A Dor No Desejo escrita por reginapriestly


Capítulo 11
2% de Bateria.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente.
Desculpa a demora mas é que eu me mudei por causa da faculdade e acabei ficando toda enrolada arrumando as coisas. Mas agora já está tudo certo, espero poder atualizar com mais frequência...
Eu não tenho ideia do quão grande essa historia vai ser porque eu tenho um final em mente porém muita água vai rolar até que isso possa acontecer.
Aproveitem e desculpem os erros.



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Quando Regina abriu os olhos, a primeira coisa que notou foi a um clarão em sua direção. Desorientada, ela fechou os olhos novamente e grunhiu, por um segundo não sabia em que lugar estava. Sua recorrente enxaqueca já se fizera presente. Ela abriu os olhos novamente, desse vez levando uma de suas mãos para ao seu rosto para auxiliar com a claridade.

‘Humfp’

Ela rolou para sua direita, na direção contrária da janela que era fonte de luz. Cambaleou por alguns segundos antes de conseguir se sentar, seus olhos semi abertos e suas mãos passeando sem rumo pelo criado mudo à procura de seu telefone.

A noite anterior voltava em sua mente aos poucos, uma mistura de lembranças e sentimentos causados pelas duas mulheres com que estivera. Regina engoliu seco.

Se levantando a morena seguiu para o banheiro, com o telefone na mão. Um olhar em sua direção lhe dissera o que temia; descarregado. Deus sabe quem poderia estar tentando falar com ela ou que crise estaria ocorrendo no escritório do hotel. Sua assistente provavelmente está arrancando os cabelos, Mal já deve ter ligado para a policia e Emma... Bom, ela não sabia de Emma.

Franziu enquanto se olhava no espelho. Nada de bom viria em ficar pensando na loira, especialmente em um dia como esse que seria um caos em todas as partes de sua vida. Suas olheiras eram visíveis, suas roupas amarrotadas, e seu cabelo gritava por socorro. Ela teria que passar em casa antes de ir trabalhar...

Regina se encarou no espelho. Ela sabia que teria de enfrentar a esposa mais cedo ou mais tarde, ela só esperava que fosse tarde. ‘Covarde’ ressoou em sua mente. Ela balançou a cabeça em forma negativa. Não, ela não era covarde, mas Regina nunca gostara de confronto, de brigas. Sempre aceitou o que lhe foi imposto por sua mãe, desde do curso na faculdade até sua escolha em casamento. Sempre fora uma boa filha para seu pai, que Deus o tenha, um homem que ela amava mais do que tudo e todos, sempre aceitando as vontades de sua mãe para que os ficassem bem. E até pouco tempo, Regina sempre fora uma boa esposa, bom, pelo menos em seus padrões.

Tirando seu trabalho, Mal sempre vinha em primeiro. Jantares cancelados a parte, Regina sempre apoiou a loira, sempre a ouviu e nunca a deixou querer nada. Tudo bem, ela admite que o último ano que passaram juntas ela estava distante, sem paciência e tempo para a mulher. Talvez ela não fosse tão boa esposa quanto pensa que era...

Se ela pudesse se forçar a amar Mal ela o teria o feito, e isso diz muito sobre onde a loira se classifica em sua vida.

Ela encarou a marca vermelha em seu rosto, agora não tão visível quanto na noite anterior mas ainda assim grande e feia. Feia como o que seu casamento havia se tornado...

A morena se apoiou na pia, buscando apoio para suas pernas que de repente ficaram fracas. Ela se sentia traída cada vez que se olhava no espelho. Um simples tapa, que ela já recebera de diversas pessoas antes, se tornava em sua mente algo completamente diferente.

Ela não tinha entrado em uma briga em uma boate qualquer, não tinha dado uns amassos na namorada da sua suposta amiga, não tinha nem sequer dado uma volta financeira em um de seus investidores. Situações em que Regina admitia que mereceu levar um tapa. Não...

Sua esposa...

Ela se ajoelhou no chão do banheiro.

Uma pessoa que devia protegê-la, uma pessoa que ela deveria confiar...

Ela segurou seu torço com as duas mãos, uma queimação em seus olhos indicava sua vontade de chorar mas a morena não se prestaria a esse papel.

Com o suporte da bancada ela se levantou e terminou de lavar seu rosto. Ela não se deixaria desmoronar agora em um quarto de hotel barato em roupas de ontem. Ela era Regina Mills, pelo amor de Deus. CEO dos hotéis Mills. Herdeira de Cora e Henry Mills.

E ela os faria orgulhosos.

Acenou para si mesma e voltou ao quarto para pegar suas coisas. Pegou sua bolsa e se virou, encarando as notas destinadas à Miss Swan espalhadas pela cama e no chão ao redor. Ela não podia pensar na loira agora.

Emma a confundia e a fazia sentir coisas que há muito estavam enterradas. E se a noite passada serviu para alguma coisa foi para mostrar que a mulher não era tão indiferente à morena quanto ela pensava. E Regina não podia se dar ao luxo de ver aonde isso poderia acabar. Regina Mills não pode se dar ao luxo de ter sentimentos.

Ela bufou e saiu batendo a porta do quarto, espantando uma camareira que passava pelo corredor no momento. Elas se encararam.

“Quer tirar uma foto, querida? Vai durar mais...” Regina disse a pobre mulher desviou os olhos murmurando algo que a morena não se deu ao trabalho de entender.

Quando entrou no elevador ela tentou, em vão, ligar seu telefone mais uma vez, se ela conseguisse falar com sua assistente inútil, ela poderia levar uma troca de roupa para a morena, o que faria com que ela não precisasse ir em casa e encontrar Mal.

A tela do seu telefone acendeu com o logo da Apple ao mesmo tempo em que as portas do elevador se abriram. Regina não se deu ao trabalho nem de olhar ao redor, passou direto para a recepção sem desgrudar os olhos do iPhone em sua mão.

“O dinheiro está no quarto.” Ela murmurou em direção a recepcionista e saiu como quem não quer nada. Eles que juntassem todas as notas espalhadas, ela não se importava. Era mais do que eles mereciam pelo serviço de má qualidade. Ela faria questão de repassar algumas coisas com seus próprios funcionários devido a péssima estadia que teve.

Ou talvez tivesse sido apenas o conjunto dos acontecimentos da noite passada que a deixaram impossível de se agradar... Não, ela culparia o hotel.

Seu celular apitou a tirando de seu devaneio. 2% de bateria.

Que maravilha.

Ela fora direto em suas mensagens, pretendendo dar uma ordem direta para sua assistente, mas uma mensagem de Miss Swan a distraiu.

‘Oi, err... Bom dia. Eu só queria saber como você está? Escuta, eu realmente sinto muito por ter te empurrado ontem, eu juro que foi um reflexo. Na minha área de trabalho é difícil não se pegar uns maus costumes... Enfim, se precisar de mim me liga, ou me manda mensagem, ou qualquer coisa. Estou aqui.

Emma.’

Foi só quando seu telefone desligou novamente que Regina percebeu que estava encarando a mensagem deixada pela loira. Frustrada, ela tentou ligar o aparelho de novo mas desse vez a bateria tinha acabado de vez.

‘‘Merda.’’ Ela disse firmemente e o vallet a olhou de soslaio, a chave de seu carro em uma de suas mãos. Regina rosnou e as arrancou dele, batendo a porta ao entrar.

Regina encarava a porta de sua casa, sua respiração ofegante tanto pela raiva e tanto por apreensão, estava na hora de enfrentar sua esposa. Suspirou e virou a chave, esperando uma recepção assim que entrasse só para ser recebida por silêncio. A sala estava vazia...

A morena se sentiu em um filme de terror, por um segundo imaginou Mal escondida em um dos cantos da casa a esperando com uma serra elétrica na mão. Ela sacudiu a cabeça, estava na hora dela parar de assistir de esse tipo de filme.

Seus saltos batiam na madeira fina do chão do hall, anunciando sua entrada para boa parte da casa, o barulho ecoando pela cozinha. Ela seguiu para o quarto. Talvez a mulher ainda estivesse dormindo, ela olhou o relógio, 11:42am. Ela não tinha ideia que já era tão tarde... Mal já devia estar no trabalho.

Regina seguiu mais confiante, abrindo a porta de seu quarto se deparou com silêncio mais uma vez. Sem esposa histérica a esperando, ela suspirou.

Jogou suas coisas no chão e arrancou suas roupas enquanto ia para o banheiro, pegando seu carregador no caminho. Conectou seu celular e entrou no chuveiro sem pensar duas vezes.

A água escorria por seu corpo lavando toda tensão que estava acumulada. A morena queria ficar por horas se deixando levar mas sabia que estava mais do que atrasada. Correu e lavou seu cabelo, deixando o condicionador agir enquanto passava o sabonete. Nunca tinha tomado um banho tão rápido.

Se vestiu com um terninho azul que deixava sempre separado para quando estivesse com pressa e não pudesse ficar escolhendo roupa. Olhou seu celular, 27%, bom, teria que bastar até chegar no escritório. Jogando o carregador dentro de sua bolsa a morena calçou os mesmos saltos que estava antes e se apressou para as escadas. Não se deu o trabalho nem de secar o cabelo.

O trânsito não a ajudou, eram 12:40 quando ela finalmente pisou em seu hotel. Regina devia aparentar estar bufando fogo, pois as pessoas saiam de seu caminho como se ela estivesse com a praga. Ela não ligou, pelo menos não corria o risco de esbarrar em ninguém e ter que perder mais tempo demitindo essa pessoa.

O elevador parecia levar mais tempo do que o normal, ou talvez fosse só essa impressão de que quando você quer muito chegar em algum lugar mais tempo você leva. Ela não deveria estar tão desesperada, ela era a chefe, ela fazia os horários, ela assina seu próprio pagamento. Mas Regina se sentia segura trancada em seu escritório. E com o dia que estava tendo ela só queria se sentar em sua mesa e trabalhar para tirar a mente do resto da sua vida, que estava desmoronando.

O elevador apitou, a fazendo lembrar do elevador do hotel que ficara. Ela teria que conversar com o pessoal da manutenção e mandá-los tirar esse apito idiota.

Ela caminhou pelo hall, sua assistente vindo em sua direção, seus olhos arregalados e mordendo seus lábios. Regina franziu a testa, era só o que faltava algum investidor ou assessor ter feito algo. Sinceramente, ela não podia deixar esses incompetentes sozinhos por um dia que tudo vinha...

“Mrs. Mills...” A mulher começou, “Eu não podia impedi-lá, e então ela entrou, e depois uma outra chegou e eu tentei mandá-la embora eu juro que tentei mas sua esposa não deixou, ela disse que as duas iriam lhe esperar e elas estão em...” Sua assistente falou tudo em uma só respiração, tão baixo que Regina teve que se esforçar para ouvi-lá.

“Espera, o quê?” A morena disse, a arrastando para um canto do corredor.

“Sua esposa, Mrs Mills” A pobre coitada da mulher a sua frente engoliu seco em resposta ao olhar fulminante que Regina lhe mandara. “Está lhe esperando lá dentro com loira que a senhora almoçou ontem.”

Regina soltou o braço da mulher e engoliu seco.

“Há quanto tempo?”

“Bom, sua esposa está aqui desde às 8am e a outra mulher chegou tem mais ou menos uma hora.” Ela sussurrou de volta. Regina assentiu.

“E elas estão lá dentro esse tempo todo?” Ela concordou. “Não levantaram as vozes? Não saíram para nada?” Regina pressionou e ela fez sinal negativo.

As duas mulheres então encararam as portas duplas no final do corredor, um arrepio subindo-lhes a espinha sabendo que podiam estar sendo observadas.

Regina bufou e endireitou a postura.

Era hora de lidar com a bagunça que ela causou.


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Notas finais do capítulo

Não esqueçam de me falar o que acharam.



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