No Roses escrita por AleyAutumn


Capítulo 19
19




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19

— Não hesite.

 Valerine passou ao lado de Natalia pisando no chão com força – quando a mesma travou após o jogar no chão - e assustando a moça quando enfiou o salto da bota na garganta do garoto ao lado da bruxa que já as olhava com desconfiança assim que as duas entraram na lanchonete.

Bonnie saltou para trás com os olhos arregalados assustando todos ao redor, uma quantidade considerável de pessoas. Natalia girou a placa e fechou as persianas da porta enquanto olhava Valerine com atenção que não parecia querer dar apenas um susto. É... não era só um susto.  Na realidade estava bem longe disso.

— Olá Bonnie. Estamos precisando de ajuda. – mostrou o anel – Nos ajude. – sorriu para a bruxa. – Juro que não vamos incomodar mais, foi muito difícil trazer Natalia aqui debaixo desse sol. Sabe como é, os mortos se decompõem com mais rapidez quando tem sol, ou algo sim... não sei. Não tive muita paciência pra ver minhas vitimas evaporarem. – a vampira sorriu, as pessoas não corriam devido a hipnose que ambas fizeram antes de Bonnie surgir. Sabiam que aquelas pessoas seguiam sempre a mesma rotina.

— O quê faz vocês acreditarem que eu irei as ajudar? Peçam a Niklaus. – ficou em posição defensiva as encarando com medo se preparando para usar os poderes. – Não há motivos que me façam ajudar qualquer um de vocês, Niklaus e sua família vem sendo culpados por tudo de ruim que veio acontecendo em Mystic Falls.., não gostaria de se meter com nenhum Mikaelson no momento, principalmente quando eles estavam tão nervosos procurando pela cura.

— Não. Niklaus gosta sempre de dificultar um pouco de nossa vida, viemos tentar o modo fácil, divertido e educativo. Nos ajude e nós recompensamos em não matar todos aqui.- colocou um dedo na frente dos lábios – É claro... evitaremos encostar no seu lindo garotinho, talvez precisemos colocar um pouco de medo em Elena em algum momento. – Valerine falava rapidamente sentindo o corpo se encher de emoções, emoções que ela nem sempre quis controlar, ao contrário de Natalia que travava uma batalha cruel entre o vampirismo e si mesma. Mas perdia a batalha a cada segundo.

— Não se controle assim ou será frustrada eternamente como o nosso Tefinho.- a outra a cutucou.

— Não existe um motivo no mundo que me faça... ajudar vocês. – blefou as olhando firme e ganhando um olhar aterrorizante da vampira mais velha, Valerine era um monstro.

— Eu espero muito que Caroline te perdoe... se ela viver. – sussurrou e olhou para Natalia que retribuiu o olhar nada simpático, a mais nova continuou com os olhos cravados na bruxa a analisando por alguns momentos, Bonnie parecia um cachorrinho acuado.

Bonnie se assustou ao ver Liz em hipnose arrastando Caroline pelo chão com grossas correntes a rodeando, a vampira estava desacordada e estava coberta de verbena, o óleo e a planta a cobriam por inteiro causando-lhe queimaduras terríveis.

— Nós podemos esquecer o nosso pequeno desentendimento... ou... eu posso dar continuidade ao maior massacre que essa cidade inteira vai ver? – Natalia a questionou e Bonnie arrancou o anel da mão dela sem ao menos parar para pensar.

Natalia se questionou o motivo de Valerine não ter roubado o anel de Caroline para que ela pudesse usar, mas não ousou a questionar. Duvidava das intenções da vampira com quem crescera, agora vira o motivo de até mesmo Niklaus a temer em alguns momentos e por muitas vezes a ver como uma deusa. Ela era a inimiga que ninguém queria ter.

— Aqui. – Bonnie arremessou o anel para Natalia que o colocou e foi em direção a uma pequena fresta na janela pela qual entrava o sol, esticou a mão sentindo a pele esquentar, mas não queimar. Isso a aliviou, Natalia já estava a quase um mês inteiro sem sair de casa durante o dia.

— Suas intenções foram boas Bonnie... Elas iriam apreciar isso. – Valerine foi em direção a Liz e lhe entregou uma pequena estaca de madeira a olhando nos olhos. – Liz... mate Caroline.

Bonnie gritou indo em direção a vampira e Natalia agiu a jogando para longe, a bruxa se levantou rápido e olhou para a mais nova a atingindo em cheio fazendo a vampira gritar em desespero ao sentir a dor alucinante em sua cabeça. Valerine lhe acertou um soco no rosto que a desnorteou, a vampira ajudou a mais nova levantar.

— Jamais, nunca confie em seus  inimigos. Nem sempre eles tem algo a perder.

Valerine suspirou ao sentir a dor lhe atingir a cabeça com força, mas se manteve de pé respirando com dificuldade devido a dor intensa, ela não levaria isso muito longe. Sabia que a maior estupidez que um vampiro pode fazer é prolongar uma briga com uma bruxa.

— Mesmo? – questionou em fúria e pegou a bandeja da mesa mais próxima, então sem dizer absolutamente nada a arremessou em direção a Bonnie, Natali só teve tempo para registrar a cabeça da bruxa rolando pelo local entre as pernas dos clientes paralisados.

— O que fazemos com o resto? – a mais nova perguntou friamente sentindo a adrenalina pelo corpo.

— A festa é pra você.- se sentou em uma mesa olhando as pessoas no local com frieza – Eu vou comer um bolinho e você... bem... por que não um café da manhã reforçado?

Natalia teve a mais absoluta certeza de que jamais a teria como inimiga, sua grande amiga não se importava com absolutamente nada.

...

Niklaus podia sentir a tensão que existia entre os membros da família. Rebekah estava quieta demais sentada na poltrona, Kol apenas lia um livro assim como Elijah que encarava o loiro com uma expressão séria. 

— Natalia saiu. - ele avisou o loiro que deu de ombros sem  realmente se interessar.

— Com Valerine. - o loiro emendou sem se importar realmente com isso, sua preocupação ainda era sobre a cura rondando por ai, não sabiam a potencia disso, mas a especulação era a pior possível. – Não tente pensar muito nisso, de longe Valerine é o menor de nossos problemas.

— Isso não deveria ser motivo de preocupação?

— Que a minha filha esteja aprendendo a lidar com problemas, a lidar com inimigos? Definitivamente não é. – ele falou sem se importar, embora desconfiasse um pouco dos “cuidados e aulas” de Valerine.

— Niklaus...- Elijah interviu, ele não odiava Valerine, mas não viveu tempo o suficiente com a mulher para poder confiar o suficiente nela assim como Niklaus e Kol faziam. Era como se a vampira fosse uma espécie de bicho que iria converter Natalia a qualquer momento. Ele não duvidava de nada.

— Elijah não me diga como criar Natalia, por 18 anos nunca tive esse problema, mas bastou você aparecer na vida dele para tudo virar um inferno. - ele resmungou ainda sem o olhar.- Natalia é apenas minha responsabilidade, eu sei o que é melhor para ela e você não vai interferir e muito menos me dizer como criar a minha filha. – o olhou rapidamente e respirou fundo abrindo um livro.

— Meu irmão... não estou dizendo como criar Natalia. - o loiro o olhou - Estou tentando mostrar a você o que tem que fazer em uma guerra para garantir que nenhuma vida seja perdida. Não nos torne seus inimigos, nós já temos mais do que podemos lidar. E não se esqueça que isso é graças a você.

...

Natalia caminhava tranquilamente pelos corredores do museu olhando alguns vestidos antigos na exposição, o local estava silencioso, quieto e cheirava a madeira. Valerine havia desaparecido para conseguir brownies na loja ao lado e deixara Natalia por breves segundos presa na chacina de manhã cedo e na lanchonete incendiada, havia feito parecer que fora um acidente. Sua cabeça ainda estava presa nos truques de Valerine, a forma como manipulara Bonnie e no fim fizera exatamente tudo ao contrário. Isso a deixou mais alerta ainda, era mais nítido ainda que absolutamente ninguém era de confiança.

— Ah, olá. - ela ergueu os olhos vendo a mulher de cabelos longos e pesados, os fios lisos escorrendo pelas costas - Sou Elena. - o sorriso malicioso se abriu.

— A namorada do Stefan, bem... tenho uma ideia de quem seja. Ninguém por quem eu me interesse conhecer. - continuou a caminhar tranquilamente.

— Namorada do Stefan. - a morena repetiu com um sorriso malicioso enquanto ajeitava os longos fios com os olhos fixos em Natalia. - Natalia sabe o que me incomoda nisso tudo? - a garota se virou para a olhar sem interesse. - Eu gosto de ter muitos aliados, principalmente no que se refere a lutar contra grandes inimigos... você por exemplo, tirou o meu maior aliado que eu consegui em anos.

— Seu aliado? Sebastian por acaso? - a jovem a questionou sem realmente se importar em nada com o assunto.

— Não exatamente. Um lindo e alto moreno. Gostoso. - enumerou sorrindo para ela – Elijah é um homem... tão... e você o tirou de mim.- a morena estava confusa, que merda essa cretina de nome Elena tivera com Elijah?

— Olha aqui praga, se você não tem nada de bom para fazer é melhor sumir da minha frente. Eu não estou com paciência para joguinhos imbecis, eu vim ver a porcaria do vestido vitoriano e é o que eu vou fazer, com Elena viva ou morta. - mas a outra não a escutou.

— Rose vai chegar algum dia, ela é uma boa mulher e completamente apaixonada pelo seu tio querido. - riu ironicamente sabendo que Rose estava morta a muito tempo, mas o prazer em a irritar era imenso, embora não parecesse ter muito efeito.– E adivinhe minha doce e rebelde garota... ela é livre, completamente livre de Niklaus. Os dois não precisam da aprovação dele.

— Eu também não preciso! - a garota resmungou a olhando e vendo o sorriso dela se alargar, já estava completamente impaciente com aquela mulher diante de si, ela já havia sido alertada milhões de vezes que Elena poderia ter muita utilidade sendo uma duplicata Petrova.– E não me teste sua vadiazinha sonsa, eu garanto pra você que não sou muito boa em seguir as regras de Niklaus...

— Não estou te testando, apenas estou comprovando minha teoria. Que mesmo sem ter nenhum sangue, os Mikaelson’s são completamente covardes.

A morena apenas sentiu o soco no rosto que a fez jogar a cabeça para trás, encarou Natalia com o nariz sangrando e sorriu sem realmente se importar com o feitio. Natalia apenas sentira o chute na panturrilha que a levou direto para o chão, era uma vampira jovem e inexperiente, mas até onde sabia Elena não passava de uma humana estúpida metida a caçadora.

— O bebê Mikaelson acredita mesmo que as coisas funcionam somente da maneira que quer? Você é mesmo um clone daquele desgraçado. - a mulher agachou com o rosto manchado de sangue – Eu espero que Niklaus pague por toda a dor que me fez passar e se é te matando e o deixando completamente mortal… é isso que vai acontecer.

Natalia a puxara violentamente pelo cabelo escuro e a segurou com força empurrando a cabeça dela em direção ao chão o sujando completamente de sangue quando o nariz dela simplesmente explodiu ao tocar o piso. A outra apenas lhe acertou um soco forte nas costelas se soltando do aperto dela, a mulher recebera um chute no rosto que a lançou para longe, Natalia se levantou e correu em direção a ela, porém caiu no chão quando fora atingida no pescoço por uma estaca de madeira.

A jovem sentiu o sangue escorrer pelo pescoço e viu a outra sorrir de maneira sádica e então a mulher fora lançada para longe com um chute na costela que a jogou contra a parede derrubando diversos quadros pelo local.

Valerine correu até a jovem e arrancou a madeira do pescoço de Natalia, correra até a outra morena que levantava e lhe deu um soco na cabeça com força extrema, tanta força que Natalia ouvira o crânio de Elena rachar. As duas olharam o corpo cair e Valerine deu de ombros.

— Está viva. Pega esse troço, vamos dar uma lição nessa piranha. - Valerine saiu fazendo Natalia revirar os olhos – Cacete, amassei meu bolinho.

A mulher acordou vendo duas morenas a encarando com um pequeno sorriso, seu corpo estava acorrentado e isso a encheu de desespero. Anos fugindo de Niklaus para no fim ser pega por duas vampiras bebês, bem, era torcer para que a filha fosse tão estúpida quanto o pai.

— Você não está lidando com homens agora, é bom começar a ter medo. - Natalia sorriu vendo o terror passar pelos olhos dela – Desde o primeiro dia que eu te vi já não fui muito com a sua cara, mas ai você resolve aparecer por aqui falando mal de mim, da minha família… e espere mesmo que eu engula isso? Meio difícil. Eu sou rancorosa, é algo que você deveria esperar de um Mikaelson.

Ela deu um tapa forte no rosto da mulher que quase lhe quebrou o pescoço, os olhos cheios de ódio. Natalia descontaria todo o seu ódio de uma vida na mulher, Elijah a rejeitara, Niklaus bem… estava destruindo sua vida. Finn tratava de deixar tudo pior do que já era e ter sua vida ameaçada por uma possível cura fazia com que ela entrasse em pânico.

— Enfie uma estaca no pescoço dela. - Valerine sugeriu.

— Enfia você.- deu de ombros sem ao menos ao ouvir.

— Tá bom.- a vampira sem nem hesitar cravou a estaca no pescoço da mulher deixando Natalia de olhos arregalados enquanto o sangue escorria desenfreadamente a medida em que se afogava em seu próprio sangue.

— Valerine o que você fez? Era só para assustar ela! - gritou.

— Você me falou pra fazer! Achei que estivesse com medo! - a outra morena gritou de volta irritada com a situação vendo a vítima com os olhos fechados enquanto litros de sangue saiam da ferida.

— Mas é claro que não, você enlouqueceu?

— Nunca incentive uma mulher a matar outra mulher a menos que você realmente queira isso. Só podia ser filha daquela criatura histérica. - rolou os olhos e cutucou o pescoço lotado de sangue e enfiou o dedo na boca – Minha nossa, está explicado o motivo de dizerem que esse sangue é amaldiçoado. - Natalia riu tensa e viu os olhos da outra morena piscara – Espere… Natalia. - o tom de riso na voz da guardiã a deixou tensa – Não é Elena, é Katherine.

— Sério que isso é Katherine? - a outra se aproximou – Elas são bem parecidas mesmo. - zombou vendo a vampira mais velha ficar irritada com a comparação.

— Mas acho que Katherine é bem mais estúpida, Elena é tão patética que não se arriscaria, mas Katherine é infinitamente mais patética ainda por achar que pode lidar com algum de nós. - Valerine riu se afastando.

— Patética é você garotinha, achando que está vivendo em um conto de fada. – ironizou – Seu sonho vai ser esmagado mais cedo do que imagina, e se não for pelos inimigos de Niklaus. Pode ter certeza que será por ele.

— A criatura patética está aprendendo a lidar com a força, e nada melhor do que conseguir uma boneca viva pra fazer esse teste. Nem imaginava que você iria se voluntariar, mas sou grata por isso, não precisei ser burra o suficiente pra correr atrás do meu inimigo, mas sim esperta o suficiente para esperar ele vir até mim. - Natalia respondeu e Valerine a olhou de cara feia.

— Onde está a cura? - Natalia a encarou vendo os olhos de Katherine brilharem.

— Não quero ser chata, não quero ser… incômoda… mas está com Esther. Alguns anos atrás a cura foi fabricada, os vampiros criados pelo vampiro que a tomou teve seus laços cortados e ele morreu logo depois… os poderes de persuasão que tinham sobre ele deixaram de existir… não é certo… mas acreditamos que o mesmo vai acontecer com o Klaus. E nós viveremos longe dele e sem conexão com ele para sempre. O laço que nos une deixa de existir e ele não possui mais poder algum sobre nós.- isso a fez rir animada pensando em todas as possibilidades que teria quando ele morresse.

— Onde está a cura? - Valerine se aproximou.

— Você não entendeu? Essa história é apenas uma lenda, nós precisamos de uma confirmação antes de arriscarmos a nossa “rainha”. - ironizou e suas mãos voaram em direção ao pescoço de Valerine cravando a agulha no local e fazendo a vampira cair para trás enquanto sentia todo o corpo queimar – Parabéns, você foi a escolhida.

— Lerry! - Natalia se virou na direção dela e viu a vampira tentando fugir enquanto Valerine ofegava se encostando na parede gelada.

— Não deixa essa vadia sair. Mate ela. - pediu.

— E não quer saber o que vai te livrar disso? - Katherine iniciou seu jogo, mas acabou tão rápido quanto começou, da forma que ela não desejava – A chance de se manter viva? Eu sou a única coisa que pode te salvar, se você fizer o que eu quiser.

— Não. Nós não negociamos, não precisamos de você. - olhou para Natalia sorrindo que logo a acatou – Sua primeira inimiga sobrenatural. Mate ela.


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