Dança Comigo? escrita por Ryusth Lunyia


Capítulo 4
Capítulo 4 - Quantos problemas mais podem surgir?!


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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POV’S Lyra

   Sentir minha cabeça rodar e tudo escurecer fora uma sensação horrível. Quando havia acordado meu corpo estava pesado, e minha visão completamente embaçada, estava parecendo uma ébria. Tentei sentar para ver se passava esta sensação esdruxula e quando me sento sinto algo escorrer por minhas bochechas. Eram lágrimas.

   Logo chega Eustass no quarto perguntando se eu estava bem, se sentando ao lado da cama em que eu estava. Mal consigo responder e ele já me manda outra pergunta.

   Respondo que estou bem. Alguns segundos depois uma duvida surge em minha cabeça... Por quanto tempo eu ficara desacordada? Pergunto e eis a minha resposta:

   - Bom... Se contar desde que Perona lhe encontrou eu diria que umas 10 horas, no máximo. O medico lhe examinou e disse que era apenas uma gripe comum por causa de cansaço e falta de sono. – não contive minha cara de espanto, 10 horas é um tempo muito grande. Contudo, logo desfaço minha feição de espanto e balanço a cabeça.

   Com o assunto saindo como o caminhar das águas de um rio, eu acabo contando para o príncipe tudo o que acontecera na guerra quando eu era pequena e como eu havia perdido meus pais biológicos. Não consigo conter minhas lágrimas, e me seguro com todas as forças para não soluçar.

   De repente sinto Kid me abraçar. Não sabia se estava agindo por impulso ou por pura pena, mas aquele abraço com certeza me reconfortou.

   - Sei que começamos a conversar apenas há um mês, mas sempre que precisar de qualquer coisa venha falar comigo. – dizia o ruivo em baixo tom perto do meu ouvido.

   - Então prometa que também irá confiar em mim para me contar qualquer coisa que precisar... – retruquei com o rosto abaixado

   - Eu prometo.

(...)

   Alguns dias se passaram e eu não conseguia tirar aquela sensação do abraço do príncipe da cabeça. Senti-lo tão perto de mim foi um sentimento indescritível.

   Nesses dias eu ainda conversava normalmente com Kid, e como eu ainda estava um pouco mal, ele me ajudava a segurar algumas coisas pesadas.

   Sei que seria inapropriado, mas adoraria sentir o cheiro do perfume dele de novo...

POV’S End

   Já no meio da tarde Lyra limpava a sala de reuniões do rei. Já estava melhor, não sentia mais tonturas ou dores em parte alguma do corpo. Dessa vez o ruivo ficara em seu quarto, disse ter que escrever para seu pai, já que as linhas telefônicas estavam mais instáveis do que o comum.

   O pó que caia em si a fazia espirrar com frequência, mas os livros tinham de ser limpos já que estavam a muitos dias parados. Depois de alguns minutos apenas o chão permanecia sujo.

   Quando estava para acabar a morena tropeça no balde e acaba esbarrando na prateleira de livros. A cena pareceu se passar em câmera lenta. Os livros soltando varias folhas avulsas que com a queda ia se espalhando pelo chão da sala.

   - Oh não... – dizia em voz baixa com as mãos na boca – O que foi que eu fiz?!

   Rapidamente a garota começa a juntar as folhas e lendo-as para ter uma noção mínima de onde cada uma deveria estar, ela arruma os livros e junta toda a bagunça.

   Em meio a tantos livros, folhas, cadernos e anotações, ela acha um livro de fotografias, e embaixo dele havia uma foto que estava solta. Ela pega a foto e olha para ela.

   Na foto havia seis pessoas. Dois casais e duas crianças jovens. O primeiro casal era simpático, mas não parecia italiano, o homem possuía os cabelos negros e um pouco cumpridos, seus olhos azuis eram penetrantes e severos. A mulher tinha os olhos castanhos e a pele branca como a neve, os olhos transbordavam bondade e carinho, aquele tom de castanho por incrível que pareça conseguia acalmar qualquer um. A mulher segurava uma criança que aparentava ter apenas alguns meses de vida, alguns fios de cabelo preto pareciam estar molhados e bagunçados, e a criança possuía uma pequena cicatriz no pescoço.

   O outro casal sorria tanto quanto o primeiro. O homem era o rei Shanks, e a mulher de cabelos negros cumpridos era a rainha Robin. E em seu colo uma criança de mais ou menos 1 ano, fazia uma cara fofa e confusa. Os cabelos da criança eram ruivos, fortes como um rubi, e os olhos amarelos criavam um contraste com a pele branca. O macacão que ele usava era azul bem simples.

   No fundo da foto havia uma faixa rosa com as palavras “Felicidades com sua filha, Elise!”.

   Lyra coloca a mão na boca e deixa as lágrimas rolarem... Sabia muito bem quem eram as pessoas da foto e quem eram as crianças. O casal eram seus pais verdadeiros e a criança em seus colos era ela. Sabia muito bem por causa da cicatriz que possuía ate hoje no pescoço.

   Sua mãe contara que quando estava para nascer, o cordão umbilical prendera em seu pescoço, e começou a sufoca-la, e o médico acabou fazendo um corte em seu pescoço para conseguir retirar. Deixando uma cicatriz que lhe acompanharia para o resto da vida.

   Poder se lembrar claramente como seus pais eram a deixava feliz, porém uma pergunta não queria calar... Porque o rei Shanks conhecia seus pais?

   Uma emoção estranha crescia rápido em seu peito. Não sabia distinguir se era raiva, ira, confusão, alegria ou medo. Apenas sabia que tinha muitas respostas para obter, e não descansaria enquanto não conseguisse todas elas.

   Juntando forças, e respirando bem fundo Lyra tenta parar de chorar, enxuga as lágrimas e guarda todos os livros e folhas em seus devidos lugares na enorme prateleira de madeira.

   Decide sair da somente quando estivesse calma o suficiente para não sair chorando pelos corredores do palácio. E isso demora cerca de 30 minutos.

   Na hora do jantar no mesmo dia, o ruivo não desce para comer, então Lyra vai até o quarto do rapaz. Assim que chega, bate a porta, todavia não recebe resposta alguma, e pedindo licença ela entra. Kid dormia na mesa que havia em seu quarto, com vários papeis espalhados, e um deles estava o inicio da carta que escrevia para seu pai. Sua caligrafia era linda e delicada. As poucas palavras que Lyra conseguiu enxergar podia saber que se tratava de quem casaria com a princesa francesa.

   Um papel, mais na beirada da mesa, chama a atenção em particular da morena. De inicio parecia apenas uns rabiscos, porém conforme os rabiscos vão mudando seu ângulo, a morena percebe que era um desenho de alguém.

   Sem acordar o príncipe que dormia em um sono profundo, a garota puxa o papel. A garota desenhada usava uma máscara, mas não estava colorida e nem possuía detalhes, com exceção de uma pedrinha no canto inferior da máscara. O vestido era preto e liso, não aparentava ter outros panos por cima ou por baixo. E os cabelos dela eram lisos, e também não estavam coloridos. Os lábios da garota estavam pintados de um rosa claro, que passava uma beleza grande e muita ternura, com um leve toque de sensualidade e os olhos azuis com o brilho prateado complementavam a sua beleza.

   Aquele desenho a intrigava... Sua aparência em questões físicas como contorno do corpo e estilo de cabelo, pareciam muito consigo, mas as cores dos olhos, roupas e máscara, não batiam com nada que possuía. No desenhos a mulher não usava colar, para tentar ligar a alguma joia que possuía nem nada parecido.

   No fim da folha, as palavras estavam escritas com delicadeza e com carinho “Nunca esquecerei o teu olhar para o soar da lua”. Era confusa a frase, não parecia ter nexo algum, nem descrever coisa alguma.

   Tentando trazer-se novamente para a realidade, ela guarda o desenho onde havia achado, e observa um pouco o ruivo adormecido a sua frente antes de acorda-lo. Ela passa levemente a mãos em seus cabelos para depois mexer devagar seu braço, dando-lhe uma leve balançada.

   Kid acorda com o olhar sereno, e a primeira coisa que vê quando desperta são os olhos da garota de longos cabelos negros lhe fitando, e um sorriso grande para ele.

   - Já está na hora de jantar, Kid - adverte ela com um sorriso lindo.

   - Quando tempo eu dormi? – perguntava o príncipe um pouco desnorteado.

    - Não sei dizer, mas foi muito tempo. – responde.

   - Já esta não hora do jantar?

   - Sim, seus irmãos estão lhe esperando lá embaixo.

   O ruivo boceja e se levanta da cadeira, e quando estava prestes a sair do quarto diz:

   - Obrigado por me acordar Lyra!

   - Não há de que!

   A garota já estava pronta para seguir seu superior quando para e olha mais uma vez para o desenho. Já estava confusa por causa da foto que encontrou horas atrás, e agora encontra Eustass desenhando sobre uma mulher que duvidava se era ela ou outra pessoa. Já não sabia mais o que fazer, mas por hora ficaria calada.

(...)

   No dia seguinte o príncipe do meio sai de viagem e Nami decide ficar em casa. Logo cedo acordara chorando, e seus olhos estavam tão inchados que a única conclusão que qualquer um chegaria seria a de que ela passara a noite chorando.

   Durante o café da manha, a ruiva explicara o motivo de tamanha tristeza. E tal era a partida de Law, já que ele não iria embora pelo simples fato de ir. Ele estava indo para a França se casar com a princesa Vivi, e depois de casados eles assumiriam o trono francês se aliando a Florence, para tentarem acabar com o reino alemão.

   Nami sabia muito bem dos riscos de perder seu amor que estava correndo, contudo não imaginaria que aquela dor que iria sentir seria tão grande.

   Em uma situação como essa não saberia confortar sua irmã, afinal não sabia como era perder o amor de sua vida, apesar de imaginar que o remorso e a tristeza eram semelhantes à perda de um parente ou dos próprios pais.

   Seguindo para o palácio, Lyra nota certa agitação na cidade. Assim que chega ao local de serviço, pergunta a Sanji o que se passava.

   - Parece que uma princesa vai vir visitar o primogênito. Se ele aprova-la, eles se casarão e assumirão o trono de Florence.

   - Você foi avisado de que ela vinha?

   - Sim. – respondeu dando uma tragada no cigarro

   - Quando?! – perguntava a morena assustada, já que parecia ser a única desinformada.

   - Há alguns minutos.

   - E-Eu não entendi...

   - Parece que até mesmo o príncipe fora pego de surpresa, recebeu um telefonema hoje de madrugada sendo informado de que a princesa da Índia chegaria hoje por volta do horário de almoço, mas pelo jeito que a cidade está, creio que ela esteja adiantada...

   - Então temos algumas horas para arrumar comida, lugar, empregados, jardim e nossa formalidade? – perguntou irônica.

   - Exato!

   A morena bufa frustrada e já se dispõe a limpar. Conforme vai limpando os cômodos um por um, ela pouco a pouco se perde em pensamentos. Estava tão mergulhada em tantas perguntas sem resposta, que sequer ouviu Eustass entrar na sala de visitas.

   - LYRA! – grita o ruivo parecendo já sem paciência.

   - KYAA! – grita de susto em resposta ao rapaz

   - Lyra, o que houve? Chamei-lhe diversas vezes e sequer olhou para mim!

   - Estava distraída... – enrolava enquanto desviava o olhar. Não queria dizer as suas descobertas, sem contar que ambos não tinham tempo.

   - Está estranha isso sim. Sei que todos estão nervosos por culpa de uma visita importante repentina, mas temos de nos esforçar. – comentava tentando anima-la.

   - Sim eu entendo a situação... Só não entendo por que está tão ansioso sendo que há um mês abominava a ideia de um casamento...

   - Por que... – Kid engolia em seco. Não tinha uma resposta clara, e lhe falar que estava procurando uma moça completamente desconhecida era loucura.

   - Como eu pensava... Não tem uma resposta... – replicou saindo da sala, que agora já estava completamente limpa. Kid apenas bufa em resposta.

   Segundos depois um estrondo ecoa por todo o palácio. Parecia que alguma carruagem entrara com toda sua força dentro do castelo. Quando todos, inclusive o príncipe ruivo, foram averiguar, eram as portas de entrada batendo contra a parede. Logo em seguida pode se ouvir uma voz estridente e desagradável:

   - Oh! Vossa Majestade Eustass Kid, seu reino é belíssimo, e com certeza muito próspero.

   A mulher que gritava para todos ouvirem era a rainha da Índia. Ela trajava um vestido comprido de vários tons de roxo, e com vários detalhes em ouro. A aparência do vestido era pesada, e ficava ainda mais pesada com o tamanho da mulher. Seus cabelos negros eram ondulados e compridos. Mas o vestido tampava-os, e como era gorda, o vestido ficava pouco elegante na mulher. Em sua cabeça uma tiara de ouro e pedras de demasiados tipos enfeitavam sua testa e sua cabeça lateral.

(link da roupa: https://br.pinterest.com/pin/559642691174168511/  copiem e colem)

   Bem atrás da mulher, que passava a maquiagens fortes e horríveis, caminhava em silêncio uma mulher de longos cabelos negros. Ela usava uma mascara dourada, que na testa um rubi cintilava fortemente. Seu olho estava a mostra, e era um castanho penetrante e hipnotizador. Sua roupa já tinha um aspecto mais leve e era uma grande variedade de tons azuis.

(link da roupa: https://br.pinterest.com/pin/392235448774937075/  copiem e colem)

   - Obrigado, Majestade! É uma honra receber a você e sua filha em minha casa. – agradecia de modo formal a senhora rude.

   - A viagem foi cansativa, temos de deixar o cavalo descansar por alguns dias... Tudo bem para Vossa Majestade Kid se ficarmos uns dias em sua cidade? – perguntava de forma ousada

   - Ambas e seus empregados são mais do que bem vindos em meu palácio. Espero que a estadia seja de teu agrado.

   - Será sim, pode ter certeza de que não é preciso muito para me impressionar. – dizia rindo com sua voz aguda.

   - Se puderem me seguir até o jardim, assim poderão descansar enquanto conversamos e tomamos um bom chá inglês.

   - Ah minha filha irá lhe acompanhar, eu gostaria de que algum dos seus empregados me mostrasse o lugar, já aproveitando para deixar as malas.

   - Como queira, Vossa Majestade. – obedeceu e depois ordenou – Lyra acompanhe-a.

   - Sim Vossa Majestade! – respondeu se curvando – Me acompanhe por favor.

   Lyra guiava-a explicando o que era cada porta trancada do palácio.

   - Este será o quarto em que a senhora ficará. – informou a morena

   - Tudo bem, já pode me deixar as sós. – ordenou Elishya a empregada.

   - Sinto muito, entretanto não posso deixa-la sozinha, são ordens – a garota fora completamente interrompida por um tapa que fora desferido fortemente em seu rosto. O tapa fora tão forte e inesperado que Lyra foi empurrada para cima de uma mesa que repousava no quanto do quarto.

   - NÃO OUSE DESOBEDECER UMA RAINHA! – esbravejou a velha com os olhos ardendo em cólera.

   Lyra põe a mão no lado esquerdo do rosto no qual era o lado oposto ao tapa e sai do quarto de cabeça baixa, assim que passa bate a porta atrás de si sem se importar com o barulho.

   Em um quarto próximo a morena para e se olha no espelho segurando sua vontade imensa de chorar. Quando entra no lugar procura imediatamente um espelho e se observa. Como havia imaginado o canto abaixo ao olho havia sido cortado, uma vez que quando caíra batera o rosto na quina da mesa de madeira. O ferimento ardia de uma forma incomum, e por entre os dedos, que recostavam levemente suas bochechas, escorria sangue.

   Sua manga do vestido, que por ventura acabava em seu cotovelo, já começava a manchar do líquido vermelho que não parava de escorrer. Tentando ser o mais rápida e silenciosa possível, a garota corre para a cozinha já chamando por seu amigo cozinheiro.

   - Sanji, por favor me ajude! – o choro era inevitável, lágrimas escorriam de seus olhos e levavam junto o sangue.

   - Lyra!! Céus, o que aconteceu?? – perguntava assustado, o loiro que via sua amiga suja de sangue.

   - Aquela velha indiana me estapeou, e acabei por bater o rosto na mesa, meu rosto cortou e agora não sei o que fazer para ele parar de sangrar... – choramingava enquanto contava o ocorrido.

   - Já volto! – o loiro pega um pano limpo e o molha em agua fria, rapidamente volta e coloca o pano sobre o corte, que começava a deixar a região do olho roxeada e um pouco inchada. – Peça ajuda para o médico da família real, Chopper é uma boa pessoa vai lhe ajudar.

   - Mesmo que ele queira, sabes muito bem que aqueles que pagam os custos são a família real. Não quero problemas, não quero ter que trabalhar mais e ter meu salario reduzido para pagar as despesas mais tarde e não tenho condição e pagar um médico... Minha única solução é deixar sarar naturalmente.

   - E o que fará caso o príncipe pergunte?

   - Não tenho certeza ainda... Mas encontrarei uma maneira para que não saiba e não tenha que perguntar... Assim, não terá que achar que coloquei a culpa em alguém, ainda mais alguém importante. – Sanji concorda com a cabeça ouvindo a morena. Queria ajudar, porém era apenas um cozinheiro, não entendia muito de como tratar ferimentos ou coisas parecidas.

   - A dor está melhor?

   - Um pouco, creio que ela vá sumir com o tempo...

   - Quando parar de sangrar lave o rosto, se quiser tentar esconder isso cubra o lado esquerdo do rosto com a franja.

   - Obrigada Sanji!

   - Não há de que. – exibia um sorriso para tentar anima-la.

   Assim que Lyra sai da cozinha sua franja é jogada para frente de seu olho. Sua visão ficava um tanto embaçada e negra, e a sensação era desconfortável, mas antes ser desconfortável do que criar problemas.

   No dia seguinte, quando acordara sua irmã tentara esconder o roxo que havia se tornado envolto do machucado. Mas, nem mesmo a maquiagem foi capaz de esconder a cor forte que coloria seu rosto de uma forma impiedosa. Seu olho doía ainda mais que no dia anterior, mas o ferimento parara de sangrar e isso já era um bom sinal.

   - Céus! Essa mulher devia ser enforcada! Lhe dar um tapa e ainda lhe fazer cortar o rosto... Isso é desumano! – resmungava Nami em alto e bom som para qualquer um que quisesse ouvir.

   - Ela é uma rainha Nami, pode fazer o que bem entender... Infelizmente.

   - Mesmo sendo rainha, essa mulher não conhece limites? Ela não está no país dela!! Nosso país, nossas regras! – ainda esbravejava com fúria sobre o acontecido.

  - Ah... – suspira a morena já cansada de tentar convencer a ruiva.

   O dia no trabalho passa devagar, até que chega a hora do almoço. Como sempre Lyra esperava alguma ordem mais ao canto da sala de jantar, para, assim que todos se levantassem da mesa, ela pudesse ir se deliciar com sua tão almejada refeição.

   Quando de repente uma tosse alta é ouvida. Todos tem sua atenção tomada por Elishya que começava a ficar vermelha e desesperada . Todos correm em sua direção para tentar ajudar, Lyra corre e grita por Chopper, que assim que o acontecido chega aos seus ouvidos corre para o local.

   A mulher estava tendo uma crise alérgica, o médico apenas aplica uma injeção na mulher que aos poucos vai voltando ao normal. Os empregados a carregam para a sala de Chopper, que é acompanhado de Kid e Tamina, a filha da mulher.

   Cerca de trinta minutos depois, quando todos já haviam perdido a fome, Elishya desce as escada com fúria gritando coisas sem sentido e outras irreconhecíveis. Para logo, depois gritar e apontar para Sanji:

   - VOCÊ! VOCÊ SEU MISERÁVEL, ENVENENOU MINHA COMIDA!

   - Sinto muito Vossa Majestade, contudo não fui informado de sua alergia à certos tipos de alimentos.

   - Você não os avisou? – falando por dentre os dentes e rangendo a boca de ódio, a mulher se vira para um de seus empregados, que se defende:

   - Sinto muito senhorita, não imaginei que o alimento no qual tem alergia fosse tão comumente usado aqui. - o homem parecia amedrontado.

   Ela logo se vira para Lyra e volta a gritar:

   - VOCÊ SUA PESTE! TENHO CERTEZA DE QUE FOI VOCÊ QUE MANDOU QUE COLOCASSEM ESSE VENENO EM MINHA COMIDA!!

   - O que? – ela perguntou espantada, não sabia o que dizer.

   - TEREI DE LHE ENSINAR UMA LIÇÃO, SUA CRIADA MAL AGRADECIDA!!

  Com a mão já levantada se preparando para acumular força e pegar velocidade para desferir outro tapa na bochecha na criada, a mulher começa a levar sua mão em direção a ela, quando seu punho é parado por um braço forte.

   - Encoste mais uma vez em minha criada, e eu lhe mandarei para a guilhotina! – vociferou Eustass com um olhar de raiva para a mulher.

   - Você não teria coragem... – zombou

   - Não se esqueça de que sua filha ainda não me convenceu a casar-se com ela, e que seu país está a beira da falência. Por tanto eu tenho muito mais condições de vencer, caso iniciemos uma guerra! – ameaçou levantando o tom de sua voz. A mulher puxa seu braço para si, se desvencilhando da mão do ruivo. Ela se dirige para seu quarto pisando duro de frustração.

   Eustass pega de uma forma mais delicada e suave no braço de Lyra que parecia atônita. E a leva para seu quarto. A garota tremia, suava como nunca e seus olhos estavam arregalados. O ruivo a senta em sua cama e tira a franja da frente de seu olho machucado.

   - Ainda dói muito? – pergunta preocupado.

   - Um pouco... – a garota não consegue evitar encarar o chão. – Como soube?

   - Você acha que sou tão cego assim?! – retruca com um pergunta retórica. – Você achou mesmo que eu não iria notar sua mudança de humor, atitudes e visual?

   Suas bochechas estavam vermelhas de vergonha. Não podia acreditar que achava mesmo que enganaria um príncipe...

   - Por qual motivo ela lhe bateu? – preocupado e curioso o ruivo insiste em perguntar o motivo de ter apanhado.

   - Apenas não podia deixa-la sozinha, assim como seu pai havia me instruído de que nenhum visitante deveria ficar sem a companhia de um criado do castelo, contudo a mulher não me ouviu e me estapeou a bochecha direita.

   - Então como conseguiu o corte abaixo do olho esquerdo? – indagou

   - Quando ela me estapeou eu acabei caindo e batendo o rosto na beirada da mesa que havia no quarto.

   - E por que não me contou sobre isso? Eu poderia ter ajudado, teria mandado Chopper cuidar de seu olho pra que não acontecesse nada de ruim com ele!

   - Não posso ficar dependendo de tudo do castelo Kid. Seu pai não deixaria essa divida para com ele e o médico passar em branco, com certeza me cobraria, e não tenho condições de pagar! – suspirava tentando manter a calma. Não queria transtornos nem dívidas para si ou sua irmã.

   - Tudo bem... Entendo. – dizia compreensível sem demonstrar sequer um mínimo de irritação. – Se precisar de algo e se sentir a vontade para conversar comigo, chame-me a qualquer hora.

   A morena concorda com a cabeça e sorri forçadamente. O ruivo se inclina e beija sua bochecha logo abaixo do ferimento para logo sair do quarto. Assim que a porta é fechada Lyra arregala seus olhos novamente e coloca a mão em sua bochecha beijada. Um sorriso terno abre em seus lábios e seu olhar se torna amoroso. Ela se levanta e volta a trabalhar.

   Horas mais tarde, Lyra estava quase pronta para ir embora junto de sua irmã que já reclamava de cansaço com o jardineiro.

   No quarto de Kid, ele e Tamina conversavam. Quando Tamina começa um novo assunto Lyra que passava pelo corredor para na porta do quarto e escondida olha para ambos e escuta sua conversa.

   - Sabe Kid... Minha mãe sempre quis que eu me casasse com algum reino poderoso, mas os reinos da Alemanha e Holanda me rejeitaram. Claro que eu não fiz muita questão de ser amigável ou ter boas maneiras... – comentava rindo – Contudo eu sempre pensei que me casaria com alguém que amo.

   O ruivo prestava tanta atenção quanto a ouvinte não convidada, ele balançava a cabeça em silêncio dizendo em gestos que compreendia as palavras da indiana.

   - E desde pequena vi Florence crescer e varias noticias suas e de seus irmãos saiam nos jornais. Acabei passando a ter uma grande compaixão por este reino. E acabei me apaixonando por você Kid.

   A garota estava vermelha. Estava se declarando, mas tinha receio de ser rejeitada. Kid esperava um pouco caso ela tivesse algo mais para dizer, e até que o seu momento para falar chegasse, ele poderia pensar bem no que dizer. Lyra apenas continuava escutando cada palavra dita por Tamina.

   - Nunca lhe forçaria a se casar comigo, nem quero que faça isso por piedade ou uma obrigação. Porém, seria uma honra casar-se com você. - o sorriso dela era inevitável, sua felicidade transbordava de seu corpo.

   O ruivo parece pensativo por alguns segundos quando se vira para ela e lentamente se aproxima de seu rosto. Os lábios de ambos se encontram e o ruivo envolve seu braço na cintura da moça, enquanto as mãos dela passeiam por seu pescoço e cabelo.

   Lyra, que ainda estava atrás da porta, abaixa a cabeça e se retira de lá. Sentia uma dor no peito muito forte, e sabia muito bem o que era. Era ciúme. Não tinha medo ou vergonha de admitir, sabia a muito tempo o tipo de sentimento que tinha por Eustass Kid. Ela o amava, apesar de nunca de dito ou demonstrado, gostava do ruivo, sua admiração por ele era grande.

   Sentia inveja, ciúmes e tristeza ao vê-los juntos. Queria que fosse ela a estar nos braços de Kid, a acordar todos os dias e vê-lo logo pela manha. Mas era uma criada, e sabia muito bem sua posição. Sabia que não poderia ficar junto de quem gostava.

   Mesmo sentindo inveja e ciúmes em grades proporções de Tamina, Lyra não sentia raiva dela e nem ficaria desejando coisas ruins ou ate mesmo a morte para a pobre garota. Queria a felicidade de Kid, e se ela fosse estar junto com a princesa, então que assim fosse. A morena iria continuar amando e o admirando como sempre fez... De longe.

(...)

   O natal se aproximava. Faltavam apenas três semanas para a maior comemoração do ano. Lyra conversava com Sanji, Nami e Zoro na cozinha cobre o feriado. Todos riam, brincavam e contavam suas vontades para o fim de ano.

   Já estava tarde, era por volta das oito da noite. Quando um barulho vindo dos andares de cima é repercutido por todo o castelo.

   - O que foi isso?! – pergunta Nami com certo receio. Lyra esboça medo e terror em sua face, e durante alguns segundos seu corpo trava, mas assim que o pior passa por sua cabeça ela corre em direção ao quarto do ruivo.

   Alguns metros atrás dela vários soldados correm para o mesmo destino. Quando chega lá, a morena sequer bate, a porta é quase arrombada. A visão que todos tinham do quarto era horrível. Os moveis estavam revirados, a cama bagunçada, os vidros da janela estavam todos estilhaçados no chão, todos os papeis que no quarto estavam, haviam sido rasgados ou pisoteados.

   Os guardas reviravam o quarto em busca de algo, entretanto não encontravam nada. Lyra andava pelo quarto devagar, estava preocupada, com medo, não... Estava apavorada, pensar no que poderia ter acontecido ali lhe dava pânico.

   Na janela um papel estava preso a uma faca, a morena pega a folha, e lá estava escrito uma ameaça de morte. O palácio tinha uma semana para conseguir uma determinada quantia em dinheiro e deveria entregar para um endereço na Holanda. Caso o “acordo” não fosse seguido, o ruivo seria torturado ate que a quantia fosse paga. Demorando demais, eles o matariam.

   Tentando encontrar mais alguma coisa, a garota olha no verso da folha, e lá estava o desenho da garota misteriosa que o ruivo ainda coloria. Com a mão tremula, a garota passa o papel para um dos guardas, no fim do “recado” um número de telefone fora deixado, para o caso de precisar de uma negociação.

   Todavia, uma dúvida enorme surgiu na mente de Lyra... O rei estava fora, e contato com ele era difícil já que estava muito ocupado com as negociações. Então, quem iria tomar a decisão de tal situação?


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Notas finais do capítulo

Obrigada pela leitura!
Até o próximo capítulo! o/



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