Uma bela coincidência escrita por irritabiliz0u


Capítulo 25
25 - Ela




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—Amiga, você está linda. Age como se alguém fosse te estuprar enquanto só uma pessoa te tocaria e você gostaria. Para de viagem. Não troca esse short. – Vivian diz pela milésima vez. Meu short é curto e de cintura baixa, uma camiseta sem manga é colada em todo o meu corpo, e uma bota preta de cano alto que se prolonga até a beirada dos joelhos.

Nos encaminhamos para o bar afim de nos divertirmos. Vivian e Chris contam histórias do que aprontaram na viagem.

"Perguntei se tinham sanduiche e os chineses não entenderam. Ficavam falando uma língua que malmente eu conseguia traduzir. Por fim ele trouxeram para o jantar uma travessa cheia de frutos do mar, acredito eu que nunca mais vou olhar para um Butterfly qualquer do China in box e amar tanto. Sério, aquelas coisas eram muito ruins, passei a noite inteira botando os restos pra fora. Rodamos até achar um local que vendia sanduiche e foi basicamente essa a nossa alimentação nas semanas que passamos na China, e Yakissoba." Vivian termina de falar se espocando. Chris continua outras histórias até que chegamos no local desejado.

—E aí Nervis? – Chris chega na maior intimidade com um menino não muito velho, deve ter a nossa idade.

—Cath esse é o Nervis jr., Nervis essa é nossa amiga Catherine.

—Olá. – Assinto com a cabeça sorrindo fraco. Tento evitar os olhares na minha direção, e o de Nervis também já que ele me come com os olhos.

—Venham, sentem aqui. – Ele nos conduz até uma mesa mais reservada no fundo do bar mas ainda assim se consegue ter uma visão ampla do resto do local, e do palco.

—Vivian, é bem longe esse bar da civilização né? – Sussurro no seu ouvido.

—É sim amiga, mas relaxa que aqui a maioria é gente boa.

—A maioria? – Falo baixinho para mim mesma com a voz trêmula.

—Daqui a pouco vai chegar o convidado anfitrião, comemorando 22 anos. Ele pode se juntar aqui com vocês? –Penso em Rafael, ele tem 21 então o convidado especial é do nosso círculo, melhor.

—Pode sim. – Assinto para ele e Chris vai pegar as bebidas, Vivian começa a puxar assunto com Nervis.

Se passa um tempo e estamos rindo e trocando números de celular. Nervis pede licença que irá arrumar umas coisas na administração mas daqui a pouco volta.

—Até que fim você chegou camarada. Feliz aniversário seu maluco.

—Obrigado cara, então como está o movimento aqui?

—Indo. Ei, hoje é o aniversário de outro amigo meu. Não quer se juntar a ele na mesa?

—Seus amigos são meus amigos.

Não consigo me mexer. Essa é a voz do Rafa. Ouvi dizer que é aniversário dele? Que ódio desse Rafael!

—Cath? – Levanto a cabeça e parece que Rafael viu um fantasma de tão branco que ficou, mais que o normal.

—Oi Alyssa. – Sorrio para sua irmã e ela me recebe com um sorriso radiante.

Todos se juntam na mesa. Eu, Vivian e Chris ficamos de frente para Rafa, Alyssa e Nervis. Todos se falam exceto eu e Rafa, se eu pudesse matar alguém com pensamento com certeza Rafael já estava no tumulo e enterrado.

—Vamos jogar alguma brincadeira?

—Eu topo. Qual? – Dou a primeira palavra.

—Verdade e Desafio? – Chris sugere.

—Isso é brincadeira de quinto ano. Jogo quente. Funciona assim: São dois times com homens e mulheres, cada time vai começar a jogar algo, quando um perder as integrantes mulher devem tirar um peça do corpo. O primeiro time que tiver uma nua, ou duas, perde.

—Não sei cara... – Rafael está com ciúmes, posso perceber. Não mandei ele mentir, ou seja, omitir de mim.

—Eu topo, e vocês meninas? – Alyssa e Vivian se animam concordando. –Precisamos de mais dois integrantes, uma menina e um menino. Nervis você vai jogar?

—Tu acha mesmo que eu ia perder isso? Claro que vou.

Fomos para o local onde fica a mesa de jogos e Nervis dividiu os grupos. Sou do grupo vermelho junto com Vivian, Nervis e um cara chamado Lucas. O grupo azul ficou o Rafa, Chris, Alyssa e a garota Patrícia.

Começamos a primeira partida de sinuca com os homens jogando. Time do Rafael perdeu um ponto e Alyssa começa tirando o casaco. Se passa mais duas partidas e meu time perdeu três pontos, eu já tirei a blusa e Vivian a calça. Entre uma partida e outra havia aquela coisa de pausar, beber, depois continuar. O bar está sendo deixado aos poucos, não há tantos homens me secando. Chris perde mais duas vezes e Alyssa tira a camiseta, Patricia o vestido que usava.

Tento não manter meu olhar para Rafael, sei que ele não tira os olhos de mim parecendo uma leoa protegendo seus filhotes. Nervis vacila e acaba perdendo para Rafa, ele sorri maliciosamente e para não sair espuma de raiva pelas narinas tiro devagarinho o meu short, ficando só de lingerie.

—Para mim só falta tirar o sutiã e a calcinha, melhor tomar cuidado.

Lucas ganha duas partidas e Patricia está com os seios de fora e Alyssa o mesmo estado que eu. Começo a me arrepender da brincadeira quando a garota começa a tomar a iniciativa de se esfregar em Rafael.

—Eu vou no banheiro. – Aviso colocando as mãos na boca fingindo que vou vomitar.

—Eu vou com ela. – Rafael tira a garota de perto e até onde eu percebo ele me segue.

—Desculpa não ter te contado. – O mesmo tranca a porta do banheiro.

—Tanto faz, pra você não é importante né? Nada é importante para você.

—Você é importante pra mim Cath.

—Encontrei hoje a sua carta em um dos meus livros.

—Vo-você leu?

—Li.

Ficamos em silêncio.

—Acho que vou pra casa, bebi muito.

—Eu te levo.

—Não precisa Rafa.

—Eu insisto.

—Não.

—Sim.

—NÃO!

Rafael me surpreende me pegando pelas pernas me fazendo ficar jogada em seu ombro. "Me solta" e "Me deixa no chão" não adiantam de nada. Passamos na frente dos nossos amigos e só ouço risadas dos mesmos. O frio da noite entra em choque n minha pele e ele se apressa em me colocar no carro.

—Por que está fazendo isso?

—Isso o quê? – Ele se faz de desentendido.

—Isso tudo Rafa. Cacete, você age como se nada te atingisse.

—Nada me atinge ué.

—Atinge sim, deve parar com isso. Você é um humano, devia conversar com as pessoas sobre isso.

Ficamos em total silêncio, ambos sabemos para o que referimos mesmo não falando em voz alta.

Porra de Melanie.


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