O Retorno de Oito (O Renascer dos Nove) escrita por Number Nine


Capítulo 2
Capítulo 2 - O Encontro de Nove e Dois


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem
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Nove

— Senhores Dois e Nove! – a atendente do Starbucks anuncia. – Senhores Dois e Nove!

                Eu levanto e vou pegar os nossos pedidos. Com certeza se Conrad ou qualquer um dos outros estivesse perto iriam estar dando um ataque por termos dado esses nomes para a mulher do Starbucks anunciar.

                A garota me do Starbucks me olha com uma cara engraçada quando eu pego o Machiato da Maggie e meu Frapuccino de Caramelo. – Como se fossemos o único casal que dá nomes estranhos para os caras do Starbucks. Provavelmente eles devem estar achando que vamos fazer algo bobo como tirar uma foto e postar no Instagram ou sei lá. Qualquer coisa idiota dessas que pessoas idiotas façam quando não precisam fazer o que eu amo fazer. Matar mogadorianos.

                Maggie sorri quando me vê chegando. Ela está sentada numa mesa que é separada por sofás pretos de couro que parecem ser bem confortáveis. Me aproximo com cuidado para não correr o risco de derrubar os cafés – se bem que com meu Legado de Antigravidade isso seria algo praticamente impossível.

— Nem demorou tanto. – ela fala corando um pouco quando me vê.

                Decidi que deveríamos fazer a nossa saída agora no aeroporto mesmo enquanto esperávamos os outros chegaram com Cinco. Muito provavelmente não iremos ter tempo para fazer isso quando ele chegar. Aparentemente, durante a nossa missão em Plum Island o mundo inteiro resolveu começar a entrar em colapso.

                Pelo que Adamus conseguiu me explicar – e ele não falou muita coisa, com o jeito todo troncudo mog dele. Aparentemente os mogadorianos estão começando a fazer uma investida massiva contra o último Garde que ainda não está conosco. O número Oito, que para a minha sorte deve ser o cara mais genial de nós. Porque ele tem um exército inteiro do lado dele já que ele se finge de um Deus lá.

                Me na poltrona de frente para Maggie e coloco seu café próximo dela. Ela olha para o machiato e seu rosto olha o nome que foi escrito pela atendente do Starbucks e começa a rir.

— O que foi? – eu pergunto, já sabendo que ela vai dizer.

— Você e louco, Nígel. – ela me chama ainda pelo meu nome falso. O que eu estava usando na minha última missão. – Sabe que se os outro virem isso vão ficar uma fera conosco.

— Bom, não acho que ninguém vá se importar. – digo abrindo um sorriso para ela. – Afinal, é só o dia que nos conhecemos Maggie. Dia 29, lembra?

                Acho que isso a pegou de surpresa. Ela fica pensativa um pouco e depois fica meio sem graça como se tivesse acabado de lembrar algo embaraçoso. Esse jeito meio tímido dela é engraçado, mas sei que Maggie não é só desse jeito. Eu já a vi em combate, a baixinha é bastante destemida e forte e quando a chamei para sair ela foi bastante incisiva sobre o Starbucks.

— Nós realmente nos conhecemos num dia 29... – ela murmura meio sem graça me olhando meio de rabo de olho.

— Ah... – Acho que pelo meu silêncio repentino eu realmente dei uma mancada agora, falei como se tivesse dado uma boa desculpa, mas o que acabei foi fazendo algo que realmente aconteceu. – Desculpe, Maggs eu fique você sabe...

                Depois de ficara tanto tempo confinado naquela maldita base de West Virgínia como eu fique eu realmente já não tenho tanta noção de tempo assim. Não tenho sequer ideia de que ano estamos. Quanto mais o dia, me sinto um pouco constrangido por isso. Já dei muita mancada com a baixinha.

— Tudo bem, relaxa é sério. – ela gesticula com a mão como se não fosse nada demais.

                Maggie está com as lentes de contato que ela tem na sua arca lórica. Não sei se a lente tem cor, mas consigo perceber a tonalidade bonita do verde-esmeralda dos olhos dela que combinam com a cor do seu cabelo ruivo cacheado que está trançado para trás. Ela percebe que eu notei e tento desviar o olhar e eu também faço isso. Meu Deus, esse é o encontro mais ridículo do mundo.

— Então.... É você sabe, sua primeira ida ao Starbucks? – eu pergunto tentando puxar algum assunto que não seja falar sobre os olhos dela, já vim filmes suficiente quando morava em Chicago para saber que isso é algo bastante brega.

— Sim, eu sempre vi bastante fotos desses lugares na internet. – ela fala admirando o lugar e tomando um gole do café. – Sempre achei que esse clima é super a minha cara, me imagino ficar aqui tomando café lendo um bom romance e você?

                Olho para a cara dela e tento fingir um pouco de interesse no que ela falou. O café seria bom, mas livros? Sério? Que isso só se for um bem grosso para arrancar a cabeça de um mogadoriano.

— É... – digo dando um sorriso forçado.

                Maggi dá uma risadinha de quem entendeu que isso não é nada a minha praia.

— Você me parece mais do tipo jogador de futebol americano, sei lá. – ela fala. – Já tentou ir para a escola?

— Não, Sandor nunca me deixou ir. – Comento tomando um gole do meu frapuchino de caramelo. Esse negócio é bom.

— Conrad também nunca me deixou ir. – ela fala meio triste. – Mas sempre tivemos uma boa vida na Irlanda, era tudo muito tranquilo, eu adorava tirar fotos da paisagem de lá, ainda tenho as fotos. Se um dia quiser ver como é...

                Enquanto Maggie fala eu uso meu Legado de Superaudição para prestar atenção em todo o local. Acho que estou meio paranoico, pelo que me contaram houve um ataque ao pessoal quando eles estavam indo para a Espanha então estou tentando ser bastante cauteloso, mas ao mesmo tempo dar atenção a Maggie.

— Seria ótimo, eu adoraria. – digo dessa vez sendo sincero.

                Fotos? Meu Deus, eu estou virando o Quatro. Acho melhor pedir licença um estante e me espancar um pouco no banheiro por minha Johnnisse agora. O que falta? Passear de mãos dadas e sair por gritando para todo mundo que sou um alienígena.

— Legal. – ela fala balançando a cabeça e olhando para o lado.

                Olho também e vemos um casal jogado um em cima do outro sofá se beijando loucamente. Acho que eles nem se importariam em perder o voo deles pelo jeito que estão nesses pegas todos. Tenho uma ligeira impressão que fiquei olhando tempo demais para eles.

— Então.... Eu acho que já falei muito de mim... – Maggie fala um pouco incisiva, eu lembro desse tom. É o tom que ela usou quando eu a chamei para sair.

                Olho para ela e seu rosto está meio vermelho olhando para mim após aquela cena do casal.

— Uhm... – eu não entendi o que ela quer dizer com isso. Acho que eu entendi, mas estou me fazendo de idiota.

— Conte-me de você, como era sua vida. Sabe, antes disso tudo.

— Sobre o que você quer saber? – eu pergunto me fazendo de desentendido. – Não tem lá muitas coisas muito interessantes.

                Maggie revira os olhos. Acho que ela está ficando brava comigo, eu sei onde essa conversa vai acabar chegando, mas não quero contar sobre o meu passado. Não quero parecer idiota para ela.

— Você não fazia nada No... Nígel? Não saia? Não tinha um hobby? Amigos? – ela fica meio hesitante. – Uma namorada...

                Namorada.... Acho que isso é algo pesado, eu ainda lembro de Maddy. A humana pela qual me apaixonei e ela me traiu e me deu de bandeja para o mogadorianos. Aquilo me aprisionou por vários meses e me separou de Sandor, ela achou que teria os pais de volta se me entregasse e ganhou de presente foi ser devorada por pikens.

                Sinto alguma coisa escorrer pela minha mão e quando percebo é o meu frapuchino que escorreu todo. Não devia tê-lo segurado enquanto estava pensando nessas coisas, não deu algo muito legal. Maggie me olha meio espantada com minha reação.

— De-Desculpa. – ele fala arrependida e pega um guardanapo na nossa mesa e começa a limpar minha mão.

                Fico me sentindo um idiota. Ela não devia estar fazendo isso, a culpa foi minha por ter perdido o controle e ter amassado o copo. Por causa da raiva.

— Eu não devia ter perguntado. – ela murmura sem olhar para mim. – É claro que você deve ter algum trauma, por isso é tão fechado com todos...

                Eu sou uma pessoa fechada? Nunca reparei isso, por que será que até agora eu nunca havia reparado que era alguém assim até ela me falar.

— Obrigado, Maggie, mas não precisava ter me ajudado. – eu digo vendo que minha mão ainda está melada, porém sem o excesso de café.

                Ela volta se ajeitar no sofá e me olha numa mistura de culpa e incerteza. Acho que tem algo que ela quer me perguntar, mas não sei se tem certeza se quer realmente saber. Maggie olha para minha mão ainda melada e pergunta.

— Por que me chamou para sair?

— Que tipo de pergunta é essa? – pergunto sem graça.

— Você há dois dias atrás nem sabia que eu existia direito, quer dizer você sempre foi legal comigo, mas nunca demonstrou interesse em mim. – ela fala e percebo um pouco de mágoa. – Por que me chamou para sair Nove?

                Meu estômago se revira com essa pergunta. Que droga cara, estou tentando fazer as coisas certas e parece que elas ficam se complicando de sacanagem para me irritar. É horrível olhar para a expressão acusatória de Maggie e não vou conseguir inventar alguma coisa para esconder a verdade.

— Conrad meio que deu a entender que você estava interessada em mim... – eu murmuro baixo, nunca me senti tão babaca na minha vida.

                Não tenho coragem de olhar para ela, mas estou segurando sua mão. Por um momento acho que vou ser acertado pelos raios dela ou ser acertado por uma ilusão em que todos vão achar que estou só com uma cueca do Pateta. – Depois daquela brincadeira que a um fez comigo eu estou com trauma do Pateta.

— Eu.... Eu vou matar ele... – ouço Maggie sibilar rangendo os dentes. – Vou matar o Conrad muitinho, a se vou...

— Maggie... A culpa não é dele, okay. – eu o defendo, nem sei por que diabos estou fazendo isso. Conrad me chamou de demente meia dúzia de vezes e riu da minha cara por 10 minutos quando me disse que ela gostava de mim.

                Quando eu levanto, vejo que ela está igualmente furiosa olhando para mim. Percebo que prefiro enfrentar uma dúzia de pikens levando Setrákus Ra numa carruagem dourada que essa garota com raiva, ela me assusta.

— E por que você não pôde perceber que eu estava gostando de você sozinho? – ela grunhe para mim tentando se controlar.

— Eu.... Eu... – começo a ficar olhando para todos os lados tentando pensar em alguma resposta rápida, mas ela não está vindo.

— Você é um... – ela está ficando vermelha de tanta raiva já.

— Babaca, eu sei... – murmuro.

                Acho que tem um casal olhando para nós cochichando rindo. Devem ter percebido nossa discussão estão achando hilária ela.

— Idiota, na verdade. – ela revira os olhos. – Muito.

— Você gosta de mim então? – pergunto dando um sorriso malicioso e tentando mudar o assunto.

                Maggie parece prestes a jogar o café no meu rosto de tanta raiva, acho que falei a coisa mais idiota possível. Eu fico muito idiota quando estou nervoso em encontros, sou uma completa negação. Acho que até Cinco conseguiria se sair melhor que eu nisso e olha que ele se mijou na frente dos mogadorianos.

— O nome dela era Maddy.... Ela fingiu se interessar por mim para me entregar para eles, foi assim que fui parar em West Virgínia... – as palavras simplesmente saíram da minha boca.

                Toda a raiva de Maggie começa a sumir e começa a ser substituída por algo espanto e em seguida por algo pior. Pena. Acho que eu preferia que ela estivesse com raiva de mim do que com pena.

— Sinto muito Nove... – ela toca minha mão que não estava melada. – Isso deve ter sido horrível...

— Não me olhe assim, Dois. – eu a chamo pelo número dela para que saiba que não que isso. – Eu superei isso, não preciso que sintam pena de mim.

— Eu jamais faria isso com você... – ela fala bem baixo apertando a minha mão.

                Sinto meu coração acelerar. Começo a me aproximar bem devagar dela pelo sofá até ficar bem ao seu lado. Não sei o que fazer, a última vez que beijei uma garota eu tinha acabado de sair de uma perseguição em alta velocidade com os mogadorianos na minha cola e estava com a adrenalina a mil. Eu só deixei os hormônios agirem.

— Eu gosto de você, desculpa se fui idiota por ter demorado tanto tempo pra você sabe... – eu tento pensar em algo legal e digo essa merda.

                Maggie coloca a cabeça no meu ombro. Posso sentir o seu coração batendo rápido, acho que deveria tentar beijar ela. Só que estou me sentindo meio sem graça demais para isso. Não acredito que vou ter que pedir conselhos ao John sobre isso. Não, já perdi muito da minha dignidade.

                Coloco meu braço sobre o ombro de Maggie. Vou pelas estratégias do filme, Maggie dá uma risadinha meio sem graça.

— Isso é meio clichê, sabe. – ela fala. – Nos livros, você falaria algo super-romântico para mim agora e nos beijaríamos.

— Nos filmes eu iria falar uma frase de efeito genial e nos beijaríamos. – eu comento.

                Nós começamos a rir.

— Temos um impasse, eu quero seguir pelos livros e você pelos filmes. – ela fala e vejo que está meio corada, mas nossos rostos estão bem próximos. – O que devemos fazer?

— Acho que a gente deveria ignorar os dois e nos beijarmos de uma vez... – falo me inclinando para frente até o seu rosto.

                Sinto que nossos lábios vão se encontrar quando ouço um pigarro agudo que deve ter sido o suficiente para fazer todos os casais que estavam tentando se beijar no Starbucks se afastaram.

                Eu e Maggie nos afastamos assustados. Estou quase pegando meu cano que vira um bastão no meu casaco quando vejo que o homem que pigarreou é um cara de quase dois metros e todo fortão com uma barba ruiva espeça que conhecemos bem. Conrad o Cêpan de Maggie.

                Ele me olha com uma cara de ódio mortal e por um momento acho que realmente precisarei pegar o meu cajado. E do jeito que estou puto por ter estragado o meu beijo vou ter o maior prazer em acertar uma porrada bem na cabeça dele.

— Eles chegaram. – Conrad fala de mau-humor olhando para Maggie. – Deixe o bonitão ai, o Cinco precisa de você.

— Okay... – Maggie parece ter esquecido a raiva que está de Conrad por ele ter me dito que ela gostava de mim, ou o cara nos pegar no ato é algo tão constrangedor que ela tenha ficado completamente sem ação.

                Maggie se levanta e começa a seguir na frente, mas eu a detenho segurando-a com minha mão. Ela me olha por um estante, acho que pensa que vou fazer algo estúpido, mas eu levanto e sigo com ela segurando sua mão.

                Sinto meu rosto ficar vermelho. Não sei porque diabos eu fiz isso, acho que deveríamos ter pelo menos algo legal. Já que não nos beijamos e temos que ter alguma coisa legal para lembrar desse encontro ao invés de um café espremido, três ou quatro brigas e um Cêpan mal-humorado estragador de climas.

                Conrad segue na nossa frente como um pai ciumento que está prestando atenção em nós mesmo sem olha para trás.

— Foi desastre... – Maggie murmura, ela está um pouco tímida por estar de mãos dadas comigo também. – Nós somos horríveis em encontros, e quando estávamos acertando Conrad apareceu.

                Eu começo a rir. Fomos tão bregas que com certeza se tiver mogadorianos nos vigiando conseguimos passar por pessoas normais. Tivemos discussões de relação, um pai ciumento e agora vamos achar um irmão doente.

— Acho que deve ter Starbucks na França. – digo tentando sorrir.


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Notas finais do capítulo

1. Quase que rolou o beijo :/
2. Conrad estraga prazeres
3. Nove fã de filmes e Maggie fã de livros, complicado
4. Como vocês acham que Cinco e os outros vão chegar na França?



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