De Corpo e Alma escrita por Regina Rhodes Merlyn


Capítulo 48
Cores Verdadeiras


Notas iniciais do capítulo

Oie, voltando para mais um capítulo. Como prometido, final de semana é dedicado a att fics!
Sem enrolação,vamos ao que interessa.
Boa leitura....Rewiews,pleaseee!...Bjinhos flores!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/687345/chapter/48

"You with the sad eyes don't be discouraged,oh I realize,

It's hard to take courage in a world full of people you can lose sight of it

And the darkness,inside you makes you feel so small;

But I see your true colors, shining through;

I see your true colors, and that's  why I love you...

True Colors

Phil Collins

 

Duas semanas depois

Sarah

— Que coisa mais linda é essa, meu Deus! - Lilian exclama, pegando as duas mãos de Valentina - Finalmente te conheço, bonequinha!

—Senti sua falta viu, senhorita. Não foi me visitar nenhum dia sequer até agora- reclamo, deixando-a pegar minha filha nos braços.

—Não foi por querer, acredite - afirma, brincando com Valentina - Pense numa pessoa sem sorte, sem saúde, sem nada nos últimos dias! Fiquei doente duas vezes, quando voltei machuquei o pé, olhe, já estava pensando se tinham me rogado alguma praga!- dramatiza me fazendo rir.

—Eu fico sobrecarregada e ela que se acha vítima de alguma praga!- April provoca a seu lado.

—Como estão as coisas? Pronta pra voltar pro batente comadre? - Maggie pergunta, abraçando-me, rindo da careta que faço.

—Estou louca de saudade daqui, da loucura de vocês - admito - Mas só de pensar em ficar o dia todo longe de Valentina, meu coração fica apertadinho, apertadinho! - confesso - Por isso já a colocamos em uma escola integral. Pra começar a me acostumar com sua ausência e ela com a minha. Hoje é o primeiro dia digo.

—Lamento informar , mas isso não muda muita coisa não - ouço Nat dizer, vindo em minha direção - Como vai Sarah?- pergunta,me abraçando.

—Bem, obrigada. Suspeitei disso,mas como não tenho escolha..- digo.

—Na verdade tem sim. Poderia parar de trabalhar e ficar em casa,se dedicando só a ela. Afinal, seu marido é rico, pode sustentar vocês três sem problema nenhum - escutamos Mei dizer, nos virando, assim como Maggie, que coloca as mãos na cintura, erguendo a sobrancelha, para encará-la - É o que eu faria. Por que se matar de trabalhar quando pode ficar em casa??- questiona, dando de ombros, voltando a se concentrar nas fichas a sua frente, como se nada tivesse acontecido.

—Como ia dizendo - recomeço, ignorando-a - Hoje é o primeiro dia dela lá. Estou super ansiosa pra ver como ela vai se comportar - admito.

—Também estava no primeiro dia de Owen- Nat relembra - E sabe o que aconteceu? Ele não deu a miníma quando fui embora!- diz, rindo - Eu me descabelando, achando que iria chorar, quem acabou chorando fui eu! - revela, nos fazendo rir.

—E como vai fazer? Digo, pra levá-la, agora? Vai de táxi?-April pergunta e nego com a cabeça.

—Não. Connor deixou o carro comigo - aviso - Vim deixá-lo, vou levar Valentina na escola, fazer umas compras e no final da tarde a busco e depois venho buscá-lo.

—Ou seja, tá de táxi hoje! - Lilian brinca e confirmo, rindo - O bom é que o pagamento é bem gratificante! -provoca-me, piscando.

—Certamente- afirmo, fazendo um gracejo, provocando risos.

—Então está perdendo o medo de dirigir?- Nat pergunta.

—Estou. Aos pouco- digo - Hoje vim dirigindo, e vou fazer todo aquele intinerário que falei. Quando estiver bem segura, o que parece vai ser bem mais rápido do que pensei, Connor vai comprar um carro pra mim, afinal, ele pode! - alfineto, olhando Mei, que disfarça mas percebo que a deixei sem graça..."Quem mandou me provocar!".

—Hummm, que chique!! - April e Lilian brincam.

Após alguns minutos de conversa, pego Valentina de volta, procundo Connor a fim de me despedir, mas sou infomada por Abby Lockhart (ainda não consigo simpatizar com ela) de que ele entrará em cirurgia havia poucos minutos.

Retorno a recepçaõ,me despeço das meninas  e vou embora levar nossa filha para a escolinha, descobrindo, que Nat estava certa: eu chorei enquanto ela só queria saber de ficat no tapete colorido junto com as demais crianças.

Depois de deixá-la, vou até o supermercado a fim de comprar algumas coisas que estavam faltando em casa bem como os ingredientes para um jantar que pretendia fazer pra mim e Connor. Não sou muito boa cozinheira, mas tenho aprendido algumas coisas com ele  e sei seguir uma receita. Como um de seus pratos favoritos,lasanha, é relativamente simples de fazer, resolvi me arriscar. Não sei se ele lembraria mas hoje faz exatamente um ano que nos casamos, ..."O tempor passou tão rápido que nem percebi!", penso enquanto coloco as compras dentro da mala, um movimento na lateral da entrada do lugar chamando minha atenção.

Me volto para o local vendo uma garota aparentando ter, no máximo, uns treze anos, encostada na parede, mal se aguentando em pé, pedindo ajuda as pessoas que passam, sendo sumariamente ignorada.

À principio julgo estar sob efeito de álcool ou alguma droga. Mesmo assim, resolvo me aproximar com cuidado. Ao fazê-lo, percebo que seus pés e mãos estão bastante feridos.

—Oi, garota, está tudo bem? - pergunto, fazendo-a virar-se para mim e no momento que o faz vejo que seus rosto, especialmente seus lábios, também se encontram machucados - O que houve? Alguém te bateu? Foi atropelada?- questiono, aproximando-me em definitivo, deixando o receio de lado. Ela balança a cabeça negativamente.

—Tô com frio moça- diz, as lágrimas escorrendo pela face - E com fome!- acrescenta , e tenho que me segurar para não desabar em lágrimas.

—Onde estão seus pais? Onde mora?- pergunto.

—Não sei não,moça. Foram embora. Acho. Moro ali, ó- aponta uma das laterais do estacionamento onde tem uma estrutura miníma - Isso é, quando o segurança deixa. Senão procuro outro lugar - ouço-a dizer, a esta altura já não conseguindo mais me segurar, a lembrança de um morador de rua que havia atendido logo que cheguei ao Med e morrerá, reforçando minha dor.

—Vem comigo - pego sua mão, conduzindo-a para o carro.

Faço o retorno, voltando para o hospital. Não sabia exatamente o quê ou como faria,mas uma coisa tinha certeza: não conseguiria dormir tranquila está noite se não fizesse nada.

Durante o percusso, ofereço um pouco de comida a ela..."Não quero que coma demais pra não correr o risco de que  passe mal caso precise ser anestesiada para limpar estes cortes!", mantendo uma conversa onde procuro saber o maior número de informações possíveis a seu respeito.

Quando chegamos, estaciono,desço, dou a volta ajudando-a a descer, apoiando seus braços em meus ombros. O segurança corre até nós assim que me aproximo, colocando-a nos braços.

—Maggie, qual sala posso usar?- pergunto, surpreendendo-a

—Trauma dois está livre - avisa, seguindo-nos.

Abro a porta, dando espaço para Donald, o segurança que me ajudará, passar.

—Coloque ela na cama, por favor- peço e ele  obedece, saindo em seguida, sorrindo ao receber meu agradecimento.

—O que houve?- Maggie questiona - Foi atropelada?

—Não, Maggie. Ela mora na rua- digo, calçando as luvas - Sei que não é de prache fazer isto, mas não tive coragem de dar-lhe as costas -digo, olhando-a, pidona - Pode me dar cobertura?

—Lógico!- afirma, calçando luvas também - Não apenas cobertura. Vou te ajudar- avisa e sorrio.

Juntas despimos a garota, descobrindo mais ferimentos por seu corpo, a maioria causada pelo frio, porém encontramos sinais de mordidas feitas por algum animal, nos deixando preocupadas.

Como ainda estava oficialmente de licença, não poderia requisitar exames. Então convocamos Natalie para nos auxiliar.

Depois de coletarmos sangue e fazermos raio x, levamos a menina para uma sala onde lhe damos um banho cuidadoso, levando-a para uma das enfermarias, terminando de fazer a assepsia dos ferimentos e  medicando-a.

Sabíamos que poderíamos mantê-la lá por, no máximo, vinte e quatro horas. Depois disto seria complicado. Já ia ser bem difícil resolver a questão dos exames solicitados.

Após combinar tudo com Maggie e Nat, vou a procura de Connor,descobrindo que permanecia em cirurgia. Decido ir embora, até porque tenho um jantar pra preparar, passando para vê-la antes de ir embora, verificando que  estava, após comer o generoso lanche que April lhe trouxera (agora já somos quatro envolvidas!) dormindo tranquilamente.

Me despeço de todas indo direto para casa..."Tenho pouco tempo pra preparar tudo antes de vir buscá-lo!".

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Connor

Saio do centro cirúrgico exausto mas satisfeito. Foram mais de seis horas de procedimento. Em alguns momentos temi que ela não fosse resistir.

Como Bettina não estava respondendo como esperavámos, decidimos fazer a cirurgia na válvula coronária. Depois de explicarmos a ela e aos pais todos os riscos envolvidos e recebermos sua autorização, tinhamos seguido direto para o centro cirúrgico.

—Mais um enorme passo em sua formação meu caro. Meus parabéns- David me cumprimenta ao final- Já posso pensar em comprar aquela cabana à beira mar no Havaí e me aposentar- sorri, sentando no sofá em sua sala, esticando os braços preguiçosamente e balanço a cabeça , sorrindo.

—Duvido que consiga ficar longe muito tempo - desafio-o, recusando o copo que me estendia - Ainda tenho mais quatro horas de plantão- justifico.

—Deveria era sair mais cedo e fazer uma surpresa a patroa, isso sim. Afinal fazem quantos meses hoje mesmo?- questiona, levando o copo a boca, tomando um generoso gole da bebida.

—Um ano! - exclamo, meus olhos brilhando - Um ano que recebi o maior presente que a vida podia me dar..

—Correção, o primeiro maior, ou está esquecendo o fruto desse amor?- pergunta.

—De jeito nenhum- afirmo - Sarah foi o presente que Deus me deu e ela, por sua vez ,me presenteou com nossa filha.

—É muito presente! - ouço Daniel exclamar, entrando na sala - Meus parabéns doutor Rhodes, Connor...E estenda-o a Sarah ,por favor.- pede - Como foi a cirurgia?

—Bem. Muito bem- digo  - Isso me lembra..Tenho que falar com os pais. Vai comigo?- questiono David.

—Não. O mérito é todo seu. Vai lá. E depois pense em minha sugestão. Só não me ofereço pra ficar com a pequena porque estou tão cansado que seria ela a tomar conta de mim! - brinca, fazendo a mim e Daniel rir.

Despeço-me dos dois indo ao encontro da família Clark.

Após passar-lhes as informações sobre a cirurgia e como seria o pós operatório, atendo o chamado de Maggie na emergência descobrindo o que ela, Nat e April haviam ajudado Sarah a fazer, me deixando ainda mais orgulhoso de minha esposa.

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Sarah

Verifico tudo mais uma vez,me certificando de não ter esquecido nada.

Havia pedido a ajuda de Martha , para não ter risco de nada dar errado,na preparação do jantar. Ela é uma cozinheira de mão cheia! Mas não fez nada. Apenas me orientou, afinal, como disserá, 'Essa missão é toda sua!'..

Com sua ajuda, consegui transformar um jantar simples em algo um pouco mais sofisticado,incrementado a lasanha com um creme de cebola e alho que, ao contrário do que esperava, ficou magnífico. Coloquei um vinho para gelar, arrumei a mesa, deixando-a devidamente escondida na varanda, olhei pela milésima vez ao redor e fui tomar meu banho a fim de buscar nossa filha e em seguida ele.

Não vesti nada especial, a principio, pois não queria que desconfiasse de nada. Nem sei se iria vestir. Ou melhor, iria.

Pego Valentina e como ainda tinha meia hora, dou um passeio no parque com ela, controlando a hora para não me atrasar, o que acaba acontecendo.

Chego dez minutos depois de Connor ter terminado seu plantão,encontrando-o no estacionamento conversando com Will,Ethan e um outro homem que não conheço. Buzino  e ele se vira, acenando, despedindo-se dos outros, correndo ao meu encontro. Aceno para Will e Ethan, que devolvem o cumprimento,recebo o beijo de Connor e partimos para casa.

No caminho, a conversa sobre a garota do estacionamento, Larissa, o mantém ocupado.

Quando chegamos, Valentina dorme profunda e calmamente, exausta com toda agitação. Coloco-a no berço enquanto Connor segue para o banheiro, me dando tempo de finalizar tudo e trocar de roupa.

Apago as luzes deixando um caminho feito com pequenos potinhos com velas perfumadas da sala até a varanda, onde me sento , aguardando-o.

Logo o vejo surgir na sala, esticando o pescoço,curioso, seguindo a trilha até onde estou.

—Surpresa! - digo, meu sorriso refletindo no dele, que caminha até mim, abraçando-me e beijando. Um beijo calmo, profundo, repleto de amor.

—Vejo que não fui o único a lembrar - diz, interrompendo o beijo, ainda me abraçando.

—Como podia esquecer?- afirmo-  Afinal, não é todo dia que recebemos um médico lindo sobre uma maca, todo ensanguentado, ferido, tentando reanimar um paciente! - relembro, fazendo-o rir.

—Não foi o exatamente o encontro mais romântico do mundo - comenta.

—Mas foi, com certeza marcante . Pelo menos para mim- asseguro - Tão marcante que que em menos de seis meses já estava casada! Fui pedida em namoro durante o dia e em casamento na madrugada. Não é todo dia que coisas assim acontecem! - lembro- Você, seus olhos na verdade, me chamaram atenção na hora em que cruzaram com os meus!- digo, dando-lhe um selinho - Mais tarde, o conjunto - me afasto fazendo um gesto com a mão indicando-o por completo - Se encarregou de terminar o trabalho que os olhos começaram - afirmo,voltando a abraça-lo.

—Digo o mesmo,com uma diferença: seu rosto foi a primeira parte sua que me chamou atenção - diz , trazendo-me para mais perto - Pensei: eu morri e não percebi? Só pode,afinal estou vendo um anjo! - diz, beijando a ponta de meu nariz - Pra minha sorte, eu estava errado. Não morri e o anjo era bem real. Podia tocá-la, segurá-la em meus braços, beijá-la - inclina-se, prendendo minha boca em beijo delicado, suave - Levá-la pra minha cama , amando-a todos os dias, cada dia mais - sussurra em meu ouvido, provocando arrepios em todo meu corpo, voltando a me beijar, desta vez de forma mais exigente, aprofundando-o enquanto entramos na sala.

Sem interrompê-lo, Connor me deita sobre o tapete macio, suas caricias aumentando, me fazendo anciar por mais.

—Acho...que...o jantar....vai ter que esperar! - balbucio, erguendo o corpo, ajudando-o a retirar meu vestido, tirando sua camisa a seguir, esquecendo o mundo ao nosso redor, consciente apenas de nossos corpos buscando um ao outro .


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bjinhos flores.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "De Corpo e Alma" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.