Uma bela coincidência escrita por irritabiliz0u


Capítulo 8
8 - Ele




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/688273/chapter/8

Não e não, eu não vou deixar essa menina que é apenas uma empregada se meter tão fácil na minha vida. Contratei ela pra apenas ter alguém que lavasse minhas roupas e fazer comida, arrumar a casa depois das festas dadas nessa casa.

—Mandei você não vir Catherine. – falo friamente, com ela na porta da minha casa esperando que eu a convidasse pra entrar.

—Para de ser assim Rafael, pelo amor – faz menção de entrar.

—Não. Vá embora.

—Eu não vou embora.

—Mas eu tô mandando você ir caramba!

—Um fato sobre mim: ninguém manda eu fazer algo. – me empurra com força e entra, sendo impossível eu impedi-la por causa da fraqueza nos ossos.

Estou com muita raiva, mas muita mesmo. Catherine não pode simplesmente aparecer aqui e fazer o que quiser, ainda que tenha só boas intenções.

Não posso me revelar, não deixar facilmente que ela cuide de mim quando estou vulnerável. Posso até ter digo que não queria ser vazio e tal, mas aquilo foi na hora que estava bêbado e pensando apenas no que passei. Hoje sou outro Rafael, que não se deixa afeiçoar por uma simples menina intrometida, meu querido e amado pai que nem se lembra do meu nome se duvidar, me ensinou isso.

Mas do que eu estou falando, o dinheiro ainda não pode comprar tudo. Mas fazer o que, meu papel no mundo não é de se apaixonar nem viver um romance. Sou apenas o Rafael que perde pra morte sempre que ama alguém.

E aí agora, nesse momento de reflexão sobre o que vou fazer a partir de agora, Catherine está encostada no balcão com o cabelo preso todo bagunçado cortando verdura.

—O que você está fazendo?

—Uma sopa pra você. – rio da situação.

—Por que está rindo?

—Não preciso de uma sopinha pra ficar melhor mulher.

—Precisa sim! Vai tomar um banho porque você está com cheiro de bebida e vômito. – me cheiro e realmente, suei muito e estou todo fedorento – Agora Rafael!

Me viro e subo as escadas indo para meu quarto. Espera aí, o que estou fazendo? Assim como a tal dama diz que não recebe ordens, eu também não recebo.

Preciso de uma morena vindo para cá pra casa agora, não vou conseguir ficar no mesmo ambiente que Catherine sem joga-la na cama, então ligo pra Anne, uma garota que temos um caso sem compromisso a uns dois meses. Chega daqui a uma hora, tempo que tenho para tomar banho e tirar Catherine da minha casa.

Ela

Quando Rafael me ligou e disse que estava doente, não pensei duas vezes para vir para cá. O motivo de tal ter sido minha primeira reação, não faço ideia. Só senti que como ele estava doente precisa de alguém para tomar conta dele, digo isso porque nesses dias que trabalho na casa dele vejo muita gente vindo nessa casa mas nenhum parece realmente querer estar aqui, nem ele queria a presença de alguns.

Ele está muito mal, as olheiras que raramente ele tem estão gritando embaixo dos olhos, sua boca quase não tem cor, assim como o rosto, e a única coisa que parece mantê--lo vivo ali é a coloração verde das esmeraldas na sua face.

E com certeza, esse menino não faz ideia do que fazer quando ficar doente. Tem três baldes espalhados pela casa vomitados. Na pedra de mármore da cozinha vários remédios espalhados e duas lasanhas de micro-ondas cortadas e deixadas lá para as moscas se divertirem.

No quintal tem, acho que pela quantidade vidro despedaçado, umas 3 garrafas de bebida e vômito no chão. Na sala de jogos que dá pra ver daqui do jardim, as enormes cortinas estão abertas, fazendo com que vejamos mais videogames, mesas de pebolins, sinuca, e outras coisas, uma coisa que ele não devia ter feito em São Paulo logo, é deixar muitas coisas com vidros. Mas é o Rafael, o que não falta pra ele é dinheiro.

—Mais jogos? – falo comigo mesmo indo até lá para desligar as coisas.

Volto para cozinha ver como está a sopa e ele chega. Confesso que fico mais feliz vendo-o assim, parece mais sadio. Os cabelos estão úmidos, traja apenas uma bermuda e sem camisa, o que aparece nitidamente seu corpo definido e as tatuagens. Sorrio, já que ele faz o mesmo.

—Está quase pronto, agora, o que aconteceu para você deixar a casa tão decadente?

 -Fatos que devem permanecer desconhecidos – ele pisca pra mim – tá chegando uma menina aí, então não se sinta ofendida tudo bem? – ele brinca, ou debocha.

—Por que me sentiria ofendida? Agora, é você que está doente não consegue comer nada.

—Ah, ce sabe né, ciúmes... – levanta as sobrancelhas.

—Não sentiria ciúmes de você, és meu chefe – afirmo – Mas acho melhor você... – não consigo terminar a frase porque começa as preliminares de Rafael querer provocar.

—Banheiro, banheiro... – guio-o para o banheiro mais próximo e fico do lado dele enquanto põe tudo pra fora.

Pego o termômetro que fica guardado na caixa de emergências no quarto dos produtos de limpeza e vou medir sua febre. Ele escova os dentes e mando-o deitar no sofá, e graças, não faz birra diante da ordem.

No termômetro marca 42˚C de febre e novamente começa a suar compulsivamente e ranger os dentes. Subo ao seu quarto, mesmo que ele não permita, para pegar uma blusa de frio. Se eu tentar desligar o ar condicionado de lá de baixo, ele me espanca mesmo que doente.

O seu quarto é extraordinariamente diferente do que pensei, mesmo que já tenha subido aqui para ajuda-lo no dia que prefere manter morto, não observei muito de nada. O mesmo tem um andar especial para si, então é enorme aqui, dividido em quarto, closet, banheiro e uma área para livros. Ai minha nossa! Ele lê!

Foco Catherine. Vou para o closet, onde Rafael tem um estoque de roupa para uma vida inteira sem repetir mais de três vezes. Pego uma calca de moletom e uma blusa que julgo confortável e desço novamente.

—Aqui, vista isso. Vai deixa-lo mais confortável e essas coisas, vou ver algo leve para você ingerir sem passar mal, e dar mais privacidade para se trocar – sem jeito dou meia volta e vou para a cozinha, única coisa que consigo ver antes de sair da sala é ele concordar com a cabeça.

Coisas que não vou fazer, mesmo que Rafael queira: me afastar dele (todos nós precisamos de amigos, nem que seja só uma pessoa), e deixa-lo sozinho (quase a mesma coisa que o item anterior).

Um fato sobre mim, sou bem teimosa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Mais um amores, não esqueçam de deixa a opinião de vocês, comentar e votar. Beijos de luz.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Uma bela coincidência" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.