Blackbird escrita por Srta Dilaurentis


Capítulo 6
Encontrei a Herdeira das Trevas!


Notas iniciais do capítulo

Ei gente, está aí mais um capítulo, espero que gostem ^^



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Gotas de suor pingavam da testa de Alison durante o treinamento. Na tarde anterior, quase fora capturada pela Ordem e, por esse motivo, queria treinar o máximo possível, para estar preparada para a próxima vez, se é que a deixaria acontecer.

Alison já treinava há algumas horas. Suas vestes estavam ensopadas de suor, e as bochechas, avermelhadas pelo grande esforço físico. Embora seu corpo pedisse por descanso, ela continuava a dar repetidas joelhadas na almofada de treino que era sustentada por uma corda invisível. A imagem de Alastor Moody lhe batendo repetidas vezes só aumentava a raiva de Alison e, consequentemente, a força das joelhadas. No auge de sua fúria, com um golpe certeiro, ela partiu a almofada em duas.

Quando Alison era mais nova, Voldemort não gostava tanto da ideia da luta, quando ela poderia usar a varinha. Mas, hoje, ambos percebiam a importância de saber se defender sem o uso do objeto mágico, já que a garota poderia ser desarmada a qualquer momento.

De repente, Alison ouviu passos vindo em sua direção; no entanto, ela continuou treinando, ainda que seus sentidos estivessem focados no estranho que se aproximava.

Assim que os passos chegaram mais perto dela, com um movimento rápido, ela colocou a máscara e ficou de frente para o estranho, apontando a varinha para o coração.

Draco ergueu as mãos, rendendo-se.

— Calma, irmãzinha. Eu fico fora por um tempo e você não me reconhece mais?

— Draco! — Alison abaixou a varinha, tirou a máscara prateada e sorriu.

Draco abriu os braços e a envolveu em um abraço longo e apertado, carregado de carinho e saudade.

— Não acredito! Quando chegou aqui?

— Cheguei de Hogwarts três dias atrás. Não vim antes porque o papai disse que você estava em uma missão. — Ele analisou o estado em que a irmã se encontrava, franzindo a testa. — O que deu errado?

— Quase fui capturada pela Ordem da Fênix — afirmou com a voz séria.

Draco arregalou os olhos.

— O que houve?

— A Ordem também estava procurando pelo Blake, então acabamos duelando. E é por isso que eu tenho que treinar. Não posso me dar ao luxo de quase ser capturada mais uma vez!

— Pelo jeito que você está, deve ter treinado por horas. Dê uma pausa pra ficar com seu irmão preferido. — Draco ofereceu o braço para Alison.

Eles começaram a andar pelo grande e bem cuidado jardim da mansão, conversando sobre assuntos triviais. Draco se gabava de seu cargo de monitor e líder da Brigada Inquisitorial. Não que ela não soubesse da última informação, pois o assunto em quase todas as cartas que trocaram durante o ano letivo se resumia aos pontos que ele retirava dos alunos por diversão. Alison achava infantil a atitude do irmão, mas não comentava nada, apenas sorria divertida e revirava os olhos.

Ao se aproximar da mansão, Alison colocou a máscara e se afastou de Draco, que assumiu uma expressão fria e séria. Eles tinham que disfarçar, pois levantaria suspeitas se Draco andasse tão confortável com a Herdeira das Trevas.

Eles adentraram a escura mansão. A decoração tinha tons de verde e preto, o que a deixava com uma aparência sombria. A enorme porta do hall de entrada, assim como os móveis antigos de madeira escura, fazia jus a seu aspecto antigo e senhorial, enquanto o deslumbrante lustre pendurado na parte central do teto parecia ter sido feito à mão para aquele palacete. Mas o coração daquela estrutura se encontrava nas escadarias. A união de uma escada central com duas laterais sustentava o todo o lugar, e uma enorme vidraçaria, situada no centro do conjunto, era o único lugar por onde se permitia a passagem da luz. Toda aquela combinação de objetos e cores parecia quase perfeita e com um objetivo principal: intimidar. Entretanto, Draco e Alison não sentiam medo do que existia ali.

Alguns comensais conversavam no hall de entrada, vestindo as habituais capas negras, alguns com as máscaras em mãos. Alison sabia que eles estavam comentando sobre a terrível morte de Blake na noite anterior. Por mais que o motivo do castigo do homem fosse desconhecido, todos tinham em mente que o que ele fizera fora algo imprudente. Enfrentar o Lorde das trevas e provocar sua ira não era algo inteligente.

— Onde você pensa que vai, Draco? — Yaxley, um dos comensais que estava na sala da mansão, perguntou, vendo que o garoto iria subir as escadas. — O Lorde das Trevas não quer ser interrompido. E, levando em conta o que aconteceu ontem à noite, imagino que não seja uma boa ideia deixá-lo nervoso.

— Imagino que isso não seja da sua conta, Yaxley. Tenho assuntos importantes para tratar com Draco, portanto, saia da minha frente — Alison disse fria e áspera. O comensal abaixou a cabeça e fez uma reverência, retesando o corpo.

Draco tinha um sorriso debochado no rosto. Ele adorava quando podia usufruir da autoridade da irmã naquele lugar.

Eles subiram as longas escadas de mármore e passaram pelas passagens secretas para encurtar o caminho, até chegar ao quarto de Alison. Assim que entraram, ela seguiu para o banheiro para tomar banho , e Draco se jogou na enorme e confortável cama de dossel.

Draco examinou o quarto, nostálgico. Tudo continuava do mesmo jeito que se lembrava, desde os móveis, até o inconfundível aroma de sua irmã, que exalava por todo cômodo. Seu olhar vagava quando uma coisa chamou sua atenção. Ele rolou na cama até o criado mudo e pegou o porta-retratos com uma foto dos dois, tirada alguns anos atrás. Sentia falta daquela época, na qual ele e Alison passavam a maior parte do tempo juntos. Apesar de sempre manter contato através de cartas, ainda não era a mesma coisa.

— O que você está vendo? — Alison perguntou. Ela usava uma blusa rosa com babados na lateral, uma calça preta, e seus cabelos loiros, agora limpos, estavam presos em um rabo de cavalo alto.

— Essa foto — Ele olhou para a irmã — Sinto falta desse tempo...

— Sentimentalismo uma hora dessas? —Ali perguntou em zombaria. Draco revirou os olhos.

— Eu também sinto falta... Você com esse cabelo jogado pra trás era bem engraçado. — Ela pegou o porta-retratos das mãos do irmão.

— Tinha estilo — defendeu-se — Além do mais, eu sempre fui o mais bonito. — Draco sorriu de lado, passando a mão por sobre os cabelos.

— Vai nessa — disse divertida. Alison foi em direção ao seu armário e o abriu para procurar uma capa em específico.

Assim que ela se virou Draco pôde perceber um hematoma enorme nas costas dela. Com o cenho franzido ele andou até ela e tocou o machucado, vendo a irmã contrair as costas.

— Ali, o que aconteceu com você? — ele perguntou assustado, analisando o ferimento.

— Ah... Eu te disse que eu quase fui capturada. Em um momento, eu fui desarmada e acabei assim.

Draco a olhou com os olhos arregalados.

— Mas fique tranquilo. Eles saíram piores do que eu — ela completou, vendo o semblante preocupado do irmão.

— Por que está vestida como uma trouxa? — ele perguntou com o nariz franzido, demonstrando desdém.

— Vou me encontrar com Caleb — Alison respondeu.

— O que?! Eu acabei de chegar. Você vai me trocar para ficar com um trouxa qualquer?!

— Desculpe, mas eu já tinha combinado de me encontrar com ele. E não seja dramático. Você vai ficar aqui as férias inteiras. — Alison vestiu a capa preta que acabara de tirar do guarda-roupas a fim de esconder suas roupas e soltou o cabelo do rabo de cavalo. Por fim, colocou o capuz sobre a cabeça, deixando alguns de seus cachos à mostra. — Até mais tarde. — Ela sorriu e piscou, colocando a máscara prateada antes de sair pela porta.

Draco suspirou resignado e deitou-se na cama da irmã.

*

Alastor bufou impaciente com a demora de Snape.

— Acalme-se, Olho-Tonto. Snape chegará a qualquer momento — disse Remus, sem tirar os olhos de um exemplar do Profeta Diário em suas mãos.

Moody revirou os olhos, sabendo que a culpa pela demora não era de Snape.

— A demora dele também me estressa! Afinal, por que não podemos fazer o feitiço por nós mesmos? — perguntou Sirius, sentado em uma das poltronas da sala de estar. — Digo, não é como se ele fosse o único que soubesse fazer feitiços de localização por aqui.

Remus suspirou, cansado da impaciência dos colegas. Por que era tão difícil esperar Snape chegar sem reclamar?, pensou.

— Não, mas ele é o mais experiente — Lupin respondeu. — Além do mais, de que adianta fazer o feitiço agora, se a tal Herdeira das Trevas estiver na Mansão de você-sabe-quem? Se Snape não chegou ainda, a garota ainda está lá. Apenas tenham paciência.

Sirius pensou em protestar; contudo, vendo que o amigo não lhe daria atenção, desistiu da ideia.

De súbito, a porta da entrada se abriu, chamando a atenção dos presentes na sala, exceto por Tonks, que dormia no sofá, alheia a toda a discussão que ocorreu há pouco.

Snape adentrou a mansão, com sua usual expressão carrancuda, e se aproximou dos membros da ordem. Remus chacoalhou Tonks até que ela despertasse em um pulo, bocejando e, logo em seguida, se endireitando no sofá.

— Você deveria ter vindo mais rápido, Snape — Sirius provocou mal humorado.

— Desculpe-me. Eu não podia tirar a garota à força da Mansão, Black — Snape pronunciou o sobrenome de Sirius com desdém.

— Nós entendemos, Severus. Agora, faça o feitiço.

—Me dê os fios da garota.

Tonks, ainda sonolenta, pegou uma pequena caixa da mesa à sua frente, a abriu, tirou os poucos e compridos fios loiros e entregou, com cuidado, a Snape.

Snape conjurou uma bacia de vidro redonda e raza e, em seguida, a colocou em cima de mesa de centro. Do bolso de sua capa, tirou um frasco que continha um líquido transparente e derramou seu conteúdo no recipiente. Fez aparecer, também, uma pequena faca. Sem hesitar, Snape passou a lâmina na palma de sua mão, abrindo um grande corte no local, e fechou o punho sobre a bacia. As gotas de sangue carmesim escorreram lentamente. Por fim, ele colocou os fios dourados na mistura.

Snape pegou um lenço de bolso do interior de sua capa e limpou o corte antes de pegar a varinha.

— Phasmatos Tribum Nas Ex Veras — ele recitou de olhos fechados, apontando a varinha para o recipiente de vidro, fazendo movimentos circulares.

Os fios de cabelo começaram a se fundir ao líquido, agora avermelhado, transformando a cor em um dourado vivo, que brilhava enquanto Snape repetia o encantamento.

Primeiro, as letras disformes surgiram. Rosewood. Logo em seguida, a palavra desapareceu, dando lugar à imagem de uma placa que indicava Fleet Street.

Por último, viu-se uma imagem borrada de uma garota loira andando.

Snape encarou os colegas da Ordem em silêncio.

— Encontrei a Herdeira das Trevas — disse por fim.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, deixem suas opiniões sobre o capítulo nos comentários!



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