Uma bela coincidência escrita por irritabiliz0u


Capítulo 17
17 - Ela




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Depois do acontecido fiz Rafael se acalmar mais. Não descemos em momento nenhum até porque ouvimos a voz de seu pai.

Ele até agora não quis me dizer o motivo de ouvir o nome de seu pai e sentir ódio, mas se faz isso com Rafael não deve ser coisa boa. Alguém bate na porta enquanto jogávamos UNO para passar o tempo.

—Quem é? – Rafael pergunta.

—Relaxa, sou eu Alyssa. – Ele permite entrada dela e a mesma entra radiante.

—Seguinte, tenho que ser rápida pois mamãe daqui a pouco vem pra cá. Todos já estão na praia mas você só vai se falar com o papai, coisa que você não quer fazer.

—Vai direto ao ponto Alyssa. – Rafael atenta e meus ouvidos estão todos para ela.

—Vamos pular a janela.

—O quê? – Ele diz atônito, quase rindo.

—Ah vai, você sempre fez isso e eu te dei cobertura. Vocês tem 30 segundos para se decidirem.

—Vamos logo Rafa – o estimulo – Eu pego a minha roupa – nem dou tempo de ele opinar e corro para pegar meu biquíni, aproveito recolho uma toalha e a sunga de Rafael.

—Vamos. – Alyssa sorri e corre para a varanda. Ela sobe encima da cerca e pula para o galho da árvore, descendo pelos seus braços depois e chegando finalmente no chão. Meu ânimo acaba na hora.

—Eu não vou conseguir Rafa.

—Ah vai sim Catherine. Já vi vendo você fazer coisa pior.

Rio de forma sarcástica.

—Um exemplo por favor.

—Você cuidou de mim, passou mais tempo que qualquer empregada, me perdoou enquanto uma pessoa normal iria a polícia, preciso falar mais? Vai logo. –Sorrio com a meia declaração e tomo coragem, repetindo os mesmos movimentos de Alyssa. Depois percebo que não havia nada demais e Rafael também chega ao chão, como se realmente já tivesse feito muito isso.

—Ótimo, parte mais complicada realizada. Agora vocês dois irão dar um jeito de trocar de roupa. Nos encontramos na praia. – Alyssa tira a blusa e depois o short correndo em direção a praia. Olho para Rafael soltando o ar.

—Ótimo, onde vamos nos arrumar?

—Podemos ir naquela casa vizinha e nos trocar atrás dela, sei lá. Nunca tem ninguém nela dia de semana e não tem câmera.

—Pode ser. – E de repente esse vagabundo me pega colocando de costas em seu ombros, começo a gritar e rir ao mesmo tempo.

—Me põe no chão seu louco. Não olha para minha bunda. – gargalho e brinco.

—Opa. – Ele diz assim que põe a mãozona. – Bem durinha. –Dou tapas em suas costas e finalmente chegamos na casa, me põe no chão.

—Vai ter revanche. – Prometo apontando o dedo em seu rosto.

—Espero ansiosamente. – Depois de sorrir malicioso pega a toalha e ergue impedindo minha visão sobre você.

—O que está fazendo?

—Você quer que eu lhe olhe trocando de roupa? – pergunta sem me olhar, fiquei confusa por um momento mais aí me dei conta que na verdade não íamos entrar dentro da casa.

—Sem espiar menino! – Tiro a blusa e a calça ficando só de sutiã e calcinha. Ainda receio pelo que estou prestes a fazer e fico insegura.

—Já? – pergunta impaciente. Engulo em seco e viro de costas desabotoando o sutiã e pondo logo em seguida a parte superior do biquíni. Posso sentir seus olhos pesando sobre mim, mesmo que de costas. Retiro a calcinha e rapidamente pondo a última peça e me virando de costas para ele.

Ele

Catherine é surpreendentemente linda. Não sei como essa menina não namora com alguém, na boa.

Sim, confesso que espiei quando ela se trocava, mas era impossível não fazer isso. Suas curvas parecem versos escritos em rascunhos precisando ser reconhecidos, uma menina perfeita aos meus olhos. A peça de baixo é de cintura alta com cortes aos lados e a de cima um sutiã sem alça que realça seus seios.

—Vai ficar só olhando ou vai se trocar? – a menina me tira da fantasia.

—Claro. – Me viro e tiro as peças colocando a sunga preta. Sei que Catherine ficou sem graça com o que fiz, porém é minha intenção desde do começo.

—Por que fez isso?

—O quê?

—Se trocou aqui.

—Só tem aqui para se trocar menina.

—Mas...

—Eu fui um cavalheiro com você não lhe olhando se trocar, mas eu não me importo em você me ver sem roupa. – Sorrio mordendo meus lábios.

—SEU PERVERTIDO – ela me bate rindo.

—Vamos?

—Vamos. – Catherine pula nas minhas costas deixando as roupas lá e pegando apenas o celular.

Tento ignorar suas pernas perfeitamente desenhadas entrelaçando meu corpo para se apoiar e o calor de seu corpo contra o meu.

Se controla Rafael.

—Até que fim os pombinhos voltaram. – Alyssa brinca.

Sorrio, parecemos a mesma “família” de uns anos atrás, quando todos nós fazíamos a mesma coisa em outra casa só que ao invés de Catherine era a Melanie.

Sinto estar traindo sua memória.

Ela

Depois que chegamos á praia literalmente Rafael se perdeu em pensamentos. Sua expressão se fechou e literalmente não sei o que fazer além de socializar com as outras pessoas.

Aqui se encontra além de nós dois a Alyssa, Juliana e um menino que desconfio que seja o gêmeo da garota com cabelos azul e rosa. Ele mal repara que eu existo até a hora de me dirigir ao seu lado.

—Qual seu nome?

—Sou o Bernardo. E você é?

—Catherine.

—Creio que você não seja uma filha perdida dessa família nem nada, então por que está aqui?

—Vim com Rafael. – aviso mais do que digo. Seus olhos são de um azul bem claro, assim como Juliana, sua feição nos traz alerta de perigo.

—Sinto muito. - Ele ri de forma sarcástica e reviro os olhos me afastando.

Passo o protetor solar de Alyssa e deito sobre a canga jogada tentando pegar um pouco de sol. Em Londres era muito frio e me pergunto como não fiquei transparente.

O tempo se passa e nos divertimos. Não falava diretamente com Bernardo e as vezes com Juliana, mas nada demais, Rafael distante e grosso. Estou jogando água em Alyssa quando começo a ouvir gritos e desaforos, dirijo meu olhar para onde vinha o som e claro que tinha que ser: Elizabeth, Nita, Uriah e um homem que presumo que seja o pai de Rafael.

—Você é mesmo um moleque irresponsável!

—Não me chama assim Uriah você não tem nada a ver com isso. – Rafael avisa de baixo som tentando não provocar briga.

—Vamos pra casa Rafael. – O homem se pronuncia e Rafael parece que solta fogo pelos olhos.

—Vou ficar aqui com Catherine.

—Eu tô mandando você voltar pra casa.

—Você me manda fazer muita coisa.

—E essa é mais uma ordem! Agora menino.

—Não vou obedecer mais uma de suas ordens. – Percebo que o clima ficou mais pesado, vou me aproximando de Rafael.

—Seu menino vagabundo! – Ele vai se aproximando até Rafael.

—Querido, vamos pra casa. Conversamos lá. – Elizabeth tentando interver mas falha,

—Desde pequeno nunca conseguiu parar com uma vadia né? Desde que era um pirralho cheio de testosterona sempre foi um inútil para todos aqui. – Agora ele cospe as palavras vindo com saliva em cima de Rafael, ninguém se atreve a mexer com esses dois. Como se o mundo tivesse parado de fazer tudo só para prestar atenção neles.

—Por que você tem tanto ódio de mim? Eu posso listar os meus motivos para ti, homem que só foi o meu doador de esperma, mas o que eu fiz para ter tanto rancor?

Agora está tudo tenso e juro que se esse homem, seja qual for o nome dele, não se controlar com Rafael eu viro a mamãe tigresa para proteger esse menino.

Faria qualquer coisa, mesmo que na maior parte do tempo esteja confusa sobre meus sentimentos sobre ele.


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