—Rafa? –Acordo sonolenta e assustada. Mal percebi que peguei no sono.

—Onde você está?

—Em casa ué. Onde VOCÊ está?

—Pode falar pro seu porteiro me deixar subir.

—Como você sabe onde eu moro?

—Vivian já tinha me passado o endereço. – Ele geme.

—Vou permitir sua subida. – Saio do quarto sonolenta e vou até a cozinha onde fica o interfone do condomínio. Converso com o Sr. Jorge que me alerta sobre o homem que parece um traficante. Estou puta com Rafael mas não vou deixa-lo sozinho. Ai como sou idiota.

Passa-se uns dois ou três minutos e ouço a campainha ressoando no apartamento. Vivian e Chris viajaram e eu estou sozinha, fico imóvel na frente da porta que é a única coisa que me separa dele.

Faz quatro dias que Rafael não dá sinal de vida, até um boletim de ocorrência eu e Alyssa fizemos. Fomos no IML e em todas as delegacias possíveis de onde ele podia estar. Dou uma espiada pelo olho mágico e sua aparência está decadente. As mesmas roupas de quando o vi indo embora, cabelos sujos, pele e vestimentas manchadas.

Destranco a porta esperando o pior.

Ficamos cara a cara um com o outro. Ele me olha dos pés a cabeça admirado e aí lembro que estou apenas com um blusão da Adidas. Sem sutiã e com calcinha de algodão.

—Onde você estava Rafael?

—Por aí.

—Isso não é uma localização!

—Na rua Catherine!

Ficamos em silêncio depois que sento na cadeira em um lado da mesa e ele se joga no outro. A luz da cidade a noite é a única que nos ilumina por meio da janela. Olhamos um para o outro e sinto vontade de chorar. Ele mostra claramente que não está nem aí para quanto tempo ficou fora, seus olhos denunciam isso.

—Voltou a usar?

—Nunca parei.

Engulo em seco. Não vou chorar.

—Catherine entende... – Bato na mesa com força fazendo-a tremer.

—NÃO TEM O QUE ENTENDER RAFAEL. NÃO. TEM.

—Por favor, não faz assim. Não dificulta as coisas.

—NÃO DIFICULTAR? – Lagrimas rolam meu rosto – EU E SUA IRMÃ QUASE ENLOUQUECEMOS PENSANDO MIL E UMAS MERDAS QUE PODERIAM TER ACONTECIDO COM VOCÊ PORRA!

—Repete.

—O quê?

—Quase não fala palavrão comigo.

—Não se faz de desentendido. Não seja tão idiota.

—Você não entende caralho! Melanie para mim estava morta. Quando você estava sendo levada pela ambulância com um tiro e sangrando como eu nunca tinha visto tanto sangue eu me perguntei se estava traindo Melanie. Eu fiquei com medo de a suposta história estar se repetindo! Esses quatro dias não foram fáceis Catherine! Eu estava com medo. Eu usei sim, cheguei a ficar inconsciente! PORQUE O CARALHO DA DOR QUE EU SINTO NÃO VAI EMBORA! Ninguém se importa comigo, você não entende?

—Não eu não entendo. Eu simplesmente não entendo porque eu me importo. Caramba como você não se liga? Eu me importo, sempre me importei.

—Você acha que se importa menina.

—És um cara doente. – Ele se levanta da cadeira enquanto eu já estou correndo, batendo pé por toda a casa.

—Catherine volta aqui. – Ele vem atrás de mim.

—O que você tem na cabeça? TU COME MERDA POR ACASO? Rafael você tem uma família, eu não tenho sabia? Eu daria de tudo por uma irmã, daria de tudo por Alyssa ser da minha família! DE TUDO! Consigo sentir o cheiro da bebida exalando da tua boca, cigarro e... isso é sangue de quem? Ela é só uma garota, uma vadiazinha que quer acabar contigo moleque!

—Ela foi meu primeiro amor, meu único amor. Me ouvia e me entendia. Era igual a mim.

—Exatamente. Ela era igual.

—Cath, por favor. – Sinto sua respiração na minha nuca. Minha mão está na maçaneta do banheiro. Me viro lentamente tentando controlar os soluços e claro, a respiração descompassada.

—Não vou te beijar assim.

—Assim como?

—Sujo. Vai tomar um banho Rafa. – Ele não vai desistir disso e eu estou cansada de gritar. De sentir tudo isso. Mereço algo estável, ou alguém que me valorize ao menos.

Ele entra no banheiro e eu fecho a porta. Ouço o barulho do chuveiro e deslizo meu corpo pela porta, afim de ficar abraçada com minhas pernas na frente do corpo.

O que eu devo fazer agora? Foi tudo muito doloroso esses quatro dias e sinceramente não tem como eu sentir mais alguma coisa. Foi minha família, foi Vivian, fui eu e agora ele. Muita dor. Tortura.

Ele

Sou um idiota. Voltei para cá pois queria pedir desculpas a Catherine, desculpas por ter quebrado o meu celular e desaparecido por mais de 96 horas. Escolhi ela, voltei por ela. Mas o que fizemos até agora foi apenas brigar, brigar e brigar.

Menti ao dizer que usei. Só bebi muito.

Fiquei duro ao vê-la só de blusão e calcinha. Os seios se realçavam por dentro do fino tecido. E estou duro agora só de pensar nela. Estou limpo. Escovei os dentes com uma escova que achei aqui e pus uma toalha na cintura já que roupa não tenho, meu cabelo, claro, permanece bagunçado e algo anormal na minha aparência agora é apenas as fundas olheiras.

Destranco a porta e começo a procura-la no apartamento. Catherine está de costas na cozinha, com a mesma roupa, noto que a mesma faz um lanche que desconfio que seja pra mim.

—Você tem que comer um pouco, vem. – Ela coloca uma xícara com Nescau e dois sanduiches do lado.

—Vem aqui. – Sento na cadeira e a afasto suficientemente para ela se sentar ao meu colo. – Senta aqui. – Catherine obedece sentando de frente pra mim, sua parte intima roça na minha e perco a noção do que ia falar, engulo em seco tentando achar palavras.

—Me desculpa tá? Por ser um idiota. - Seu rosto está inchado de chorar e me sinto muito culpado.

Ela empurra o corpo pra frente e me abraça. Eu pensando vários modos de joga-la nessa mesa e tirar a merda da virgindade e ela me abraça. Uma das coisas que mais gosto nela é sua inocência.

Até que ela empurra o quadril com movimentos de vai e vem, e se ela ainda não sentiu minha ereção está sentindo agora. Catherine desce as unhas pelo meu peitoral, beija meu pescoço até que sua mão chego no meu pau e ela começa a massagear. Minhas mãos em sua bunda, minha língua em sua boca querendo estar em outro local, não sei onde isso vai parar agora.