Tudo visto dali de cima é perfeito, as nuvens parecendo algodão doce e o Sol parecia estar tão mais perto, eu nunca havia andado de avião antes e morria de medo, sempre que falavam sobre voar, já pensava nas turbulências e tudo mais que pode derrubar um avião e acabar com a gente. Mal conseguia andar quando subi as escadas, me joguei no banco e prendi o cinto o mais rápido possível, mas depois de um tempinho, me acostumei.

Eu estava ansiosa para chegar a Miami, eu sempre sonhei em fazer pediatria e nunca pensei que iria conseguir, ainda mais em Yale, uma das melhores faculdades, e eu estava ainda mais feliz porque minha melhor amiga Shelby estará comigo, na verdade, tudo isso é graças ao Daniel, namorado dela, ele é de Yale e nos indicou pra lá, ele disse que estaria no aeroporto nos esperando e que tinha uma surpresa para Shelby. Eu admiro o compromisso deles, se conheceram no facebook há um ano, se viam poucas vezes, quando ele ia visita-la nas férias, e até hoje estão juntos.

Nessa nova etapa da minha vida não quero pensar em festa e nem em garotos, então vou me manter a distancia de todos os lindos que deve ter em Yale.

—Estamos chegando! – Shelby gritou ao meu lado.

—Como você sabe? – perguntei rindo na espontaneidade dela.

—De Overland até Miami são oito horas, eu estou contando e só faltam 15 minutos.

—Talvez não cheguemos na hora exata.

—Amiga – ela deu um tapa de leve em meu ombro – vamos chegar até antes.

Em uns dez minutos o avião pousou, eu nem sentia minhas pernas direito, desci cambaleando e me apoiando em um banco, Shelby me puxou olhando para todos os lugares, até ela soltar minha mão e correr pulando no colo de Daniel.

—Oi meu amor. – ele disse sorrindo.

—Eu esperei tanto por esse dia baby – ela disse descendo.

—Oi – eu acenei e ele me deu um abraço.

—Então você é a Malu.

—Eu mesma.

—Vamos, estou ansioso para mostrar minha surpresa Shelby.

—E nós vamos de taxi? – perguntei.

—Não vai ser necessário.

Saímos para fora e Daniel tirou uma chave do bolso, ele olhou para Shelby dando um largo sorriso e então apertou um botãozinho da chave, fazendo com que um carro prateado lindo apitasse do outro lado da rua.

—O que é isso baby? – ela disse quase sem voz.

—É seu carro meu amor.

Em questão de segundos ela soltou um grito tão agudo que meus ouvidos doeram, Shelby abraçou novamente Daniel e depois correu para seu novo carro, sentou-se no banco de motorista e nos gritou:

—Entrem ai, vamos para Yale.

Fiquei impressionada com aquilo, mas eu queria chegar logo em Yale, já não aguentava mais de ansiedade.

Shelby dirigiu, no caminho todo tive que assistir do banco de trás os carinhos e mimos deles.

—Chegamos – ele disse.

—Até que enfim, eu estava quase vomitando arco-íris – zombei descendo do carro.

O estacionamento era enorme e estava lotado de carros luxuosos.

—Meninas, vão para o quarto se troquem rápido e depois vamos para o campeonato de surf.

—Campeonato de surf? – franzi a testa.

—Sim, você esta em Miami, o mar não é muito longe, a maioria do pessoal aqui surfa.

Assenti dando um sorriso, eu nunca tinha visto alguém surfar, a não ser pela TV, mas pra mim é loucura, nem nadar eu sei direito.

—Tudo bem, a gente se encontra la – Shelby o beijou.

Nosso quarto não era enorme, mas era confortável, fiquei na cama do meio e Shelby do meu lado esquerdo, do lado direito havia outra cama e uma menina de cabelo castanho até a cintura entrou e nos encarou por alguns segundos.

—Então vocês são minhas colegas de quarto. – ela deu um meio sorriso – eu sou Carly.

—Eu sou Malu e essa é minha amiga Shelby.

Ela sorriu e se jogou na cama.

Shelby e eu nos olhamos de relance e fomos logo nos arrumar, eu coloquei um short jeans e um cropped de seda azul, Shelby colocou um vestido amarelo. Antes de irmos, passamos no refeitório e comemos um sanduiche.

—Amiga, tenho que falar sobre o primo do Daniel. – ela me cutucou.

—O que tem ele?

—Ele se chama Luan e com certeza vai da encima de você.

—Por que acha isso?

—Ele é do tipo que pega todas e as trouxas caem babando nos pés dele.

—Não se preocupe, ele não vai ter a mínima chance comigo.

—Você diz isso porque ainda não viu ele.

—E o que tem de tão especial nele?

—Você vera.

Entramos no carro e fomos à beira do mar.