Uma bela coincidência escrita por irritabiliz0u


Capítulo 15
15 - Ele




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Me pergunto agora como vai ser. Sempre quis e almejava Catherine na minha casa e agora foi ela que se despediu, não eu. Concordo com a cabeça sendo a única coisa que posso fazer.

—Você vai trabalhar nessa boate? – pergunto novamente.

—Sim, nas quintas, sextas e sábados. Mas os turnos serão alternados o que melhora mais, pedi pra ficar nas noites que for apenas lésbicas e gays. – ufa, melhor.

—Posso te ver mais? – Não quero nada com essa menina, não gosto de gente atrevida e acha que pode me desafiar. Mas ela me intriga demais, como se eu precisasse saber mais desse ser. Um dos problemas de Catherine: ela pensa demais. Demais.

—P-pode – morde os lábios. Ah menina, não faz isso que você fode comigo – Mas você tem que parar de ser tão temperamental, é um saco quando fica assim.

—Tudo bem. – sorrio brincalhão.

Ser temperamental? Quem disse que eu sou? Posso tentar não me irritar, é só ela não tentar me irritar. Simples, água com açúcar.

Ela

O que aconteceu foi muito louco, mas nada que não possa resolver. Antes de me despedir de Rafael tento combinar algo com ele.

—Amizade, nada de beijos, claramente amizade. Ok?

—Sim madame.

—Seu vagabundo. – Sorrio quando ele tenta se mostrar ofendido.

—Estou de folga do trabalho e meus pais querem fazer um jantar em família – ele despreza um pouco a frase – e vou ter que viajar pra passar três dias lá. Vai comigo? – ele me pergunta esperançoso e fico em choque sem saber o que dizer.

—Por que eu?

—Você acalma tudo ao seu redor Catherine. Vou viajar durante a noite e voltamos quarta de madrugada, quer vir? – paro para pensar. Se Rafael está me chamando e diz que mantenho tudo ao meu redor calmo, é por que ele confia em mim e quer minha companhia, quem sabe posso até me divertir lá.

—Sim vou. – Confirmo.

—Pronto, arrume suas coisas e no fim da tarde vou te buscar.

—Ok – me levanto – Até depois Rafael – sorrio e vou indo em direção a boate, procurar Vivian e Chris

***

—Segunda, terça e quarta com o mauricinho? – Vivian implica.

—Ele não é mauricinho.

—Ele é sim mauricinho Catherine, só você não enxerga isso – ela ri.

—Não se ilude com ele amiga. – Vivian segura meu ombro.

—Não gosto dele Vivian.

—Mana, você está indo passar três dias, dando ênfase em três dias, na casa dos pais dele.

Acabo por revirar os olhos e ouço a buzina do carro. Me despeço de Vivian no fim dando língua, a mesma me manda tomar cuidado pra não virar uma mocinha com coroa. Digo que sempre seremos princesas e rainhas ao nosso estilo, seja com uma coroa ou um tênis, o caráter é a melhor coisa. Só estou levando uma bolsa com peças de roupa, são só três dias e pronto.

—Meus pais vão pensar que você é minha namorada – ele fala rindo – é até melhor porque eles param de pegar no meu pé que vou morrer sozinho.

—Ah nem vem, não vou ser sua namorada de mentirinha menino. – Brinco também.

—Por favor vai... – ele faz beicinho.

—É por isso que você quer me levar?

—Por uma parte sim.

Ah, Rafael está de sacanagem com minha cara. Não sei quase nada sobre ele, nem ele de mim e também, que ridículo.

—Não. – Cruzo os braços fechando a cara.

—Por favor Catherine.

—Não.

—Eu faço o que você quiser.

—Não.

—Eu respondo qualquer coisa que você quiser. – Paro pra pensar, é muita coisa que sou curiosa nele. Mas não quero ser um brinquedinho para a família.

—Não sei Rafael...

—Por favor Catherine. – Reviro os olhos, ele não vai desistir de tentar até conseguir. Sinto vontade de socar essa cara de pau, me usou para conseguir um ponto com a mãe, o pai e seja mais quem for. Resolvo ficar em silêncio até ter uma resposta para o que quer, acho errado da parte dele de eu ser um objeto mas posso arrancar muita coisa dele nesse meio tempo. Combinamos antes de eu ir embora da festa que íamos ser apenas amigos, agora como ele quer que eu seja apenas sua amiga?

Passamos a viagem toda ouvindo música de todos os tipos. A falta de assunto e constrangimento acarretou tal situação. Não dei uma resposta que aceito ser sua namorada de mentirinha porque realmente não sei o que achar sobre isso, o fato de simplesmente ter de fingir conhece-lo e ama-lo é um fardo, sempre jurei lendo meus romances que não ia fingir sentir alguma coisa. Talvez seja culpa de existir o mocinho ou o rebelde, e a mocinha ou que não ligava pra nada, um dos dois acabava sem ninguém ou amor eterno. Acredito em amor eterno. Agora devem ser umas 6:00 ou 7:00, dormi em algumas partes da viagem pois Rafael é muito teimoso e não me deixou dirigir. Ainda lanchamos no carro mas nada além.

—Chegamos. – Ele avisa. De longe consigo avistar a belíssima praia, me pergunto onde estou já que é bem diferente com o meio que convivo.

—Onde estamos?

CastelhanosIlhabela— Sorrio, a praia daqui é linda – Meus pais tem uma propriedade privada por aqui por perto, a única na verdade. Vamos ficar na casa deles. – Rafael para e não tem o que falar.

—Eu topo fingir ser sua namorada, mas só porque aqui é lindo. Você irá me falar o que eu quiser e agir como namorados, acha que consegue?

—Claro que consigo Catherine, sou um ator de primeira. – Ele brinca rindo no final depois que lhe dou um empurrão. Ele continua dirigindo até nosso destino.

—Pronto, essa é a casa dos meus pais. – Casa de praia muito linda, aparenta ser toda de madeira e bem simples mas observando os detalhes consigo perceber os dedos do dinheiro excessivo. Ele aperta a campainha e segura minha mão, entrelaçando meus dedos nos seus. Rafael parece estar tão nervoso a ponto de os dedos estarem brancos na outra mão, toco seu braço tentando faze-lo relaxar. Tenho que ignorar as revoltas de borboletas no meu estômago, nada de sentimentos, nada de nada.

—Respira Rafael, são só seus pais.

—Não são só... – Ele é interrompido quando uma senhora loira abre a porta sorrindo. Ela tem uma beleza admirável, ou já teve, pois seus olhos são pesados de olheiras escondidas pela maquiagem e seus traços faciais são de cansaço. Fico sem reação e sorrio.

—Rafael meu amor – ela abraça Rafael e ele sorri nervoso, depois se acalmando seus olhos brilham de esperança.

—Mãe essa é Catherine... – Ele trava um pouco e volta a apertar com força minha mão – Mi-minha namorada.

—Oh que linda – Ela sorri de orelha a orelha e me olha com expectativa. Deve se lembrar da antiga namorada dele e pensar que fui uma vela em meio a uma grande escuridão em torno de Rafael. Quem me dera... – Prazer, meu nome é Elizabeth, vem comigo vocês dois, devem estar cansados. – Realmente.

Adentramos a casa e parece que Rafael não respira momento nenhum, seguro a risada. Muito lindo isso.

 

 


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Notas finais do capítulo

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