Como viemos parar aqui? - Segunda Temporada escrita por Influenza


Capítulo 3
Guerra Fria


Notas iniciais do capítulo

OPA *-* Mês de volta às aulaaaas! Época de que? Época de que? Época da autora tomar vergonha na cara, uhuuuuuuuuu ♥ Não vou nem me explicar pela demora, porque eu não tenho moral nem pra isso (mas me desculpa gente :´( ). Porém, tenho uma novidade bombástica para vocês: Fico feliz em anunciar o retorno definitivo da fic e atualizações S-E-M-A-N-A-I-S! Isso mesmo que vocês leram! Vou atualizá-la toda semana aos sábados *-* Tenho três capítulos prontos, já.

E EU RECEBI UMA RECOMENDAÇÃO GALERAAAAAAAAAA ♥ AAAAAAAAAHHHHHHH EU TÔ TÃO FELIZ! Eu fiquei super surpresa quando eu vi, pela fic só ter dois capítulos, mas vocês não imaginam o quanto meu coraçãozinho ficou feliz ♥ Lovely, você realmente faz jus ao seu nome! Suas palavras foram um amor! Quase que eu choro lendo sua recomendação :´) Super obrigada por ela! Espero que suas expectativas para o resto da fic sejam atendidas ♥ Dedico este capítulo a você, linda! Espero que goste ♥


Boa leitura, gente!



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“- Eu sei quem vocês são. Você é meu avô, você é minha avó, e você é meu tio Itachi!”

~O~O~

A antiga família Uchiha estava estática, sem voz e de olhos arregalados diante da declaração de uma pequena e sorridente Sarada Uchiha – que parecia não querer, de forma alguma, soltar-se de Itachi. Olharam para Sakura, esperando uma explicação; a rosada parecia analisá-los. Quando percebeu que estava sendo observada, direcionou-lhes um sorriso gentil e compreensivo, e, por fim, virou-se em direção a uma mesinha de cabeceira cheia de retratos e fotografias que existia na sala. Pegou um deles; analisou-o atentamente por alguns segundos. Virou seu rosto um pouco para o lado, para que pudesse ver os recém-chegados e, finalmente, falou:

— Eu vou explicar tudo, não se preocupem. Sentem-se, por favor. – sorriu, indicando educadamente os sofás da sala.

— Sim! – Exclamou a criança, animada, desfazendo o abraço e pegando nas mãos de Itachi e Mikoto, logo em seguida puxando-os em direção aos sofás. – Vamos todos sentar, eu vou contar uma historinha pra vocês antes de estudar. Eu tenho prova de matemática amanhã, e... Ei, venha você também, vovô! Ou o senhor quer perder a história?

Fugaku estava perplexo demais para se mover. Mesmo repetindo para si mesmo que aquilo era somente um genjutsu, algo lhe dizia – desde que pusera os pés fora do destruído Distrito Uchiha – que aquilo tudo era real. Só não queria admitir. Pior que isso, ele tinha a horrível sensação de que o Distrito Uchiha não estava daquele jeito à toa; que havia algum motivo horripilante por trás de todo aquele abandono e descaso.

Mesmo com isso em mente, o Uchiha mais velho reflete que não seria adequado buscar respostas naquele momento, naquele lugar ou com aquela mulher de cabelo rosa – em quem ele não conseguia confiar nem um pouco. Tudo naquela rosada parecia suspeito: os olhares de relance que lançava em direção aos Uchiha, analisando cada movimento; a postura; seu sangue não-Uchiha; a expressão simpática demais, provavelmente dissimulada aos olhos de Fugaku; e até mesmo o cabelo cor-de-rosa. Ele, como o líder de um clã grande, importante e, mesmo assim, injustiçado perante toda Konoha, tinha naturalmente tendências à desconfiança em não membros do clã Uchiha. As intenções daquela mulher podem ser bem mais do que ela deixara transparecer.

Enfim, o Uchiha do passado dirigiu-se finalmente para os sofás verdes e aconchegantes, um de frente para o outro, onde sua esposa, seu filho mais velho e a pirralha, que tinha um livro nas mãos, já haviam se sentado. Sakura, entretanto, continuava de pé, mirando-o, e parecia esperar que se sentasse. Fugaku não o fez; ao invés disso, encarou-a da mesma forma. A desconfiança no ar era palpável; as verdadeiras intenções por trás de cada gesto, duvidosas. Poderia ser até um pouco infantil o que estavam fazendo, mas sentiram como se estivessem numa zona de guerra. A segurança de suas respectivas famílias estava em jogo; e o primeiro que demonstrasse fraqueza e comodidade, perderia.

Mikoto, completamente ciente da situação delicada em que Sakura e Fugaku se encontravam, pigarreou, chamando a atenção dos dois. A mulher lançou um olhar de advertência para o marido, indicando freneticamente com a cabeça o lugar livre ao seu lado, um sinal claro para que ele sentasse. Ela conhecia Fugaku e suas desconfianças quase paranoicas melhor do que ninguém, e não deixaria aquilo continuar naquele momento, não com alguém que havia sido tão agradável com eles a ponto de ceder sua própria casa.

Afinal, não havia motivo algum para desconfiança.

Ela sabia que Fugaku havia percebido o sinal, mas ele nem se mexera. Mikoto, no auge de sua paciência, direcionou um último olhar autoritário para o marido, e este, por sua vez, ficou um pouco mais rígido, como se quisesse propositalmente se mostrar inflexível em relação a sua posição. Ela odiava quando Fugaku ficava daquele jeito, naquele grau; geralmente, a Uchiha conseguia trazer o marido de volta à razão sozinha, mas, ocasionalmente, ele se afundava na teimosia sem fim que residia em seu coração – como era o caso.

Com o tamanho de sua tolerância diminuindo drasticamente, Mikoto suspirou e se virou para Itachi, clamando com o olhar por ajuda. Itachi balançou a cabeça em derrota, e indicou a rosada com o olhar; de forma absurdamente inesperada, ela estava jogando exatamente o mesmo jogo que Fugaku: quem ceder, perde. Nesse ponto, Itachi analisava que Sakura poderia ser igualmente inflexível e competitiva, e poderiam ficar ali o dia inteiro, até que um cedesse – o que provavelmente aumentaria o clima de tensão que se instaurava no ambiente, comprometendo o convívio saudável de ambas as famílias.

A menos que ocorra um empate.

 

— Sarada-chan – ele chamou, aos sussurros. A garota, que parecia procurar alguma página específica do livro Aladdin, direcionou sua atenção para o tio, sorrindo por causa “-chan” usado em seu nome. – Pode me dizer que horas são?

— Claro, tio! São... – Ela olha para o relógio e arregala os olhos – Ah! Olha como já é tarde! E eu ainda tenho que revisar inequações... Mamãe! Vamos nos apressar! – exclamou a pequena, segurando a mão da mãe e puxando-a para o sofá.

— Sente-se ao meu lado também, querido!— Mikoto imediatamente compreendeu a estratégia de seu filho, puxando o marido para o lugar vago ao seu lado e declarando definitivamente um empate naquela batalha.

A batalha poderia ter terminado, mas aquela Guerra Fria estava apenas começando.

— Sarada, querida, eu... – Sakura começou, incerta de como deveria continuar. Depois da cena que se passou, a rosada concluíra que essa conversa poderia ser tão ou mais pesada que o clima que se instaurara – sem sequer ser dito coisa alguma sobre o Clã Uchiha ou Sasuke, dois tópicos sobre os quais a baixinha deveria ser muito sensível. Era, de todos os ângulos dos quais se podia olhar, uma “conversa de adulto” – Eu acho melhor você ir estudar no seu quarto, meu amor. É conversa de adulto.

— O quê? Mas...! A história...! Aladdin...! – Os olhinhos de Sarada já estavam lacrimejando de decepção, passando frenetica e repetidamente seu olhar das páginas do livro para a mãe.

— Querida, tente entender, antes de Aladdin, eu preciso acertar uns detalhes com o vovô, a vovó e o tio Itachi sobre a estadia deles aqui. É uma coisa muito chata para crianças; você pode mostrar Aladdin para eles depois. – Ela garantiu, num tom suave e materno, fazendo um cafuné na filha.

— Mas então, se tem a ver com todo mundo, eu quero ficar pra ouvir também! – Sarada, ainda com os olhos úmidos de lágrimas, levantou-se de súbito e correu para os braços de Mikoto, que se surpreendeu, mas sorriu e abraçou a neta de volta, notando que ela e Sasuke tinham, de semelhante, mais do que só aparência – Eu sou da família também, não sou?

— Own, Sarada-chan! Claro que você é da família! – Mikoto abraçou Sarada mais forte, da mesma forma que sempre abraçara seus filhos – e agora, sua neta – Mas você não tem prova amanhã, mocinha? Sabe, lá de onde eu venho, quem tira notas ruins fica sem sobremesa – Sarada arregalou os olhos com a declaração – e recebe a visita do monstro da cosquinha!

As lágrimas de decepção de uma hora para a outra se transformaram em gargalhadas devido às cócegas que a avó fazia na neta. Seu riso era extremamente contagiante, e por um momento todas as desconfianças de Sakura sumiram com aquela imagem: era, genuinamente, a imagem de uma avó brincando com a sua neta. Entretanto, logo depois, lembrou-se da tensão entre si e o líder dos Uchiha pouco tempo atrás, e se deu conta da situação delicada em que a família Uchiha – de ambos os tempos – estava inserida.

— HAHAHA! Para, vovó! Faz cócegas! – Sarada suplicou, em meio às gargalhadas.

Mikoto soltou, finalmente, a neta, e deu um risinho delicado enquanto afagava seus cabelos.

— Sarada-chan, sabia que sua risada é igualzinha à do Sasuke?

— O papai? – os olhos da pequena Uchiha brilharam – Vó, me conta mais sobre o papai! Como ele era? Qual era a cor favorita dele? A senhora contava histórias para ele? Ele brincava de que? Ele...

— Ora, mas quantas perguntas! – Mikoto exclamou, surpresa – Eu, Mikoto Uchiha, me comprometo a responder todas, com uma única condição! – Os olhos de Sarada, que parecia estar ansiosa, se arregalaram em expectativa, e a avó sorriu ternamente para a neta, tocando na ponta do nariz da pequena e dizendo: – Se você me trazer um dez amanhã na prova de matemática!

— Eu vou! Eu vou, sim! – Sarada sorriu de orelha a orelha, tão feliz que poderia sair pulando por aí, e abraçou fortemente Mikoto – Obrigada, vó!

A Uchiha menor saiu da sala-de-estar exatamente como o Relâmpago Amarelo de Konoha faria: rápida como um relâmpago. Sakura suspirou em alívio, ao mesmo tempo em que analisava quão surpreendente era a habilidade daquela mulher de se conectar com crianças. Por ser uma mãe praticamente solteira no ambiente doméstico, a rosada, apesar de ser uma das maiores ninjas do mundo, tinha dificuldades em conciliar o trabalho profissional, como ninja, de mãe e, ainda, de pai, fazendo com que ela, em certas ocasiões, não saiba como lidar da maneira certa com a filha, mesmo a personalidade desta não sendo tão difícil – como considerava a de si própria quando irritada. Caso a mulher que dizia ser Mikoto fosse uma atriz, ela, com certeza, tinha o carisma para isso. Talvez, mais tarde, pegasse umas dicas com “Mikoto”.

Quando teve certeza de que Sarada havia ido para seu quarto, Sakura colocou o porta-retratos que segurava, abaixado, na mesinha que permanecia entre os dois sofás. Ela se levantou e ofereceu, aproveitando o tempo de sobra que conseguiram, em tom hospitaleiro:

— Querem um chá? Temos muito para conversar.

~O~O~

 

Sarada não conseguia, por mais que tentasse, se concentrar. Tudo o que acontecera naquela tarde martelava sem parar em sua cabeça e tomava conta de seus pensamentos, não havendo um mínimo espaço para matemática ou qualquer tipo de equação. As imagens passavam como um filme em sua mente: seus avós e tio que ela tanto queria conhecer entrando na sala-de-estar; suas expressões surpresas; seus sorrisos; o abraço caloroso da sua avó. Ela perguntava a si própria se tudo isso era apenas um sonho... Bem, se fosse mesmo apenas um sonho, ela não queria acordar.

A pequena Uchiha sorriu com o pensamento. O assunto ‘família’ sempre fora um tanto sensível para Sarada, devido à falta que seu pai fazia. Ela sempre quis conhece-lo, ficar mais pertinho dele de alguma forma. Em muitas das vezes em que ela perguntou sobre ele ou sobre a família Uchiha para a mãe, Sakura fora evasiva, e Sarada não entendia o porquê. Entretanto, quando viu seus avós ali, quando sentiu sua cabeça afagada pelo seu tio e quando se sentiu ser abraçada pela sua avó... Sarada se sentiu mais perto do pai do que nunca! Se perguntava se seu pai era abraçado exatamente daquela forma tão calorosa e calmante. Era uma sensação única, especial, exatamente como quando Sakura a abraçava; era tão igual, mas ao mesmo tempo tão diferente de como Sarada fantasiava o acontecimento em suas visitas secretas aos túmulos do quase extinto Clã Uchiha!

Espere... Túmulos?

 

Sarada fez uma careta. Na euforia do momento, ela não se questionara sobre como seus já falecidos avós e tio estavam lá, vivinhos da Silva, na sua sala-de-estar. Ela poderia ser uma criança, mas também era uma Uchiha, observadora por natureza. A pequena Uchiha estava de fato tão feliz por sua família paterna estar verdadeiramente ali que poderia explodir em confete, mas... Algo parecia simplesmente não se encaixar.

— É um mistério de família enooooooorme. – Sarada suspirou, conversando com seu dinossauro de pelúcia, Dinossauro-san – Queria muito descobrir o que aconteceu. O que você acha, Dino-san?

A pelúcia, obviamente, não respondeu com palavras, mas Sarada, como sua dona, entendeu muito bem o que o dinossauro verde quis dizer.

— Você acha que eu devo ir lá? – Sarada pareceu pensar no assunto, mas logo balançou a cabeça de um lado para o outro em sinal de negação, e se afundou ainda mais na cama fofinha – Não dá, Di-chan. Mamãe disse que eu tenho que estudar pra prova de amanhã. Claro, eu sou uma aluna brilhante, mas... Ei, espere! EU SOU UMA ALUNA BRILHANTE! Sei esse assunto de cor. Eu vou! – Declarou, com um grande e confiante sorriso no rosto.

Bastou um único segundo de euforia para a criança murchar diante da ideia.

— Mas a mamãe disse que é um problema de adulto. Hmm... – Sarada fez um biquinho, decepcionada – O que foi, Sauro-kun? Bem, é verdade, eu já tenho 8 anos, e... Ei, eu já tenho 8 anos! Sou praticamente uma adulta! Certo como sempre, Dino-sama. O que eu faria sem você? – Ela abraçou o dinossauro de pelúcia bem forte, sorrindo – Oi? Ah! Tem razão! Isso é um problema de família, e EU sou da família! Eu tenho todo o direito de participar. Tenho certeza que todos vão entender. Temos motivos suficientes. Vamos fazer uma surpresa pra eles, Dino-san, eu e você! Essa é nossa primeira missão ninja; a partir de agora, silêncio total.

Que comece a missão!


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Notas finais do capítulo

KKKKKKKKKK vai ter muita treta ainda entre Sakura e Fugaku, só esperem u.u Eu simplesmente não consigo imaginar eles, um líder do clã Uchiha super conservador e uma mulher toda desconfiada deles se dando bem de primeira, galera. Mas algum dia eles se entendem u.u E o que será que Sarada vai ouvir? Coloquem nos comentários o que vocês acham! ♥

Até semana que vem!



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