No Roses escrita por AleyAutumn


Capítulo 18
18




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18

— Como ele é?- Elijah tinha que concordar que Valerine era mais do que incômoda quando queria, seus questionamentos sobre o tal Sebastian para com Natalia o irritavam profundamente e a vampira sabia disso melhor do que ninguém, fazendo questão de se sentar ao lado dele na poltrona e o prender. Elijah revezava olhares entre as duas mulheres disfarçando o incômodo com o rosto inexpressivo de sempre.

Natalia suspirou se negando a responder e foi apenas em direção ao próprio quarto, minutos depois a batida na porta soou e Niklaus entrou com a expressão neutra a incomodando, mas por incrível que pareça ele não começou a gritar, muito pelo contrário. Ele apenas se aproximou e se sentou na cama dela a encarando seriamente sem saber realmente o que deveria dizer.

— Por quê fez isso?

— Por quê eu me tornei uma de vocês? Você sempre me disse que eu era uma de vocês. E eu sou agora, completamente. - ela o respondeu fixamente vendo ele baixar os olhos antes de levantar novamente com um sorriso discreto e logo após gargalhar a deixando completamente confusa, ele gargalhava  tanto que a cama tremia.

— Klaus?

— Nada querida. Nada. - ele suspirou se contendo embora algumas lágrimas se acumulassem em seus olhos - Eu já deveria ter suspeitado disso há muito tempo. - ele falou sozinho - Natalia, da próxima vez que você me bater eu quebro os seus dois braços. - ele se levantou ainda rindo da situação, se ela queria ser tratada como família, ela seria tratada como uma deles. Aprenderia da pior maneira que era ele quem mandava ali.

— Você se lembra quando me deu aquela tiara? - ela se levantou e foi até o closet mexendo dentro de um baú retirando a peça de ouro branco de dentro do mesmo, haviam centenas de pedras vermelhas e pequenos diamantes, Natalia  a ganhara aos 8 anos em uma visita de Klaus enquanto ainda era perseguida por Mikael, na época a tiara ficara imensa. Não tinha como mandar ajustar, era uma peça única e muito antiga.

— Sim. - ele virou em direção a ela surpreso por ver que ela ainda a guardava - O que tem?

— Se lembra mesmo? - ele acenou com a cabeça, se lembrava de todos os detalhes. - Você disse que eu era uma princesa, filha de um rei e que eu jamais deveria me curvar quando algo me desagradasse... nem mesmo diante do próprio do rei, pois era assim que surgiam os grandes homens e mulheres. Pois era assim que se erguiam os maiores líderes e imperadores. Quando você a colocou em minha cabeça... - ela pegou a tiara e delicadamente a acomodou no local em que deveria estar - Você automaticamente me deu esse poder, essa liberdade para eu fazer o que eu bem entendesse. Automaticamente eu me tornei responsável pelos meus atos, responsável por outras pessoas e até mesmo por você. Meu dever é e sempre será amar você e minha família, mas acima de tudo... o meu maior dever é honrar o que me ensinou. E se você um dia me crucificar por todas as minhas escolhas, quero que olhe para nosso passado e para dentro de si mesmo e saiba que só estou praticando o que aprendi com você. Que só estou seguindo os seus conselhos, e que todas as consequências que recaírem sobre mim, foram todas criadas por você.

Klaus a olhou em silêncio vendo a tiara incrustada reluzir nos cabelos cacheados escuros, os olhos da mesma maneira mostrando que ela estava firme no que dissera. E certa, mais certa do que nunca. O loiro a deixou sentada em sua cama de dossel e partiu não tendo tempo de ver o sorriso de Natalia ao ver que havia se controlado e que não precisara de uma guerra de gritos e nem de sangue para sobrecarregar mais ainda a cabeça de Niklaus. Ambos sabiam que não era apenas pelo fato de ter se tornado vampira, aquela conversa era por tudo. A guerra estava travada, ele sabia que logo ela iria procurar sua independência.

...

Niklaus olhava de uma para outra se arrependendo amargamente de um dia ter perseguido Caroline, agora  a mais nova recente vampira fazia questão de invadir sua casa para fofocar e reclamar sobre absolutamente tudo que podia. Até mesmo o esquecido Tyler para quem Niklaus se quer se importava, na realidade nem conseguia se lembrar quem era Tyler, estava ocupado demais com os próprios problemas para lidar atenção. Pior do que isso só o fato de Valerine, Natalia e Rebekah estarem no mesmo ambiente que ela com uma cara extremamente desagradável como se estivessem prontas para chutar Caroline para fora.

— E eu sei que isso deve ter alguma coisa com você, desde que veio para cá os meus amigos sumiram todos, a cidade vem se enchendo de corpos e eu nem preciso dizer que as estáticas de desaparecidos e assassinados em Mystic subiu não é? - a loira gritou e ele cobriu os lábios contendo a raiva.

— Do que exatamente está falando Caroline? Chegou me falando de vestidos, depois reclamando de Damon e Stefan, me criticou pelo seu chuveiro ter quebrado e ainda tomou banho na minha casa, falou sobre Tyler e agora vem conversar sobre estatísticas. – o loiro cruzou os braços.

— Cadê o Matt? - ela o questionou e ele cruzou os braços.

— Eu não sei. - respondeu com sinceridade.

— Matt está desaparecidos há vários dias, estava trabalhando no bar. - Natalia ficou tensa imaginando de quem se tratava, o loiro de lindos olhos azuis, o primeiro em que afundou suas presas.

— Ligue para policia. Não sou cão rastreador. - Klaus ironizou - Melhor ainda querida, ligue para Tyler.

Rebekah riu abertamente sem se importar com a cara feia de Caroline que virou as costas e foi embora furiosa batendo os saltos contra o piso de madeira em fúria. Natalia relaxou visivelmente sabendo que Klaus era o único que não sabia de seu descontrole que quase custou a vida de todos habitantes, e custaria se o moreno misterioso chamado Sebastian não tivesse surgido.

— Parece estar se adaptando bem ao vampirismo. - ela se assustou quando ouviu a voz de Elijah e então ergueu os olhos vendo que só haviam os dois na sala e que ele já estava sentado impecável na poltrona de frente para ela - Acreditei que teria dificuldades, mas pelo visto estava enganado.

— Você está enganado em relação há mim em diversas coisas. - ela sentira o temperamento explosivo lhe consumir - Uma delas é de que eu me esqueci sobre aquela nossa conversa, a outra é não saber que eu sei o que você se sente sobre mim e a última é achar que eu vou desistir fácil assim e que tão pouco vou me sujeitar a passar o resto da minha existência rastejando atrás de você. Eu não fui criada como uma adolescente comum, você há deveria saber disso. - a voz dela era baixa e sombria enquanto se erguia e ele a acompanhava.

— Eu não esperava que viesse a desistir ontem, nem nesse ano e nem talvez no próximo. Mas esperava que um dia visse que isso não pode acontecer, não pelo nosso relacionamento familiar, mas que isso possa representar uma afronta a Niklaus, acha que é só nos unirmos e tudo será do jeito mais fácil? Provavelmente eu serei entalhado pela eternidade e você será apenas uma outra Rebekah que provavelmente nunca sentira o sol tocar a própria pele novamente. Adivinha por que você não tem uma pedra do sol...? É fácil responder. Ele está te castigando, te privando de fazer o que quer, te privando de ir muito longe.  Você ainda acha que está no controle?

— Acha que nós somos apenas um molde nas mãos de Klaus? - ela riu com sarcasmo e logo parou ao sentir o cheiro doce e perceber que ele havia se levantado e tocando-lhe carinhosamente a bochecha. - Nós não somos.

— O fato é que... em mais de mil anos nunca deixamos de ser... e assim será com você. - ele a encarou com intensidade se mantendo comportado - Ou você está preparada para lutar com todas as suas armas, ou está preparada para perder todas as batalhas e recuar diante da guerra .

— O problema Elijah, é que eu estou disposta a tudo. Você é quem se entregou antes mesmo de iniciar uma batalha. – ela o olhou com os olhos carregado de emoções, o brilho de diversão brilhava em seus olhos quando ela se aproximou o suficiente para agarrar o cabelo escuro e puxar o rosto de Elijah para o seu o beijando intensamente, sentindo ele rodear a cintura com os braços quentes.

Natalia se afastou notando as bochechas coradas e os olhos brilhantes, ele a amava e ela sabia disso. Mas era uma pena que recuasse diante de Niklaus.

— Isso foi para você lembrar que o tempo passa mais rápido do que queremos, e que se você não for atrás do que você quer, outro virá pra preencher o que você se nega a fazer por medo. – ela abriu um sorriso malicioso – Quando destruirmos a cura e prendermos Esther, eu irei embora, quer vocês queiram ou não. Se você ficar... eu vou entender que você está preso a ele pra sempre.

— Olá Natalia. É bom reencontrá-la por aqui, como vem lidado com o vampirismo? - ela virou o rosto para Sebastian se apoiando no balcão com descaso, ele lembrava um pouco de Elijah, o estilo sério e o terno que não saia do corpo por nada.

— Venho me saído melhor, sem tantas mortes. - declarou sem interesse enquanto olhava as pessoas vagando pelo local, Rebekah estava distante junto de Kol - E você, como tem se saído ajudando projetos de morcegos iniciantes?

— Nota 10. Meus queridos alunos não reclamaram dos meus serviços. - brincou e ela apenas suspirou contrariada, a discussão com Elijah sendo relembrada e a irritando profundamente.

— Talvez os seus alunos se satisfaçam com pouco. - resmungou baixo e ele riu sem se importar com o tom ácido, dificilmente um vampiro conseguia tratar outro bem.

— Não levarei isso ao pé da letra Natalia, confesso que conheci pessoas bem mais antipáticas. admitirei que... você não está na lista nem das 500 mais piores.

— Bem satisfatório. - resmungou novamente e ajeitou os cabelos escuros vendo o quão tranquilo ele estava.

— Espero que realmente esteja se sentindo bem. - ele a olhou com carinho e ela logo baixou a guarda - Sei como é difícil passar por uma transformação sozinho, sei que as coisas podem piorar se não tiver alguém pra te guiar. Não se sente confusa sobre o que fazer?

— Não. - mentiu enquanto pensava, o mundo não parece mais tão aventureiro quando se tem a eternidade, quando se tem tudo o que pode ter e muito mais... tudo parecia fácil demais, bobo demais. Talvez ela precisasse se elevar ao nível de Niklaus, não... não precisaria de tanto.

— Bem... talvez você devesse explorar novas possibilidades, montar um castelo, um reino... se tornar uma rainha e fazer alguns inimigos.- ela engoliu a risada carregada de sarcasmo e ele abriu um imenso sorriso brilhante que a deixou desnorteada por breves segundos.

— Como consegue lidar com essas emoções tão confusas? É tudo tão intenso. – comentou frustrada – Eu já senti raiva, mas o que eu sinto agora parece mil vezes pior. Eu destruiria um mundo pra saciar o meu ódio.

— E poderia fazer isso, mas não a saciaria nunca. – comentou melancólico – Infelizmente é algo difícil de se controlar... alguns nunca conseguem.

— Ah... Olá. - uma loira se meteu entre os dois empurrando o homem para longe e Natalia a olhou de cara feia - Klaus ainda não respondeu a minha pergunta. Onde Matt está?

A morena a olhou com raiva sentindo os ossos ferverem, mordeu os lábios com força e suspirou. Estava cansada de Caroline a perseguindo de cima para baixo perguntando onde estava o maldito Matt.

— Talvez você deva ir novamente até Niklaus e questionar, não sou garota de recados Caroline. Talvez Valerine tenha respostas. E não me incomode mais, ou você será mais outra desaparecida. - Caroline abriu os lábios chocada e arregalou os olhos vendo-a partir completamente irritada.

— De onde ela o conhece? - Sebastian a questionou.

— A garota foi adotada pela outra mulher, a tal da Valerine que é um projeto mal feito de filha. – repetiu as informações que Natalia havia lhe dado quando abriu a porta naquela manhã, informações falsas. Agora Valerine era a filha adotiva de Niklaus e Natalia era apenas uma escolhida por ela, sem valor algum para Niklaus.

— Filha?

— De Niklaus. – ele a olhou confuso e negou com a cabeça se negando a acreditar que a família havia aumentado.

— Território marcado. – resmungou se divertindo e a loira estreitou os olhos o empurrando antes de sair do local pisando com força e batendo a porta.

— Calma ai pequeno Nik. – Valerine segurou o braço de Natalia com força quase o arrancando assim que ela passou por ela na mansão. – Tenho que te ensinar uma lição vampira. – as duas se olharam, os olhos de Valerine brilhavam de forma perversa, tão perversa que Natalia teve certeza absoluta que elas se meteriam em um imenso problema – Vou mostrar pra você como ser uma vampira de primeira classe.

— O que foi Valerine? – rolou os olhos vendo o sorriso dela se alargar.

— Vamos conseguir a sua pedra do sol.

— Não temos bruxas. – outra riu de forma irônica.

— Não precisamos ter uma para nós. Já ouviu falar na iniciativa... assustar? Temos uma Bennet e reféns. Vista uma roupa bonita, não queremos que os inimigos achem que estamos na pior.

— Valerine. – Natalia suspirou sentido a adrenalina correr pelo seu corpo a extasiando, vira a figura de Elijah passando pelo alto e soube que não teria nada de emocionante por muito tempo – Descerei em dois minutos.

 


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