Uma bela coincidência escrita por irritabiliz0u


Capítulo 24
24 - Ela




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—Quarto? – Ele me pergunta e só consigo assentir com a cabeça. Ele se levanta comigo em seus braços, minhas pernas entre sua cintura.

Rafael me joga na cama de casal que comprei a uma semana. Ele pega no meu pé e vai começando a traçar um caminho de beijos até chegar na minha cintura, no ponto da calcinha.

—Luz ligada ou luz desligada? – Ele me pergunta antes de fazer qualquer coisa.

—Ligada, quero te ver. – Sorrio maliciosa mordendo os lábios e ele arranca meu blusão.

—Puta merda mulher. – Ele abocanha um dos meus seios e massageia o outro. Desce a mesma trilha de beijos e quando chega no fim arranca minha calcinha.

Estou completamente nua e nunca fiquei assim na frente de ninguém mesmo. A toalha de Rafael ameaça cair por culpa da ereção. Ele me diz várias sacanagens no ouvido enquanto me estimula com os dedos, essas mãos são mágicas.

Troco de posição, se Rafael continuar vou chegar ao meu extremo logo. Tirando a toalha, começo a massagear seu membro com as mãos e vendo como ele gosta. Não demora muito e começa movimento de vai e vem na minha boca, ele segura nos meus cabelos mostrando a velocidade que devo ir. O calor de seu corpo é inebriante em contato com o meu.

Faço ele gozar fora da minha boca e depois ele me faz chegar ao ápice com sua língua. Passamos o resto da noite assim, tecnicamente ainda sou virgem mas com uma das primeiras experiências mais maravilhosas que se pode ter.

Ele

Hoje é meu aniversário e falta dois meses para o Natal. Faço 22 e Catherine ainda não sabe. Ou sabe. Mas eu não contei.

Depois daquele dia no apartamento foi difícil não olha-la e querer comê-la. Sinto muito cara pessoa que achou que eu fosse um anjo, mas Catherine é um demônio enviado para infernizar as mentes dos homens.

De manhã, pós vários orgasmos de verdade ela estava mais alegre e fazendo o café da manhã. Sempre achei muito clichê isso e eca, não queria viver. Mas ela estava apenas, só, devo acrescentar, de sutiã e calcinha de renda vermelhos e era impossível não ficar apreciando. Sua pele é douradinha, como se nunca precisasse de sol para se manter bronzeada, é linda.

Mas ainda que eu esteja, tecnicamente falando, com ela, não consigo pensar nos meus problemas. Tem meu pai que quer que eu me separe de Catherine porque Melanie supostamente tem um filho e eu sou pai. Para mim ela está morta e não sou pai de ninguém. Mas há quem diga o contrário.

Terminando o banho, enxugando o cabelo ouço a campainha de casa tocar. Deve ser Alyssa vindo me visitar, ela sempre está do meu lado e não esquece do meu aniversário.

—Parabéns maninho, lembre-se que você não é tão velho assim e eu não sou tão nova. Ué, cadê a Cath?

—Ela está descansando, trabalha numa boate. E nem sabe do meu aniversário.

—Que vacilo pô. Ei, vamos sair hoje à noite, lembra aquele bar que o tio Nervis era dono? Exatamente, lá tem bebida e petiscos, me busca ás 19:00.

—Você vai aonde? – Alyssa entra dentro de casa.

—Eu vou procurar algo pra comer, não me diga que aqui só tem pizza e cerveja.

—Tem comida por aí, é só esquentar. – E fecho a porta da casa.

Ela

—Hey girl, voltei. – Vivian pula em cima de mim me fazendo cambalear para trás, só consigo ver Chris vindo com todas as malas.

—Até que fim né, passou muito tempo fora amiga.

—Tinha que respirar um pouco sabe? Mas eu tô de volta, você vai me contar tudo que tem feito nessas últimas três semanas e vamos comemorar hoje o aniversário do Chris gata, vamos sair pra beber já que é isso que homens fazem.

—Tudo bem, vamos. Vem cá Chris, feliz aniversário imbecil. – O abraço forte, ele é muito grande e mesmo na ponta do pé meus braços não chegam completamente ao seu pescoço.

Depois de rirmos muito almoçando fui para meu quarto ajeitar meus livros, tanto de entretenimento como de estudos, por cor, como um arco íris. Sou uma pessoa sem nada pra fazer.

Pego meu exemplar de Orgulho e Preconceito e folheio sorrindo das boas lembranças que esse livro me traz, até que para em uma página que tem um papel todo amarrotado e rasgado pela metade.

Procuro uma fita e quando acho grudo as duas partes separadas possíveis para eu ler, reconheço de imediato a caligrafia. Rafael.

Eu torço ansiosamente para que esse pedaço de papel jamais chegue nas mãos de Catherine. De todas as circunstâncias do mundo eu nunca me vi escrevendo uma carta "apaixonada"? Enfim, eu já disse e fiz muita merda, e não sei quantas coisas ainda vão se revirar do túmulo para me assombrar, mas o que posso dizer é que ela me fez querer ser uma pessoa melhor, alguém melhor por ela.

Essa menina dos olhos coloridos (nunca vi olhos iguais) chegou comigo pedindo emprego em uma situação muito inusitada. Não sei o que foi, eu literalmente não faço ideia, porque quando estava saindo de casa eu tinha desistido de tudo. Tinha desistido de tentar ser forte e ia me matar de overdose, ou ia bater o carro, voltar a usar. Eu não sei. Mas quando ela me parou e fez contato algo falou na minha mente que eu não devia fazer nada. Tentar mais.

Catherine Earnshaw foi minha salvação. É. Mas também é meu pesadelo. Porque cada vez mais que chego perto dela sinto que não posso me afastar. Ela quer me conhecer. Eu também quero conhece-la. Quero ela inteira só pra mim, e juro que não vai ser mais uma foda.

Eu sou problemático, desengonçado, até sádico como minha irmã diz. Mas ela me dá forças a cada vez que sorri. Aquele sorriso e aqueles lábios são uma motivação para viver cada dia um de cada vez.

Eu gosto dela. Não sei se estou preparado para a outra palavra, mas ela é mais que uma garota. É a garota.

—Cath? Vou no supermercado, você quer ir comigo? – Enxugo as lágrimas ao terminar de ler a carta. Minhas dúvidas sobre Rafael foram embora e me sinto muito mais importante. Ponho dentro do livro novamente e coloco no lugar desejado.


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