa. - Você pretende competir esse mês?

            - É claro! Quem mais vai conquistar aquela taça de ouro? E mais, eu meio que tô pensando em tomar um tempo para, sei lá, ficar com meus pais. Eles nunca saem de Nova York.

            - É... Eu sei como é!

            - Você é daqui, Chris?

            - Na verdade não! Eu vim pra cá quando eu completei 12 anos! Eu venho do... Brooklyn!

            - Ah... É muito legal lá!

            - E quando eu completei 18 anos eu fui para a Aeronáutica, depois saí porque o povo não gostava muito de mim, eu não gostava nada deles... É complicado... A história da minha vida!

            - Não se preocupe! Você é um cara legal!

            - Obrigado! E você... Ah, nem preciso dizer nada!

            Ambos riem, e logo depois aparecem algumas pessoas perto dela e lhe sussurram algo.

            - Olha, Chris! Foi muito bom falar com você!

            - Obrigado! Você também! – ele entende o recado. – Pode ir! – após ela se distanciar ele libera uma forte expiração e resolve sentar no lugar mais próximo e puxar um cigarro, aproveitando que o ambiente já estava poluído o bastante. Já havia pensado em parar de fumar, mas com tanta coisa que o rondava, ele nem ao menos tentava.

Logo percebe que havia alguém ao seu lado: Uma moça, que jazia de cabeça para cima. Ela também passou a olhar para ele.

            - Ah, oi! – ela começou. – Desculpa eu te assustar!

            - Desculpa, é que... Se te incomoda, eu...

            - Não, tá tudo bem!

            - Você é nova aqui?

            Ela acena positivo, enquanto passava a mão na cabeça.

            - É um bom lugar! As folhas, o céu... Me lembra de casa!

            - É, eu sei como é. Mas eu vivo aqui já faz um tempo, e as lembranças vão embora com ele! Você fuma?

            Ela o olha lhe oferecer cigarros e resolve aceitar um, apesar de ter parado de fumar há um bom tempo.

            - É, por que não? – ela pega um e ele acende para ela com seu isqueiro. - Obrigada!

            Ele sorri. Depois do reencontro desagradável, sair um pouco fora a única coisa que resfriou sua cabeça.

            - Meu nome é Chris!

            - Oi, Chris! O meu é Jill, mas pode me chamar de J!

            Ele solta uma leve risada.

            - Sério?

            - Não!

            Seu sembrante muda. Os dois riem em seguida, e então Chris olha em volta: De repente a maioria das pessoas ali presentes sumiram, e as que restavam olhavam em direção à casa, apreensivos. Ele então olhou para trás: Todos os convidados estavam concentrado adentro, aparentemente aflitos. Jill também ficou confusa, até que alguém finalmente apareceu na frente deles.

            - O que está acontecendo?

            Jill olha em volta e recebe Matt, ali de frente pra ela, paralisando de pânico.

            - Matt?

            - Algo ruim aconteceu.

            E levou-os até o andar de cima, onde havia uma concentração maior de olhares curiosos. Cindy jazia do lado de fora do banheiro feminino, jogada no chão às mãos de outras pessoas, carregando um semblante de desespero, levando a concluir que algo realmente ruim aconteceu.

            Chris foi o primeiro a olhar perto do banheiro, e o que passou a ver chocou todos os nervos do seu corpo.

            - Não... Não, diz que não é o que eu tô vendo!

            Ante a reação do Chris, Jill se sentiu hesitante em dar o próximo passo: Ao ver, ela também se chocou, mas não tanto quanto Chris. Havia uma moça no chão, ensanguentada, sem vida. A palidez denunciava que ela já estava ali faz um bom tempo, e o pior: Havia uma expressão de terror no rosto.

            Jill, ainda desnorteada, olhou para Chris, que carregava a mesma reação que Cindy, senão pior.

            - Chris, calma! – Matt tentava acalmá-lo. – Você tem que ficar calmo. Os policiais estão chegando...

            - Como isso foi acontecer, cara?

            - Eu não sei, cara! Eu...

            - É ELA, MATT! É A LAURA! POR QUE ELA ESTAVA AQUI?


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