De Corpo e Alma escrita por Regina Rhodes Merlyn


Capítulo 47
300 Pacientes!


Notas iniciais do capítulo

Oieee,pessoas lindas,boa noite! Segunda temporada De Corpo e Alma-
De hoje em diante muito provavelmente as atts serão realizadas prioritariamente nos finais de semana a fim de preservar a saúde fisíca e mental dessa pobre escritora(rsrsrsrsrs) na seguinte ordem: DCeA, Perfect! e VT, podendo haver alguma altreção uma vez ou outra.
Mas vamos deixar de enrolação porque senão Morpheu chega disfarçado de Colin Donell me convidando pra ir pra cama ai já viu né?! Eu vou resistir? Mas de jeito nenhum!!!
Gratississisisisma ( nem sei se existe essa palavara!) pelas rewiews...Boa leitura...Bjinhos flores.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/687345/chapter/47

"..Lucky I'm in love whit my best friend;

Lucky to have been where we have been;

Lucky to  be coming home again, ooh,ooh..."

Lucky

Jason Mars & Colbie Cailat

 

Chicago Med

Connor

—Doutor Rhodes! Doutor Rhodes! - escuto me chamarem e paro, sustentando a porta do elevador,evitando que suba sem mim, voltando-me na direção do chamado - Poderia me dar sua opinião sobre este cas....- interrompo Abby, suspirando impaciente

—Lockhart, quantas vezes tenho que dizer que deve se reportar ao doutor Reese agora? - pergunto,encarando-a.

—Foi ele que me pediu para procurá-lo,visto que está sobrecarregado até o retorno do doutor Halstead, ou faria ele mesmo - justifica-se,parando a minha frente.

Fazem quatro dias que retornei ao trabalho de minha licença pelo nascimento de Valentina. Com a ausência de Will e Nat, que tiveram suas licenças prorrogadas por mais uma semana, as coisas voltaram a se complicar no hospital prinicpalmente pela chegada das férias do meio do ano, trazendo turistas, universitários farristas, aumentando absurdamente o número de acidentes devido as festas na praia, irresponsabilidade e falta de cuidado e atenção de pais, parentes, etc.

—Do que se trata?- pergunto, pegando o tablete que ela me estendia.

—Bettina Clark,19, chegou reclamando de fortes dores no peito, além de cansaço e dificuldade para respirar. Doutor Reese solicitou um raio x , ultrassonografia e ecografia. Assim que os resultados chegaram, me pediu para procurá-lo - informa , olhando-me ansiosa.

—Onde ela está?- pergunto, liberando o elevador, começando a caminhar de volta pelo corredor da emergência

—Trauma três . É o que penso?- questiona, apressando o passo para me acompanhar.

—Depende do que pensou - respondo.

—Cardiomegalia?? - pergunta e confirmo com um aceno.

Quando me aproximo, vejo Paul na recepção , me dirigindo até ele.

—Então, estou certo em minha suspeita? É cardiomegalia, não é?- questiona assim que me vê e aceno positivamente.

—Quero fazer uma ressonâcia, pra saber o tamanho exato que está -  digo - Qual o histórico?

—Não há casos na família. Em nenhum dos lados, materno ou paterno - começa a dizer enquanto nos encaminhamos para a sala - Até alguns meses atrás não apresentava nenhum sintoma, inclusive era praticante de rapel - conclui, abrindo a porta - Senhor e senhora Clark, este é meu colega, doutor Rhodes, cirurgião cardiologista- me apresenta -Pedi a opinião dele sobre o caso de sua fi...- o pai da garota o interrompe, nervoso.

—Cirurgião?? Vai precisar de cirurgia?- questiona me olhando.

—Ainda não sabemos senhor Clark -digo sinceramente - Precisamos fazer mais alguns exames para confirmar nossas suspeitas.

—Que seria?? - pergunta.

—Cardiomegalia , uma doença que causa aumento no tamanho do coração - explico - Isto acontece porque, por algum motivo, o coração precisa fazer um esforço fora do normal para bombear o sangue. Os exames feitos até agora mais o quadro clínico, nos indicam esta possibilidade - paro, dando tempo aos três de absorverem a informação.

—E se for, tem cura? Vou ficar boa, ter uma vida normal?- questiona a jovem, tão ansiosa quanto os pais.."Essa é a pior parte!" , penso, respirando fundo antes de responder.

—Infelizmente, não. Não tem cura. - informo - O primeiro tratamento dessa doença é medicamentoso e visa aliviar os sintomas fazendo o coração trabalhar normalmente, mesmo que ele não esteja no tamanho ideal. Se não se mostrar eficaz poderemos partir para a troca da válvula cárdiaca - explico.

—E um transplante? Não resolveria?- o pai pergunta, esperançoso.

—Certamente, mas, como não se trata de um caso urgente, o nome de Bettina ficaria em uma posição muito alta na fila de espera por um transplante. Pode levar meses ou até mesmo anos para conseguir um doador compatível - alerto-os, vendo a decepção em seus rostos - Bettina, se tudo correr bem e você responder aos medicamentos, poderá ter uma vida praticamente normal. Só terá que evitar esforços fisícos extremos, ter uma alimentação balanceada e saudável - tento animá-la.

—E esses medicamentos não podem fazer o coração dela voltar ao tamanho normal?- a mãe pergunta.

—Não. Uma vez aumentado, o coração não reduz seu tamanho- explico - Você terá que conviver com a doença para o resto de sua vida- aviso-a.

—Como peguei isto? Ninguém em minha família tem.Por que só eu? - questiona, as lágrimas escorrendo pela face.

—Você não "pegou" essa doença, Bettina- Abby Lockhart começa, parando, olhando de Paul para mim, pedindo permissão para continuar, que concedemos com um gesto de mãos - Ela é causada...Geralmente causada - corrige-se - Por problemas de hipertensão artérial ou doenças coronarianas,podendo ter algum fator genético responsável também- conclui.

—Mas não tenho nenhum desses problemas! Como pode ser??- volta a questionar.

—É o que vamos tentar descobrir - Paul diz.

—Você praticava escalada, rapel,não é? - pergunto e ela confirma com um aceno - Fora do país ou apenas aqui,nos Estados Unidos?

—Viagei algumas vezes com amigos - diz.

—Turismo de aventura?- pergunto e confirma mais uma vez - Esteve alguma vez na América Central, do Sul ou no México, ficando doente em algum desses lugares?

—Estive no México.Duas vezes. Fiquei doente na segunda. Tive febre alta,dor de cabeça...- a interrompo.

—Teve algum inchaço? Em qualquer parte do corpo?- questiono.

—No rosto - diz

—Chegou a fazer algum exame?

—Não. Estavámos no meio da mata. Quando começei a passar mal, voltamos para o povoado mais próximo só que até chegarmos, já estava melhor - complementa.

—Do que suspeita?- Paul me pergunta.

—Doença de chagas - falo - É raro acontecer,mas como a doença pode ficar encubada por até dez anos e um dos sintomas adicionais pode ser o alargamento dos ventrículos...

—Que pode causar insficiência cardíaca -Paul completa - Abby,peça exames de sangue para detectar doença de chagas-ordena e ela acena, saindo em seguida.

—Faremos os demais exames ainda hoje e a partir dos resultados, começaremos o tratamento imediatamente - asseguro, pegando meu bipe que começara a tocar, levantando-me em seguida - Assim que estiver com os resultados me avise - peço a Paul, despedindo-me dos pais e da garota,seguindo direto para o centro cirúrgico onde David me aguardava para realizarmos duas cirurgias.

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Sarah

Passeio pelos corredores da escola acompanhada pela pedagoga responsável, observando tudo com cuidado.

Essa era quarta  ( e última do dia!) escola que visitava. Deixei-a por último por ser a mais próxima de nosso apartamento.

Com a volta de Connor ao trabalho e faltando apenas um mês para que eu também retorne, decidimos que colocaríamos Valentina em uma escola de tempo integral e mesmo assim teríamos que adaptar nossos horários ou contratar uma babá para ficar com ela até a chegada de um ou do outro.

Ao contrário de Nat, que contava com a ajuda da ex sogra, avó de Owen, eu não poderia contar com minha mãe mesmo que quisesse (e não quero) pois, além de voltar, ou melhor, continuar, a implicar com Connor, não se oferecerá para ajudar e eu também não pedi. Até porque sei, por experiência própria, que, apesar de se derreter quando está com Valentina, a neta, assim como foi comigo, seria colocada em segundo plano diante das reuniões infindáveis no escritório. E havia Cornelius. Ele passará a dormir no apartamento de minha mãe com uma frequência maior, e como sabia que desagradaria meu marido (e a mim também), sequer toquei no assunto quando almoçamos juntas mais cedo.

Havia Claire, que se oferecerá, mas aí ficaria bem mais complicado, tanto para ela quanto para nós, visto que seu apartamento era mais distante, se tornando uma contra mão para ela pegar Valentina na escola e para nós irmos buscá-la lá ao final do plantão. Contávamos, por hora, apenas com um carro, o de Connor. Ele pretendia comprar um outro para mim, mas o impedir, não por orgulho (passei dessa fase.Ele tem muito mais dinheiro do que jamais vou ter e se quiser me dar um carro, vou aceitar sim), mas por não me sentir segura suficiente, apesar de ser habilitada, para dirigir no trânsito. Ainda mais com nossa filha junto.

Combinamos então de irmos juntos deixá-la na escola e na volta, caso um dos dois saia mais tarde, ir de táxi, eu, no caso, ou ele ir buscá-la e depois a mim, no caso do meu plantão se estender. Nos finais de semana, eu começaria a guia pelo quarteirão , aumentando aos pouco a distância até começar a ter mais segurança.

—Aqui é o cantinho de repouso - a voz da mulher me trás de volta, e olho para a sala repleta de colchões espalhados pelo chão onde várias crianças da idade de minha filha dormiam vigiadas por uma professora, que se levanta ,vindo até nós - Simone, está é a senhora Rhodes- apresenta-me .

—Olá,muito prazer - fala, a voz baixa e mansa - E quem é está boneca tão linda?- pergunta, brincando com Valentina, que lhe sorri.

—Valentina - digo, deixando-a pegá-la no colo enquanto a senhora Michels continua a me explicar o funcionamento do lugar.

Ao final, agradeço a atenção, pego a ficha que deveria ser preenchida para a matrícula e vou para casa, refletindo sobre cada lugar visitado.

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Connor

Estico os braços, levando-os para trás da cabeça, massageando o pescoço na tentativa de relaxar, olhando o relógio na parede : 19:30.O dia havia sido extremamente puxado. Para todos nós.

Depois que saí da segunda cirurgia, já no meio da tarde, Paul me bipou para me informar os resultados da garota Clark. Os exames confirmaram que ela tinha a doença de chagas, o que ocasionou o problema no coração, nos fazendo quebrar a cabeça a fim de montar uma forma de tratamento para as duas doenças sem submetê-la a uma quantidade absurda de medicamentos. Acabamos optando por interná-la até estabilizar o quadro cardíaco, entrando com as medicações gradativamente.

Tive ainda uma outra cirurgia de urgência além de vários atendimentos menores.

—Que horas são?- Paul pergunta, esfregando os olhos, a fisionomia tão cansada quanto a minha.

—Quase oito - Ethan se adianta , sentado ao meu lado, finalizando os atendimento que fizemos juntos - Na boa, alguém fez a contagem do dia? Tenho a impressão que batemos algum recorde - diz, movimentando o pescoço.

—Doutor Rhodes, poderia me acompanhar antes de sair?- escuto Charles perguntar e me levanto, seguindo-o até a ala psiquiátrica - Não sei se foi informado mas o senhor Salinsk está internado aqui, terminando sua recuperação antes de ser transferido para um hospital psiquiátrico - me diz - Ele sofre de esquizofrenia. Quando atacou vocês, estava em um surto psicótico. Como não havia sido diagnosticado corretamente, e veja bem, não estou responsabilizando ninguém - avisa -Não estava medicado- paramos em frente a porta da enfermaria onde Salinsk se encontrava - Depois que contei o que tinha feito ao senhor e sua esposa e o que havia acontecido dias atrás, me pediu para chamá-lo - abre a porta, me convidando para entrar, entrando a seguir - Senhor Salinsk, este é o doutor Rhodes - me apresenta, fazendo voltar-se para mim e pela primeira vez percebo o quanto é jovem - Foi sobre ele que conversamos,lembra?- pergunta e ele confirma com um aceno, passando a me encarar por um período indefinido.

—Muito obrigado por salvar minha vida e me desculpe por quase tirar a sua e de sua esposa - diz, os olhos úmidos - Me desculpe- repete, esticando a mão o máximo que as amarras permitiam.

Olho-o por um segundo antes de me aproximar, apertando a mão que me estendia, segurando-a por um tempo antes de me despedir, voltando para a recepção.

—É sério isso? - escuto a voz de Ethan,vendo as expressões de espanto dele e dos demais - Connor, não imagina o que April acabou de descobrir - começa a dizer - Atendemos trezentos pacientes hoje!!- exclama, me surpreendendo.

—Sério?- questiono e April confirma - Caramba! Isso deve ser, realmente um recorde - digo.

Após fechar meu plantão, sigo direto para casa pensando no jovem na ala psiquiátrica. Estaciono em frente ao prédio atento ao movimento na rua(reflexo do sequestro), entrando rapidamente.

—Boa noite,meu amor! - Sarah me cumprimenta assim que entro em casa, indo até a mesa onde estava na companhia de Susan Olsen e nossa filha.

—Boa noite - retribuo, beijando-a de leve na boca - Oi princesa do pai, como está? -vou até o cercadinho onde Valentina estava em pé, com a ajuda da tela - Tem alguém aqui querendo fugir mamãe!- brinco, deixando-a segurar minha mão, erguendo-a centímetros do colchão - O que a senhorita anda comendo pra ficar tão forte hein??- coloco-a nos braços, começando a brincar com as mãos que enfia em minha boca.

—Vou esquentar seu jantar - Sarah avisa - Poderia ajudar Susan a terminar esse trabalho?- pede e me aproximo, olhando por sobre o ombro da garota - Está brincando. Cardiomegalia!! Peguei um caso desses hoje - digo,as duas me olhando surpresas - Sem histórico na família, causado por sequelas da doença de chagas.

—Nossa! Que demais! - Susan exclama, corando quando a encaro - Quer dizer, não que tenha ficado feliz com a doença alheia - justifica-se,me fazendo rir.

—Amor, você tem uma irmã,sabia?- brinco, recolocando nossa filha no quadrado - Me deixem tomar um banho e já te ajudo - digo saindo da sala, voltando meia hora depois, sentando na mesa junto com as duas, jantando enquanto explico o caso, ajudando-a por tabela.

Quando a garota vai embora, conto a Sarah tudo o que aconteceu no Med,vendo seus olhos brilham de excitação, embalando Valentina, fazendo-a dormir.

Coloco-a no berço enquanto Sarah fecha a janela, acionando o sensor e a babá eletrônica, saindo do quarto abraçado a ela.

—Amor, me leva pra cama!- digo,vendo-a sorri - No colo! - completo, apoiando-me em seus ombros, erguendo uma perna.

—Connor! Vamos cair. Os dois.- protesta,rindo - Vai me fazer acordar Valentina - rir ainda mais alto, tentando segurar minhas pernas, que suspendo no ar, apoiando-se na parede - Pará, você é pesado!

—Está me chamando de gordo,é?- protesto, rindo junto com ela - Isso merece um castigo! - ergo-a em meus braços - Vai ter que aguentar o "gordinho" aqui em cima de você!!! - digo,entrando no quarto, pondo-a na cama, fazendo-a rir ainda mais.

 

".......They don't know how long it takes;

Waiting for a love like this....

Lucky we're in love every way;

Lucky to have stayed where we have stayed;

Lucky to be coming home someday.."

 

 

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Começar em um dia e terminar no outro!!! Bom dia!
Bjinhos flores.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "De Corpo e Alma" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.