Uma bela coincidência escrita por irritabiliz0u


Capítulo 7
7 - Ela




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Não quero ficar aqui Cath! Me tira daqui... – depois de ter falado com Rafael, nós três comemoramos um pouco e conversamos. Muito. Esclarecemos tudo sobre a mãe dela e mil outras coisas, mas Chris e eu achamos melhor perguntar sobre o cara que a esfaqueou quando ela estiver mais saudável ou pelo menos ter saído daqui. No momento, Vivian meteu na cabeça que não quer ficar aqui.

—Não, não! O médico disse que você tem que ficar em observação.

—Mas eu quero ir, não suporto ficar nesse quarto... Aqui...

—E como você sugere que fujamos? – Chris pergunta.

—Seguinte, fiquei muito tempo nesse hospital então sei onde fica o quê – nós dois nos aproximamos de Vivian para ouvir suas instruções.

—Já que estamos no quarto 431b, no andar de baixo no segundo corredor no fim dele, à esquerda de quando você sai do elevador ou escada fica uma sala cheia de fardas de médicos e enfermeiros. Cath você pega um jaleco e uma máscara e depois me busca aqui, na cadeira de rodas. Chris, você fica atrás do hospital com a caminhonete, que eu e você amiga iremos sair pela saída de emergência

—Ok – concordamos ao mesmo tempo.

Retrocedendo uns quatro anos atrás, amento o dia que fugimos da aula em um carro roubado. O dia inteiro foi incrível, e o melhor foi que depois de deixar o carro novamente na garagem da escola para não desconfiar e depois ficamos no banheiro até não haver mais ninguém no estabelecimento, o professor nem ninguém desconfiou de nada.

Santa nunca fui, mas também não sou que nem muitas. Já aprontei e muitas, mas me lembrar hoje só me faz rir, e é isso que minha mãe me falava: viva de momentos, não de materiais, e com certeza esse foi um momento bem vivido.

—Mas tomem cuidado, Cath que horas são?

—4:45 da manhã, por que?

—Os seguranças trocarão de turno daqui a 15 minutos, você tem 5 minutos.

—Ok, mas como você sabe de tudo isso? – pergunto curiosa.

—Quando a minha mãe estava doente... Tinha que fazer alguma coisa pra me distrair, então começava a contar ou observar tudo.

***

Desço as escadas e acho a porta que Vivian falou. Entro de forma que espero que ninguém veja e procuro algo do meu tamanho. Além de quente parece que só tem gente gorda aqui. Acho uma bata equivalente ao meu corpo e visto, pego uma máscara e prendo o cabelo em um rabo de cavalo, estou de sandália então pego um par de sapato fechado de alguma mulher e saio novamente, coloco minha sandália no bolso gigante da bata, que graças cobre a maior parte da minha roupa comum, voltando para o quarto com uma cadeira de rodas que achei. Os guardas voltam ao posto e nem desconfiam.

—Vamos, está na hora. – Vivian me ajuda se colocando na cadeira de rodas e finge que está dormindo. Essa menina é louca.

Saio do quarto fechando, não há mais nada nosso aqui. O elevador demora um pouco para abrir, mas conseguimos. Saímos dele e Vivian, por meio de cochichos, me guia de como chega à saída de emergência. No caminho, várias pessoas me cumprimentam com a cabeça, será que estou semelhante à uma enfermeira mesmo?

Estamos quase saindo do hospital quando um guarda segura no meu braço.

—Ei!

—Oi?

—O que está fazendo com a paciente? – ele olha pra mim e depois para ela.

—Ela quer tomar um pouco de ar sabe? A luz e o ar artificial do hospital não ajuda em sua recuperação. Não vai demorar 5 minutos eu prometo.

—Tudo bem. – ele volta para sua posição e eu comemoro por dentro. Saímos e Chris está com a caminhonete ligada em ponto. Ajudo Vivian a subir no banco do passageiro e eu entro atrás. Deixo a bata, máscara e os sapatos feios em cima da cadeira de rodas.

—Toma! Conseguimos meninos. – sorrimos e ficamos em silêncio.

—Vamos para casa. – digo por fim.

Agora, olhando aqui para os postes iluminando a escuridão da noite, vendo algumas pessoas voltando de festas ou apenas passeando na madrugada com os amigos, me vejo anos atrás quando eu era uma delas.

Ele

Já são quase 06:00 da manhã e eu ainda não consegui dormir. Reatar, mesmo que sem intenção, as memórias da Melanie, nossos momentos juntos mesmo que fossem ruins, trouxe à tona Alyssa.

Jogado aqui no quintal com uma garrafa de vodca quase seca olhando as estrelas, fecho os olhos e olho o homem que sou hoje: pegador, rico e vazio.

Por que tenho de ser alguém que deve viver ás aparências? Não que eu queira, bom, gosto dessa vida sem ninguém pra me apegar, que me machuque, mas não ter alguém para poder contar quando estiver com problemas é ruim.

Tipo agora que meu estômago começa a se revirar a acabo me jogando para o lado, colocando pra fora tudo o que almocei, jantei e claro, bebi.

Merda. Me dei mal.

***

Hora do almoço mano, e eu ainda não consegui colocar nada no estômago. Bebo água, provoco, como, provoco. E além disso, uma dor de cabeça horrível e suando pra caralho. O que é isso? Pego o telefone, com todos os músculos do meu corpo se corroendo e ligo para Catherine.

—Catherine?

—Oi? — ela diz com voz sonolenta.

—Desculpa, pode falar agora? – minha voz treme.

—O que foi Rafael? – ela fica mais séria.

—Acho que estou doente sabe, podemos marcar o jantar para outro dia?

—Chego aí em uma hora, o que você tem? – ouço-a tropeçar do outro da linha e franzo a testa.

—Er... Não precisa vir não, eu sobrevivo. Acho que é só uma virose. –lá vem a menina dos olhos azuis pra inventar de pular o muro novamente.

—Eu disse que vou! — ela insiste.

Não, eu não vou deixar essa menina fazer o que quiser.

—Eu sou seu patrão e tô mandando você ficar aí na sua casa. Uma ordem. – digo, tentando fazer com que ficasse quieta.

—Antes de tudo, Sr. Rafael, eu não sei de que casa minha você fala, e segundo, Sr. Rafael, não ligo se é um pedido ou uma ordem. Eu me importo com as pessoas mais do que o dinheiro, então depois de você ficar bem pode até me demitir. Estou entrando no carro, tchau. — E desliga o telefone. Estou simplesmente ferrado com essa garota.


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Notas finais do capítulo

SORRRYYYYYY, não atualizei pois não tive tempo e era semana de prova.
Mas agora colocarei em dia os capítulo.
Beijos amores, não esqueçam de comentar e votar.



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