O resto do almoço se deu entre comentários sobre a comida e olhares entre as três mulheres – curiosos de Miss Swan, tristes e resignados de Mal e confusos de Regina. Mal segurou a mão da morena o tempo todo em que estavam na prescença da loira mais nova o que também causou certos olhares na direção de suas mãos.

Quando as três mulheres finalmente terminaram de comer, Regina fez questão de pagar a conta apesar dos protestos da esposa, e reinou um silêncio entre as três.

— Acho melhor eu ir – Miss Swan disse depois de alguns minutos enquanto terminava sua bebida. – Você tem meu número, Regina. – Ela completou levantando e ignorando o olhar que Mal a mandou.

Regina acompanhou a loira com o olhar até a saída, observou as longas pernas que foram o que a chamaram atenção para Emma em primeiro lugar e foi subindo o olhar até sua bunda que balançava no ritmo perfeito do seu caminhar e hipnotizava a morena a ponto de quase não sentir o aperto que Mal deu na sua mão voltando sua atenção para a outra loira em sua vida.

Mal a olhava intensamente e Regina corou sem querer, o que a que a deixou irritada.

— Está tudo bem, querida – A loira disse resignada.

— Mal.. – Regina começou mas foi interrompida pela esposa com dois dedos em seus lábios.

— Estou falando sério, Regina.

A morena a fitou por alguns segundos e baixou o olhar para a mesa, observando os três copos vazios e a marca de batom em dois deles. Mal usava um batom nude da mac o que representava bem o tipo de mulher que era – elegante, educada, sofisticada e compreensiva – já Miss Swan usava um batom vermelho vivo, provavelmente de uma marca qualquer, deixando bem nítido o formato de sua boca em seu copo. Miss Swan era como o vermelho, ardente e misteriosa.

— Eu entendo – Mal continuou fazendo com que Regina saísse de seu devaneio olhando para a esposa. – Eu quero fazer isso por você. – Ela respirou fundo e Regina segurou sua mão entre as suas em compreensão.

— Eu sei que você está infeliz, - continuou – No nosso casamento, na sua vida. – A loira tirou a usou sua mão livre para acariciar o rosto da morena.

— Eu te amo tanto, Regina. – Ela suspirou e Regina por um momento se sentiu culpada por colocar a mulher nesse situação.

Regina sempre fora fiel mesmo não amando a esposa e saber que ela não poderia mais cumprir a promessa que foi feita no dia de seu casamento a deixava triste mas a situação era essa e Regina tinha que aceitar.

Com a benção ou não de Mal, a morena sabia que não conseguiria se controlar perto de Miss Swan, então ela sabia que era melhor aceitar a oferta da esposa – mesmo que duvidosa- e torcer para que o desejo que ela sente pela loira mais nova não passe disso, um desejo.

— Tudo bem. – Regina disse sentindo a decepção de Mal por não demostrar seus sentimentos mas não se importando tanto, afinal a esposa sabia que Regina não a amava.

Com um último aperto nas mãos da esposa Regina se levantou mas Mal não a deixou ir embora.

— Regina, para onde você vai? – Mal perguntou com incrédula.

— Trabalhar? – A morena zombou com irritação. Toda essa conversa a deixou completamente vulnerável e ela não gostava nada disso.

— Não Não – Mal se levantou e parou em frente a Regina discretamente para não chamar atenção das outras pessoas no restaurante. – Você e eu temos que conversar. – ela completou afastando uma mecha de cabelo de seu rosto.

— Achei que tínhamos resolvido tudo? – Regina perguntou enquanto Mal colocou uma mão em sua cintura a guiando para fora do restaurante.

A loira ficou em silêncio por alguns segundos enquanto paravam na porta e só quando o carro preto, que Regina reconheceu na hora como o da esposa, parou em frente ao restaurante que Mal respondeu sua pergunta.

— Longe disse, - Disse entrando no carro deixando a porta aberta em uma clara declaração que Regina devia entrar também. – Ainda tenho que te explicar as regras.-

Regina levantou uma sobrancelha e entrou no carro. Ela deveria saber que Mal nunca faz algo que não a beneficie em alguma forma.

O caminho de volta para casa foi feito em silêncio. Mal não olhou em sua direção em momento algum, sempre encarando a janela de seu lado do carro.

Quando finalmente chegaram a loira foi a primeira a sair do carro, claramente nervosa, enquanto Regina a seguia um tanto quanto irritada. Assim que a porta abriu a morena tratou de jogar a bolsa no sofá da sala de estar e pegar o celular.

Enquanto Regina avisava sua assistente que ela iria tirar o resto do dia de folga, Mal foi para o mini bar no canto esquerdo da sala e preparou um whiskey para si, ficando de costas para Regina.

— Regras? – Regina perguntou curiosa enquanto se sentava no sofá.

— Sem beijo na boca – A loira começou ainda encarando a parede e Regina lhe mandou um olhar mal criado, ela estava doida para beijar os lábios vermelhos de Miss Swan – Sem trocas de carinho ou de juras de amor – completou virando para encarar Regina.

— Mal, você me conhece – Regina bufou. – Pareço ser do tipo que vai ser carinhosa com uma prostituta?

— Não, você tem razão – Ela suspirou – Você não nem com sua própria esposa imagine com uma estranha. – Ela sussurrou baixinho.

Regina revirou os olhos.

— É só isso? – perguntou já se levantando mas parou quando a loira balançou a cabeça em sinal negativo.

— Você não irá levá-la para jantar ou qualquer outro lugar público. – Ela se aproximou da morena – Os encontros serão marcados por mim nos lugares que eu escolher e no tempo que eu determinar. – Regina abriu a boca para dizer que Mal não mandava na sua agenda mas a esposa a impediu mais uma vez.

— Não quero saber, Regina – Mal disse firmemente. – Isso vai acontecer do meu jeito ou não vai acontecer de jeito nenhum.

Regina assentiu curiosa para saber o resto das regras da esposa. Até agora elas eram aceitáveis- com exeção da de não beijar, talvez Regina tenha que mudar essa sem ela saber - e se isso significava que ela não teria nenhum tipo de dor de cabeça com isso, bom, que seja do jeito de Mal. Regina estava acostumada a não ter as coisas do jeito que desejava.

A morena assentiu e Mal relaxou mais uma vez sabendo que Regina tinha aceitado jogar de sua maneira.

— Tem mais uma coisa que eu quero. – Mal começou suavemente e Regina sentiu um arrepio percorrendo suas costas, quando a esposa usava esse tom nada de bom acontecia para a morena.

Regina engoliu seco.

— Eu quero um bebê  – Ela disse olhando intensamente nos olhos da esposa.

Regina engasgou e Mal teve de levar as mãos até as suas costas para ajudá-la a voltar a respirar normalmente.

— Você enlouqueceu? – Regina disse exasperada se levantando em direção ao mini bar. Ela iria precisar de uma garrafa inteira para ter essa conversa.

Não era segredo que Mal queria ter filhos e de um tempo para cá a loira tinha começado a deixar dicas aqui e ali, dicas que Regina fazia questão de ignorar.

— Vamos lá, Regina, você sabia que um dia isso aconteceria. – Ela disse com um pequeno sorriso. – Nós não estamos ficando mais novas, nós temos todas as condições necessárias para criar uma criança. – Ela continuou – E quem sabe não é isso que falta no nosso casamento.

Regina ficou em silêncio, ela não queria dizer a esposa que o que nada melhoraria o casamento das duas. A morena não a amava e não queria ter um filho com ela.

— Estou deixando você ter a sua prostituta – Mal disse irritada, agora também se levantando. – O mínimo que você podia fazer era me dar um bebê.

Regina engoliu seco. Por mais gostosa que Miss Swan fosse ela não valia a dor de cabeça que uma criança com Mal traria.

— Nós vamos ter um bebê, Regina – Ela disse firmemente – E sua Miss Swan vai nos ajudar com isso.