Corações Partidos(Segredos e Mentiras) escrita por calivillas


Capítulo 23
Um grande erro




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— Por que é isso que esperam de você, não é, Mathews? Então, se acostume com a ideia de me ver por aqui até o final, como um espinho encravado no seu pé, para você não se esquecer assim tão fácil de mim. – Teresa declarou, altiva, já se levantando, permanecendo de pé na frente dele.

— Eu não consigo me esquecer de você, Teresa. – Mathews a admirou, bela e impetuosa, com os olhos brilhando de raiva, sem pensar, a puxou pelo braço, a trazendo para ele, que caiu sentada no seu colo, e a beijou, como se quisesse devorá-la, guardá-la para sempre dentro dele.

Teresa não sabia o que fazer, sua cabeça dizia não, mas seu corpo não correspondia a essa ordem, a ignorando por completo, se deixando beijar, selvagemente, sentindo mãos dele passearem por baixo do seu vestido, sem reagir, segurando o seu rosto, afagando os seus cabelos, foi intenso e rápido, ela se ajeitou sobre ele, seu corpo ardendo de paixão, o desejava, o queria, novamente, dentro dela. Naquele momento, sentindo o gosto da sua boca, no calor daquele beijo, Teresa se sentiu completa e inapropriadamente feliz. Porém, subitamente, ela voltou a realidade e sai de cima Mathews, em um pulo, arrependida e confusa.

— Isso não devia acontecer, não devia. – Repetia, desnorteada, sacudindo a cabeça em negação, Mathews se aprumou. – Você vai casar! Estamos na véspera do seu casamento, você está me deixando por outra mulher! – Teresa exclamou, exaltada.

— Por favor, se acalme, Teresa. Só foi um erro, um pequeno deslize, prometo que não vai acontecer outra vez. – Mathews falava com um autônomo, as palavras saiam da sua boca querendo tranquilizá-la e convencer a si mesmo.

— É melhor, eu ir agora. - Teresa estava mais calma, passando as mãos no seu vestido para ajeitá-lo, virou-se e saiu apressada de perto dele, fugindo do seu desejo.

 Mathews observou Teresa se afastar, foi melhor assim, teria que evitar ficar sozinho com ela, outra vez. Então, se levantou, ajeitando sua roupa, passou a mão nos cabelos, ainda nervoso, e retornou para a festa.

— Você sumiu! Onde você estava, Teresa? – Lucas indagou, intrigado.

— Fui dar uma volta, sentei debaixo de um gazebo e acabei adormecendo. – Teresa lhe contou parte da história.

— E teve bons sonhos? – Ele quis saber, achando a história divertida.

— Não, na verdade, foi um pesadelo. – Teresa revelou, balançando as mãos como para afastar a lembrança do arrebatador beijo em Mathews e, e prosseguiu. – Outra coisa, Lucas, eu quero ver esse quadro que falam tanto, afinal, o que há de diferente nele? – Exigiu, curiosa.

— Podemos ir mais tarde, se você quiser – Lucas considerou.

— Não, estou cansada de tudo isso, podemos ir agora? – Teresa pediu, porque para ela bastava de tudo aquilo, por enquanto. – Leve-me a galeria para ver o seu quadro.

— Tudo bem. – Concordou Lucas com um sorriso travesso - Vamos até a garage, porque eu tenho uma ideia.

Na espaçosa garage, entre vários carros de luxo, Lucas parou em frente de um reluzente esportivo vermelho.

— O que é isso, Lucas? – Teresa perguntou, enquanto ele abria a porta para ela entrar.

— A Ferrari de Mathews, ele nunca me deixou usá-la, então vou aproveitar a oportunidade que ele está distraído para dar uma volta nela. – Lucas parecia uma criança feliz com um brinquedo novo.

— Não acreditei, quando você me disse que ele tinha uma Ferrari.

— É a parte rebelde dele, tentando se manifestar, mas quando ela aparece Mathews a empurra bem para o fundo da sua vida sem graça. – Lucas filosofou – É claro, com exceção de você, Teresa.

— É claro! – Teresa repetiu, com ironia, no momento em Lucas dava a partida e acelerava, saindo em velocidade pela estrada em direção a cidade.

— Por onde você estava, meu neto? – Rute perguntou, assim que Mathews regressou a sua mesa.

— Andando um pouco. – Mathews respondeu, evasivo.

— Então, caminhe um pouco com sua avó. – Rute solicitou, Mathews ajudou a se levantar da cadeira e lhe ofereceu o braço para que ela se apoiar, caminharam, lentamente, pelas alamedas do jardim bem cuidado.

— Devo confessar, que andava muito preocupada com você, meu querido neto. – Rute confessou.

— Por que, avó? – Mathews ficou curioso.

— Porque antes de ficar noivo de Evelyn, você namorava todas aquelas garotas bonitas, mas pouco apropriadas. Mas, felizmente, você encontrou o caminho certo, escolhendo uma boa moça para se sua esposa. Tenho certeza, que ela será uma boa companheira e mãe para seus filhos.

— Também, tenho certeza disso, avó. – Confirmou Mathews, sem emoção na voz.

— Pena que você não a ama. – Rute declarou, sagaz, surpreendendo Mathews –Talvez, o amor venha com a convivência, mas caso isso não aconteça, morem em uma casa bem grande para não precisarem se encontrar, muitas vezes.

— Avó! – Mathews exclamou, atônito. – Você está brincando? – Questionou a, impressionado.

— De certo modo. Mas, somos da parte da família que não foi feita para paixões, somos mais sensatos. Sabemos que nossos deveres e responsabilidades estão acima desses sentimentos irresponsáveis e loucos, deixe isso para a parte artística da família. – Rute continuou.

— Como Lucas. – Mathews explicitou, não podia negar uma ponta de inveja do irmão, de quem nunca se esperava nada.

— Lucas é um bom exemplo disso, olhe a garota que ele trouxe, bonita, com certeza, inteligente, contudo inapropriada, mas deve tê-lo enfeitiçado com seus encantos e sangue quente. – Rute prosseguiu, Mathews sentiu um aperto no peito, a alma queimando de ciúmes.

— Então, é assim que eu me pareço para você, Lucas? – Teresa observava o quadro, atentamente.

— Sim, é assim que eu a vejo e como você se mostrou para mim. – Lucas afirmou e Teresa se aproximou mais do quadro para ver melhor sua imagem com os olhos, fechados, a boca entreaberta, em uma expressão de prazer.

— Meu Deus! É por isso, que Mathews perguntou se eu e você estávamos tendo um caso, foi por causa da minha expressão. Parece que estou... E todo mundo viu isso!

— Não se preocupe, ele logo vai sair daqui, foi comprado. – Lucas respondeu, achando divertido a preocupação de Teresa.

— Você sabe quem o comprou? - Ela quis saber, curiosa.

— Sei. – Ele assentiu com a cabeça. - Meu irmão Mathews.


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