Havia se passado duas semanas, eu já tinha feito bastantes amizades, mas algumas meninas ainda não gostavam de mim pelo falo de eu ter chamado atenção do Luan no primeiro dia. Ele não falou mais comigo durante todo esse tempo, às vezes me olhava de relance, mas poucos minutos depois já estava encima de outras, com certeza isso era bom, ele já havia me esquecido totalmente, nem se quer tentou lutar pra ficar comigo, não sei por que ainda penso nisso, eu não devia dar o mínimo de importância.

—Hoje tem prova de matemática neh? – Shelby se sentou e Daniel veio logo ao seu lado.

—Sim – respondi bufando.

Todos repararam quando Luan se sentou de frente comigo, desviei o olhar do dele, tentando disfarçar minha surpresa.

—Oi anjo. – ele deu um meio sorriso.

—Oi. – sussurrei.

—Então, você estudou? – Shelby me perguntou.

—Por mais que eu estude matemática não entra na minha cabeça.

Luan deu um largo sorriso como se tivesse tido uma ideia, ele se levantou.

—Vamos, eu te ajudo a estudar. – ele apontou para porta com a cabeça.

—Ele é muito bom em cálculos Malu. – Daniel sorriu.

Eu sorri e me levantei, eu já sabia que ele tinha desistido de tentar ficar comigo – pelo menos é o que parecia – então talvez nos tornássemos amigos, apesar de tudo, Luan era bem legal.

Fomos para meu quarto, quando entramos Carly estava fazendo chapinha na ultima mecha de sua franja.

—O que ele faz aqui? – ela perguntou com desprezo.

—Ele vai me ajudar a estudar. – revirei os olhos para ela.

Ela guardou sua chapinha e saiu tombando nos ombros de Luan.

—O que ela tem contra você? – perguntei me sentando na cama.

—Não é nada demais. – ele desviou do assunto – vamos estudar.

Eu prestava atenção em cada palavra que ele dizia, me passava contas e ele sorria cada vez que eu acertava. Ele sempre olhava para os meus olhos quando falava, a não se por uma hora que me inclinei para pegar a caneta que caiu e ele olhou para o meu decote, sentei novamente e fingi que não tinha percebido.

Ele me acompanhou até a sala, fazendo algumas perguntas e me relembrando de algumas coisas.

—Não fique bravo se eu não for bem. – eu dei o mais meigo sorriso.

—Você vai se sair bem anjo. – ele sorriu e me abraçou – eu sei que você não sabia se prestava atenção na matéria ou na minha beleza, mas você vai se sair bem.

—Não seja tão convencido – eu ri dando um leve tapa nos ombros dele.

Eu consegui fazer a maioria das contas na prova e estava orgulhosa de mim mesma, minha nota foi uma das mais altas, e o estranho é que eu estava ansiosa para contar para o Luan.

Andei rapidamente pelo corredor procurando por ele, meus pés estavam doendo pelo salto que eu estava usando e minha saia dava uma erguidinha com o vento conforme eu me apressava mais. Eu virei o corredor e recuei rapidamente quando o vi conversando com uma loira, ela estava com uma minissaia e um cropped rosa com um enorme decote.

Encostei-me a parede e fiquei ouvindo a conversa tentando não ser vista.

—Eu não te atraio mais? – ela dizia.

—Eu já deixei bem claro as coisas entre nós Tifany. – a voz dele era firme e rígida.

—Mas Luan... – ela choramingou.

—Tenho mais o que fazer.

Ouvi os passos vindos em minha direção e corri para o outro corredor. Eles passaram, Luan andava apressado e Tifany ficou pra trás chorando.

Decidi ir atrás dele, eu queria saber o que tinha entre ele e Tifany, mas não poderia perguntar, assim ele ia saber que eu ouvi a conversa e eu não teria nenhuma desculpa.

—Oi – me sentei ao lado dele no banco.

A expressão dele mudou rapidamente, deu um largo sorriso e eu fiquei feliz ao ver que eu o acalmava.

—Como foi na prova anjo?

—Graças a você, fui muito bem. – eu sorri – minha nota foi uma das melhores.

Ele se levantou me puxando para um abraço e me rodou no ar, sussurrei ao seu ouvido sobre minha saia estar erguendo e então ele me desceu, ele estava orgulhoso, acho que pelo fato de saber que só consegui por causa dele.

—Devemos comemorar. – ele mordeu os lábios pensativos – quer ir à pizzaria?

—Foi só uma prova de matemática – eu ri.

—Mesmo assim anjo.

—Podemos ir à pizzaria.

A felicidade dele era tanta que eu não pude conter o riso.

—Te pego as oito – ele beijou minha testa e saiu.

Sentei no banco onde estávamos, sorrindo como uma boba, as pessoas passavam e me olhavam, mas eu não estava me importando, Luan me deixava  feliz, eu não faço ideia do que esta acontecendo, mas eu não posso ir além da nossa amizade, isso eu tenho que deixar claro pra mim mesma.