Chegamos à faculdade e eu desci da moto furiosa.

—Você esta louco?

—Você fica linda brava. – ele sorriu.

—Como pode correr em alta velocidade assim? – Retruquei ignorando seu elogio.

—Já estou acostumado.

—Você já me trouxe até a faculdade, pode ir embora.

—Vou te levar até o quarto anjo.

—Não vou transar com você. – Eu estava quase explodindo.

—Não estou pedindo isso. – ele riu.

—Eu sei como você é.

—Ah, então como eu sou?

—Me salvou, me trouxe embora, não para de me elogiar, tudo isso faz parte dos seus joguinhos pra tentar me levar pra cama, é assim que você faz com todas, as trouxas caem no seu papo, mas eu não sou igual elas!

—Eu já percebi que você não é igual elas – ele sorriu revelando covinhas.

Eu me virei entrando na faculdade, subi as escadas e ouvi os passos dele atrás de mim, cheguei à porta e o esperei.

—O que esta fazendo aqui ainda? – sussurrei exausta.

—Por que ficou tão brava assim?

Eu fiquei sem resposta, eu tinha feito um escândalo esperando que ele se afastasse de mim, mas de nada adiantou, ele me olhava enquanto eu pensava na resposta, aquele olhar, aquelas perguntas, tudo me trouxe lembranças que eu estava tentando evitar, ele era exatamente o tipo de cara que eu devia evitar. Meus olhos se encheram de lagrimas, odeio ser tão sensível, rapidamente virei para porta olhando para o teto, para conter as lagrimas, peguei na maçaneta pronta para entrar no quarto e me enterrar na minha cama.

—Droga! – eu disse ao tentar abrir a porta, mas estava trancada. – Carly?

—Anjo? – Luan se aproximou de mim – acho que ela não esta.

Coloquei a mão em meus bolsos procurando a chave ou meu celular, mas não encontrei nenhum dos dois.

—Esqueci meu celular e a chave no carro da Shelby.

—Quer ligar pra ela do meu celular? Pergunta onde ela esta e eu busco pra você.

Peguei o celular dando um meio sorriso, o numero de Shelby já estava salvo.

—Ela não atende – bufei.

Ele pegou o celular da minha mão e ligou pra outra pessoa, depois de duas tentativas ele desligou.

—Daniel também não atende.

—Que ótimo – eu disse me sentando no chão. – isso tudo só no meu primeiro dia.

—Vamos para o meu apartamento. – ele sussurrou.

—Você esta brincando neh?

—Não anjo, você não pode dormir aqui fora.

—Carly vai chegar daqui a pouco.

—Já são três horas da madrugada, é o primeiro dia, quase ninguém dorme em seus próprios quartos.

Suspirei irritada ao saber que ele tinha razão, Shelby e Carly não voltariam nessa noite, se eu não quisesse dormir jogada no chão, a única maneira era ir para o apartamento do Luan.

—Tudo bem – sussurrei – mas não vai rolar nada entre nós. – ergui o tom de voz.

—Eu prometo. – ele estendeu a mão me ajudando a se levantar.

O apartamento era grande e organizado, me sentei no sofá cinza aveludado, eu estava morrendo de sono, mas tinha que tomar um banho.

Ele veio até mim com uma camiseta e uma cueca preta:

—Comprei a cueca na internet, ela veio em tamanho errado – ele riu – acho que serve em você.

—Espero que sim – peguei e fui direto para o banheiro.

A agua estava quente, fechei os olhos deixando que ela caísse sobre mim por completo. Dei um pulo quando ouvi a porta abrir, me abracei me tampando, mesmo tento uma cortina.

—Você esqueceu a toalha, eu coloquei um pente e alguns produtos caso você queira usar anjo.

—Valeu – eu disse envergonhada.

Ouvi a porta se fechando e suspirei. Depois de um longo banho, me enxuguei e coloquei a roupa que ele me emprestou, a camisa branca não era muito comprida, deixava um pouco amostra a cueca apertada que eu estava usando, me olhei no enorme espelho secando meu cabelo com um secador que ele havia deixado la também. Deixei as ondas do meu cabelo baterem em minhas costas. Eu não sabia onde dormiria, com certeza no sofá.

Sai do banheiro e ele abriu um largo sorriso.

—Ficou perfeito em você. – ele disso tirando e camisa e a calça.

—Até que ficou – eu ri.

Deitei-me no sofá e quando eu estava quase dormindo, ele me pegou no colo me levou para seu quarto, a cama era de casal e estava bem arrumada com o edredom.

—O que você esta fazendo? – Perguntei enquanto ele me cobria.

—Você dorme do lado esquerdo e eu do direito.

—Vamos dormir na mesma cama?

—Sim anjo.

—Eu posso dormir no sofá.

—Fica a vontade – ele riu – mas saiba que é la que levo todas as meninas.

—Eca – me deitei novamente ao lado dele – nem pense em tocar em mim em.

—Relaxa – ele me deu um beijo na bochecha – descanse.

Em poucos minutos peguei no sono, apesar de tudo, devo confessar que no fundo eu gostei de dormir no mesmo lugar que ele, não sei porque, mas eu tinha a leve sensação de que poderia acontecer alguma coisa entre nós, e eu tinha que evitar isso de todos os jeitos.