Uma bela coincidência escrita por irritabiliz0u


Capítulo 14
14 - Ele




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Catherine tem um gosto peculiar. Seus lábios são quentes e cheios de vida inocente, nada com pecado misturado ao prazer. Uma perdição.

Mas é claro que tudo isso ia durar pouco tempo, ela se separa de mim com os olhos assustados, lábios rosados e inchados. Ofegante, ela sobe ao quarto, pega o celular e sem me dirigir uma palavra sai da casa batendo a porta, até mesmo quando tento puxar seu braço para me comunicar ela se retrai, tenho feito isso muitas vezes ultimamente.

Passo os braços pela cabeça e bufo, o que essa menina tem? Além de suas curvas serem um verso bem feito, é intrigante e muito teimosa. Confusa. Claro que não é nada, atração sexual e pronto.

Essa casa é tão grande mas tão vazia, mesmo que cheia de móveis e compartimentos, até quem vive aqui é oco. Por isso gosto, espero ansiosamente os dias de ela vir trabalhar, e quando Catherine vem seu sorriso ilumina como a luz divina, as sombras.

Preciso de alguma forma, seja com uma mulher nas minhas pernas ou uma boa bebida em minhas mãos, de tirar aqueles olhos da minha cabeça. Das duas.

Ela

Já se passou uma semana depois do ocorrido e minha desculpa para não vê-lo é que Chris adoeceu, sendo que o mesmo que está para me tirar de casa pelo cabelo.

—Você tem que se animar mais menina! Vivian e eu vamos hoje para uma balada, quer ir conosco?

—Não, mas obrigado. Prefiro os meus livros e netflix – sorrio, terminando de lavar a louça.

—Não, nem vem Catherine Earnshaw! Ou eu vou na casa daquele desgraçado e meto a porrada no filho da puta ou você vem conosco.

—Não bate nele, por favor Chris, eu vou sim. Mas não bate nele.

Termino de lavar a louça e volto para meu quarto. Desde que beijei Rafael, uma inquietação dentro de mim surgiu, como se precisasse saber se ele está bem ou se está transando com alguma vagabunda em um local.

Claro que pra ele, o beijo não foi merda nenhuma e provavelmente está rindo da minha cara ou até já esqueceu.

***

Estou vestindo um tipo de roupa que não usava fazia muito tempo. O vestido é vermelho e vai até uma palma e meia acima do joelho, colado ao meu corpo, atrás tem uma leve curvatura deixando as costas a mostra assim como um leve decote na parte da frente, junto com um salto preto fosco. A maquiagem que Vivian insistiu em fazer não me deixa em aspecto de mais velha, porem deixa meu rosto mais maduro, os cabelos antes quase todo liso estão meio ondulados nas pontas e ainda assim continua longo.

Se eu estou me sentindo invadida não faço ideia de como minha amiga se sente. Christian não está nada satisfeito com sua roupa mas não me atrevo a falar nada. Chegamos a boate que a fila encontra-se escandalosamente enorme, felizmente, nosso nome está no topo da lista por motivos de Vivian ter amigos donos da boate.

Vamos direto pro bar e literalmente parece que não dar pra andar até pegar uma bebida, devia ter vindo de sapatilha. Olho para as pessoas horrivelmente vulgares na qual aparecem as calcinhas, ou como gosto de chamar: fios que tampa o cu, ou até mesmo sem roupa íntima. Se divertem, bebem, se esfregam uns aos outros e como esperado, acabo ficando sozinha enquanto Vivian e Chris vão se divertir.

Já são quase 4:00 da manhã e estou anestesiada. Dancei, bebi e juro que estou tentando arranjar um jeito de voltar pra casa. Até que vejo uma costa muito semelhante a de Rafael se agarrando a outra menina. Até que o álcool acaba com meus neurônios e eu pego o primeiro menino que vejo e começo a me agarrar ao lado dele, até que ele percebeu.

—Catherine – ele para de tentar engolir a menina e com os lindos lábios vermelhos e cabelo bagunçado, sua cara se transforma de prazer em dúvida.

—Oi Rafael – dispenso o menino e faço um tchau com as mãos para o mesmo. O que estou fazendo minha nossa? Nunca fiz isso, mas me subiu uma raiva daquela garota se agarrando com ele.

Ignoro os chamado do menino vagabundo e saio pela porta de emergência. O ar frio da noite esconde também as coisas obscuras que ficam nas sombras, esperando para atacar os mais inocentes. Passo as mãos pelos braços tentando e aquecer mas a tentativa falha.

Logo depois Raphael aparece com os olhos assustados. O que ele tanto se assusta? Ou por que tem interesse em mim e está se afetando se eu sou só a empregada? Seu ego fala maior e nem devia estar aqui.

—Catherine espera.

—Oi.

—Você está bêbada? – ele pergunta confuso se aproximando.

—Um pouquinho assim – faço gesto com dois dedos da mãos me balançando tentando andar.

—Vem vamos pra casa... – ele tenta me segurar pelo braço, mas me solto com raiva cambaleando.

—Você tem mania de fazer isso, para. – estou tão inerte diante do que está acontecendo que acabo indo para a rua principal. D e repente vejo uma luz amarela forte vindo em minha direção e depois estou no chão com Rafael por cima do meu corpo. O que me deixa sóbria novamente é a adrenalina e medo correndo nas veias agora, nesse momento. Estou ofegante e agora assustada, minha consciência voltou.

—Des-desculpe... – me levanto e me sento no meio fio. Passo as mãos pelos cabelos e bufo.

—Hey, tudo bem. – Rafael se posiciona ao meu lado e toca meu braço.

—Me demito. – Jogo logo o que vim pensando nesses últimos dias desde o beijo.

—O quê? Não Catherine, você não pode se demitir.

—Posso sim, nem carteira assinada eu tenho Rafael.

—Mas não...

—Estão precisando de uma barman na boate e o dinheiro é bom, acredite antes de ficar bêbada conversei com umas pessoas e eles me aceitariam.

—Mas você misturada a essas pessoas? Não!

—Sim! E você não manda em mim Rafael.

Por que Catherine? Achei que você gostasse de lá.

—E gosto. Mas você me beijou e... não dá pra voltar lá pra lavar suas roupas e limpar a bagunça de seus amigos.

—Então se você não trabalhasse lá mais, teria a possibilidade de... termos algo?

—Talvez. – reviro os olhos. Ele é grosso e fofo. Complicado ao nível extremo. Mas está propondo a possibilidade de.... De o quê?


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