Magic - Restarting escrita por Paul


Capítulo 3
Capitulo 3


Notas iniciais do capítulo

Aquele que anseia pela morte, talvez apenas esteja com medo de viver.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/688025/chapter/3

Ela fechou as mãos, enquanto as apoiava sobre o muro destruído. A sua frente, uma floresta morta se estendia. Ao seu redor, uma construção em ruinas ainda se mantinha de pé. As paredes possuíam enormes buracos, assim como o teto. Pedaços de concreto, gesso e outras coisas se espalhavam pelo chão. Aquilo em que ela se apoiava, devia ter sido uma enorme janela.

Suas roupas estavam em frangalhos, em sua calça, havia alguns rasgados, a camisa branca, que ela usava por baixo do moletom preto, estava soltando a costura, algo cobria sua boca e nariz, deixando de fora apenas seus olhos, que eram de um cinza, incrível. Seu cabelo loiro caia para fora da touca, que cobria sua cabeça. Seu tênis estava detonado, de tanto caminhar.

O barulho de coisa sendo esmagada, enquanto ela começava a se virar e caminhar em direção aquilo que devia ter sido uma porta de vidro ecoou pelo ar.

O dia estava nublado, a garoa fina, cobria todo o horizonte à frente. As ruinas de alguma velha cidade, perdida no tempo, cobriam boa parte do campo de visão.

Ela caminhou pela rua vazia, árvores secas e mortas, sobre as calçadas.

O vento soprou lentamente, agitando suas roupas.  

A espada balançava presa a suas costas, juntamente com sua mochila. A lâmina cinza, tão fina e afiada, que parecia cortar aquele que a encarasse.

Ela respirou, soltando o ar lentamente pela boca. A respiração saindo em forma de fumaça, apenas indicava o quanto estava frio.  

A chuva finalmente caiu, mas nenhuma gota a atingiu. Algo parecido com uma cúpula surgiu ao redor de seu corpo. Aquela garota parecia emanar um tipo de energia diferente. As poças de água se abriam, conforme seus pés tocavam o chão.

Ela tirou algo do bolso da calça. Era uma pequena fotografia, de alguma cidade, no canto da foto se lia: Cidade de Collen, volte sempre.

...

Já parou pra pensar que tudo o que você acreditava não passava de uma grande mentira?

Todos estavam olhando de mim para Vini. Ele mantinha a posse perfeita, como se fosse um grande herói, enquanto contava que tinha achado o garoto jogado na frente da escola, e estava tentando salva-lo de alguma coisa, então resolveu trazê-lo para dentro.

Cada célula do meu corpo parecia queimar de ansiedade, minha boca parecia estar implorando para tocar os lábios dele.

Vini olhou para mim e sorriu. Seus lábios se abrindo lentamente, enquanto seu cheiro parecia vir diretamente para mim.

— E você? Perguntou ele. Suas palavras me atingindo com força. – Por que está me olhando? Por que está me encarando Paul?

Ta, isso foi como levar um murro na boca do estomago. Como ser esmurrado varias e varias vezes na boca do estomago, mas eu precisava ser forte. Talvez ele esteja apenas com algum problema de memória. Na verdade, ele nem devia estar vivo. Não que isso não tenha me deixado feliz, claro que eu to feliz, velho, meu namorado ta vivo, sabe qual é a emoção disso? Ta, pera, e se ele voltou como um zumbi? Meu deus, e se ele estiver comendo o cérebro das pessoas durante a noite? Apesar que ele não parece um zumbi, pelo contrario, ele ta mais gostoso do que eu me lembrava.

— Talvez ele esteja te encarando, porque ele é seu namorado? – disse um garoto, parado ao lado de Vini.

— Namorado? Perguntou ele rindo. – Eu não tenho namorado, nunca tive. E mesmo que eu tivesse, com certeza não seria o Paul Monters.

Pera, eu entendi bem? Ele acabou de me esnobar? Como assim?

— Co...Como assim? Perguntei, minha voz saiu mais baixa do que eu imaginei.

— Como o que Monters? Perguntou Vini erguendo uma das sobrancelhas.

— Como assim você não namoraria comigo Vinicius? Você ta ficando louco ou oque? Já esqueceu de todas ac coisas que passamos? Você ta se fazendo de idiota? Você deveria estar morto. Todos acreditamos que você estava morto.

— Não para todas as suas perguntas. E até aonde eu sei, mortos não podem caminhar e falar.  – Vini sorriu e deu de ombro. – Bem, acho que alguém deveria informar a policia não é?

— Eu já fiz isso. – disse outro garoto. Seus olhos pareciam vidrados em Vini. O cabelo loiro caia sobre a testa pálida.

Eu não sabia mais o que estava sentindo. Parte de mim, estava feliz por Vini ter voltado, outra parte ainda estava em choque, se negando a acreditar que aquilo era real, e havia a parte que queria simplesmente pular no pescoço dele, e sufoca-lo até a morte. Acho que a ultima parte estava quase vencendo. Aquele não era ele, aquelas não eram palavras que ele usaria no dia a dia. Havia algo sombrio em seu olhar, era como finas linhas prateadas, que dançavam graciosamente em sua íris.

— Paul, o que está acontecendo aqui? Perguntou Marck, parando ao meu lado.

— Eu..não... – deixei as palavras se perderem no ar, enquanto sentia as lagrimas começarem a rolar, rosto a baixo.

É, acho que o lado em choque acabou vencendo.

— Vem, vamos tirar ele daqui. – disse Mael. – Acho que tá sendo confuso para todos nós.

Acho que não precisamos morrer, para que um flashback de momentos bons passem pelas nossas cabeças. Todos os beijos, sorrisos, abraços e toda a merda que vivemos juntos, começaram a passar pela minha cabeça, enquanto meus amigos e meu irmão me rebocavam para fora da escola. Saber que o garoto que você ama, voltou à vida, e não se lembra das coisas que viveu com você, te destrói de um jeito, que mais ninguém será capaz de entender.

Estávamos quase no final da escada, quando tudo começou a escurecer. As nuvens cinza começavam a ficar cada vez mais escuras. O dia realmente parecia estar virando noite. O vento veio do norte, e agitou nossas roupas, como se um tornado estivesse ao nosso redor. Senti cada pelo do meu corpo começando a se arrepia.

— O que será isso? Perguntou Stelar. Seu cabelo balançava furiosamente, assim como o camisetão que ela usava.

— Eu não sei. – respondeu Mitchel cobrindo os olhos, com uma das mãos.

Eles surgiram em meio aos primeiros raios que começavam a cair. Suas roupas não passavam de uma enorme túnica preta, que se arrastava no chão, um capuz cobria seus rostos. Eram três, o do meio parecia ser mais alto que os outros dois. Eles seguravam algo que se parecia uma espada, ou uma bengala, porem era feito de osso. Algo vermelho brilhou dentro do capuz.

— São os anjos da morte ou oque? Perguntou Marck.

— Acho que é algo muito pior. – respondi encarando os três seres que caminhavam em nossa direção.

...

Ela sentiu o arrepio percorrer seu corpo, assim que adentrou na mata. As arvores altas cobriam bia parte do céu, impedindo a passagem de luz. A chuva parecia cair mais tranquilamente ali, o que a fez desmanchar aquele campo de proteção, ao redor do seu corpo. A garota sorriu, mesmo por baixo daquilo que cobria sua boca e nariz, enquanto o vento parecia brincar com seu cabelo. Mas logo esse sorriso se desfez. Algo a preocupava. Ela sabia que precisava ir mais rápido. Por todos os lados, ela havia ouvido boatos, sussurros, de que o filho das Trevas havia acordado, mas que com ele, outras coisas tinham saídos. Seres que aproveitaram a pequena brecha, para finalmente se tornarem livres nesse mundo.

Ela puxou a espada, das costas, e segurou a bainha com força, os nós de seus dedos ficando brancos.

Ela sabia que estava cada dia mais perto, talvez dois ou três dias, e ela finalmente chegasse.

A garota girou a espada e a colocou na bainha novamente. Ela abaixou o pano que cobria sua boca e nariz e respirou fundo. Então correu.

...

Conforme eles se aproximavam, eu percebi que suas mãos eram esqueléticas. Ta, não completamente, havia uns pedaços de pele, e carne em alguns lugares, como no dedo do meio. Aquilo era nojento, e assustador. Eles arrastavam a espada de ossos, no chão, o que provocava um barulho irritante.

— Estamos ferrados. Não estamos? Perguntou Mael.

— Espero que eles sejam amigos, e que vieram pedir ajuda pra alguma coisa.

— Vai sonhando. – disseram Mitchel e Marck juntos.

Os três encapuzados pararam a uns quatro metros de nós. Era difícil dizer como eles deviam ser, eles se pareciam com o cara do meu sonho, talvez ele até seja um deles, e veio finalmente me dizer o que ele queria. Eles levantaram as espadas, e apontaram em nossa direção, enquanto a chuva finalmente caia, com um enorme estrondo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Olá pessoas. Bem deixa eu dizer. A falta de visualização e de Review me deprimiu pra Krl.
Sério, sabe aqueles momentos que você ta se entregando de corpo e alma pra algo, e simplesmente parece que essa coisa não está tendo resultado? Eu passei a me sentir assim nesses dias, sei lá, é como se minha escrita estivesse ficando cada vez pior, e não estivesse agradando as pessoas.
E eu fiquei sem vontade de escrever, quase desisti na verdade.
Mas eu espero que você gostem do cap.
E quero dizer que sem Visualização ou Review, eu vou continuar.
E se vocês puderem comentar, nem que seja um '' Nossa, isso ta uma merda'', pq isso vai me fazer melhorar, mostrar pros amgs, ou sei lá, eu vou ficar muito feliz.
Beijos do Tio Paul



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Magic - Restarting" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.