Uma bela coincidência escrita por irritabiliz0u


Capítulo 16
16 - Ela




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/688273/chapter/16

—Esse é o quarto de vocês, podem ficar à vontade. Daqui a algumas horinhas chamo-os para almoçar e conhecer o resto da família. – A mãe de Rafael termina de dizer ainda sorrindo de orelha a orelha.

O quarto é bem confortável por aparência. As paredes são brancas com alguns detalhes de outra cor, talvez marrom madeira não sei. Na verdade a casa toda é assim.

—Tudo bem mãe – Rafael sorri e Elizabeth sai. Jogo minha bolsa na cama e me jogo nela levantando os braços.

—Essa cama é tão confortável. – Sorrio.

—Faça bom proveito dela. – Ele pega e vai pro banheiro, trancando a porta em seguida. Agora Rafael vai pagar de revoltado por quê?

Dou de ombros e desço as escadas indo para cozinha pretendendo fazer algo que Rafael goste. Pela manhã ele não gosta de tomar café, então sempre toma leite com chocolate e pão, seja com requeijão ou só manteiga, ele faz um sanduiche.

Preparo o lanche e subo com uma bandeja. Quando abro a porta esperando que ele ainda estivesse no banho vejo que está se trocando. Necessariamente sem toalha na merda nenhuma de cintura.

—M-me desculpe. – Ele rapidamente coloca a box preta e engole em seco. Entro dentro do quarto e coloco a refeição na cama – Pensei que estaria com fome já que dirigiu tudo e só comeu biscoito.

—Obrigado Catherine, mas você aqui não é minha empregada e sim minha namorada.

—Eu sei mas é que...

—Mas nada, você não pode agir assim. – Fecho os olhos e respiro fundo, solto o ar e os abro.

—Tudo bem Rafael, se eu sou sua namorada aqui não faço mais café da manhã. – Entro dentro do banheiro e me tranco. Mas que banheiro grande minha nossa.

Ele não diz mais nada e eu fico quieta.

***

—Não precisa dormir no chão Rafa. – O sacudo já que o teimoso simplesmente pegou um travesseiro e colocou no chão com um lençol. Ele resmunga e se vira até que depois de eu mexer mais ele acorda em um pulo.

—Vai pra cama Rafa. – Digo com a voz cansada.

—Não, você pode dormir nela. Lembre-se que não namoramos de verdade e você pode usar suas frescurinhas na cama que eu não vou te atrapalhar.

—Eu que digo não, vem logo comigo e para de ser chato. – Ele faz que não com a cabeça e tento puxa-lo pelo braço. Tentativa inútil. Tento novamente e escorrego no carpete caindo por cima do seu corpo.

Nossas bocas ficam próximas novamente e seria hipócrita de dizer que não sinto uma força magnética me puxando para seus lábios. Como se fosse automático nós dois os molhamos com as línguas e os olhares de desejos são o último ingrediente para nossos corpos se colarem.

Ajeito minha posição e ele fica entre minhas pernas, eu por cima.  Rafael puxa cada vez mais a minha cintura com as mãos, me esfrego em seu corpo e posso jurar que ouço um gemido saindo de sua boca entre os beijos.

Separo nossos lábios por falta de ar e fico em choque. Aconteceu de novo.

—Eu vou pra cama com você. – ele sorri safado e se levanta. Deito de um lado e ele do outro, como fico para o lado oposto ele segura na minha cintura e me puxa. Fica de modo que ele me olhe e deito em seu braço, ele não reclama e coloca a mão sobre minha.

***

—Essa aqui é a Juliana, prima de Rafael e seus pais, Nita e Uriah. Vão ficar aqui conosco, aliás, Ju onde está seu irmão gêmeo?

—Daqui a pouco ele chega tia. – A menina com cabelo de cor azul e rosa fala, seus olhos são bem clarinhos assim como sua pele, sua feição nos traz ideia de confusão e imoralidade. Também percebo como ela olha para Rafael, como se quisesse ele e provocar confusão. Não gostei dele, seguro mais forte em sua mão apertando seus dedos.

—Prazer – sorrio tentando simpatizar com ela. Rafael tenta não desmaiar, seu rosto está pálido e seu pomo de adão mais contraído que me pergunto se não dói.

—AI MINHA NOSSA ELA É MAIS LINDA QUE A SENHORA ME FALOU MÃE! – Ouço uma voz aguda gritar, e aí percebo que ela vem da porta inferior que era pra onde eu estava de frente.

—Alyssa! – Rafael sorri e solta minha mão indo correndo até a menina lhe enforcando pelo abraço.

— Depois você me mata com seus abraços fortes, quero conhecer sua namorada moleque – radiante ela vem até a minha direção e me abraça com toda força. Seu cheiro é doce, seu sorriso branco semelhante com o de Rafael e de Elizabeth, me solta e me seguro pelos braços me fazendo rir – Sou irmã mais velha do Rafael, Alyssa, só um ano a mais relaxa, enfim, menina tu é muito linda! – sua beleza é bem exótico, o mesmo sorriso e olhos, curvas faciais perfeitas e o cabelo é cor de madeira com madeixas loiras.

—Meu nome é Catherine. – Digo sorrindo maravilhada com sua energia.

—Então, vamos todos para a praia? – Rafael tira a atenção de nós dois, e aí que me lembro: Não sou namorada de Rafael realmente, minha autoestima.

—Não, vocês podem ir só depois que seu pai chegar Rafael e o Jason chegar. Enquanto isso, fiquem dentro de casa! – Elizabeth ordena com os olhos fulminantes.

—Ele vem pra cá? O filho da...

—Não ouse falar nada do seu pai moleque! – Uriah se levanta apontando o dedo para cara de Rafael.

—E você pensa que é quem Uriah? Pulou a cerca pra comer uma vadia que não valia a pena enquanto tinha mulher e filhos. - Rafael bufa e sobe de forma violenta as escadas e bate a porta. Como fiquei imóvel percebi que o sorriso de Alyssa desapareceu e Juliana acalmou o fogo desviando o olhar para o lustre da casa.

Solto o ar e peço licença subindo as escadas. Bato na porta do quarto trancada e não tenho resposta. Lá vai eu ser a âncora para que Rafael não desabe, tenho feito muito isso ultimamente.

—Abre a porta Rafael. – Encosto a cabeça na mesma esperando uma resposta, até que ouço o barulho da chave.

—Vai embora Catherine. – Ele diz voltando para a varanda de frente do quarto sentando no chão.

—Não vou.

—Aqui é só confusão, percebi o jeito que me beijou.

—Eu sei – Na verdade não faço ideia de onde isso vai chegar.

—A última pessoa que eu beijei assim foi a Milena. – Sua expressão é de dar pena.

—Tudo bem.

—Você não entende, eu não sei como agir perto de você! Sou quebrado, sou um vidro trincado, uma porcelana quebrada, uma bijuteria que se passa por diamante.

—Não fala assim Rafael! – ele pode ser tudo e mais um pouco, mas nada de bijuteria.

—Falo sim Catherine! Durante esses meses você aguentou minhas crises de falta de educação, grosseria, medos, até quando estava doente. Não merece alguém como eu. Milena não merecia. – Fecho os olhos – Você precisa correr antes de tudo isso te afetar!

—Não vou embora, mete isso na cabeça.

—E o que você vai fazer?

—Vou ficar.

—Mas não sei nem o que sinto por você menina, não sou boa companhia.

—E daí, também não sei o que sinto.

—Não sei como agir contigo, posso ser grosso e inconveniente e mil coisas.

—Posso tentar conviver com isso, você é confusão e eu sou calmaria mas ambos foram machucados, quem sabe um não pode ajudar o outro.

—Você ainda não é minha namorada de verdade.

—Eu sei Rafael.

—E o que somos?

—Somos Rafael e Catherine, o resto que se dane. – Sorrio e ele faz o mesmo cedendo.

Ah menino vagabundo, o que irei fazer agora? Só precisava acalmar ele e deu nisso. Rafael só me dá vontade de viver, de me divertir ainda mais. Sair da bolha que criei para mim.

Mas será que tenho um sentimento maior que isso?

Isso acho que nós dois nos perguntamos e nós dois queremos descobrir. Ser a âncora para que ele não perca um pouco da sanidade é o que me mantém sã.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

um grátis para vocês, beijos.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Uma bela coincidência" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.