Ela caía. A distância era ínfima, mas para ela, era um precipício sem fim. Tudo estava em câmera lenta. A grande bicicleta de ferro estalava a sua direita. A única coisa na qual Quinn pensava era a bronca que seu pai lhe daria.

O encontro inevitável. Sua costas bateram contra o asfalto. Ela não gritou. “Sou uma Fabray, eu sou mais forte”, foi o pensamento que se passou na cabeça dela.

Ela ficou ali, deitada. O tempo parecia passar tão rápido que ela nem se tocou que foram segundos entre a queda e o barulho.

Um par de sapatilhas batia contra o chão. Seu rosto se virou e ela pode ver as perninhas correndo na sua direção. A garota se aproximava com pressa.

— Você está bem? – ela falou, se ajoelhando ao seu lado.

— Estou bem. – Quinn respondeu, levando as duas palmas as chão, tentando se levantar. Ao sentar, seus olhos bateram contra o liquido vermelho que escorria pela sua perna.

— Você se arranhou. – a garota constatou o óbvio – Você quer ajuda para ir para casa?

Porque aquela garota estava ali? Ela havia presenciado uma falha, e aquilo era inaceitável.

— Eu quero que você não fale nada sobre isso para ninguém.

— Eu acabei de te conhecer. Porque falaria algo para alguém? – Quinn pode sentir seu cérebro embolar com a frase da outra. Crianças de sete anos não deveriam ser tão maduras assim. E aquilo a intrigou.

Seus olhos se voltaram para a sua bicicleta. Teria que levá-la para o conserto. Não havia outra opção.

— Você pode me ajudar a levar isso para casa? – a loirinha falou, envergonhada.

— Claro! – a garota falou, um sorriso crescendo exponencialmente em seu rosto – Você mora muito longe?

— No fim da rua, naquele...

— Casarão? – a garota complementou sua frase – Ah, vocês são os únicos vizinhos que ainda não conhecemos.

“Vizinhos?”

— Prazer, eu sou Rachel Berry. – a menina lhe esticou a mão – Meus pais acabaram de se mudar para a terceira casa do lado esquerdo. – ela complementou, apontando para a própria casa.

— Quinn... – a loirinha falou, apertando a mão da outra – Quinn Fabray.