Just The Way You Are escrita por Clever Girl, Kali


Capítulo 3
Capítulo 03 - Wish Number One


Notas iniciais do capítulo

Alô, alô galerinha do maaaaaaaaaaaaal!!!
Tudo bom co cês? Eu tô bem tobem, alsdaoidj.
Desculpem pela demora, a Clev tava doentinha ((mandem bejo pra ela)) e demorou pra escrever, mas ela deu um PRESENTÃO pra vcs tá, agradeçam.

Boa leitura!



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Caitlin Snow

Analiso atentamente o cômodo em que me encontro, enquanto meu mais novo mestre anda em círculos, claramente pirando com toda aquela situação. Era tão mais fácil quando os homens ainda acreditavam em magia. O gênio aparecia e eles já tinham seus pedidos pré-estabelecidos, tornado o trabalho de alguém como eu, muito mais simples e rápido.

Dá ultima vez que saí de minha lâmpada – há alguns séculos atrás – tudo era tão diferente. As vestimentas, o interior das habitação, as luzes... Bom, acho mais fácil listar o que permanece igual. Isso apenas me faz mais ansiosa para ver o que existe depois dessas paredes, o que existe lá fora. Sempre fui muito curiosa para o meu próprio bem, mas que mal tem em apenas querer conhecer essa nova época? Eu particularmente não vejo nenhum.

— Então... Você é um gênio? Tipo um gênio da lâmpada? Não que existam outros tipos, ou existem? Claro que o substantivo tem mais de um significado, como inteligente ou coisa do tipo. Não que esse seja seu caso, acho que não é esse tipo de gênio... Não que não seja inteligente, longe de mim dizer algo assim, mas você falou em desejos, e gênios que falam em desejos são os das lâmpadas, como nas histórias. Se bem que você não parece um história, é bem real... É real, certo? Claro que é, esta parada bem na minha frente, a não ser que... Acho melhor parar de falar. — Ele interrompe sua tagarelice ao provavelmente, notar e feição embasbacada que tenho quase certeza que estou a fazer.

Já conheci muitos homens em toda minha existência. Alguns ambiciosos, pretensiosos,medrosos, mas que se atrapalham tanto com as palavras? Isso é novidade! Talvez seja apenas consequência do nervosismo, porém espero que não. É algo um tanto  peculiar, e como quase todas as coisas assim, interessante também.

— Eu sou um gênio... E saí de uma lâmpada, portanto sim, sou um gênio da lâmpada. Realizo desejos, três deles para ser especifica. Agora você, já que me chamou, tem direito a esses desejos, e eu ficaria muito satisfeita se os fizesse logo.

— Desculpe! É que você não se parece com um gênio.

— E com que se parece um gênio? — Agora pergunto curiosa para descobrir sua resposta.

— Às vezes azuis, maiores, sem pernas, e na maioria das vezes com roupas menores. — Ele arregala os olhos e cora violentamente ao perceber o que acabou de dizer.

Entendi o que ele quis dizer. Já li dezenas de histórias sobre minha espécie, e em sua maioria, não fazem jus a verdade. Um gênio da lâmpada pode se parecer com qualquer um, desde um musculoso guerreiro de dois metros de altura à uma aparentemente frágil e indefesa moça. Nos misturamos melhor a humanidade do que muitos seres humanos. Cada um com sua própria personalidade e seu conjunto de experiências. Claro que existem fatos que não são inteiramente mentiras, toda lenda é baseada em um fundo de verdade. Entretanto, esse indivíduo a minha frente se parece muito adorável envergonhado para me fazer perder a oportunidade de talvez vê-lo tagarelar novamente.

— Está sugerindo que eu use algo mais revelador? Não te ensinaram a respeitar as mulheres?

— O que? Não! Não! Não! Eu não quis dizer nesse sentido. Falei sobre as histórias e contos. Não estava sugerindo nada. O comprimento das suas roupas é excelente. Não quero ver nada além do que estou vendo. Não que não seja uma mulher bonita ou atraente, pois é, mas não... Oh man. Eu não estou dando em cima de você, não conseguiria nem se quisesse... O que não é o caso, pois não quero...

Se seu rosto estava avermelhado antes, agora se tornou um escarlate vibrante. Uso toda minha força de vontade para manter uma expressão séria e não ceder a vontade incessante de começar a rir.

— Então se eu te fizer um desejo agora, você o realizará?

Qual a parte do "eu vou realizar três desejos" não ficou bem clara?

— Essa é a ideia! Olha, se ainda não decidiu o que quer, eu posso voltar à lâmpada, e quando se resolver, é só me chamar.

— Não! — Ele me interrompe antes que possa voltar para minha tranquila e familiar moradia — Eu sei o que quero.

— Então vamos lá bonitão, me diga o quê?

— Eu quero...

— Comece com "eu desejo"... São regras.

— Okay. Eu desejo que a mulher que eu amo, me ame de volta

Se eu parasse para reparar bem, poderia ter notado o olhar esperançoso daquele homem ao proferir tais palavras, entretanto tudo que podia pensar era em quão ferrada estava naquele momento.

 "Parabéns Caitlin! Você ficou tão distraída se divertindo as custas do rapaz, que se esqueceu de explicar as regras básicas. Você merece o prêmio "gênio do ano", ironizo com minha própria desgraça.

Até para um ser mágico como eu, há regras... E limites. Existem coisas que não podem simplesmente ser criadas, e essa pequena palavrinha de quatro letras, é uma delas. Esse é meu limite, e gostariam de saber qual a regra? Uma vez que o desejo é feito, o gênio esta preso a ele, até o momento que o realizar, ou seja, não poderei simplesmente ignorá-lo e seguir minha vida até que ele tenha o que deseja, sendo possível ou não. Essa regra é a segunda mais eficaz maneira de destruir a vida de um gênio.

— Eu disse algo errado? — Me pergunta, notando minha reação um tanto desesperada.

— Escute aqui...

— Barry.

— ...Barry.  Eu não posso simplesmente criar um sentimento... fabricar amor. Ódio é até possível, mas amor? Por que não pediu algo mais simples?

Ele olha pra mim desapontado ao perceber que não é tão simples.

— Desculpe, pode desconsiderar o desejo, então.

— Não, eu não posso. Uma fez feito, ele deve ser realizado. O máximo que posso fazer é ajuda-lo a tentar conquista-la, e para sua sorte – e de suas futuras gerações –  é melhor o fazer, pois se não conseguir, ficarei presa a esse desejo o resto de minha vida, o que é muita coisa, contando o fato que gênios não morrem.

— Não sabia disso... Eu sinto muito.

— Não sinta, apenas consiga a garota. — Lhe peço — E para futuros desejos, fique sabendo que não sou capaz de criar sentimentos, pensamentos, ou trazer alguém de volta a vida.

— Entendido.

— Então me conte sobre ela. — Solicito me sentando em sua cama para ouvir tudo o que tem a dizer

— O que quer que eu conte?

— Tudo.

— Essa será um longa história. — Me avisa.

— Não se preocupe, eu tenho tempo.

(...)

Enquanto Barry ainda se encontra adormecido depois de ter ficado até altas horas me contando tudo o que sabia sobre sua amada, Iris West, eu tento descobrir uma solução para aquela terrível situação em que fui me meter. Depois que obtive todos os detalhes sobre a história do casal em potencial, passei a noite em claro fazendo minhas pesquisas, o que constituía em pequenos poemas e capítulos melosos de livros de romance.

Quando o assunto é amor, não sou a pessoa mais indicada para lidar com isso. Gênios não amam, ou assim deveriam. Mais cedo disse que pedidos impossíveis é o segunda maneira mais eficiente de se destruir um gênio, amor é a primeira. Para nós é como uma doença mortal, condenando-nos a mais profunda miséria que poderíamos obter. Amor é um sinônimo de destruição, e desse sentimento traiçoeiro sempre tive êxito em manter distancia, e assim pretendo por toda minha existência.

— Isso é inútil. — Bufo irritada ao fechar a capa de mais um dos estúpidos contos sem sentido.

Com minha mágica posso ter acesso a todas as histórias já escritas na história da humanidade, e sabem o que ainda não encontrei? Um manual de instruções. São infindáveis os livros de romance, porém todos escrevem com uma coisa natural. O que preciso é descobrir uma maneira de fabrica-lo, fazer uma pessoa senti-lo pro outra em determinado, e não ficar esperando ele surgir de maneira surpreendente e inexplicável.

Enquanto ainda tento lidar com minha frustração, vejo Barry descer as escadas em disparado, correndo de um lado para o outro colocando alguns objetos em sua bolsa enquanto comia um pedaço de pão ao mesmo tempo.

— O que esta fazendo? — Pergunto enquanto acompanho seus movimentos com meus olhos.

— Estou atrasado... Muito atrasado.

— Ainda está cedo.

— Não pra mim. O castelo fica a uns quarenta minutos daqui, se correr.

— Posso te levar, chegamos lá em segundos.

— Sério? — O encaro com meu melhor olhar de "Você se esqueceu com quem esta falando?" — Certo, é sério.

Observo a figura um pouco mais tranquila e me levando calmamente para preparar as coisas para nossa viagem. Com apenas um movimento de mão, arrumo toda a bagunça de papéis e livros que fiz em cima da mesa. Pego uma maçã em sua fruteira e faço um balde aparecer em minha mão.

 — Está pronto?

 — Sim, mas pra que o balde?

— Não faça perguntas agora, só pense onde quer ir. Está pensando?

Quando ele balança a cabeça em concordância, nos envolvo com minha magia, e seguindo as diretrizes de sua mente, nos teleporto para a biblioteca real em um piscar de olhos. Assim que chegamos lá, ele vem a descobrir a utilidade do balde. Em um movimento rápido, ele o toma de minha mão e coloca todo o conteúdo de seu estomago pra fora. O porquê isto sempre acontece é algo que acho que nunca irei saber. Seres humanos não se dão muito bem com esse aspecto em especifico de minhas habilidades.

Assim que ele termina de vomitar todo seu café da manhã, desapareço com o balde e lhe entrego a maça.

— Nunca mais... Nunca mais mesmo, faça uma coisa dessa novamente.

Nem me dou ao trabalho de lhe responder. Se for algo necessário farei sim novamente, e ele que acostume seu estomago.

— Já que esta entregue, vou dar uma volta. — O aviso.

— O que? Pra onde?

— Vou observar minha vítima. — Quando me encara confuso, reorganizo minhas palavras — Vou encontrar Iris.

— Por quê? — Me pergunta receoso.

— Confie em mim, não irei fazer nenhuma besteira, contando o fato que quem teria os maiores problemas seria eu.

— Tudo bem, mas acho que não deveria ir assim. Não sei como funciona a moda dos gênios, mas por aqui suas vestimentas são no mínimo... Estranhas.

Ele tem um ponto... Um ponto valido. Minha missão – pelo menos por agora – é ser sutil, e isso significa chamar o mínimo de atenção possível. Em um estalar de dedos troco minha roupas típicas por um vestido simples azul celeste.

— Melhor assim? — Indago.

— Muito. — Concorda.

— Então te vejo depois.

Assim que saio da biblioteca não demoro muito para encontrar meu alvo. A reconheço assim que a vejo. Devo admitir que Barry Allen tem excelentes capacidades descritivas, ela é exatamente como me falou. Observo-a de longe enquanto ela conversa com um grupo de jovens mulheres no gramado do jardim, enquanto lança olhares sutis ao conjunto de rapazes suados correndo em conjunto por ali. Pela maneira que ela olha, suponho que um desses rapazes seja o Eddie Thawne que Barry me contou mais cedo.

Outra coisa que reparo é que ela não é única a lançar esses olhares aos homens. Isso me traz – finalmente – uma ideia do que fazer a seguir. Talvez estivesse olhando pra toda essa situação de maneira errada. Talvez o que preciso fazer não tenha nada a ver com o amor de fato, mas sim a concorrência. Por toda minha existência, vi homens travarem batalhas por aquilo que não podem ter, como se o simples fato de ganhar, fosse melhor do objeto que tem em posse. Talvez seja isso que devo fazer, dar-lhe uma batalha, fazer aflorar seu lado competitivo, convencê-la que não é ela que deve escolher Barry em comparação com todas suas outras opções, e sim o contrario.

— Eu tenho a ideia perfeita. — Declaro em voz alta, enquanto entro de supetão na biblioteca de Barry.

— O quê? — Ele me pergunta, e só nesse momento percebo que ele esta acompanhado.

O homem de meia idade me olha como se eu fosse louca, e deixa a sala com um livro nas mãos.

— Você não pode entrar dessa maneira. Tudo bem que o local não é tão frequentado como deveria, e hoje em particular as pessoas estão ocupadas demais com o baile para vir a procura de um livro, mas sempre há exceções. — Me repreende assim que estamos sozinhos.

— Está bem, eu tomo mais cuidado da próxima vez, irritadinho e... Espere, você acabou de dizer baile?

— Sim, o baile real. Isso está movimentando todo o reino por dias.

— E a sua Iris, ela vai estar lá?

— Sim. — Responde desconfiadamente — O baile é principalmente para a alta sociedade, mas como ela é uma das damas reais da princesa, sim, estará lá. Por quê pergunta?

— Eu faço as perguntas por aqui, entendido? Deixando isso claro, há alguma maneira de você comparecer a esse baile?

Barry me encara como se minha pergunta não tivesse sentido nenhuma.

— Só responda.

— Sim, se eu falasse com o Oliver tenho certeza de que ele arranjaria uma forma, mas por que raios eu faria isso?

 — Porque você vai ao baile. — Respondo simplesmente, com um sorriso estampado em meus lábios.

Acho que o universo esta conspirando para me ajudar a realizar esse desejo complicado.

— Não, eu não vou. — Nega — Eu não quero ir ao baile

Suspiro alto. Ele pode ainda não perceber, mas não estou aceitando um não como resposta. Ele vai ao baile, ou vai ao baile, são essas suas únicas opções.

— Você quer a garota ou não?

— Claro que quero, mas o que isso tem a ver com o baile?

— Você meus caro, irá fazer ciúmes nela. — E então ele começa a rir... Histericamente.

— Esta brincando certo? Ela nem gosta de mim, como irei fazer ciúmes nela?

Acho que ele ainda não compartilha o mesmo raciocínio que eu.

— Já parou par pensar o porquê as pessoas competem por um objeto, ou peça de arte em específico? As vezes elas podem até mandar fazer outra mais bonita, mas mesmo assim quer aquela. Sabe o motivo? A competição, querido! A competição! A ideia de ter algo que outra pessoa também queria, traz uma sensação de poder e satisfação que muitos anseiam por. Você será essa coisa! Vai conquistar Iris, fazendo-a conquistar você. Não é uma ideia brilhante?

— Não, não é! É a coisa mais idiota que já ouvi em toda minha vida.

— Hey! — Protesto — Quem é o gênio aqui? Certo, sou eu, então não me conteste.

Ele respira fundo, provavelmente ainda não vendo a genialidade de meu plano.

— Supondo que fossemos seguir sua ideia... Só supondo. Onde é que eu iria encontrar uma mulher – de preferência com menos de cinquenta anos – disposta a ir comigo?

— Vou tentar não ficar ofendida com isso. Acha que sou o quê? Um homem?

— Eu não disse isso. — Tenta se concertar — É que você não conta.

— Vou tentar não ficar ofendida com isso também. Escute aqui graçinha, sou sua melhor opção aqui. E uma das únicas pessoas que não corre o risco de se apaixonar por você, enquanto finge estar interessada em você. Então é melhor parar de reclamar e dizer obrigado.

— Não precisa ser irônica. Sei que existem muitas mulheres que também não teriam esse problema.

— O que você quer dizer com... Esqueça. Vamos focar no plano.

— Tem certeza que é uma boa ideia? — Ainda pergunta receoso

— Sim. Confie em mim, sei o que faço.

— Então tudo bem. Iremos ao baile!

Antes mesmo que possa começar a comemorar minha vitória, ele muda de ideia

— Não, isso não vai dar certo.

— Qual o problema agora? Não sabe dançar? — Quando me responde com um sorriso tímido, sei a resposta — Você não sabe dançar.

— Sinto muito, mas vai ter que pensar em outra coisa.

— Outra coisa? Que isso? Esse é um problema que resolvo em segundos.

Encanto suas roupas e calçados para fazê-lo rodopiar pelo salão, entretanto não obtenho resultado desejado. Parece que ele esta sendo puxado desajeitadamente enquanto dança.

— Pare com isso já!

 Confesso que iria continuar com aquilo por mais algum tempinho se ele não tivesse dito o contrario. Apesar de desastrosa essa minha maneira de fazer alguém dançar, devo admitir que foi bem engraçada.

— Nós definitivamente não vamos ao baile. — Sentencia enfaticamente.

— Claro que vamos. Se assim não funciona, façamos do jeito antigo.

— Jeito antigo?

— Sim, te ensinarei a dançar.

— Isso não vai dar certo.

— Claro que vai. Valsa é uma dança simples, não há nada de complicado nela. Agora venha aqui de uma vez e deixe de ser medroso.

Hesitantemente ele me obedece, caminhando até mim e parando em minha frente.

— Isso definitivamente não dará certo.

— Seu pessimismo me assusta, Allen. Cadê a positividade? Agora anda, coloque sua mão direita em minhas costas.

— O que?

Confesso que isso esta começando a me irritar profundamente.

— Faça logo enquanto ainda tem uma mão.

Minha ameaça obtém resultado e sem demora.

— Já disseram que você é um doce de pess... Gênio? — Pergunta com sua voz transbordando ironia.

Lhe dou um sorriso irritado em resposta, posiciono minha mão esquerda na costura de seu ombro, e estendo o outra para ele segurá-la, só ai reparando o quão distante ele se mantinha de mim.

— Chegue um pouco mais perto. Eu não vou te matar... Ainda.

— Muito reconfortante.

Assim que estamos na proximidade e postura corretas, começo a dar-lhe as instruções:

— Como disse, valsa é uma dança simples. Comece com os dois pé juntos, depois um passo a frente com o esquerdo, pise na diagonal com o direito e traga o esquerdo até ele. Depois um passo atrás com direito, o esquerdo na diagonal e traga o direito até ele.  É simples, conte até três em cada conjunto e pronto. Vamos começar.

No primeiro conjunto de passos ele arranjou uma maneira de pisar em meu pé. Sua total descoordenação é um grande obstáculo a ser ultrapassado, porém não me deixo vencer por isso. Estou aqui, dando um curso extensivo de valsa, com a intenção de fazê-lo preparado para um baile que irá ocorrer em menos de doze horas, então é oficial, depois de tudo isso, ele tem que conseguir a garota.

(...)

Observo pela fresta da porta, Barry lutando contra os botões da parte superior do traje de festa vinho escuro que lhe arranjei. Como vim a notar logo após sair da lâmpada, essa é uma cor que lhe favorece bastante. O espero terminar de se arrumar do lado de fora de seu quarto para podermos ir. Quem disse que mulheres sempre demoram mais a se arrumarem? Tudo bem que tenho uma vantagem até injusta, mas quem se importa?

Aliso mais uma vez a saia do vestido cinza pregueado e sem mangas que escolhi, um pouco impaciente. Vestidos de baile podem ser muito pouco confortáveis. Coloco minhas mão sobre a cintura bem demarcada, tentando descobrir como as pessoas respiram dentro dessa coisa. Apesar do claro desconforto, me encontro impecável, desde o vestido, ao cabelo preso de um lado e caindo em cascatas de cachos perfeitamente moldados.

Não demora muito até Barry Allen terminar de se arrumar e sair ao meu encontro. Ele esta – sem nenhuma modéstia – um partido e tanto. Não sei se ele percebe, mas é um homem muito bonito, e o modo que esta arrumada neste momento, só realça isso ainda mais. Observo-o me encarar fixamente com a boca aberta, como se quisesse dizer algo e não soubesse como.

— O que foi? — Indago curiosa.

— Nada. — Ele chacoalha a cabeça — É só que... Você parece... Bem.

Eu pareço bem? Dou uma pequena risada com sua tentativa de elogio, mas o aceito, notando que talvez fazê-los não seja um de seus melhores talentos. Treinar "como elogiar uma mulher" acaba de ser adicionado em minha lista de afazeres pra mais tarde.

— Podemos ir? — Pergunto vestindo minha máscara.

— Você tem que fazer aquilo de novo? — Se refere ao teleporte.

— Sim. Não sei você, mas eu não vou andando com esses saltos.

— Então é isso, você vai na frente e eu te encontro lá.

— Não é uma opção.

— Então podemos não ir. Vai ser um baile de máscaras, talvez aja outra ocasião mais fácil pra colocarmos seu plano em prática.

— Não ir também não é uma opção. Já disse, confie em mim, vai dar tudo certo.

Dando-se por vencido, ele também põe sua mascara e concorda. Estendo-lhe minha mão para ele segurá-la e assim que o faz, levo-nos para o palácio.

Pousamos em uma sala vazia, perto do fluxo de pessoas que se dirigiam a entrada. Dessa vez Barry fica um pouco tonto, porém não vomita. Talvez pelo fato de quanto mais uma pessoa é exposta ao teleporte, menos sofre com os efeitos, ou porquê não comeu nada pela última hora.

Esperamos ele melhorar, e depois saímos cuidadosamente, certificando-nos de não sermos vistos. Assim que paramos em frente a entrada que nos levaria para o salão de bailes, Allen me estende o braço como um cavalheiro.

— Pronto? — Pergunto aceitando  o braço

— Não. — Nega prontamente e me guia para dentro.

O salão de baile está repleto de pessoas dançando e conversando entre si. Corro meus olhos discretamente a procura de meu alvo, que apesar de se encontrar com uma máscara, não deve ser tão complicado de encontrar. Não a encontro pelas redondezas, mas tenho uma visão privilegiada de um vasto conjunto de mulheres aparentemente prontas para pular em cima do príncipe como se ele fosse água no meio do deserto.

— Ela não esta por aqui. Vamos dançar e encontrá-la.

Ele não questiona, apenas faz o que sugeri sem nenhum problema. Ele esta aprendendo, que bom.

Sinto-me orgulhosa pelo fato dele não pisar em meu pé nenhuma vez no meio daquela dança. Sou uma excelente professora ou não? Não encontro a senhorita West de imediato, entretanto conforme vamos nos movimentando mais adentro ao salão, localizo-a em meu campo de visão. A dama em questão estava pedindo para ser encontrada. Usava uma máscara de mão, o que pessoalmente acho uma completa idiotice. Se vem a um baile, é natural que precise de suas mão para dançar, sem contar o fato de que permanecer segurando a máscara em seu rosto deve ser cansativo, tanto que não esta a fazer no momento.

— A encontrei. — Aviso.

— O que? Onde? — Pergunta afobado, procurando-a também.

— Seja discreto. — Repreendo-o em um sorriso — Ela esta a noventa graus daqui.

Ele a olha com o olhar mais bobo existente, parece até que vai babar a qualquer momento, só espero não ser em cima de mim. Nunca irei entender homens apaixonados.

— Hey! Não fique olhando pra ela assim. Se ela ver sua cara de idiota babão, o plano todo vai pro lixo. Vai fazer ciúmes nela... Ciúmes. Tem que parecer não estar tão interessado assim.

— Eu sei, mas é tão difícil.

— Melhor conseguir, se não ficará o resto de sua vida assim, babando pelos cantos. E não quer isso, ou quer?

— Claro que não.

— Então eis o plano. Assim que a música acabar, nós vamos lá. Você vai cumprimentá-la como se a tivesse visto casualmente e resolvesse dar um oi. Nada de deixar transparecer que estava procurando por ela. Não deixe-a perceber que acha que ela é a mais bela mulher de todo o salão e pelo amor, quando ela se dirigir a você, não fique nervoso. Sua vida amorosa, e provavelmente suas futuras gerações dependem disso. Faça exatamente o que eu disser e deixe o resto comigo. Ficou claro?

— Cristalino.

Seguindo o cronograma, e exatamente assim que fazemos.

— Iris! — Ele chama sua atenção animado, mas não o suficiente para colocar tudo a perder. —Que bom te encontrar aqui.

— Barry?! Eu não sabia... Como veio parar aqui? — Questiona ainda não notando minha presença.

— Tenho meus contatos.

"Hum, misterioso. Muito bom...muito bom."

— O príncipe?

— O príncipe! — Concorda com um ar engraçado.

"Isso esta saindo melhor que a encomenda."

— Barry? Quem é ela? — Pergunta Iris pela primeira vez notando minha presença.

Ela me analisa de cima a baixo, com um olhar feroz de quem não gosta muito do que vê. Forço-me a dar um sorriso doce, em vez de devolver na mesma moeda.

— Essa é Caitlin. Ela é... Minha acompanhante.

— Uou... É um prazer te conhecer. Sou Iris West, mas tenho certeza que já ouviu falar muito de mim.

 "Que prepotente."

—Não, na verdade não, mas é um prazer te conhecer também. — Esforço-me para ser o mais adorável possível.

Barry me encara como se eu tivesse acabado de cometer um crime terrível, e Iris me fita em silencio tentando mascarar o óbvio desconforto.

"Não é tão bom ser tirada de foco, não é mesmo queridinha?"

 — Barry querido, você poderia me pegar uma bebida? Estou com um pouco de sede depois de dançar tanto. — Tento parecer apaixonada ao olhar pra ele, seja lá como isso for.

Quando ele não se meche, dou um discreto chute em sua canela, com um "Dê o fora daqui já" estampado no olhar.

— Claro... Querida?!

—Ele não é um doce? — Digo a ela assim que nos encontramos a sós.

— Quem? Barry?

— Sim. Ele tão atencioso e romântico, é um milagre que ainda esteja solteiro. Você não acha? — Jogo a isca.

— Acho que esta esperando a garota certa. — Responde-me com um pontada de irritação em sua voz.

 Excelente!

— Tem razão. Ele merece isso. Um homem como ele é tão difícil de se encontrar, é uma joia rara. Seria uma honra ser essa garota, quem sabe eu esteja a altura para ser? Espero que sim! Seria a mulher mais sortuda de todo o reino.

Ela observa Barry caminhar de volta em nosso direção com um semblante pensativo.

— É, seria mesmo. — Sua resposta foi seca e ela saiu pisando duro, deixando-me sozinha por um instante.

 É uma coisa curiosa. Um simples conjunto de palavras é capaz de provocar tamanha reação em uma pessoa.

— O que aconteceu? — Allen me pergunta curioso enquanto vê sua amada sumir no meio da multidão.

—Isso garotão, foi a semente sendo plantada.

— E o que fazemos agora?

— Agora? Algo divertido. — Tiro a taça de ponche de suas mãos e bebo o líquido de uma vez só, abandonando-a em uma mesa, e o puxando para a pista de dança novamente, afinal não tive todo o trabalho de ensina-lo por apenas uma única valsa.

Nosso trabalho hoje foi cumprido, amanhã é outra história. Só posso dizer uma coisa: Não entro em um jogo para perder, e no final de tudo, Barry terá seu desejo realizado, ou não me chamo Caitlin Snow.


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Notas finais do capítulo

EAI???/ CAITLIN É OU NÃO É A MELHOR GÊNIO DA GALÁXIA????
Aouahidsuhaiudhiaushd, esperamos que tenham gostado!
Logo logo teremos um capítulo da minha bichinhazinha linda, Felicity Smoak ♥
GENTEEEEEEEEEEEEEEE, AGORA A FIC TEM TRAILEEEEEEEEEEER!!! A lindíssima da daisyantera (100 dias com Oliver Queen (super recomendo)) fez pra gente, e nós duas ficamos babando nele!
Aqui está: https://www.youtube.com/watch?v=W-nNvA0bYU0
Beijão ♥



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