Uma bela coincidência escrita por irritabiliz0u


Capítulo 27
27 - Ela


Notas iniciais do capítulo

HEY AMORES. Eu sei que vocês devem estar se doendo aí mas tenho que confessar uma coisa: O livro vai acabar no capítulo 30, já terminei de escrever todos os capítulos e já estou providenciando o que tenho que providenciar para o segundo que tem muito mais desse casal, passando por poucas e boas.
Preciso que vocês me digam se querem que eu libere foto de como são os personagens, como eu imagino quando escrevo cada capítulo, e se querem que eu faça uma playlist de músicas sobre os dois.



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Dois meses depois...

—Cath sabe onde está aquela minha camiseta de New York cavada atrás e aos lados?

—Não.

Vivian entra no quarto me encontrando novamente sentada sobre a cama com as pernas cruzadas.

—Hey girl, é seu aniversário de 20 anos. Sai dessa bad!

—Você não entende Vivian.

—É, eu não entendo mesmo. Você não quis me contar o que aconteceu entre você e Rafael.

—É o que não aconteceu. A noite foi perfeita, completamente perfeita. Mas de manhã eu não o achei na casa, nem em lugar nenhum. Faz dois meses que ele está desaparecido. – Deito em seu colo caindo aos choros.

—Ah amiga, você o ama? – Só consigo assentir com a cabeça.

—Ok, então vamos fazer assim: você vai aproveitar o dia conosco ok? E vai fingir que Rafael só está atrasado, ele vai chegar logo. Agora, vai se arrumar que vamos almoçar com Alyssa e o Nervis.

—Tudo bem. – Vivian sai do quarto e eu vou em direção ao espelho do banheiro. Meu estado é um caos. Meus cabelos estão emaranhados, olheiras profundas, olhos inchados. Pijama de uns 3 dias atrás.

Fico nua e entro debaixo do chuveiro deixando que ele me molhe, limpando minha pele como se pudesse arrumar a bagunça dentro de mim.

Por fim, coloco um vestido simples e floral com uma rasteirinha, ajeito o cabelo e olhando novamente no espelho concluindo o inevitável: é, não dá pra ninguém reparar na minha dor.

Como ainda fui tomar banho, Vivian avisou que eles iam me esperar no restaurante e eu devia ir na caminhonete mesmo. Há um ano atrás em nunca, jamais, me imaginaria estar tão refém de alguém passivamente. Entrei na vida de Rafael afim de acabar com o meu caos mas ele acabou se tornando o meu caos. O caos mais perfeitamente lindo, desajeitadamente meu. Não posso dizer que Rafael é o amor da minha vida, muito menos que vou passar 40, 50 anos ao seu lado. Por hora, ele é a única coisa que quero, e eu juro que trocaria tudo por seu toque.

Dou uma olhada no relógio. 11:47. Tenho que estar no restaurante no máximo 12:30. Resolvo dar uma passada na casa de Rafael, preciso sofrer sozinha.

A casa ainda está a mesma de antes. Parece que nenhum móvel foi tocado desde do dia que ele desapareceu. Meu coração se aperta com as lembranças, boas e ruins, que bombardeiam a minha mente. O sofá remente de quando eu cuidei dele doente, foi bem no começo que o conheci, quando assistimos Invocação do Mal e eu gritava de medo, Rafael abraçava meu corpo como se nada pudesse atingir. A escada quando eu corria do seu ataque de cosquinha porém no fim ele me pegou no ombro e levou de volta para o quarto. Agora, aqui na cozinha, quando cozinhamos juntos ao somo de músicas aleatórias e ele cantou um pouco pra mim, me obrigando a cantar um pouco mais depois. Depois quando ficou atacado por Samuel ter feito mais sacanagem, no caso disse que ele não devia chegar perto da sua casa porque os guardas já estavam avisados que era pra expulsa-lo e quebrou quase todos os pratos jogando na parede, ajudei-o a se acalmar e depois arrumamos a cozinha. Ele tem só 3 pratos agora.

A sala de jogos quando eu e ele competíamos e quem ganhasse ou perdesse faria algo muito doido, houve uma vez que tive que fazer strip tease em cima da mesa de sinuca para ela, até ficar só de calcinha, na piscina quando ele acabou por me deixar nua e fizemos altas sacanagens.

Ainda não estou chorando, controlo as lágrimas, no momento tento apenas rir de tudo que aprontamos e um pouco mais. Subo as escadas indo até o seu quarto e deito na cama. Seu cheiro ainda está impregnado aqui, o quarto inteiro. A suas pilhas de livros uma bagunça mas ainda são os melhores volumes. Vejo o computador dele aberto cheio de poeira e um pen drive ao lado direito. Limpo a tela e ligo o mesmo afim de querer saber como é, o que ele guarda. Assim que liga vejo que tem um arquivo de vídeo gravado por ele, clico e o vídeo começa.

"Acho que escrever uma carta para você não foi suficiente diante das merdas que faço uma atrás da outra. Gravo isso tendo um mês que "sumi" ele gesticula as aspas com os dedos "Enfim, eu não posso dizer que tenho motivos dessa vez para ter desaparecido, só que fui fraco. Mesmo tendo você em minhas mãos, Catherine, eu fui fraco. Sabe, é como se você estivesse morrendo de sede em um deserto e você tem a opção de continuar em frente com destino a felicidade, ou parar para beber água mas nisso estaria perdendo muitas coisas. Eu sinto muito, parei para beber água. Gravo esse vídeo para Catherine porque sei que você, meu amor, vai voltar aqui em casa e achar esse arquivo. Assim como sei que daqui a pouco irá chorar, se já não está, e que não vai desistir de me procurar. Por favor eu peço, não me procure. Viva, seja feliz. Eu te amo. Faz muito tempo que não digo isso mas eu te amo, caralho eu tenho vontade de sair gritando pro mundo saber o quanto eu te admiro. Eu achei a outra metade da minha alma, algo assim que você me falou não é? Só seja feliz, por favor. Eu não seria, não sou, boa companhia para você querida, voltei a me drogar. Sei que não irá adiantar de nada, mas quero que saiba que todas as vezes que fecho os olhos e uso mais, você invade meus pensamentos, ora é tortura por te ver e me sentir culpa culpado, ora é prazer de saber que não é a última vez que te vejo. Mas cada vez mais eu quero ir por esse mundo, meu coração pertence a você e sempre vai pertencer, mas a droga é minha dona.

E o vídeo acaba. Ele acabou com algumas lágrimas e eu fungo desesperada.

Pego o pen drive metendo na bolsa e saio correndo. Tenho que sair dessa casa, urgentemente. Muitas coisas boas aconteceram aqui.

Meu rosto ainda está ás lágrimas e estourei o tempo que devia estar no restaurante. Paro no sinal vermelho e esse é o momento que tenho para me recompor. Limpando o rímel borrado no retrovisor vejo um homem com roupas mal lavadas, rasgadas, descalço, sujo, parece perdido. Rapidamente pego o celular trêmula e digito o número de Alyssa e ela me atende aos gritos perguntando onde estou.

—Achei o Rafa.


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Notas finais do capítulo

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