Um último Adeus! escrita por Lucylara


Capítulo 2
Cap. 02. Reconciliação.


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo... Nada a declarar, só que exagerei novamente. Desculpem.



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Eu não sei como conseguiria suportar aquilo sozinho, eu simplesmente não sabia. As lágrimas que corriam por meu rosto carregavam toda minha preocupação por Nicolle. Eu queria poder de fazer algo mais, mas isso estava longe de mim, e isso me deixava pior do que eu já estava. Eu já estava a um bom tempo desse jeito quando senti uma mão em meu braço e alguém chamando meu nome.

– Bill? – a voz era preocupada e insistente. – Bill!

No momento em que olhei para a pessoa que me chamava uma nova onda de dor e tristeza tomou conta de mim.

Tom me abraçou forte dando pequenos tapas em minhas costas em uma tentativa de me confortar. Quando finalmente consegui me controlar, Tom levantou-se e voltou minutos depois com um lenço e um copo d’água. Não falamos nada por um tempo, até ele perguntar:

– Como ela esta? – eu o olhei e percebi que ele estava sendo sincero, eu sabia.

– Ainda não sei. Quando cheguei com Nicolle eles a colocaram na maca e a levaram para sala de emergências, então não tive mais noticias.

Olhei para o copo em minhas mãos e respirei fundo, deixando que o ar refrescasse meus pulmões. Mais calmo uma ideia me surgiu. Olhei para Tom e perguntei:

– Como soube?

Tom sorriu para mim, um sorriso fraco e sem humor, somente um sorriso cansado. Virou-se pra que ficássemos frente a frente e começou a dizer:

– Bill, eu cansei de ficar brigado com você. Merda! Nós somos irmãos Bill. Sempre apoiamos um ao outros, sempre contamos tudo e sempre fomos unidos. Não devíamos brigar assim, por um motivo tão bobo. – eu abri a boca pra dize algo, mas ele me interrompeu.

Ele respirou fundo antes de continuar.

– Eu sei que eu fui o causador dessa briga, e por isso que admito que seja um motivo bobo, afinal, não é certo que eu julgue Nicolle sem conhecê-la direito só pela vida que ela levava antes. Você a ama e isso é o mais importante, então eu tenho que dar um chance a ela. – ele parou um pouco de falar pra me observar, mas pela primeira vez nada me passou pela cabeça pra que eu pudesse lhe dizer, tamanha era minha surpresa, então ele continuou. – Sabe, eu estava pensando nisso hoje, no meu quarto, depois que cheguei das gravações, então fui até seu quarto, mais como eu não te encontrei, imaginei que estaria com Nicolle. Dirigi ate o prédio dela torcendo pra que vocês estivessem e lá o rapaz da portaria, Sam, me contou o que aconteceu, então eu estou aqui Bill, e você pode contar comigo pra tudo, absolutamente tudo. Vamos superar juntos o que quer que esteja por vir.

Quando terminou de falar, Tom ficou me observando qual seria minha reação, e eu não pude pensar em mais nada, a não ser abraçá-lo novamente.

Senti tanta falta daquela sensação de conforto que Tom me passava. Eu sabia agora que não estava sozinho, não, Tom estava ao meu lado, e meus amigos também estariam. Afastei-me dele e sorri.

– Sabe, fico muito feliz que não tenhamos perdido nossa ligação por causa dessa briga boba. – parei e olhei um pouco para Tom antes de continuar. – Hoje, quando sai do estúdio de gravação, estava decidido a resolver essa situação de uma vez por todas, então fui ate o apartamento de Nic. Eu a buscaria e depois, nem que tivesse que te amarrar em uma cadeira, iríamos sentar e conversar, nós três. – eu disse essa última parte olhando bem para Tom e acabamos rindo.

– Eu estava com saudades disso, – ele me disse assim que conseguiu parar de rir, – de ficar um tempo com meu irmãozinho.

– Eu também. – eu respondi.Não pude deixar de olhar para a porta onde De’Blass tinha levado Nic. – Eu não sei o que iria fazer se você não estivesse aqui.

– Para com isso Bill, não é hora de você desistir. Ela vai ficar bem. – ele me disse isso com um sorriso sincero, e cheio de força, e terminou. – Nic vai ficar bem, eu sei disso.

Conversamos mais um pouco ate que De’Blass apareceu, e eu me levantei na mesma hora.

– Então De’Blass, como ela esta?

– Bill a vida de Nicolle não corre mais perigo, mais o estado dela ainda é grave. – disse ele com um suspiro.

Eu ouvi em silencio, muitas coisas passavam pela minha cabeça naquele minuto, mais foi Tom quem perguntou o que eu mais queria saber.

– E o que houve com ela Dr. De’Blass? Vamos poder vê-la?

– Seu nome é Tom, não é mesmo? – ele pergunto, e assim que Tom confirmou com a cabeça ele continuou. – Bem Nicolle teve uma crise de bradicardia, um tipo de arritmia. Provavelmente a arritmia deve ter se manifestado enquanto dormia e por isso não pode tomar o remédio a tempo, ou não conseguiu tomá-lo, o fato é que ela não tomou o remédio quando a crise veio então seu coração não agüentou por muito tempo. Provavelmente seu esforço pra continuar batendo sem a ajuda de algum estimulante foi grande demais. Assim que Bill a trouxe, fizemos todos os exames e os procedimentos padrões e quando achávamos que ela estaria bem, ela... Ela entrou em coma.

– Em coma? – essas palavras me acertaram mais forte que um soco e eu só consegui repeti-las.

– Bill entenda, o estado dela é grave mais controlado. – disse o medico, em uma tentativa de me acalmar.

De’Blass gostava muito de Nicolle, sempre havia sido medico dela, e no ultimo nos havíamos criado uma amizade diferente. Um pouco mais que paciente e médico, mais nada tão forte a ponto de me dar conforto em chamá-lo pelo seu primeiro nome. Nossa amizade tinha apenas um ponto em comum, Nic.

– O fato de ela estar em coma não indica que ela não vai melhorar, não é mesmo? – perguntou Tom, mais para tirar minhas dúvidas do que por curiosidade dele.

– Muito pelo contrario, ate por que as chances dela melhorar sem nenhum tipo de seqüela é de setenta e cinco por cento. Ela nem mesmo chegou a precisar ir para a UTI. – seu otimismo não estava me passando tanta segurança quanto ele queria, mais preferi não demonstrar nada.

– E eu... Eu posso vê-la? – perguntei hesitante, com medo de uma resposta negativa.

– Claro! Venham comigo. – respondeu-me com um sorriso.

Acompanhamos De'Blass por um longo corredor. Era uma área onde os pacientes ficavam internados. Enquanto andávamos De'Blass me explicava onde estávamos.

– Anh, Bill essa é a área onde os pacientes que precisam ficar em observação constante ficam. – ele parou enfrente a uma porta, mas em vez de abri-la, virou-se um pouco e indicou um elevador no fim do corredor, a umas quatro portas da onde estávamos. – Estamos de frente ao quarto de Nicolle, e ali no fundo temos um elevador de emergências, que leva os pacientes a qualquer andar assim que for preciso. – ele respirou um pouco e olhou novamente para mim. – Estamos disponibilizando o melhor para ela Bill.

– Eu sei De'Blass, e agradeço por isso. – ele sorriu comovido com minhas palavras, mas nada disse, apenas abriu a porta e deu passagem para que eu entrasse primeiro.

Era um quarto médio. Todo branco com finas cortinas nas altas janelas. A cama onde Nicolle estava ficava em uma parte mais afastada do quarto. Ao lado da cama onde estava, haviam alguns aparelhos que ficavam ligados a ela por meio de fios, agulhas e tubos. Era horrível ver minha Nicolle daquela maneira. Quando hesitei em entrar no quarto, Tom pôs a mão em meu ombro e me empurrou de leve para perto dela.

Ela parecia dormir, sua cor voltara ao leve tom de rosa de sempre, e quando toquei seu rosto, pude sentir-la mais quente.

– Nic, meu amor, eu temi tanto em te perder. – eu sussurrei, segurando uma de suas mãos em meu rosto, tentando sentir sua pele tão macia e frágil. – Eu te amo tanto. – disse de olhos fechados, inspirando seu perfume.

Quando abri meus olhos reparei que Tom havia ido para o outro lado da cama de Nicolle e a observava com carinho, pelo que eu pude perceber. Agora eu tinha certeza que finalmente teria as duas pessoas mais importantes da minha vida bem perto de mim. Ele viu que eu o observava e sorriu dizendo:

– Ela é muito bonita Bill. – ele voltou o olhar para o rosto de Nic, e passando a mão pelos cabelos dela Tom levantou o olhar novamente para mim. – Como eu disse antes, quero ter a chance de conhecê-la melhor, e se você a ama é por que ela deve mesmo ser uma pessoa especial. — aquelas palavras dele me emocionaram.

Fiquei mais uns minutos acariciando os cabelos de Nic ate De'Blass, que tinha permanecido junto a porta, veio ate nos.

– Sinto muito Bill, mais vocês não podem ficar mais que quinze minutos aqui, normas da clínica.

– Tudo bem. – eu respondi para ele, e depois me inclinei para Nicolle e sussurrei em seu ouvido. – Nic, eu tenho que ir agora, mais vou voltar logo, eu prometo. – me afastei para olhá-la mais uma vez antes de selar minha promessa com um beijo. Sentir sua boca na minha me deixou um pouco mais confiante de que logo ela sairia daquele estado. – Eu te amo!

Saímos do quarto onde Nicolle estava e voltamos a sala de espera, e quando chegamos lá De'Blass me lembrou de algo muito importante.

– Bill você já avisou a Katte ou Karlisley que Nicolle esta internada? – me perguntou ele de repente.

– Oh, não. Eu não me lembrei de nada depois que vi Nicolle desmaiada. – respondi.

– Entendo. Bill eu sei que não vai adiantar eu lhe dizer isso, mas o melhor que você tem a fazer agora é ir para casa e descansar. – ele disse isso para mim, mas vendo minha expressão concluiu olhando para Tom. – Não vai adiantar nada ele ficar aqui.

–Eu sei. Eu dou um jeito de convencê-lo a ir embora. – respondeu Tom, antes que eu tivesse a chance de dizer algo. – Obrigado De'Blass.

– Por nada. Agora eu vou deixá-los aqui, ainda tenho que ver meus outros pacientes. – disse De'Blass, indo embora e deixando-nos sozinhos.

Eu esperei ate que De'Blass estivesse longe o suficiente ante de falar.

– Eu não vou embora Tom, e você não vai me convencer do contrario.

– Bill o que o médico da Nicolle disse é verdade, não vai adiantar nada você ficar aqui a noite toda. – eu abri a boca pra protestar, mais ele me cortou e prossegui com seu raciocínio. – Nicole vai precisar de você descansado quando ela acordar.

Ele tinha razão. Na verdade, Tom sempre tinha razão quando era preciso pensar-se racionalmente, coisa que eu não fazia com freqüência.

Então eu peguei meu celular e liguei para Katte e contei a ela o que tinha acontecido, e como imaginei ela também entrou em desespero, foi Karlisley quem me deu uma resposta, ele me disse que eu poderia ir embora descansar, que eles chegariam em vinte minutos.

Desliguei o celular e antes de guardá-lo olhei para o relógio e pela primeira vez tive uma noção do tempo. Era quase uma da manha quando fui embora com Tom.

 

Por incrível que pareça Georg e Gustav ainda estavam acordados. Nos os encontramos na área de estar, sentados quietos. Eles ficaram surpresos por verem eu e Tom entrando juntos, mais logo se recuperam e sorriram.

– Fico feliz de ver vocês dois juntos novamente. – disse Georg com um enorme sorriso, assim que nos aproximamos.

– Nos também! – respondemos eu e meu irmão juntos.

– Vamos, sente-se. – convidou Gustav. – Não conseguimos dormir então descemos para tomar um chá.

– Valeu. Eu estava mesmo tentando convencer o Bill a tomar um pouco de chá para ele conseguir dormi. – respondeu Tom sentando-se do lado de Georg e me puxando para que eu me sentasse ao lado de Gustav.

Nós mal nos sentamos e um garçom chegou empurrando uma mesa com rodinhas. Ele parou perto da onde estávamos e perguntou se precisaríamos de algo mais, Gustav agradeceu, mas disse que isso era tudo, então quando o rapaz se afastou eu reparei que havia quatro xícaras, uma chaleira com água quente, três tipos de chás e dois potes, um com pequenos chocolates e outro com gomas.

Fiquei observando a mesa e quando Tom percebeu minha curiosidade explicou.

– Antes de ir para a clínica, eu liguei para o Ge e contei o que Sam havia me dito, e ele e o Gust me pediram para eu ligar assim que tivesse notícias, independente da hora. Eu só esqueci-me de contar que estávamos de bem de novo. – respondeu ele com um sorriso, enquanto servia os chás. Camomila para mim, ervas para Gustav e maçã para ele e Georg.

– Ah! Mas eles com certeza sabiam que íamos fazer as pazes. – disse pegando minha xícara e olhando para meus amigos.

– Bom, você falou dos seus planos para o Gustav e o Tom me falou dos deles, então eu e o Gust nos sentamos, conversamos e chegamos a um denominador comum. – respondeu Georg rindo quando eu fiz uma careta por causa do termo de matemática que ele usou.

– Alem do mais, nos sabíamos que vocês não poderiam ficar muito tempo brigados. – concluiu Gustav.

Conversamos sobre o estado de Nic, então Georg e Gustav disseram que iriam comigo e com Tom no dia seguinte saber noticias de Nicolle. Quando o chá começou a fazer efeito subimos para nossos quartos. Pensei em pedir para Tom passar esta noite comigo, mais como sempre ele adivinhou meus pensamentos e eu nem precisei pedir, ele mesmo se convidou.

Assim que entrei em meu quarto vi que ele estava do mesmo jeito que dois dias atrás, com a diferença que estava um pouco mais arrumado. Antes de dormir resolvi tomar um banho quente, para ver se conseguia tirar um pouco da tensão e do stress dos meus ombros. Enquanto eu entrava no banheiro, Tom gritou que precisava pegar umas coisas no quarto dele.

Somente quando eu entrei debaixo da forte ducha quente foi que eu percebi o quanto meu corpo estava rígido e dolorido por causa do stress. Deixei que a água caísse nos meus ombros, desfazendo assim os nós de tensão. Fiquei trinta minutos assim, e teria ficado mais se Tom não tivesse batido na porta.

– Bill! Bill você esta bem?

– Sim, estou sim! Já estou saindo. – respondi um pouco sonolento.

O chá e o banho quente estavam surtindo o efeito necessário.

Sequei meu cabelo com a toalha, tirei o resto da maquiagem e vesti minha boxer, e também olhei uma ultima vez minha imagem no espelho, uma imagem distorcida por causa do vapor quente, mais ainda sim refletia meu rosto cansado. Quando voltei para o quarto vi Tom sentado em uma poltrona perto da janela, olhando por ela pensativo e com seu notebook no colo, e assim que me viu, ele relaxou o corpo e sorriu.

Apesar de estar muito cansado, eu não consegui dormir imediatamente.

Sempre que eu fechava meus olhos às imagens de Nicolle deitada naquela cama fria me vinham na mente, e lembrar-me dela lá, cheia de aparelhos e fios ligados a ela fez com que algumas lágrimas caíssem por meu rosto. Tive que sentar.  A sensação de desespero estava voltando e isso me sufocava.

Tom levantou-se de onde estava e sentou-se do meu lado, me abraçando para me acalmar.

As vezes, quando éramos pequenos, eu tinha medo do que poderia estar no escuro e não conseguia dormir sozinho, então Tom sempre dormia comigo, pra assegurar de que nenhum monstro viria me pegar, e como ele fazia quando éramos crianças, ele dormiu do meu lado, vigiando meu sono para que assim eu pudesse dormir sem medos ou preocupações, pelo menos naquela noite.

 

Continua...


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Notas finais do capítulo

To muito deprimida pra dizer mais alguma coisa sobre a fic

Beijlitz e ate o próximo...

Ps.: Alguém me ajuda? To escrevendo capítulos grandes demais e isso ta ficando chato...