Vidas Secretas escrita por skammoon


Capítulo 2
Capitulo 2


Notas iniciais do capítulo

Luan Macking



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Mesmo com todo aquele espaço, as pessoas ainda andavam tombando uma nas outras, eu quase cai umas cinco vezes, se não fosse Shelby, tinha ido de cara para o chão. Chegamos perto de onde os surfistas estavam se preparando, vi um garoto lindo com uma prancha, ele ajeitava o cabelo castanho para trás e todos o cumprimentavam, tinha tatuagens que cobriam quase o braço inteiro, e chamavam atenção pro seus músculos, ele me olhou, seus olhos eram verdes, percebi que eu estava o encarando, então desviei o olhar jogando meu longo cabelo preto pra trás, dei uma olhada de relance e ele sorria para mim.

—Ele é o Luan– Shelby pôs a mão em meus ombros.

—Eu devia imaginar.

Daniel foi até Luan, eles deram um abraço e altas risadas.

—Vamos começar pessoal. – Otavio anunciou no megafone.

Daniel voltou conosco, segurando a mão de Shelby, as pessoas se aglomeraram, varias meninas estavam empolgadas falando de Luan, um garoto passou correndo me empurrando, eu já estava me sentindo sufocada ali, avistei um canto em que não tinha ninguém e comecei a andar até la, Shelby e Daniel nem reparam que eu havia saído e isso era bom, assim não pediriam pra mim ficar.

Havia uma pequena trilha e nenhuma marca de pegada na areia, então eu fui, cheguei a um lugar onde só tinha pedras beirando o mar, ali parecia fundo, mas eu não ia entrar na agua, então resolvi ficar sentada, observando os competidores de longe, os gritos e as musicas ainda chegavam onde eu estava, mas não me incomodou. Já estava noite, era lua cheia e o céu estava todo estrelado, veio uma leve rajada de vento, fazendo com que meu cabelo se movesse junto, fiquei de pé sentindo aquela leve brisa. Sem nem perceber veio uma onda enorme e ultrapassou as pedras, eu escorreguei e cai no mar, não consegui me segurar, ali era mais fundo do que eu pensava, eu tentei subi mas entrei em pânico quando não conseguia nadar para cima, meus olhos estavam ardendo e meu cabelo cobria todo meu rosto, eu o afastei com mão, já estava ficando sem folego, meus olhos foram se fechando e eu já não escutava nada, pronto, esse era o fim, eu mal tinha chegado em Yale e já ia bater as botas, não acredito que isso esteja mesmo acontecendo.

De repente senti mãos me puxando e me deitando nas pedras, eu tentei dizer algo, mas meus olhos se fecharam e eu apaguei.

Comecei a tossir sem parar e cuspi uma porção de agua, abri os olhos aos poucos, minhas pálpebras estavam pesadas e minha cabeça girando, quando consegui enxergar direito vi uma multidão de gente a minha volta, que me olhavam fixamente.

—Você esta bem anjo? – Luan disse a centímetros do meu rosto.

—Acho que sim. – Respondi me sentando. – minha cabeça esta doendo.

—Amiga você esta bem? – Shelby me abraçou desesperadamente.

—Sim, o que esta rolando?

—Sua idiota, por que veio pra cá?

Eu me levantei sem responder a pergunta de Shelby, dei uma cambaleada, mas Luan segurou minha mão.

—Obrigado – sussurrei esfregando meus olhos e tirando minha mão da dele.

As pessoas foram se espalhando novamente deixando eu, Shelby, Daniel e Luan sozinhos.

—Você é maluca Malu. – Daniel disse parecendo aliviado. – você teve muita sorte.

—Você pode me recompensar. – Luan disse sorrindo.

—Recompensar? – Franzi a testa.

—Eu salvei sua vida.

—Sim e eu já agradeci.

—Só com um “obrigado”? – ele riu – eu mereço mais.

—Não acredito que vai se aproveitar disso para que ela fique com você Luan. – Shelby se irritou.

—Espera – eu ri – eu não pedi pra você salvar minha vida, não é minha obrigação te dar nada em troca.

Ele ficou sem reação por alguns segundos parecendo surpreso.

—Você esta me dando um fora?

—Exatamente. – sorri irritada.

—Uau – Daniel riu - a primeira que te da um fora em primo.

—Baby, podemos sair amanha? – Shelby perguntou a Daniel – vou levar Malu pra casa e me certificar de que ela realmente esta bem.

—Não. – interrompi – vocês estavam planejando isso faz tempo, não quero estragar a noite.

—Você não esta estragando amiga, nós podemos ir outro dia.

—Nada disso – retruquei – eu posso ir andando, nem é tão longe, e quem sabe eu até seco no caminho.

—Tem certeza? – ela pegou minha mão.

—Sim, divirta-se.

Shelby me deu um abraço e saiu com Daniel, eu tinha me esquecido de que Luan estava ali, ele estava sentado exatamente onde eu estava antes de cair no mar.

—Eu já vou indo. – me virei de costas e ele pegou minha mão novamente.

—Eu te levo.

—Não precisa, sei o caminho.

—Não seja tão chata, é perigoso você andar sozinha essa hora até a faculdade.

—O que tem de perigoso?

—Você não conhece as pessoas daqui ainda, existem vários tipos de canalhas espalhados por ai.

—E você é um deles.

—Pode me chamar de qualquer coisa anjo, menos de canalha.

—Me deixa ir – puxei minha mão da dele.

—Não vou te deixar ir sozinha. – ele colocou os braços em volta de mim, me apertando.

—Por que você se importa? – Tentei me soltar, mas ele me segurava muito forte.

—Você é especial.

—Fala sério, você acabou de me conhecer.

—Só o fato de você não me querer já te torna especial.

—Você é muito convencido.

Passamos pela multidão que nos olhava, algumas meninas me encaram com desprezo por Luan estar abraçado comigo.

—Tem varias meninas que dariam qualquer coisa pra que você as levasse embora assim, por que não vai com elas?

—Minha moto não esta muito longe. – ele ignorou minha pergunta.

—Já chega – consegui me soltar. – eu posso muito bem ir sozinha.

—Não. – ele ergueu o tom de voz e depois suspirou – me escuta anjo, deixa eu te levar, eu sei o que estou dizendo.

Eu sorri pra ele ironicamente e sai andando o mais rápido possível, eu sabia que ele estava logo atrás de mim, mas não ia deixar que ele já se aproximasse tanto assim, eu sei que ele só esta fazendo isso porque quer me levar pra cama, então é melhor eu já deixar bem claro que não quero nada com ele, apesar dele ter me chamado muita atenção, eu não queria alguém como ele, que quer qualquer menina que vê na frente e acha que pode conseguir tudo com um estalar de dedos, ele é um mimado babaca, assim como os outros.

Senti mãos me puxando, ele me agarrou pela cintura e me jogou em seus ombros, eu relutei, socando suas costas.

—Me solta, droga!

—Desculpa meu anjo, mas já disse que não vou deixar você andar por ai sozinha.

Eu não fazia ideia do porque ele se importava tanto, mas naquela noite não conseguiria me livrar dele. Chegamos até uma moto preta linda e ele me colocou na garupa, subindo e ligando a moto rapidamente.

—Segura firme anjo.

Eu estava ardendo em raiva, tentei segurar atrás, mas minhas mãos estavam escorregando, ele percebeu e pegou meus braços colocando em volta da cintura dele, meu coração se acelerou ao sentir sua pele suave e úmida.


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