No Roses escrita por AleyAutumn


Capítulo 17
17




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17
Ódio descrevia Niklaus, dor descrevia Niklaus, pânico descrevia Niklaus e boa parte de sua família. Finn não possuía expressão alguma e Valerine era apenas um corpo vazio incapaz de sentir alguma coisa, ela estava completamente sem vida enquanto apertava os botões do controle remoto com os pés em cima do corpo de Finn o sujando de lama com suas botas sujas.

– Ela vai voltar.- a voz dura de Elijah o despertou – Está voltando a ter cor. – ele desceu com as mãos nos bolsos encarando o irmão que mordia os lábios em revolta, tudo fugindo de seu controle.

Por quê tudo em sua família tinha que ser complicado? Por quê sempre escolhiam a pior opção?

– Isso é culpa sua. – Klaus o acusou explodindo de repente. – Acha que eu nunca me toquei? Para que foi incentivar a rebeldia de Natalia?– ele berrou – Fez a minha filha se apaixonar por você e pior ainda, como sente coragem de se apaixonar por ela? – ele olhava o irmão em cólera.

– Eu disse que...

– Não sou burro, você não me engana mais irmão, eu sei muito bem o que está acontecendo aqui. De baixo dos meus olhos, esperei que fosse uma mentira, mas a verdade é bem mais dolorosa. Você matou Natalia!

– Você deu seu sangue a ela. – o corrigiu – E Natalia escolheu por vontade própria o que queria ser, se não quisesse que ela se tornasse isso então talvez nunca devesse ter a pegado para si Niklaus. Ela não é uma criança, nós temos inimigos de sobra para nos transformarmos neles.

– Isso não muda o fato de que está apaixonado pela minha garota!- ele berrou e Elijah o olhou sério.

– Não muda, mas as minhas decisões mudam o que pode acontecer entre mim e entre ela. Essa família já viveu guerras demais.- dito isso se afastou deixando todos no andar de baixo.

Fora uma admissão que deixara Niklaus chocado e com muito ódio.

...

Quando abrira os olhos a primeira coisa que vira fora Kol com os olhos vazios a encarando fixamente, ele estava completamente relaxado embora ela soubesse que as coisas não aparentavam estar tão bem quanto parecia. Pela primeira vez a casa estava completamente silenciosa, ela apenas ouvia Kol e nada mais do que isso. Ouvia a respiração dele, o coração batendo calmamente, ouvia-lhe o sangue correndo pelas veias tamanho era seu silêncio e então Natalia concluiu que agora era uma vampira. Era fácil demais notar essa diferença, o local inteiro ao seu redor parecia vibrar, até mesmo a movimentação da poeira lhe era perceptível.

– Eles saíram, por isso não os ouve. – Kol a avisou a encarando com seriedade – Niklaus está em fúria depois que Elijah admitiu não com todos palavras o que sentia por você. Que pela sua cara... deu pra perceber que ele não lhe disse, não é? – o moreno questionou vendo a verdade nos olhos dela – O que me deixa com ódio nisso tudo, é que vocês são umas das poucas pessoas que podem lutar contra ele, mas não o fazem, os motivos nem eu sei. Talvez nunca saiba. Foi esperto da sua parte, Rebekah ficou satisfeita e acho que não preciso dizer a respeito do que os outros acharam sobre isso. – ele tinha o rosto apoiado nas mãos entrelaçadas.

– É a melhor maneira. – falou baixo e ele sorriu com carinho – Sempre me disseram para libertar os meus demônios... Mas Niklaus é meu pai, me criou... cuidou de mim. Não dá pra se libertar de algo que se ama.

– Sim, é a melhor maneira.- ele decidiu se manter em silêncio diante da divagação dela.

– Você gosta de ser vampiro? - o perguntou quando ele saltou a janela que dava para o jardim.

– Pule e me responda o que você acha sobre ser uma vampira. Acho que teremos da mesma opinião. – Natalia sorriu e sem hesitar se lançou do segundo andar parando suavemente de pé, ficara feliz por não precisar se esforçar para o ouvir, ficara mais feliz ainda ao sentir o arrepio frio e ao ver que não havia sofrido uma única lesão em seu corpo.

– Parece algo divertido. – ela admitiu sorrindo e mordeu os lábios o seguindo pela floresta escura andando rapidamente e enxergando nitidamente embora fosse tarde da noite – Por quê todos eles saíram daqui? – Natalia se sentia como uma criança desobediente, esperava que o vampirismo a mudasse de imediato, mas sabia que ainda estava em maus lençóis.

– Acho que não queriam olhar pra sua cara quando acordasse, cada um sente um pouco de culpa, embora você seja imortal ainda, Klaus se questiona a todo momento os motivos que fizeram que você tivesse coragem pra se lançar de uma escada e depois saltar do telhado da casa. O primeiro teria sido o suficiente pra um humano ter um trauma.

– A resposta é a minha própria sobrevivência. Você, Valerine e Klaus sempre me disseram isso, que a sobrevivência sempre virá em primeiro lugar.

– É por isso que está desistindo de Elijah? – ela o olhou seriamente se questionando desde quando havia sido tão transparente.

– Não estou desistindo. Agora com a eternidade pela frente, eu terei tempo de sobra pra fazer o que quero e darei tempo para que Niklaus esfrie cabeça. – ela suspirou olhando o céu estrelado – Eu vou seguir com a minha vida Kol, mas irei deixar claro para ele que sempre estarei aqui e quando ele tiver coragem o suficiente... nós iremos passar por Klaus juntos, não adiante eu lutar por isso sozinha. Enquanto Klaus tiver a esperança que isso pode ser controlado, ele ainda estará ditando nossas vidas.

...

– Então resolveu seguir em frente? – Rebekah a questionou caminhando com ela pela rua, a noite estava bem escura, Natalia ainda não possuía sua pedra do sol e tão pouco havia concluído sua transformação como vampira. Ela ainda esperava pela pior parte e a temia, logo roubaria a vida de alguém para que pudesse ter a sua própria.

Pela primeira vez ela sentia que mataria alguém com suas próprias mãos, sentiria o peso do sangue, sabia disso...embora Rebekah parecesse completamente alheia sobre o assunto provavelmente acreditando que Kol já teria disso.

– Sim. – admitiu sentindo o peso no coração, ela não queria seguirem frente, mas não deixaria de viver pelos seus problemas, já fora contida por tempo demais por Klaus.

Rebekah a olhou de lado sentindo o peso no próprio coração, lhe doía ver Natalia desanimada pelos cantos com a personalidade se intensificando junto de sua dor devido ao vampirismo e lhe doía mais ainda ver a feição de Elijah piorar de acordo com o milênio, as mulheres que amou sempre tiveram um ponto final, dessa vez ele estava diante de uma delas e estaria por toda a eternidade vendo-a seguir em frente o transformando em uma sombra em seu passado, por acreditar que sua união familiar seria quebrada. Embora já estivesse quebrada há tempos e pudesse se reconstruir daqui anos, milênios. Eles teriam tempo de sobra pra se perdoar.

– Olha ali. – Rebekah apontou para a figura de cabelos cacheados que virou em direção a elas, para Natalia era Elena, para Rebekah era a inconfundível Katherine e ela tinha que pegar Katherine, afinal a desgraçada estava com uma das curas.

A loira desapareceu atrás da outra vampira deixando Natalia para trás que olhava tudo sem o menor interesse enquanto torcia para que Rebekah a pegasse e trouxesse a cabeça dela em uma bandeja. Se virou despreocupadamente e seguiu em direção ao bar vazio, tinha apenas um barman loiro que a olhava com um sorriso e logo depois entraram mais duas pessoas no local se acomodando em um canto mais escuro para conversar.

Natalia respirou fundo sentindo os cheiros suaves do local e dos corpos presentes, os ouvidos pulsavam junto com os corações que batiam no local trazendo seus instintos a tona, ela podia ouvir o sangue circulando pelos corpos, agitando-se e esquentando a cada nova batida. Ela precisava disso, então discretamente ela fechara a porta, as persianas e as barrara. Natalia não se sentia mais em seu corpo, uma frieza descomunal atingira seu corpo, ela não possuía mais controle sobre ele quando atacou o barman loiro e enfiou suas presas no corpo dele.

Não sentira sua sanidade quando matou uma garota que parecia ser tão jovem quanto ela e muito menos quando sugou completamente o sangue do namorado dela e logo depois quebrou o pescoço do jovem tentando conter o descontrole que a dominava, o pânico de ver seu corpo agir completamente sozinho em busca de suas necessidades, como uma droga, como um vício. Ela estava provando o inicio de uma vida sangrenta da qual só fugiria com a própria morte.

Ela fora encontrada mais tarde, alguns minutos depois em um pub escuro que deveria estar lotado de pessoas, no entanto só possuía centenas de mortos espalhados pelo chão em pequenas montanhas. A jovem curvada sentindo o sangue seco ao redor dos lábios enquanto as lágrimas caiam desenfreadamente sem que ela se sentisse completamente saciada. Seu controle não existia mais.

Sentira o aperto firme no ombro e seu corpo fora virado delicadamente, os olhos escuros se encontravam. O homem a sua frente era um vampiro e Natalia percebera isso logo. Apesar de cauteloso demonstrava simpatia, ele suspirou e tirou o lenço de dentro do bolso paletó cinza claro que se manchou de sangue quando ela o segurou com firmeza se preparando para o arremessar para longe, mas teve suas mãos seguradas por apenas uma que a tocou com firmeza e delicadeza.

– Shiu, se acalme. Calma. Está tudo bem. – sua voz fora suave carrega de sotaque espanhol – Vamos te limpar minha querida. – ele pegara um copo ao lado do corpo dela com líquido incolor e o molhou passando delicadamente e limpando o sangue seco com cautela tentando não a assustar. – Respire, isso já passou, não irá se repetir novamente. Sei que acha que necessita de sangue agora ,mas se se controlar... verá que está mais do que saciada. – a voz dele penetrava em seus ouvidos parecendo ecoar.

E ela o fez percebendo a veracidade das palavras dele, sentia que estava prestes a explodir. O cheiro doce da bebida inundou suas narinas e seu corpo fora levantado pelos braços, ela fora carregada até o banheiro ainda entorpecida e teve suas mãos lavadas cuidadosamente, a jaqueta manchada de sangue ficara jogada no chão e Natalia saíra do local limpa como se nunca tivesse realmente drenado todas aquelas pessoas que eram pisoteadas por seus saltos.

– Sou Sebastian Valence. – ele se apresentou e ela o olhou vendo que os olhos completamente negros agora estavam de um tom de castanho escuro, os cabelos de um preto incrível e lisos penteados com perfeição, a barba rala de desenho perfeito.

Lembrou-se das duras palavras de Valerine “ Um vampiro nunca se aproxima de outro com boas intenções Natalia, e eles odeiam Mikaelson’s mais do que qualquer outra coisa, mais do que bruxas e mais do que odeiam os caçadores. Você precisa se proteger, principalmente se eles não estiverem por perto. Sua nova vida começou agora, você se tornou um monstro como todos nós. Deve agir e pensar como um a partir de agora, não se subestime e não os subestime. Nesse mundo não é o mais forte que vive e sim o mais inteligente”

Ela o analisou por breves minutos sentindo seu corpo ser preenchido por emoções fortes que vinham de maneira descontrolada. Por fim respirou fundo, os olhos repletos de vida. Tão brilhantes como uma constelação, o largo sorriso perverso que aprendera com sua família. Um sorriso Mikaelson.

– Sou Natalia. Natalia Gustach.


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